O segredo dos centenários da Sardenha | Documentário
0[Música] Em pequenos vilarejos, na Sardenha, Itália, as pessoas vivem mais do que em outros lugares do mundo. Qual é o segredo? Se eu parar, morro. O trabalho é minha vida, minha paixão. Será que o segredo para a longevidade é o exercício físico ou alimentação? Aqui prova. Vem. Você também. Vou dar uma bronca. Pronto. Giusepino tem 100 anos e ainda mora sozinho, mas a família dele sempre está por perto. Tenho muitos netos. O turno de quem vem me visitar fica ali naquela lista. Família, amigos e festas são a chave para uma vida longa. [Música] 6 horas da manhã, Antonangelo começa a trabalhar como faz todos os dias. Estamos indo para o celeiro. Temos que ordenhar as ovelhas. Mesmo com 91 anos, Antonelo ainda dirige e sem óculos. Enxerg muito bem para minha idade. Preciso renovar minha carteira de motorista a cada do anos. As 150 ovelhas são a vida dele. Antonelo começou a trabalhar na fazenda quando ainda era criança. [Aplausos] Adoro esse trabalho. Gosto desse frescor de respirar o ar fresco. Vamos lá. [Aplausos] Tem que se movimentar sempre para não ficar doente. Porque quando você tá doente não pode se movimentar. O segredo é se movimentar, se alimentar bem, sem exageros e não pecar. Quem peca doece. [Aplausos] Giuseppe ajuda no trabalho. Ele é um dos sete filhos de AntonÂlo e tem 57 anos. Ei, ei, ei. Pai e filho vão ordenhar 60 L de leite hoje. Mais tarde, Antonângelo e a esposa vão usar esse leite para fazer 6 kg de queijo de ovelha e de pecorino. Ele ainda está em forma, não trabalha tanto como antes, mas antigamente ordenhávamos com as mãos. Sim, com as mãos. Era muito mais cansativo. Nossos braços eram assim. Olha, isso é o que sobrou. Estamos juntos há quase 60 anos. Tenho 57 anos e desde pequeno sempre com ele. Não é fácil concordar em tudo, mas nós concordamos. posto parar morro. Essa é a minha paixão. Me faz viver melhor. Devo ficar descansando numa poltrona em casa e envelhecer. Ainda tenho forças. Levanto um saco de 50 kg do chão e coloco nos ombros. Aos 91 anos, Antonângelo está cheio de vida. Ele adora testar sua força contra pessoas mais jovens. Vou continuar ativo enquanto puder, por 2, 10, até os 108 anos. Não sei. Só o senhor sabe. [Música] Carolina também tem 91 anos e ainda cozinha todos os dias. Hoje ela conta com a ajuda da cunhada Carla. Tá bom assim? Faz assim. Elas estão preparando Culuriones, um tipo de raviolle recheado especialidade da região de Ogliastra. São batatas com cinco ervas locais e temos três tipos de queijo aqui. Prova. Vem você também. Ou vai levar uma bronca? Você também. Não existe nada melhor. Bom, né? Bom ou não? Bom ou não? Me sinto jovem, mas eu não sou. Bom, é a ver se eu me sento. Vou me sentar. Vocês podem ficar de pé. Aí eu me sento. Carolina perdeu o marido há 8 anos, mas os três filhos moram perto e cuidam dela. Ela costumava sustentar a família. éramos pobres e quando não havia trabalho, eu dizia ao meu marido, vou inventar um trabalho. Eu me invento e lavoro porque porque se quisermos comer eu tenho que trabalhar. Eu vou fazer um lavor. Então comprei uma escada e comecei a trabalhar com pintora por 8 anos. anni ho lasciato fui fascinera, mas para mim era uma vida bella. Simples assim. Ela só foi hospitalizada uma vez na vida aos 22 anos. Estava procurando uma colmeia e as abelhas me atacaram. Caí, quebrei a perna. 4 meses sem poder caminhar. Aos 91, Carolina ainda tem uma saúde excelente, exceto por algumas dores aqui e ali. Claro, ela sente dores, mas ela diz em pensamento: “A dor não vence, sou eu quem vence”. E volta a trabalhar. A dor não pode vencer. Tem gente que já é idosa aos 50 anos. [Música] Aqui eles sentem orgulho de seus centenários e o mesmo vale para outros vilarejos da costa leste da Sardenha. Essa região pertence às chamadas zonas azuis, regiões do mundo, onde as pessoas vivem acima da média da expectativa de vida. O de baixo ou o de cima? Aos 84 anos, Vincenzo é um dos jovens idosos da região de Ogliastra. Ele divide com o filho Ivan um olival de 50 árvores. Enquanto eu puder me mover, vou me sentir útil e jovem. O que será do amanhã, ninguém sabe. Pode-se morrer, mas a esperança não morre. Essa é a última que morre. Pai, corta nessa altura. Onde devo cortar? Corta embaixo tudo. Sim, é importante estar ao ar livre, mas também ter algo para fazer. Ele tem muito trabalho aqui no campo, isso o ajuda muito. Todas as manhãs ele acorda e tem algo para fazer. Mas isso claro com algum descanso e sempre acompanhado aqui em Oliastra, ou melhor em toda a Sardenha, o suporte familiar conta muito. São muitas coisas que