O que está Acontecendo com Nova York?!

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Outro dia, um amigo que trabalhou 
como cozinheiro em Nova York me disse: “Lá você faz dinheiro, mas não vive.”
Ele trabalhava 15 horas por dia, seis dias por semana. O sistema é simples: 
quanto mais você trabalha, mais você ganha. E esse é o paradoxo de Nova 
York: a cidade que nunca dorme, onde as oportunidades são infinitas, mas 
morar custa mais do que você pode pagar. Lá, o aluguel de um apartamento ultrapassa 
os 3.800 dólares por mês. É a menor taxa de vacância dos últimos 50 anos. E, apesar das 
promessas, as políticas públicas que deveriam resolver esse problema acabam piorando tudo.
Mas como? Como uma das cidades mais ricas e influentes do mundo não consegue oferecer algo 
tão básico quanto um lugar decente para morar? Esse vídeo é em parceria com a Nomad, a 
melhor conta internacional para você viajar, 3.859 dólares por mês. Esse é o preço médio 
do aluguel de um apartamento em Nova York. Se você ganha o salário mínimo de 16 dólares 
por hora, precisaria trabalhar todos os dias do mês, 8h por dia, só para pagar o aluguel. 
Sem comer. Sem se deslocar. Sem viver. E mesmo assim, encontrar um lugar 
para morar é como ganhar na loteria, apenas 1,4% dos apartamentos em Nova York 
estavam disponíveis para aluguel em 2023 — a menor taxa em 50 anos. Isso empurra milhares de 
pessoas para apartamentos ilegais, como porões e subsolos, que se tornam armadilhas fatais.
Em 2021, o furacão Ida trouxe chuvas torrenciais que inundaram o sistema de esgoto da cidade. 
Prédios foram alagados. Treze pessoas morreram. Onze delas estavam nesses apartamentos ilegais.
Como chegamos aqui? Nos anos 70, Nova York estava falida. Durante 
uma crise econômica, centenas de milhares de moradores fugiram. Bairros inteiros foram 
abandonados. Prédios ficaram vazios. Agora, a história é outra. Nova York voltou 
a ser o centro do mundo. Trabalho, cultura, vida. Mas a cidade cresceu rápido demais. 
O número de empregos e moradores disparou, mas a oferta de moradias não acompanhou.
O resultado disso são pessoas como Rosanna Glasgow, de 37 anos, que trabalha na linha 
de segurança do aeroporto JFK. Rosanna mora com a mãe e o irmão em um apartamento 
no Queens. 2.600 dólares por mês por um lugar onde o aquecimento não funciona, 
e o dono do prédio se recusa a consertar. Ela tentou se mudar, mas não encontra 
nada por menos de 3.600 dólares. Isso é mais do que ela consegue pagar.
Rosanna é só mais uma na estatística: 500 mil famílias gastam mais da metade do 
que ganham apenas para pagar o aluguel. E a situação piora para comunidades negras e 
latinas, que têm as menores rendas e enfrentam os maiores índices de segregação econômica e racial.
Aqui está o dado que explica tudo: A renda média de uma família que aluga em Nova York é de 70 mil 
dólares por ano. Segundo as diretrizes do governo, isso significa que um aluguel “justo” não 
deveria passar de 1.750 dólares por mês. Mas o aluguel médio em Manhattan 
ou Brooklyn é o dobro disso. E mesmo as chamadas “habitações acessíveis” 
são absurdamente altas. Em Long Island City, um apartamento de dois quartos listado como 
“acessível” custa 4.434 dólares por mês. Isso não é acessível em lugar nenhum. Isso é mais 
da metade da renda anual de uma família típica. E aqui entra outro fator crucial, que é o impacto 
da gentrificação. Bairros como Williamsburg, no Brooklyn, já foram refúgios para artistas 
e trabalhadores. Hoje, eles são vitrines de luxo. Cafés caros, condomínios de vidro 
e aluguéis exorbitantes. As comunidades locais simplesmente desaparecem.
O presidente do distrito de Manhattan, Mark Levine, resumiu a crise:
“Os aluguéis estão expulsando os trabalhadores que fazem essa cidade funcionar. 
