O que Aconteceu com a RICARDO ELETRO?!

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Como é possível que em pouco mais 
de três décadas de existência, uma lojinha de apenas 20 metros quadrados, do 
interior de Minas Gerais, chegue a ser uma das maiores redes varejistas do Brasil e depois faça 
o caminho contrário, com falência, se enrolando com a justiça e tentando voltar aos negócios? 
Pois isso tudo aconteceu com a Ricardo Eletro. Se você se liga em notícias do mundo empresarial, 
já deve ter ouvido falar dessa história, e mesmo que você não tenha esses interesses, 
já deve ter comprado alguma coisa na Ricardo Eletro. Mas como foi que ela cresceu tão rápido? 
Como foi à falência? E como está hoje a Ricardo Eletro e seu fundador, o Ricardo Nunes? É 
exatamente o que eu te conto nesse vídeo. Para entender a história da Ricardo Eletro 
é preciso entender a própria história de seu fundador, o empresário Ricardo Nunes. Ele 
nasceu em Divinópolis, no interior do estado de Minas Gerais. De família humilde, teve 
que começar a trabalhar cedo. Aos 12 anos já vendia mexerica que era colhida no sítio da 
família e comercializada pelas ruas da cidade. Com grande espírito empreendedor, quando 
completou a maioridade, Ricardo Nunes viajava regularmente para São Paulo. Nas lojas da Rua 
25 de março, um dos maiores centros de compras populares do Brasil, ele adquiria bichinhos de 
pelúcia, que depois revendia em Divinópolis. Em 1989, com apenas 18 anos de idade e contando 
com a ajuda financeira da família, Ricardo abriu sua primeira loja, que já se chamava Ricardo 
Eletro, mas que vendia apenas os tais bichos de pelúcia. O pequeno empreendimento que funcionava 
numa sala de apenas 20 metros quadrados, no entanto, logo passou a fazer jus ao nome 
que tinha e a vender aparelhos eletrônicos. Com o tempo, a Ricardo Eletro cresceu e passou 
a obter destaque no setor. Isso acontecia, principalmente por causa de 
duas principais estratégias de vendas aplicadas por seu proprietário.
A primeira era driblar os concorrentes e cobrir qualquer oferta que surgisse na 
praça, e a segunda era abrir suas filiais em áreas próximas de onde seus concorrentes 
já estavam instalados. Com isso, a Ricardo Eletro procurava “roubar-lhes” a freguesia.
Sem dúvidas, as estratégias funcionaram, porque com o tempo as Lojas Ricardo Eletro 
passaram a existir em número cada vez maior e se espalharam por todo estado de Minas.
Em 2007, a loja, que agora já era uma rede, tinha a ambição de proliferar-se por 
todo o território nacional. Para isso, comprou a rede de lojas Mig e instalou suas 
primeiras unidades nos estados de São Paulo e Goiás. Mas a Ricardo Eletro ainda 
tinha a intenção de crescer muito mais. Em 2010, a Ricardo Eletro dá um salto ainda maior 
e realiza uma fusão histórica com a Insinuante, uma rede de lojas de origem baiana, com filiais em 
todos os estados do nordeste brasileiro. Com isso, a rede varejista de Ricardo Nunes se tornava 
oficialmente o grupo Máquina de Vendas, e consolidava-se como a segunda maior holding do 
Brasil no ramo de eletrodomésticos, à frente do Magazine Luíza e atrás apenas do Pão de Açúcar.
Desde então, a rede foi crescendo mais e mais. Ampliou muito seus números com relação à 
receita, unidades e funcionários através da aquisição das redes City Lar, em 2010, 
Eletro Shopping, em 2011, e a Salfer, adquirida e incorporada ao grupo em 2012.
Toda essa expansão possibilitou que a Máquina de Vendas se tornasse a rede 
de maior cobertura territorial do país, presente em 23 estados e no Distrito Federal. 
