O real digital Drex vem em 2026, como se proteger?

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O Banco Central anunciou que o Drex entra em funcionamento em 2026. Já é hora de aceitar que o Brasil passou de Venezuela paraa China. O que fazer para se proteger? É hora de sair do Brasil? Pois eu recebi várias perguntas como essa nos últimos dias, porque sim, é verdade. O Bassen anunciou que oficialmente o Drex entra em vigor no ano que vem e isso deixou muita gente preocupada. Então é preciso revisitar o assunto, até porque há novidades no desenvolvimento do Drex. E eu venho acompanhando de perto o tema, pelo menos desde a criação do Pix lá em 2020 e depois com o anúncio do Drex. E de forma mais ampla, eu estudo as moedas digitais de bancos centrais, as chamadas CBDCs, Central Bank Digital Currencies, desde 2014, 2015. e venho alertando sobre os perigos desse tipo de tecnologia que dão um poder enorme aos governos, aos bancos centrais, o que pode atentar contra a nossa liberdade e privacidade e potencialmente pode ser um dispositivo totalitário. Então é preciso sim explicar o que está acontecendo. E até eu começo recapitulando o que são as CBDCs, porque essa é a ideia de digitalizar o nosso papel moeda, o dinheiro em espécie, que hoje nós usamos cada vez menos, mas é o dinheiro que o Banco Central emite e nós temos acesso, nós temos contato. A CBDC seria a digitalização deste papel moeda. Portanto, nós passamos a ter uma conta digital no próprio Banco Central. é uma carteira digital conectada na autoridade monetária, em que nós não precisamos mais usar as contas bancárias tradicionais, os bancos, nós contornamos ou ignoramos o sistema bancário e passamos a estar conectados diretamente no Banco Central. Essa seria a versão mais transformadora do sistema financeiro, porque acaba impactando intermediação financeira, torna os bancos até obsoletos ou desnecessários. E por isso que essa é a versão mais radical dessa ideia de CBDC e que ao longo dos anos veio a ser chamada de CBDC de varejo, retail CBDC. E por ser mais radical e por trazer todos esses riscos que eu acabei de descrever, poucos países ainda foram adiante com esse tipo de tecnologia, a exceção da China. Alguns outros estão em desenvolvimento, mas é um modelo muito mais então radical. e perigoso. Por isso que nos Estados Unidos vários estados já proibiram em lei CBDCs e por decreto do presidente Trump também já houve uma proibição de uma moeda digital emitida pelo Banco Central Americano. E qual foi a confusão ou o medo que então trouxe o Drex ao longo dos anos? Porque o Banco Central veio definindo o Drex como o real digital, que seria então a moeda digital do Banco Central do Brasil. Mas desde o início, quando eu analisei o Drex e tem vários vídeos aqui ao longo desses últimos anos, vou colocar uma lista desses vídeos para vocês acompanharem. Até aproveitando, quem tá vinha analisando o Drex e a da forma como ele foi anunciado, eu percebi, opa, isso aqui não é bem essa CBDC de varejo, esse projeto mais raiz e muito perigoso. Essa, na verdade, é uma CBDC de atacado, holale o CBDC, porque está apenas transformando o dinheiro dos bancos no Banco Central, que são as chamadas reservas bancárias. Este arranjo, este tipo de tecnologia é bem menos radical, bem menos transformador e menos perigoso do que uma CBDC de varejo. E eu ouvi isso com bons olhos, mas sempre alertando com o receio de que isso pode se transformar numa CBDC de varejo no futuro, mas da forma como ele tinha sido anunciado, estava sendo desenvolvido, o Drex não era CBDC de varejo, era CBDC de atacado. E isso foi uma ótima notícia. Ainda assim, ao longo dos anos e com os testes que o Banco Central veio fazendo, o projeto também foi tomando alguns contornos e eu fui percebendo que seria muito mais uma ferramenta de evolução, de otimização do sistema financeiro, do mercado de capitais e muito menos uma uma ferramenta, uma tecnologia para o usuário final, para as pessoas físicas, pros pequenos comércios. E agora tivemos algumas atualizações importantes na arquitetura do sistema, na tecnologia usada, porque desde o início o Drex foi considerado e foi sendo testado como a tecnologia baseada em blockchain ou em DLT, distributed Ledger Technology, tecnologia de registro distribuído, justamente para alavancar o potencial das redes descentralizadas, mas agora nesse projeto do DREX, mas o anúncio