Professores, enfermeiros, artistas. A próxima geração de nova-iorquinos está indo embora porque 
simplesmente não consegue pagar para viver aqui.” E isso não afeta só quem ganha 
pouco. Mesmo profissionais que ganham 100 mil dólares por ano estão presos 
em quartos compartilhados até os 30 anos. Trabalhando muito. Pagando tudo. Vivendo pouco.
Nova York está cada vez mais fora do alcance. A pergunta é: o problema da cidade é só o custo 
da moradia? Ou tem algo a mais nessa história? Nova York no verão é insuportável. Julho e agosto 
transformam a cidade em um forno gigante. O calor vem acompanhado de uma umidade que gruda na 
pele e torna as ruas quase intransitáveis. Em bairros mais pobres, onde o concreto e o 
asfalto dominam a paisagem, a temperatura sobe ainda mais. É o efeito “ilha de calor”: prédios e 
ruas retêm o calor do sol durante o dia e devolvem tudo à noite, como um forno sem descanso.
Para os moradores mais vulneráveis, não ter ar-condicionado pode ser fatal – literalmente.
Todos os anos, 350 pessoas morrem em Nova York por causa do calor extremo. São, em sua maioria, 
idosos e famílias de baixa renda — aqueles que não conseguem pagar por ar condicionado 
ou mesmo a conta de energia no fim do mês. Qual a solução proposta?
Mais uma lei, essa obriga os proprietários a garantir temperaturas internas 
abaixo de 25,5°C. Parece simplese justo. Mas aqui entra o problema: quem paga a conta.
Os prédios mais antigos de Nova York, onde vivem muitas famílias de classe média e 
baixa, têm sistemas elétricos ultrapassados. Instalar ar-condicionado significaria 
reformas caras e manutenção constante. E os proprietários deixaram claro: esse 
custo vai cair no colo dos inquilinos, na forma de aluguéis ainda mais altos.
Mas o calor é só metade da história. Quando o inverno chega, a luta se inverte. 
Sistemas de aquecimento antiquados deixam apartamentos congelantes, obrigando famílias 
inteiras a dormirem de casaco e touca. No verão, vêm baratas.
No inverno, os ratos. Isso não é sobre conforto — é sobre 
sobrevivência em uma cidade onde a infraestrutura não acompanha o ritmo moderno. O 
sistema está antigo, quebrado e sobrecarregado. Enquanto isso, políticas surgem como soluções 
temporárias o tempo todo para esse problema: Redistribuir aparelhos de ar-condicionado usados. Subsídios governamentais 
para famílias de baixa renda. Parcerias público-privadas que já funcionam em 
cidades como Phoenix durante ondas de calor. Mas a verdade é que essas propostas são remendos. 
O problema continua sendo o mesmo: prédios velhos, infraestrutura obsoleta e inquilinos 
presos em um sistema que não funciona. Nova York está em uma encruzilhada. Seus 
verões matam. Seus invernos congelam. E quem paga o preçosão sempre os mesmos: os 
trabalhadores que fazem a cidade funcionar, mas que vivem sob um aperto constante — 
de temperatura, de aluguel e de pragas. Quando morei no Canadá, eu percebia uma coisa: os 
canadenses sabem que se os imigrantes decidirem ir embora, o país simplesmente para. Seja por 
qualquer motivo, salários baixos, moradias precárias ou falta de oportunidades.
NOMAD Mas pra você que mora no Brasil e não quer ser 
um imigrante nos Estados Unidos, você ainda pode Não é um exagero que imigrantes são a base de 
setores essenciais: eles colhem os alimentos, constroem as casas, cuidam dos 
doentes e mantêm as cidades funcionando. A economia inteira depende deles.
E Nova York está começando a enfrentar esse mesmo risco. Se os trabalhadores essenciais 
— muitos deles imigrantes — não conseguirem mais pagar para viver, a cidade que nunca 
dorme vai começar a ficar com muito sono. O brilho dos arranha-céus pode continuar, 
mas sem as pessoas que fazem tudo funcionar, Nova York se torna um palco vazio.
