O SEGREDO POR TRÁS DA FÁBRICA DO MIOJO – COMO É FEITO?
0O miojo ou macarrão instantâneo é muito mais do que um lanche rápido. Ele foi uma invenção revolucionária que nasceu no Japão logo após a Segunda Guerra Mundial. Em 1958, o empresário Momofukuando, fundador da Nissin Foods, criou o primeiro miojo do mundo. Ele queria resolver um problema real, a fome e a escassez de alimentos no Japão do pós-guerra, oferecendo uma refeição barata, saborosa, nutritiva e, acima de tudo fácil de preparar. Depois de muitos testes caseiros, Andu descobriu que fritar o macarrão em óleo fazia com que ele secasse completamente, o que permitia que fosse rehidratado em minutos com água quente. Nascia o Shkenhamen, o primeiro miojo da história. O sucesso foi imediato no Japão e depois no mundo inteiro. Hoje, bilhões de pacotes de miojo são consumidos todos os anos e seu processo de fabricação é uma verdadeira aula de precisão, velocidade e tecnologia alimentar. Agora que você sabe de onde ele veio, vamos descobrir como ele é feito. O processo de fabricação do miojo começa com um ingrediente básico, farinha de trigo altamente refinada. Essa farinha é a base da massa e precisa ter qualidade e pureza para garantir textura e cozimento rápido. A ela são adicionados água, sal e um ingrediente curioso, água alcalina, geralmente contendo carbonato de sódio ou potássio. Esse componente altera o pH da mistura, deixando a massa mais elástica, firme e com a cor amarelada que caracteriza o miojo sem necessidade de corante artificial. Esses ingredientes são misturados em tanques industriais gigantes, onde braços mecânicos giram lentamente até formar uma massa homogênea. Esse processo precisa ser muito bem controlado. Uma massa muito úmida pode ficar grudenta, enquanto uma massa seca demais quebra ao ser cortada. Depois da mistura, a massa descansa por alguns minutos para ganhar estrutura. Em seguida, ela é enviada para os rolos de laminação, que começam a esticar a massa e deixá-la com espessura uniforme. Essa massa firme, flexível e lisa agora está pronta para ser moldada no formato icônico do macarrão instantâneo. Com a massa esticada e pronta, começa uma das etapas mais importantes do processo, dar ao miojo sua forma icônica. A massa vai direto para uma máquina especial que corta e molda tudo ao mesmo tempo. E o que sai do outro lado já é aquele famoso bloco de macarrão ondulado e entrelaçado do jeitinho que você vê no pacote. Esse formato não é só visual, ele tem um motivo muito prático. As ondulações do miojo aumentam o contato com a água quente, fazendo com que ele cozinhe muito mais rápido. Além disso, essas curvas ajudam o macarrão a absorver melhor o tempero, deixando tudo mais saboroso em apenas 3 minutos. Depois de moldado, o miojo é cortado em blocos quadrados perfeitos, geralmente com 40 a 60 g cada. Esses blocos seguem direto para a próxima etapa, o pré-cozimento a vapor e a fritura. Sim, o miojo já vem cozido antes mesmo de chegar até você. Agora que os fios de macarrão estão cortados, ondulados e agrupados em blocos, começa uma etapa essencial, o pré-cozimento. Ao contrário do que muita gente pensa, o miojo que você compra no mercado já foi cozido antes de ser embalado. Esses blocos de massa passam por esteiras que os mergulham rapidamente em banhos de água quente ou vapor a temperaturas controladas por cerca de 1 a 2 minutos. Esse pré-cozimento serve para gelatinizar o amido da massa, deixando o macarrão macio por dentro, mas ainda firme por fora. E agora vem a etapa mais polêmica e ao mesmo tempo, mais importante, a fritura em óleo quente. Sim, o miojo tradicional é frito, geralmente em óleo vegetal, a cerca de 140 a 160ºC. Essa fritura rápida remove quase toda a umidade da massa, transformando o macarrão em um bloco seco e crocante com menos de 10% de água. É exatamente isso que permite que ele seja conservado por meses sem refrigeração e reidratado em poucos minutos com água quente. Depois disso, os blocos são resfriados e seguem para a próxima etapa, a embalagem. Com os blocos de miojo embalados e lacrados, o produto ainda passa por mais uma etapa crucial, o controle de qualidade final. Sensores automáticos verificam o peso, a integridade da embalagem e até se o sachê está realmente dentro do pacote. Algumas fábricas usam raios X ou detectores de metais para garantir que nenhum fragmento estranho entrou durante a produção. Isso é essencial para evitar contaminações e garantir a segurança alimentar. Após aprovados, os pacotes são agrupados em caixas, empilhados por braços robóticos e enviados para o setor de logística. A partir daí, seguem para os supermercados, mercearias, atacados ou direto paraa sua casa. E o mais impressionante, todo esse processo leva menos de 10 minutos por pacote, do início da massa até a caixa lacrada. É por isso que o miojo se tornou um símbolo de comida rápida, prática e acessível. Mas agora você sabe que por trás daqueles 3 minutos de preparo existe um processo industrial extremamente eficiente, pensado nos mínimos detalhes. Agora você já sabe como o miojo é feito da mistura da massa até a embalagem final. Um alimento simples no prato, mas com um processo cheio de tecnologia, química e precisão por trás. E isso levanta uma pergunta: qual outro produto do dia a dia você gostaria de ver por dentro da fábrica? Pode ser o pão de forma que você come no café, o papel higiênico, o refrigerante ou até aquele chocolate que derrete na boca. Tem muita coisa do nosso cotidiano que parece simples, mas que envolve máquinas absurdas e etapas que a gente nunca imaginaria. M.