O Que a China ENCONTROU na Lua Vai Mudar Tudo…

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[Música] Durante décadas, a lua permaneceu em silêncio. Desde o fim das missões Apolo e Luna, a humanidade desviou o olhar para mundos mais distantes, enquanto o satélite natural da Terra parecia não ter mais nada a oferecer. [Música] Mas tudo isso mudou repentinamente. Em silêncio, foguetes começaram a subir. A NASA ressuscitou suas ambições lunares com o programa Ártemis. A SpaceX surgiu com tecnologias revolucionárias e do outro lado do mundo, a China iniciou uma ofensiva estratégica e científica que reaccendeu a corrida espacial. [Música] Mas por que exatamente todos voltaram os olhos para a lua? E mais importante, o que foi descoberto no lado oculto, aquele que nunca vemos da Terra, o que está realmente enterrado sob a poeira lunar. Essa é a história de uma missão que passou despercebida por muitos, mas que pode ter mudado o rumo da exploração espacial. A chegada da China ao lado escuro da lua. [Música] O programa lunar chinês começou de forma modesta no início dos anos 2000, mas com um plano claro, detalhado e progressivo. Através da Administração Espacial Nacional da China, a CSA, o país lançou a série de missões Change, nome inspirado na deusa chinesa da Lua. [Música] Cada etapa foi meticulosamente desenhada para alcançar um objetivo científico, técnico e estratégico. Em 2007, a Tiangel mapeou em 3D toda a superfície lunar, analisando a composição química do solo e revelando algo surpreendente. Vestígios de Hélio 3, um isótopo raro na Terra, mas potencialmente abundante na Lua, com promessas de revolucionar a produção de energia limpa por fusão nuclear. Trs anos depois, a Tiang 2 retornou com câmeras de resolução superior e voou a apenas 15 km da superfície, identificando possíveis locais seguros para pouso. O plano chinês estava apenas começando. Foi em 2013 que a China provou ao mundo sua capacidade tecnológica ao realizar seu primeiro pouso suave na Lua com a missão Tang 3. O módulo pousou na região de Mar e Imbrion, na face visível, e liberou o Rover Yutu ou coelho de Jad. [Música] Pela primeira vez desde 1976, um veículo voltou a tocar o solo lunar. não apenas captou imagens e analisou rochas, como carregava um telescópio ultravioleta, o primeiro observatório lunar da história. [Música] Esse feito colocou a China oficialmente entre as potências espaciais capazes de operar robôs na superfície da lua, mas o verdadeiro divisor de águas ainda estava por vir e, dessa vez, no lado que nenhum humano jamais viu de perto. Em 2019, a missão Xangai 4 pousou suavemente no lado oculto da lua, dentro da cratera Von Carman, localizada no colossal Polo sul Heiten Basing, uma das maiores estruturas de impacto do sistema solar. [Música] Esse local é único. Ele está sempre voltado para longe da Terra e, por isso permanece em completo silêncio radioelétrico. Nenhuma missão anterior havia conseguido explorá-lo devido à impossibilidade de comunicação direta. A China resolveu isso com um feito de engenharia, o lançamento do satélite kequial, posicionado no ponto L2 do sistema Terra Lua, garantindo comunicação entre o módulo lunar e o controle em solo. Assim, pela primeira vez na história, um rover operava ativamente no lado oculto do nosso satélite natural. [Música] O Rover YouTube 2, versão mais avançada do original, começou a explorar esse território inédito apenas 12 horas após o pouso. Imagens que transmitiu revelaram uma paisagem completamente diferente da face visível, menos mares de lava e muito mais crateras e montanhas. Esse contraste sempre intrigou os cientistas. A missão trouxe dados que ajudam a entender por os dois lados da Lua são tão distintos. [Música] Análises feitas no solo revelaram uma crosta mais espessa, formada por impactos antigos e materiais primordiais, que não foram reciclados por atividade vulcânica, mas não foram apenas pedras e crateras que despertaram interesse. [Risadas] Em 2020, durante a missão Tang 5, que retornou com amostras da lua, os cientistas chineses anunciaram a descoberta de um novo mineral, a Tang Y. Este mineral, além de ser inédito, continha traços de hélio 3. Apenas 40 g desse elemento teriam potencial energético equivalente a 5.000 toneladas de carvão. Estima-se que a Lua contenha mais de 1 milhão de toneladas de Hélio 3. Se for possível extraí-lo em grande escala, esse recurso pode suprir a demanda energética da Terra por milhares de anos. Desde suas primeiras missões, a China tem mapeado a distribuição desse elemento. A corrida pelo Hélio 3 pode se tornar o equivalente lunar à corrida do ouro do século XX. [Música] Mas as descobertas não pararam por aí. Em meados de 2019, o U2 avistou algo incomum, uma substância brilhante dentro de uma pequena cratera. [Música] Ao contrário do restante do terreno, aquele material refletia a luz de forma estranha. Internautas especularam: seria algo vivo, um líquido lunar? Fotos não foram divulgadas de imediato, o que só aumentou os rumores. Quando