Tanto que em 2014, a Máquina de Vendas chegou a ter quase 10 bilhões em vendas, com 1.200 lojas 
espalhadas pelo Brasil e 25 mil funcionários contratados, além de 25 centros de distribuição.
Em abril de 2016, ainda vivendo o seu auge, as marcas pertencentes à holding 
de Ricardo Nunes tiveram todas as suas bandeiras unificadas, deixando como a 
principal marca do grupo a Ricardo Eletro. Nessa época, a empresa buscava trabalhar de 
forma enxuta, tendo apenas sete diretores, e continuava cobrindo qualquer oferta, o que 
gerava uma entusiasta campanha de marketing, que agora era feita na televisão.
A Ricardo Eletro torna-se definitivamente conhecida de todos os brasileiros, pois seus 
anúncios estavam presentes nos programas de maior audiência das maiores emissoras do país.
Ao mesmo tempo, o próprio Ricardo Nunes foi se tornando popular, pois de 20 anos para cá, o 
marketing das grandes empresas passou a ser atrelado, muitas vezes, pelo seu próprio 
dono ou acionista principal. São exemplos disso o empresário Sidney Oliveira, da 
Ultrafarma e Luciano Hang, da Havan. Foi exatamente o que aconteceu com a Ricardo 
Eletro, que atrelou a imagem de Ricardo Nunes a todo o merchandising que era feito da empresa 
durante a primeira metade da década de 2010. No entanto, problemas internos, de ordem 
administrativa e financeira já vinham ocorrendo dentro do grupo. Quando eles 
viessem à tona, alguns anos mais tarde, somados a desgastes atribuídos 
à figura de Ricardo Nunes, fariam toda essa campanha de marketing voltar-se 
contra a própria empresa de maneira catastrófica. 2017 pode ser definido como o ano do 
início da queda da Ricardo Eletro. Com dificuldades para manter um trabalho 
coeso entre as coordenações de suas filiais, a rede já começava a 
apresentar sinais de desgaste. Naquele ano também, com o aumento 
da concorrência no mundo digital, a receita da empresa caiu cerca de 40%, segundo 
cálculos realizados pelo Jornal Valor Econômico, com base nos balancetes anuais da empresa.
Em dinheiro, significa dizer que a receita já havia diminuído de 10 para cerca de 
6 bilhões de reais ao ano. Com isso, o número de lojas caiu para 650, e o 
de funcionários para a casa dos 13 mil. Em agosto de 2018, a Ricardo Eletro entrou com 
uma ação na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais. O pedido foi aceito em janeiro de 
2019 e assim, foi concedido à empresa um valor de 1,9 bilhão de reais para recuperação. A partir 
daí, torna-se público que a situação da empresa não era das melhores, uma vez que ela buscava 
ajuda para se recuperar financeiramente e quitar dívidas que tinha com cerca de 17 mil credores.
Mas o que teria levado a empresa a essa situação? Margens espremidas de lucros, gestão 
descentralizada, má administração, falta de estoque e falta de atualização no mercado digital 
são alguns dos principais motivos que levaram a Ricardo Eletro, que teve ascensão meteórica, a 
viver uma queda ainda mais rápida e violenta. A figura de Ricardo Nunes era muito poderosa 
dentro da empresa. Segundo André Pimentel, sócio da Performa Partners, consultoria 
especializada em reestruturação, a construção de uma empresa baseada em gestão extremamente 
centralizada no dono é um erro. Ricardo Nunes era o rosto publicitário da marca, além de participar 
de todo o funcionamento do negócio. Para Pimentel, a presença marcante do empresário impossibilitou 
a companhia de construir uma equipe profissional, que se sustentasse sozinha.