contribuem para prolongar a vida. Na minha opinião, a vida não é só trabalho, também tem que descansar. ou se morre de exaustão. Ninguém no mundo jamais morreu por descansar. O estresse é um veneno para o corpo, dizem os moradores daqui. Eles vivem de acordo com o próprio ritmo, desfrutando da paz e da união. Para eles, essa também é uma das receitas da longevidade. Qualquer pessoa com menos de 90 anos é considerada jovem aqui. E Josepino, mesmo com 100 anos, ainda está cheio de energia. Como todo o dia de manhã, ele está se arrumando para sair. A neta Juliana marcou um horário para ele no cabeleireiro. Pronto, arruma as calças do outro lado também. Eh, pronto. Sento freddo al collo. Quer fazer um passeio? A pé. Para onde vamos? Para a praça. Gostaria de ir a pé ou melhor ir de carro? Não lembro da distância. É perto. Então vamos a pé. Tenho muitos netos. O turno de quem veio me visitar fica naquela lista ali. Moro sozinho. Eles vêm aqui, preparam minha comida. Depois conversamos um pouco. Quando é por volta das 11 ou da meia-noite, vou para a cama sozinho. A esposa de Giusepino faleceu há alguns anos. O centenário carrega sua bengala mais por hábito, não por necessidade. Ele foi ativo a vida toda e administrou por 30 anos uma fazenda com 600 ovelhas nabria. [Música] Meus pulmões são bons. Fumei pouco, mas sempre bebi vinho durante as refeições. Uma taça de vinho e nada mais. Quando era pequeno, há muitos anos, tive malária. Fiquei muito doente, mas sobrevivi. Me curaram. Depois disso, não fiquei mais doente. A caminhada diária por essas ruas íremes é um exercício perfeito para Giuseppino e uma boa oportunidade para batapo. Olá, como vai? Bem, obrigado. Éramos vizinhos quando ele morava aqui, quando ele era jovem, agora está velho. Ei, claro que está velho. Tá doida? Velhíssimo. Quantos anos você tem? 96. 52. Sim, sim. Josepino cuida muito bem da aparência. A cada duas semanas, ele corta o cabelo na barbearia local. Você tem namorada? Ei, garoto, você tem namorada? Com esse corte de cabelo vai arrumar uma ou vai esperar envelhecer? Josepino está sempre fazendo piadas. De volta da ordenha, AntonÂngelo precisa transformar o leite coalhado do dia anterior em queijo. A esposa de 86 anos, Michelina, o ajuda. A coalhada sentou. Agora preciso mexer até atingir 42 41º. Não uso o termômetro, coloco a mão como antigamente. Eles também preferem uma alimentação tradicional. Essa é a receita deles para uma vida longa. O segredo é comer pão e queijo, batata e feijão e minestrone. Agora o queijo sentou, ele pressiona bem a mistura e depois a corta. É um pouco como pegar um peixe, uma truta. Trota. Queijo feta em sua forma mais pura, sem conservantes. Antonângelo costuma distribuir 6 kg entre familiares e amigos. Em troca, ele recebe outros produtos frescos. [Música] Depois do queijo feta é a vez da ricota. E então o leite de ovelha restante precisa ser aquecido a mais de 70º C. Mas o vapor quente acabou deixando AntonÂlo com tontura. Eu estou tonto. O que aconteceu? Preciso me sentar. [Música] Precisei me sentar, senão Já está partido, os pedaços já estão subindo. Vamos continuar. Non lo so. Noi vogliamo tenere, vogliamo tenere, ma non possiamo più. Vamos terminaria. Vincenzo e o filho Ivan participam de um estudo científico num centro de pesquisa local. Eles querem ajudar os pesquisadores a descobrir os segredos da longevidade. Para isso, a cada 5 anos, eles vêm aqui fazer um checkup. Vincenzo agora? O que vamos fazer, Vincenzo? Vamos baixar um pouco as costas. Vamos fazer assim com a camiseta para podermos verificar a artéria carótida. O fato de você nunca ter fumado é muito positivo, porque a sua artéria de 84 anos está em ótimo estado. Vamos examinar seus rins e fígado. Ótimo. Agora respire fundo. Nada grave, não. Nada de nada. Perfeito. Como se você fosse um garotinho. Eduardo Fiorilo e a equipe de pesquisa dele já coletaram dados biológicos e genéticos de mais de 13.000 voluntários com idades entre 18 e 110 anos. Esses dois fatores têm grande influência no processo de envelhecimento. Mas até que ponto o fator genético é importante porque permite identificar as causas principais das doenças, as predisposições. Na primeira metade da vida, digamos do zero aos 50 anos, a genética nos mostra quem somos, como reagimos aos fatores externos, como combatemos um tumor, etc. etc, etc. Passada a primeira metade da vida, a genética passa a contar menos e a parte ambiental se sobressai. Paradoxalmente, essa é a mensagem. Quanto mais envelhecemos, mais precisamos estar atentos em como nos comportamos e ao que fazemos. Como pode ver, os hábitos assumem um papel