que tivemos na semana passada mudou agora a tecnologia sendo adotada e por isso eu coloco aqui na tela. Então, ó, essa foi uma entrevista do Fábio Araújo do Banco Central, que é quem estava coordenando o projeto piloto do Drex na Autoridade Monetária e foi já comentado no evento Blockchain R na semana passada que estariam mudando a tecnologia. E de fato agora foi confirmado nessa entrevista dizendo o seguinte, ó: “Drex abandonará a blockchain na próxima fase para entregar solução em 2026. versão digital da moeda brasileira entrará no ar em versão reduzida e sem tokenização. Novamente aqui eles falam sobre versão digital da moeda brasileira e não é exatamente isso. Esse foi um problema que felizmente o atual presidente do Bassinho Galípolo, até vou mostrar aqui uma alguns trechos de uma fala dele no evento do Blockcha Hill, porque vale a pena a gente comentar. Ele se deu conta que essa ideia de publicizar o Drex como o real digital trouxe mais confusão, mais preocupação e não estava descrevendo o que realmente era o Drex, mas ainda falam disso, portanto, traz confusão e preocupação para o público, como é óbvio. E o que traz aqui então nos primeiros trechos, ó, o projeto Drex deixará de lado em sua próxima fase o complexo desenvolvimento de uma tecnologia de registro distribuído dos ativos digitais para o sistema financeiro. Em vez disso, o BC irá priorizar um objetivo mais modesto de criar uma solução de reconciliação de Gravames que abrirá espaço para operações de crédito com gratinhas variadas já em 2026. A mudança que foi recebida como uma guinada no projeto implicará adiar o uso de redescentralizadas das criptomoedas que levam a programabilidade do dinheiro, crédito pessoa a pessoa e demais operações financeiras e sem intermediários, conforme planejado inicialmente. Então, sim, é uma mudança na arquitetura do sistema. Já não era realmente um blockchain descentralizado, nunca foi desde o início, o Banco Central teria um controle sobre a tecnologia. Mas eles acabaram esbarrando em questões de privacidade e de teste dessa tecnologia que ainda não está maduro o suficiente, pelo menos aqueles estavam usando que era o Hyper Ledger Bezo e aí estão adotando outra solução tecnológica para ir adiante com o Drex, que também vai ser usado inicialmente em algo muito mais restrito e específico. e ainda não, como estavam os testes piloto, na troca atômica de ativos como dívida pública, que é o que estava sendo testado, compra e venda de títulos públicos a dívida pública do tesouro. Então, está mudando o Drex, vai começar de forma mais modesta, menos ambiciosa e que eu vejo com bons olhos. Primeiro deixar de lado essa ideia de CBDC e de versão digital do real. Não é o real digital, felizmente não é. Isso vai ficando cada vez mais claro e então para mim é uma ótima notícia o que a evolução do projeto Drex. Mas claro que é preciso comentar aqui as falas do Galípulo, justamente nesse evento, o Blockchain R, porque ele deu uma palestra ali, falou do Drex e trouxe mais alguns comentários e que é importante a gente agregar, até porque uma coisa que ele falou, eu concordo plenamente. Então vamos lá colocar aqui essa fala dele e depois eu continuo. Vamos lá. Quando a gente fala do Drex, a gente não tá falando exatamente daquilo que é um central bank Digital Currency clássico da literatura. O que que é o central Bank Digital Currency clássico da literatura? É essa CBDC de varejo, o Retail CBDC. Então ele confirma que o Drex não é isso. Felizmente hoje o Drex não é este monstrengo potencial. Mas vamos continuar aqui na fala dele. Central Bank Digital Currency é você utilizar aquela tecnologia que a gente tava discutindo ali a partir do Banco Central, onde em última instância você eh rompe com uma lógica que tá presente na teoria econômica e vai passar a transformar esses depósitos que as pessoas vão ter em CBDC em passivo do Banco Central. Que que eu quero dizer com isso? Durante há 100 anos atrás, mais ou menos, tinha uma discussão muito acalorada entre os economistas e não sei quantos de vocês são economistas. Economistas raramente resolvem as suas discussões. Que que ele explicou aqui? O que eu acabei de descrever, aquela ideia de o usuário, cidadão, pessoa física, tem uma conta diretamente conectada no Banco Central, a carteira digital do Bassen, a CBDC de varejo. Foi isso que ele descreveu e que ele deixou claro que o Drex