finalmente reveladas, mostravam uma substância escura e vítria. Análises posteriores confirmaram: “Tratava-se de material derretido por impacto, uma rocha fundida, rica em minerais como olivina e piroxena, semelhante ao que foi encontrado em amostras das missões Apolo.” mas em um local completamente novo. Mesmo não sendo algo alienígena, foi uma descoberta científica de alto valor. [Música] Outra surpresa veio do experimento biológico embarcado na Cheng 4. Um pequeno contêiner do tamanho de uma lata de tinta carregava sementes de algodão, batatas, ovos de mosca das frutas e fermento. [Música] Em janeiro de 2019, cientistas confirmaram uma das sementes de algodão havia germinado, tornando-se a primeira planta a brotar na superfície lunar. Embora tenha sobrevivido apenas alguns dias devido às temperaturas extremas da noite lunar, o feito simbolizou a viabilidade de experiências biológicas na Lua. [Música] Esse experimento mostrou que é possível iniciar processos de cultivo fora da Terra, um passo essencial para a construção de habitates permanentes. [Música] As reações internacionais foram mistas. Cientistas ao redor do mundo elogiaram o feito. Jean Brienstein, então administrador da NASA, parabenizou publicamente a China. Mas o sucesso chinês também acendeu o alerta em agências espaciais ocidentais. Embora a legislação dos Estados Unidos proíba a cooperação direta com a China em projetos espaciais, houve troca indireta de dados científicos, especialmente através de parceiros europeus. A ESA, por exemplo, participou com instrumentos nas missões Shangier. No entanto, o lado oculto da lua, por sua natureza isolada, despertou também teorias da conspiração. Alguns sugeriram estruturas misteriosas, objetos anômalos ou artefatos ocultos. Um exemplo claro foi a famosa cabana lunar. Em 2021, o YouTube 2 avistou uma silhueta cúbica no horizonte. Durante semanas, a internet explodiu em especulações. Teria o rover encontrado um monólito, um edifício alienígena? O apelido Casa Misteriosa pegou, mas conforme o Rover se aproximou, ficou claro. Era apenas uma pedra com formato peculiar. Curiosamente, ela se parecia com um coelho agachado. [Música] Uma coincidência poética, já que o nome Yutu significa justamente coelho de Jade. A história viralizou, mas serviu para ilustrar o fascínio e os exageros em torno do lado oculto da lua. [Música] Mas enquanto teorias surgiam, o programa chinês seguia avançando com objetivos concretos. Estima-se que o país esteja preparando a construção de uma base robótica no sul lunar, utilizando impressão 3D e recursos locais. A ideia é erguer instalações a partir do próprio solo lunar. E esse plano está sendo executado com um cronograma definido. A Tang 6 já retornou com amostras do lado oculto em 2024. As missões Tang 7 e 8 previstas para o final da década buscarão gelo de água nos polos e testarão tecnologias de extração e habitação. A presença de água no polo sul lunar é um dos maiores trunfos. Missões como a indiana Shandrayan 1 e a americana El Cross confirmaram depósitos em crateras eternamente sombreadas. A água pode ser usada para sustentar astronautas, gerar oxigênio respirável e combustível de foguete. A combinação entre gelo, luz solar contínua em certas elevações e o silêncio radioelétrico do lado oculto cria o cenário ideal para uma base científica de longo prazo. [Música] A China já declarou intenção de montar essa base com parceiros internacionais, fora do escopo dos acordos Artemis liderados pelos Estados Unidos. [Música] Enquanto isso, os Estados Unidos buscam recuperar sua liderança lunar com o programa Artemis, que planeja levar humanos novamente à Lua até 2027, com o suporte da SpaceX e outras empresas privadas. A China, por sua vez, pretende levar seus taconautas ao solo lunar até 2030, com o novo foguete longa marcha 10 e um módulo de pouso próprio. O palco está armado. Ambos os países querem estabelecer presença permanente nos mesmos locais. Cristas iluminadas próximas a crateras com gelo. E isso tem potencial para gerar disputas. O tratado do espaço exterior de 1967 proíbe a posse territorial da lua, mas não regula claramente a extração de recursos. Assim, quem chegar primeiro estabelecer infraestrutura e ditar as regras terá poder de influência global. [Música] A nova corrida espacial já começou, mas desta vez não se trata apenas de plantar uma bandeira. Trata-se de extrair recursos, montar bases, produzir energia, estudar o universo em silêncio absoluto. [Música] A lua, que por tanto tempo foi deixada de lado, tornou-se agora o centro da disputa pelo futuro. Seja pela busca por Hélio 3, seja pelo domínio estratégico das comunicações e da ciência, o lado oculto da lua já não está mais no escuro. Ele é agora o verdadeiro campo de provas da próxima era da exploração espacial. E o que for descoberto lá, seja rocha, água ou algo além, pode muito bem decidir os rumos do nosso planeta nas próximas gerações. [Música] [Música]

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