significativo. O que comemos e respiramos é muito importante. Esses dados eles são compartilhados em todo o país. Nossas descobertas são válidas em todo o mundo. Por exemplo, as nossas descobertas sobre diabetes que foram feitas aqui, porque a população da Sardenha tem características especiais. Tudo o que descobrimos é transferível para doenças em todo o mundo, para todas as nações. Sabe, tem um ditado sardo que diz: “Um idoso morre de infarto ou de queda?” Olhando para o senhor Venzo, posso dizer que seguramente tem todos os pré-requisitos para ser o mais longevo possível, porque o Senhor tem uma mente ativa, uma capacidade cognitiva muito boa, trabalha na fazenda, está bem fisicamente. Muito obrigado por essa conversa, por nos aprofundar nesse assunto também, por nos mostrar quem somos e como é a nossa sociedade. [Música] Acho que não sabemos quantos anos podemos viver, mas sabemos que depende muito do nosso estilo de vida. E se meu pai se mantiver em forma física e mentalmente, se mantiver a mente ativa, continuar a ler, manter contato com pessoas e sair, acho que terá uma boa expectativa de vida. Espero poder imitá-lo. Tchau. Tchau. Carolina ainda tem muitos colurgiones sobrando e resolveu levá-los para o asilo local. Um vizinho a acompanha. Bongorno. Bom dia. Bom dia, senhor Vitório. Bom dia. Vamos colher azeitonas. Lembra-se de mim? Aos 102 anos, Vitório é o morador mais velho do asilo e precisa de muitos cuidados. Tudo de bom. Ei, eu trouxe alguns colores, [Música] viu? Fiz hoje de manhã, entendeu? Tchau, tchau. Nem todos os idosos de Ogliastra t a família para cuidar. A maioria dos idosos desse asilo tem mais de 90 anos, como Carolina, mas eles não estão tão saudáveis quanto ela. Você está aqui, Maria? Se eu soubesse, trazia mais para você. Tudo conosco. Asilos também são uma realidade na região. Carolina fica feliz em poder ajudar e entreter os amigos de alguma forma. C de mil gracioso morto dolorido. Meu cálice gracioso. Tenho coração dolorido. Tenho alma dolorida. Meu coração não é lembrado nem por um padre, nem por um pastor. Com vocês recebo a comunhão. Senhor, faço comunhã. É assim que funciona. Que bom. Eh, vej, ainda sou jovem de coração. Io facina adesso. Tchau e bom almoço a todos. Com sua deliciosa massa caseira, Carolina quer levar um pouco de alegria aos moradores do asilo. Eu também sou uma idosa, mas gosto de fazer algo de bom para os outros. É. É. Dá. OK. Tchau. Bom almoço. Grátis. Grátis. Tem só um pouco. Agora vamos preparar hoje à noite. Carolina é católica devota desde a infância. Sempre que tem tempo, ela vai até uma capela local. Hoje resolveu acender uma vela para os moradores do asilo. A visita foi exaustiva. Sinto muito por eles. Me faz mal. deixar a mamãe lá em vez de cuidar dela em casa. Prefiro morrer na natureza sozinha lá. Não, eu não vou para lá enquanto estiver s. Não vou para lá. Não sabemos quando acaba. Podemos ter muito ou pouco tempo. Porque apenas Deus sabe lo nós não sabemos quando partiremos. Ninguém sabe. A vida toda pode ser longa, mas passa num piscar de olhos. Acorde presto, presto. Se acorde. Aprender com os centenários é importante para as pessoas dessa região. [Música] Hoje teremos uma festa típica aqui da Sardenha, que costumamos celebrar durante a tosquia de ovelhas. Assamos uma ovelha, a corda feita com o intestino é amarrada e comemos juntos. A festa nos dá a oportunidade de nos reunirmos, comermos bem e, claro, passar um dia maravilhoso com a família e os amigos. Servono a riunire la família, a riunire gli amici e parenti. Todos esses produtos são meus. Ele faz tudo. Eu preparo tudo que tá na mesa. Isso, isso, isso. Tentamos comer apenas o que produzimos. Para viver uma vida longa, você precisa comer alimentos saudáveis e integrais e evitar produtos industrializados. [Música] Como Luí acabou de dizer, tentamos comer o que fazemos em casa, na nossa região. É claro que esses produtos são melhores do que os outros. Olha, esse é um molho de tomate comprado num mercado. E esse é um molho feito por mim. Eu mesmo fiz. Veja, eu congelo. É, sem conservantes. O cordeiro fresco é grelhado, sem temperos ou molhos. Quatro gerações estão sentadas à mesa hoje. Bom apetite. [Música] Os segredos da longevidade são muitos. Na Sardenha, as pessoas parecem ter encontrado uma receita para ter uma vida longa. Sinto que renasci um pouco porque quando tenho companhia, quando estou na comunidade, me socializo, me sinto um outro homem, não estou isolado da sociedade. [Música] Vamos acelera, [Música] [Aplausos] [Música] [Risadas] [Música] [Aplausos] 91 anos. Vai passar do 100. [Música] [Música] [Música]