não é esta versão mais raiz ou CBDC. de varejo, mas ele prossegue e traz uma aqui um comentário interessante. Vamos lá. O que que eu quero dizer com isso? Durante há 100 anos atrás, mais ou menos, tinha uma discussão muito acalorada entre os economistas e não sei quantos de vocês são economistas. Os economistas raramente resolvem as suas discussões. É um ramo do conhecimento curioso, onde as divergências permanecem, duram e vão seguindo. Mas existi uma grande discussão entre economistas sobre aquilo que se chama de moeda endógena e moeda exógena. O que quer dizer isso? A moeda, a oferta de moeda é dada na economia pelo governo, pela autoridade monetária, pelos bancos centrais, ou ela é dada pelos bancos, os bancos que operam no varejo, os bancos comerciais. Quem, quais desses dois atores oferta moeda no sistema? Isso foi discutido durante muito tempo e hoje é consenso. Se você entrar no site do Banco Central, no site do Federal Reserve, é raro ter consenso entre economistas. no site do Banco Central da Europ europeu ou em qualquer outro Banco Central, ele vai todos eles vão dizer: “Nós partimos do pressuposto que a moeda é endógena”. Ou seja, para uma mesma quantidade de moeda, os bancos podem decidir colocar em circulação mais ou menos moeda. É a decisão de emprestar o banco que produz oferta de moeda. Para uma mesma quantidade de moeda disponível existe, você pode ter diferentes tipos de oferta de moeda no no no sistema. em função da ideia de uma moeda endógena. Por isso que os bancos centrais não controlam o agregado monetário no sentido de quantidade de moeda que você tem ali. Você vai controlar a taxa de juros para inibir ou estimular que os bancos concedam mais crédito ou menos crédito e com isso você vai estimular ou desestimular a economia. Por isso que todo mundo migra para esta lógica de gestão de política monetária. Muito interessante aqui esse trecho, até para ajudar na explicação que ele deu ali. Eh, sim, que é verdade que os bancos são os criadores de moeda, mas qual é a partir de qual moeda que os bancos criam a moeda bancária, que também hoje já é eletrônica? O Banco Central sim controla dois tipos de moeda. Primeiro, o papel moeda impresso. É ele que emite a moeda impressa. Ela impressa normalmente pela casa da moeda, mas é o Banco Central que emite a moeda e coloca ela em circulação. A outra moeda que o Banco Central controla e cria são as chamadas reservas bancárias, que é a moeda eletrônica e são as contas dos bancos junto ao Banco Central, reservas bancárias. esses dois passivos do Banco Central, essas duas moedas que o Banco Central sim controla diretamente sobre esses dois passivos, o Bassen tem controle direto. O que ele não tem controle direto é a parte seguinte, que a moeda bancária é criada pelos bancos. E como é que essa moeda é criada? por meio da expansão do crédito. Quando o banco empresta dinheiro para uma pessoa, ele está criando dinheiro naquele ato, num mero registro contábil, um ativo imobiliário, uma um empréstimo para financiar uma casa, a compra de um imóvel e contra um depósito à vista. Então é nesse momento, na concessão de um crédito, de um empréstimo, que se está criando a moeda bancária. E quais são os agregados monetários que mensuram os depósitos bancários? O M1 e o M2. M1 é só depósito à vista. O M2 considera também depósito a prazo, depósito de poupança e outros passivos bancários. Essa massa monetária, essa quantidade de dinheiro medida pelo M1, pelo M2, que é fruto da expansão de crédito pelos bancos, realmente o Banco Central não tem controle direto, mas tem influência. E como explica ali o Galipo aí corretamente, é por meio da variação da taxa de juros que o Banco Central busca estimular ou desestimular a concessão de crédito. E, portanto, a oferta monetária é uma consequência das manipulações da taxa de juros pelo Banco Central. Então essa é que é a ideia que ele descreveu. Então por que a CBDC raiz, a CBDC de varejo seria tão transformadora pro sistema financeiro? Porque agora o pró Banco Central controlaria, colocaria em circulação a moeda que é usada pelos cidadãos por meio de uma carteira digital, por meio da CBDC, sem precisar do sistema financeiro. Por isso que transforma essa relação de bancos, Banco Central e cliente final e a própria oferta monetária e o controle sobre a oferta monetária. Mas ele prossegue aqui. Vamos lá, rapidinho. O CBDC ele bagunça