O paradoxo é claro: Como uma das cidades mais ricas do mundo ainda deixa seus moradores 
lutarem contra algo tão básico quanto o clima? Nova York tem um problema: faltam casas 
para alugar. Os preços estão nas alturas, as vagas quase não existem, e cada 
apartamento disponível vira uma disputa. A prefeitura tentou resolver isso. Em setembro 
de 2023, entrou em vigor a Lei Local 18, que mirava os aluguéis de curto 
prazo em plataformas como Airbnb. A lógica parecia simples:Se menos apartamentos 
forem alugados para turistas, em teoria sobrariam mais moradias para os nova-iorquinos. Mas a 
gente sabe que a teoria é diferente da prática. De fato as listagens no Airbnb despencaram 82%. Em 
agosto de 2023, havia mais de 22 mil anúncios de hospedagens curtas. Cinco meses depois, sobraram 
apenas 4 mil. Plataformas como Airbnb e VRBO foram obrigadas a remover listagens não registradas e 
apenas permitir hospedagens em imóveis aprovados. O mercado de turismo sentiu o golpe. A taxa 
de reservas caiu 52%. Pequenos anfitriões foram forçados a parar. A lei fez o que 
prometeu: acabou com os aluguéis curtos. Mas aqui é onde a coisa fica interessante. 
As moradias de longo prazo não ficaram mais baratas. O valor do aluguel médio em Nova 
York, inclusive, subiu mais de 3% em 2024, superando cidades como Chicago e Los Angeles.
E quem pagou o preço não foram os grandes investidores, nem as empresas que controlam 
dezenas de imóveis. Foram pessoas comuns. Nem todo mundo que aluga um espaço em Nova York é 
um grande investidor tirando moradias do mercado. Muitos são pequenos proprietários, como 
aqueles que alugam metade da própria casa para conseguir uma renda extra. Só que 
agora, isso ficou praticamente impossível. Embora a lei ainda permita esse tipo de aluguel na 
teoria, os requisitos rígidos acabam dificultando as operações. Para esses moradores, a casa onde 
vivem é sua única propriedade—não há um portfólio de imóveis ou lucro milionário. É apenas 
uma tentativa de equilibrar as contas. Mas, com a nova lei, até essa opção desapareceu.
Pra fazer parte é necessário estar em um edifício aprovado, com um limite de dois hóspedes 
e a presença obrigatória do anfitrião. Só que a medida, projetada para combater a escassez 
de moradias acessíveis, tá sendo questionada. A lei foi criada para atingir grandes 
empresas que controlam várias localidades, mas acaba respingando nos pequenos anfitriões 
que dependem da renda extra para sobreviver. A Lei Local 18 atacou o sintoma, mas 
não a causa. Porque o problema nunca foi o Airbnb. O problema é que Nova 
York não tem moradias suficientes. Enquanto o mercado imobiliário é tratado 
como um ativo financeiro — algo para ser especulado e lucrado — os trabalhadores que 
fazem a cidade funcionar continuam sem opções. E no final das contas, os maiores perdedores 
foram os pequenos anfitriões e os inquilinos, que agora enfrentam aluguéis ainda mais altos.
A promessa da lei era clara: liberar moradias acessíveis. A realidade? Só piorou.
Talvez o grande problema de Nova York não seja a falta de imóveis, o excesso de 
regulações, os imóveis antigos e altos alugueis. Talvez o problema seja o excesso de população.
Da mesma forma que nos anos 70 a crise levou a uma fuga populacional da cidade, 
talvez a crise atual leve ao mesmo fim. E com menos pessoas disputando os poucos 
imóveis, talvez os preços comecem a baixar. Agora me diz, o que você acha que 
resolveria a situação atual de Nova York? Me conta aqui nos comentários.
Ah, e não esqueça de abrir sua existe um mercado clandestino alimentado pela 
máfia do ferro-velho. A Lei do Desmonte de 2014 prometia acabar com isso, mas será 
que realmente funcionou? Aqui é Brasil, então nesse vídeo aqui que tá na tela eu te conto 
como o crime organizado dribla a fiscalização e mantém vivo o mercado ilegal de peças automotivas.
Então clica nele aí que eu te vejo lá em alguns segundos. Por esse vídeo é 
isso, um grande abraço e até mais

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