O que está Acontecendo na EUROPA?

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A Europa vive uma das piores crises de 
sua história com os aluguéis e preços de casas atingindo valores astronômicos.
Por lá, mais de 25% dos jovens entre 15 e 29 anos vivem em condições de superlotação, e na 
Irlanda, o percentual de jovens de 18 a 24 anos morando com os pais aumentou 10% em cinco anos.
Em 2023, os aluguéis em Londres tiveram um aumento médio de 17%, muito acima da inflação e do aumento 
salarial. O maior salto já registrado desde 2014. Pra você ter uma ideia de quão expressivo foi esse 
aumento, em uma década inteira entre 2012 e 2021, o aumento médio dos aluguéis foi de 19%.
E pra completar o aumento nos preços pra comprar um imóvel nesse mesmo período foi de 47%.
E o problema não para nos imóveis prontos, os preços para construir também são 
astronômicos, o que faz desta a pior crise na construção civil da Europa em décadas.
Na Alemanha, novas licenças de construção caíram mais de 27% no primeiro semestre de 
2023. E a Suécia está sofrendo sua pior queda desde a década de 90, com taxas de 
construção que não chegam a um terço do que é preciso para suprir a demanda por moradia.
Ou seja, faltam moradias, os valores estão super inflacionados e o mercado de construção 
ainda enfrenta uma crise sem precedentes. E no meio disso tudo, uma guerra 
entre donos de imóveis que querem ganhar dinheiro de aluguel no Airbnb e o 
governo que não quer deixar isso acontecer. Então:
– Como a Europa conseguiu chegar a este ponto?
– E quem são os grandes culpados? Esse vídeo é patrocinado pela Nomad, tenha uma 
conta corrente global com saldo em dólar, seja Aluguéis inflacionados, altas taxas de juros 
e falta de oferta são a receita caótica para a crise habitacional européia.
A regra de oferta e demanda está no topo das razões para a crise.
Quanto maior a demanda e menor a oferta, mais caro é o produto. Isso vale para 
roupas, jogos, eletrônicos e… casas. Muitas metrópoles européias, como Londres, 
viram os preços baixarem e subirem na medida que a pandemia chegou e foi embora.
Com a volta do presencial, muitas pessoas tiveram que voltar a morar nas grandes cidades européias, 
com isso, o valor de moradia voltou a subir. Fora que durante a pandemia, como os jovens 
estavam optando por ficar nas casas dos pais, muitos proprietários pensaram que já não 
valia a pena manter suas casas de aluguel, por isso optaram por vendê-las.
Assim, em muitas metrópoles, a volta de trabalhadores e estudantes 
coincidiu com a falta de casas para alugar, os altos níveis de inflação e o aumento das taxas 
de financiamento, acabaram fazendo as pessoas que antes teriam dinheiro para comprar, optarem 
pelo aluguel, aumentando ainda mais a demanda. Mas a grande pergunta é: 
por que está faltando casas? Bom, além do fator pandemia que fez 
os proprietários enxergarem na venda uma opção mais vantajosa, as hipotecas altas 
foram outro incentivo para eles optarem por vender seus imóveis, diminuindo o estoque 
de casas para alugar e piorando a crise. E pra piorar, eles não conseguem 
simplesmente construir mais. A inflação alta levou os custos de construção 
às alturas, dificultando novas obras. E como se isso já não bastasse, os países 
europeus têm ainda os fatores histórico e de falta de espaço para administrar.
Construir em alguns países europeus apresenta alguns desafios devido a preocupação com 
a preservação do aspecto histórico das cidades, resultando em processos burocráticos 
complexos. Conseguir autorizações para a construção de arranha-céus, uma 
potencial solução para a falta de espaço, é particularmente difícil. Essas políticas 
refletem a prioridade em manter a estética urbana. E a questão fica ainda mais profunda quando 
você descobre que a falta de moradia é só uma parte da crise. As casas não são as 
únicas coisas que estão caras na Europa. Os países europeus estão sendo extremamente 
afetados pela guerra na Ucrânia. Já que a rússia exporta gás para a União Europeia, 
a guerra causou uma crise energética gigantesca. Em outubro de 2022, à medida que os custos 
de importação aumentaram após a invasão da Rússia na Ucrânia, a inflação na área 
do euro atingiu o pico de 10,6%. Mas, no meio dessa confusão toda, e com uma escassez 
de recursos e moradias, duas tendências surgem no horizonte: o aluguel compartilhado e o 
aluguel temporário, ambos deixaram de ser uma realidade apenas de universitários.
Mas será que essa é realmente apenas uma fase ou é tendência de mercado? E quem são 
as pessoas mais afetadas por essa crise? Aluguel compartilhado não deve ser uma novidade 
se você mora em alguma metrópole superlotada, como São Paulo.
Nessa modalidade, ao invés de alugar um apartamento inteiro, 
você aluga só um quarto e compartilha os outros cômodos com os demais moradores.