A falta de estoque também está atrelada à má administração e à falta 
de comunicação entre as unidades. Assim, muitas vezes, a rede anunciava produtos 
que faltavam em suas prateleiras, e isso, além de desagradar o cliente, que se sentia 
enganado, diminuía o faturamento da empresa. Já a questão das margens espremidas de lucro está 
ligada à estratégia da empresa que sempre foi, desde que Ricardo Nunes abriu sua primeira 
lojinha, a de cobrir a oferta do concorrente a qualquer custo, o que muitas vezes 
gerava prejuízos, caracterizando-se também como uma forma de má administração.
E, com certeza, o fato de não se atualizar, não se preparando para a grande mudança da década que foi 
a chegada do mercado digital, fez com que a rede ficasse para trás. Quando os executivos perceberam 
que o público comprador estava preferindo cada vez mais comprar na internet do que ir até 
a loja física, já era tarde, e a Ricardo Eletro já tinha perdido milhões em receita.
Após o pedido de reestruturação feito à justiça em 2018, Ricardo Nunes e familiares deixaram de 
fazer parte do quadro de acionistas do grupo, e afastaram-se também de sua administração.
Em julho de 2020, Ricardo Nunes e sua filha Laura Nunes foram presos sob a acusação 
de terem sonegado mais de 400 milhões de reais em impostos no estado de Minas 
Gerais ao longo de mais de cinco anos. As investigações da Receita Federal levaram a 
concluir que Ricardo Nunes cobrava o imposto dos consumidores, anexado ao preço dos 
produtos, mas não repassava ao estado. Em nota oficial, a empresa informou que os 
problemas envolvidos no processo não têm vínculo nenhum com a atual gestão da empresa, sendo todos 
referentes à gestão de Ricardo Nunes, que vendeu sua participação ao empresário Pedro Bianchi, 
que hoje é o presidente da Máquina de Vendas. Mesmo assim, como a figura de Ricardo 
Nunes está profundamente ligada à marca Ricardo Eletro, a empresa sofreu também as 
consequências desse escândalo financeiro. Ainda em 2020, o grupo pediu recuperação judicial. 
Na época, a empresa tinha dívida superior a 4 bilhões de reais. Foi quando as 300 lojas físicas 
que ainda resistiam foram fechadas, resultando na demissão de 3.600 funcionários e colocando um 
ponto quase final na história da Ricardo Eletro. No dia 9 de junho de 2022, a justiça 
chegou a decretar a falência da empresa, mas a decisão foi revogada no dia seguinte. 
Segundo o desembargador Maurício Pessoa, da 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial de São 
Paulo, a manutenção da quebra poderia gerar danos irreversíveis e assim decretou que o processo 
de recuperação judicial deveria prosseguir. A última notícia que se tem até a data desse 
vídeo, segundo o Terra, é que a Ricardo Eletro vai voltar. A Máquina de Vendas, no entanto, 
planeja fazer o relançamento de suas operações, com nova logomarca e campanha, apostando no 
avanço da operação via marketplace e promete a volta das lojas físicas em 2023.
Mas você deve estar se perguntando: E o que foi que aconteceu com o Ricardo 
Nunes, fundador da Ricardo Eletro e um dos principais responsáveis por toda essa lambança?
Ricardo Nunes hoje tem mais de 180 mil seguidores no Instagram e é coach de empreendedorismo, 
ministrando cursos e palestras sobre temas como gestão, vendas, marketing, crescimento 
empresarial e inovação – acredite se quiser. E ai, o que você achou da polêmica 
envolvendo a Ricardo Eletro e o próprio Ricardo? Comenta aqui 
embaixo que eu quero saber. Se você quer descobrir como eu produzo 
esses vídeos aqui e como você pode criar um negócio contando histórias, confere uma 
aula grátis no primeiro link da descrição. Agora, pra descobrir o que está acontecendo com os 
carros manuais e por que eles estão desaparecendo, confere esse vídeo aqui na tela. Aperta 
nele que eu te vejo lá em alguns segundos. Por esse vídeo é isso, um 
grande abraço e até mais.

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