O Que a China Encontrou na Fossa das Marianas Pode Mudar o Mundo!
0Com seus quase 11.000 m de profundidade, as forças marianas são a parte mais profunda conhecida nos oceanos da Terra. A título de comparação, o Monte Éberest, o ponto mais alto do mundo, tem apenas 8,m 800 m de altura. No entanto, enquanto ainda há algumas pessoas que conseguem chegar no topo do mundo, são pouquíssimas as tecnologias capazes de chegar até o fundo da fossa, o que torna cada nova descida algo raro e impressionante, mas não nos impede de estudá-la e realizar descobertas surpreendentes. Recentemente, na última semana de julho, um subversível chinês mergulhou na maior profundidade possível na força e fez algumas descobertas incríveis. Essas descobertas, conforme os próprios autores, poderia até mesmo indicar a existência de vida em outros planetas. No vídeo de hoje, você vai conferir o que o submestível chinês descobriu no fundo dos oceanos e como isso apenas prova o quão pouco nós sabemos sobre o que há de fato lá embaixo. As forças marianas foram descobertas lá em 1875, durante uma expedição britânica. Naquela época eles ainda não tinham equipamentos avançados o suficiente para medir sua profundidade, mas já sabiam que tinha algo ali. As medições modernas foram realizadas com tecnologias de ponta, como sonda acústica e subversíveis tripulados. Já o primeiro humano a encarar o desafio de descer onde a luz do sol não toca foi o oceanógrafo Don Walsh e o explorador Japicar em 1960. Mais recentemente, em 2012, o cineasta James Cameron também entrou nessa e fez a primeira viagem solo ao fundo do mar, dentro do submersível Deep Sea Challenger. A ideia dele era que a experiência o ajudasse a entender mais o ambiente e a utilizar esse conhecimento em seus próximos filmes. E aí, teria coragem? As fossas marianas apresentam algumas condições extremas, como uma pressão que pode chegar a 1000 vezes maior que a do nível do mar. Profundidades onde a luz do sol não chega além de temperaturas próximas de zero. Apesar disso, até mesmo por lá nós temos indícios de vida. Quando falamos de criaturas abçais, todos logos imaginam aqueles peixes super esquisitos, cujo corpo se adaptou justamente para sobreviver a condições extremas. Este é o caso do pseudolipar Suirei, também conhecido como peixe caracol Mariana, que foi encontrado nadando tranquilamente a mais de 8.000 1000 m de profundidade. Conforme apontam as pesquisas, os peixes não são capazes de sobreviver além de 8200 a 8400 m de profundidade por diversas limitações fisiológicas relacionadas à pressão. Os peixes podem até não conseguir sobreviver, mas outras formas de vida sim, sendo exatamente isso que o submissível chinês Fendose descobriu. Desde 2024, o submissível já vinha mergulhando nas profundezas das fóssas marianas. Mas na última semana de julho de 2025, ele descobriu algo. Uma comunidade enorme, com milhares de vermes e moluscos vivendo a quase 10 km abaixo do nível do mar. Essa descoberta é bastante impressionante, pois numa profundidade tão grande, essas criaturas não conseguem se alimentar de matéria orgânica, como a maioria dos animais, buscando uma alternativa. O que elas fazem é utilizar um processo conhecido como quimiossíntese. Nesse processo, elas usam compostos químicos como metano ou sulfeto de hidrogênio, que vazam do fundo do mar e o utilizam como energia. Essa foi a alternativa que essas criaturas encontraram para sobreviver num ambiente inóspo, no qual nem mesmo a luz solar é capaz de alcançar. No estudo publicado sobre a descoberta, os cientistas relataram que essas comunidades são sustentadas por fluídos ricos em sulfeto de hidrogênio e metano que são transportados ao longo de falhas que atravessam camadas profundas de sedimentos em trincheiras, onde o metano é produzido microbianamente a partir de matéria orgânica depositada. Ou seja, traduzindo, sem luz do sol, eles tiveram que aprender a improvisar para continuar vivendo. Isso apenas prova que, independentemente da situação, a vida sempre encontra um meio. O submersível Fenduzi estava equipado com uma câmera, sendo que os pesquisadores foram capazes não apenas de coletar informações sobre esses animais, mas também observá-los no fundo do mar. Neste ecossistema foram descobertos vários vermes tubulares, mariscos e, conforme destacam cientistas responsáveis pelo estudo, até mesmo espécies desconhecidas. Mesmo vivendo nos ambientes mais hostis, essas formas de vida conseguiram encontrar uma maneira de sobreviver e prosperar. Mengrandu, o geoquímico marinho e cientista chefe da expedição, chegou a dizer que mergulhar no submersível foi uma experiência extraordinária, como viajar no tempo. Cada descida me transportava para um novo reino nas profundezas do mar, como se estivesse revelando o mundo oculto e desvendando seus mistérios. Deve ter sido uma viagem realmente interessante. Essas descobertas vem justamente no momento de pressão na exploração marinha. China, Estados Unidos e diversos outros países vêm cada vez mais demonstrando interesse em explorar o fundo do mar através de minerais valiosos. Nasças Mariana, por exemplo, análises geológicas demonstram que além de uma abundante vida marinha, a região também contém depósitos de metais raros, como níquel, cobalto e manganês. Até o momento, nossa tecnologia atual não permite uma mineração numa zona tão profunda assim. Contudo, nada impede que no futuro os países invistam em tecnologias de ponta. É justamente esse foco das discussões atuais. A comunidade cientista vem alertando que minerar o fundo do mar, uma região que sabemos tão pouco sobre, pode levar ao fim de vários ecossistemas frágeis. Há poucas semanas atrás, nós sequer fazíamos ideia da existência dessa colônia que foi encontrada nas profundezas das fós marianas. Caso um processo de mineração tivesse iniciado ali antes dessa descoberta, o mais provável é que todos esses animais teriam sido eliminados. entende a preocupação deles? Atualmente, a autoridade internacional dos fundos marinhos, conhecida como ESA, é a responsável por supervisionar a mineração em águas profundas nas regiões consideradas como águas internacionais. Essa organização foi criada pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, porém até o momento, ela ainda não definiu regras específicas para esse processo de mineração. A China segue afirmando que continuará a utilizar o submersível Fenduzi nas pesquisas. Apesar da mineração ainda não ser possível, todos os países possuem permissão para explorar e estudar a região, conforme sua disponibilidade e tecnologia. permitirem, é claro. A recente descoberta do submersível chinês mostra quão pouco sabemos sobre o fundo do mar e como, mesmo contra todas as expectativas, a vida prolifera. No próximo estudo, os cientistas apontam que este não deve ser tratado como um caso isolado, pois se criaturas conseguem sobreviver naquela região onde teoricamente deveria ser impossível, é seguro supormos que elas podem viver em qualquer lugar. E quando falamos isso, queremos dizer em qualquer lugar mesmo, porque conforme afirma o geólogo Marinho e co-autor do estudo, Xatongupen, sugerimos que comunidades quimiossintéticas semelhantes também podem existir em oceanos extraterrestres, já que espécies químicas como metano e hidrogênio são comuns por lá. Agora pense comigo. Se encontramos vestígios de vida no fundo do oceano, em condições que nós sabemos que podem ser mais extremas que até mesmo no espaço, não é tão difícil assim imaginarmos que também pode haver vida nos oceanos de outros mundos. E você, o que achou desse tema? Deixa aí nos comentários. Nós agradecemos muitíssimo a sua companhia, sempre muito especial. A gente se vê num próximo vídeo.