Com a alta nos preços de moradia, compartilhar aluguel virou praticamente regra em várias cidades 
da Europa, principalmente entre os mais jovens. A jornalista Tátylla Mendes se surpreendeu 
quando descobriu que era assim que se vivia na Espanha. Ela conta que foi um choque enorme 
descobrir que compartilhar apartamento é um dos jeitos mais comuns de viver em Barcelona.
Ela conta que essa é uma prática muito comum principalmente entre os jovens, 
consequência direta do fato de o preço do aluguel por metro quadrado estar na 
média de 16 €, em fevereiro de 2022. E se as casas compartilhadas estão na 
moda, as de temporada então nem se fala, e essas são apontadas como parte do problema.
Os altos impostos acabaram influenciando o proprietário europeu de duas formas: ou 
ele vendeu sua propriedade e se livrou logo do problema ou entrou no mercado do aluguel 
temporário para lucrar muito mais com seu imóvel. E realmente, os aluguéis temporários podem ser 
muito mais lucrativos para os proprietários. Acontece que o interesse exagerado por 
esse mercado agrava ainda mais o problema de oferta de aluguéis de longa duração.
Em Veneza, por exemplo, nas ilhas centrais da cidade já existem mais acomodações para 
turistas do que para residentes permanentes. Filippo Celata, professor de geografia 
econômica da Universidade La Sapienza de Roma, disse o seguinte à Folha:
“O efeito mais direto e perigoso é a redução da disponibilidade de unidades para 
aluguel a longo prazo. Isso compromete o acesso à moradia da população de renda baixa e média. 
E, quando o fenômeno é concentrado em uma área, produz efeitos na cidade toda, alimentando a 
desigualdade entre bairros ricos e pobres.” Cidades como Roma não têm nenhum tipo 
de norma para regulamentar esse mercado. Mas várias cidades européias estão se 
mexendo para controlar a modalidade. Esses argumentos parecem um completo absurdo, se 
já não bastasse pagar imposto sobre a propriedade, os governos querem dizer o que você 
pode ou não fazer com algo que é seu. Esse assunto se tornou tão complexo e polêmico 
que nós inclusive já fizemos um vídeo aqui no canal, sobre o chamado Efeito AirBNB.
Uma das artimanhas dos governos é limitar a profissionalização do setor, como quando uma 
pessoa administra várias locações no Airbnb. Outra estratégia é determinar um limite máximo 
de tempo para os aluguéis. Em Amsterdã o limite é de 30 dias por ano, em Paris pode chegar a 120.
Florença foi ainda mais longe, proibindo registros de novas acomodações de curta duração.
A Joseph Rowntree Foundation (JRF) aponta problemas prévios que culminam no aumento dos 
aluguéis temporários. Taxas de juros crescentes e alta inflação levam a um “congelamento” do 
mercado em um cenário onde a construção para, as transações estagnam e aí sim os investidores ricos 
compram propriedades para aluguéis de curto prazo, os aluguéis continuam subindo e os proprietários 
vulneráveis ficam presos em moradias inacessíveis. Assim, o aluguel de curto prazo é na verdade 
uma solução paliativa pro proprietário que se vê sufocado por alta taxa de juros, dificuldade 
de vender seus imóveis e aluguéis que não trazem um retorno satisfatório pro valor do imóvel.
No Brasil, o aluguel temporário é amparado pela legislação. Na Lei do Inquilino, os artigos 48, 49 
e 50 falam exclusivamente dessa modalidade. Aqui o prazo máximo para locação é de 90 dias.
Mas isso não impede os preços dos aluguéis de irem às alturas.
Segundo dados do QuintoAndar, considerando os preços anunciados online, entre 
março de 2022 e março de 2023 o valor médio para alugar um apartamento subiu 126% em Buenos Aires, 
12% na Cidade do México, 11,2% em São Paulo, 10,9% em Quito e na Cidade do Panamá e 6,3% em Lima.
O caso de Buenos Aires é emblemático. Segundo matéria da BBC, embora exista uma lei que regule 
o mercado de aluguéis, “na prática não funciona”, afirma Gervasio Muñoz, presidente da 
Associação de Inquilinos. “Aluguéis na Argentina funcionam sob a lei da selva.”, diz ele.
Os especialistas preveem que, enquanto a inflação no país não cair, os preços dos aluguéis 
em Buenos Aires também não vão diminuir. As razões e problemas se assemelham à Europa.
Mas se por um lado a situação do morador está pior pela falta de aluguéis de longo prazo, 
pra quem quer viajar tá muito mais fácil, porque há muitas opções de estadia 
que ha alguns anos atrás não existia. E se por um lado a burocracia tem limitado 
o cidadão europeu, seja ele proprietário os grandes culpados? Comenta aqui abaixo.
Agora, você já se perguntou quem manda no Mar? Quem define as leis, ou se existe alguma?
Bom, eu acabei de gravar um vídeo falando exatamente sobre isso, pra assistir é 
só apertar no card que tá aqui na tela Então aperta nele aí que eu 
te vejo lá em alguns segundos

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