um pouquinho isso. o CBDC como pensado originalmente, ele bagunça um pouquinho isso, porque ele é uma ideia de uma moeda realmente emitida pelo Banco Central. É uma E você meio que encurta esse caminho entre a ponta do dinheiro chegando, que é feita hoje pela intermediação bancária, que são os bancos que fazem e banco central, né? No caso do Drex, ele não configura exatamente isto. No caso do Drex, ele se aproxima muito mais. O Caio tá aqui para não deixar usar a expressão DLT. Cadê o Caio? Em algum lugar aqui? Tá aí o Caio. Não vou usar DLT, prometo. Ele tá, ele tá muito mais e relacionado com processo de tokenização de ativos, eh, e com uma, por que que eu não tô falando de LT aqui? Porque a gente tá cada vez mais tendo clareza e migrando pra ideia de que a tecnologia, assim como a gente falou no início, tem que ser agnóstica. Aqui só relembrando então que agora já é oficial que não estão mais usando Hyper Ledger Bezo, que seria baseado em blockchain e sim outra tecnologia que resolva este problema. E aqui ele deixou claro que o Drex é mais uma tokenização de ativos, sendo o primeiro ativo tokenizado, são justamente as reservas bancárias dos bancos. a conta dos bancos junto ao Banco Central. Por isso que é mais CBDC de atacado e não a CBDC raiz, a CBDC de varejo, que é esse mostrengo. Potencialmente um dispositivo totalitário. Mas ele tem um ponto final que eu que também queria destacar e daí a gente já encerra o vídeo que é bem interessante e eu concordo com ele. Vamos lá. Eu realmente sou daqueles que acha que muitas vezes os outros bancos centrais quando estão pensando nos problemas que se pretende resolver através do CBDC como originalmente pensado, eu tenho defendido nesses fóruns, nesse debate, que talvez soluções como o Pix deem conta já de endereçar boa parte desses problemas. É verdade, eu concordo plenamente. Eh, especialmente quando se pensa em questões de conveniência de pagamento, pagamentos instantâneos, pagamentos que funcionam 24 horas por dia, todos os dias da semana. O Pix já resolve boa parte disso. E até pela estrutura do Pix lá atrás, eu lembro que eu dizia que o Pix era o embrião de uma futura CBDC, mas não precisa se transformar numa CBDC se ele se mantiver, como hoje está operando, mais como pagamentos instantâneos a qualquer momento do dia, baratos, convenientes. Então já resolviria muitos desses problemas. os problemas, entre aspas, que o Pix não resolve hoje. E aí, por isso que muitos bancos centrais ainda estão desenvolvendo e gostariam de ter uma CBDC. São todos aqueles problemas relacionados a mais controle, a mais experimentos econômicos que seriam possíveis, como a CBDC, juros negativos, eh, dinheiro com vencimento, possibilidade de bloquear contas com muito mais facilidade, enfim, é todo aquele poder enorme que aí sim atenta contra liberdade e privacidade dos cidadãos. É isso que uma CBDC de varejo raiz poderia conceder, esse tipo de poder que concederia aos bancos centrais. Mas se não quiserem isso, se abrirem mão desse tipo de poder, não precisa de secer, permanece como está, adotem algo similar ao Pix e já resolveriam as questões de conveniência, pagamentos instantâneos e tudo mais. Então aqui eu concordo com o Galípulo e espero que com este reconhecimento que o Pix já resolve muitos desses problemas que uma suposta CBDC poderia resolver que abandonem qualquer ideia de avançar o Drex para um real digital de fato que seria CBDC de varejo. Felizmente hoje o Drex não é isso. Não há nenhum plano para que ele avance para esse monstrengo. Vai ser algo mais de mercado financeiro, mercado de capitais, tokenização de ativos e não o real digital. E isso é uma ótima notícia. Portanto, por hora, ninguém precisa se proteger do Drex que está para começar oficialmente em 2026. Assistam os demais vídeos para que fique bem claro o que são as moedas de tais de bancos centrais, DRS, Pix e tudo mais. Qualquer dúvida, comentem aqui embaixo também o que que vocês estão achando. Se tiver alguma dúvida adicional, a gente pode explicar num vídeo futuro. Compartilhem este vídeo para que as pessoas possam se informar e entender o que está acontecendo com o nosso real e as tecnologias que estão disruptando, revolucionando, às vezes apenas evoluindo o nosso sistema financeiro nacional. Valeu, obrigado. F por aqui. Até o próximo vídeo. [Música]

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