Os DESAFIOS de morar no RANCHO SV!

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Já faz alguns meses que estamos morando no rancho e finalmente conquistando a ideia de viver o estilo de vida do sobrevivencialismo, coisa que nos preparamos há muitos e muitos anos. É claro que conforme a gente começa a entrar nessa realidade, alguns desafios aparecem. Hoje estamos aqui para elencar para você quais são os problemas que eu prefiro encarar como desafios que a gente tem enfrentado para que você, se você chegar no momento de quem sabe fazer uma decisão como a nossa, já ficar sabendo o que que você pode encontrar pelo caminho. Então hoje vamos para os desafios atuais de morar no Rancho SV. Eu já vou começar avisando uma coisa importantíssima aqui, só porque eu vou te contar os potenciais problemas e desafios que a gente tá enfrentando. Eu não quero que você enxergue esse vídeo com olha lá, já tá reclamando, cara. Não é isso. Tem muita gente que já interpreta dessa forma ardilosa aí, ressentida, não. Cara, eu quero te trazer aqui um pouco da experiência que a gente tá passando e quais são as coisas que a gente tem que superar. Por que que eu digo isso? Porque a maior parte dos canais que você vê por aí, todo mundo mostra parte boa. Todo mundo mostra, olha que lindo, olha essa paisagem. Mas na hora que realmente o cara vai te mostrar obstáculos que talvez você que precisa de uma vida dessa vai encontrar, ele joga um paninho ali por cima. A gente não faz isso aqui. Então eu quero te trazer hoje, no momento atual, alguns meses vivendo onde estamos, quais são as dificuldades que a gente tem enfrentado. Fechou? Temos um combinado e é claro que aí eu conto com a tua ajuda para nos comentários colocar o que que você acha que a gente pode fazer para sobrepor esses problemas também. Problema número um. Bom, já está sendo evidenciado, talvez aí em vídeo para vocês. Chuva em Santa Catarina, por alguma razão, eh nós temos uma alta incidência de chuva o tempo todo. Isso significa que o nosso primeiro desafio tem sido organizar um cronograma que funciona junto com a vontade do clima da região. Cara, por inúmeras vezes, a gente preparou vários projetos que a gente teve que jogar pra frente na nossa agenda, porque sempre que a gente marcava chovia. Para você ter uma ideia, a gente fez aqui a nossa roça. Aí o trator passou, deixou tudo lindo e maravilhoso. No dia que a gente foi arrumar a roça, chove. Ah, não? Então vamos esperar um pouquinho. Aí tem um dia ali, passa um dia de seca, a gente consegue começar a trabalhar. Putz, mas tem trabalho. Vamos, vamos fazer amanhã. Amanhã chove. E assim foi durante todos esses meses que nós tivemos até agora, até a construção das casas, a gente teve que atrasar algumas coisas porque chovia continuamente. E eu não sei se você sabe, mas num sítio, grande parte das atividades são ao ar livre. E tem coisas que não é só medinho de se molhar, tá? Você não vai capinar uma roça e começar a plantar com tudo virado em barro, não dá. Você não vai subir num telhado de uma casa para construir com tudo molhado. Existem coisas que não são da nossa escolha e acabam atrapalhando o nosso planejamento. Para você terem uma ideia, se não tivesse chovido, hoje nós já teríamos um escritório lá em cima de 3×3 de madeira, bonitão, com baita vídeo para mostrar para vocês. O desafio era fazer um um escritório de 3×3 de madeira bem bonitinho. É, em 24 horas corridas de trabalho. A gente marcou três sábados seguidos com profissionais diferentes, com todo um esquema ali para fazer funcionar. deixamos o material lá pronto, etc. Nada feito. Todas as vezes que a gente marcou, choveu. Então, eu não sei honestamente qual vai ser uma potencial solução para isso, né? A gente tem que aproveitar os tempos de estiagem, mas o nosso calendário nem sempre respeita o calendário da natureza. A gente tem diferentes demandas aqui. Talvez nosso maior, nossa maior estratégia agora seja começar a estruturar algum tipo de cenário aqui, uma infraestrutura maior, talvez aumentando o nosso galpão, para que a gente tenha uma área seca maior para fazer trabalhos enquanto chove em um lugar protegido, mas ainda assim não atendem as nossas prioridades, eu acho. Então esse é o problema número um, lidar com a chuva. Número dois, dificuldade de priorização. Aqui nós já mostramos no canal que existem vários setores que você pode construir na sua jornada em uma propriedade. Você pode colocar áreas sem manutenção que vão ser tomadas por mato, áreas menores de maior concentração ali das suas atividades. Mas mesmo assim, na área que a gente escolheu para trabalhar, que já é pequena em relação ao rancho, a gente tem tantos potenciais projetos que é muito difícil chegar a uma conclusão de qual vai trazer o melhor retorno pro momento em que estamos. Ou seja, será que agora é melhor eu dedicar o final de semana para arrumar a horta inteira? Ou será que primeiro eu tenho que fazer a compostagem para começar a lidar com o material orgânico dos outros lugares? Ou será que talvez seja melhor começar a extensão do galpão para ganhar mais área seca? Ou talvez eu preciso ir lá em cima e terminar algumas coisas das casas que a gente ainda não terminou. Quando a gente começa a pensar, você tem muitas coisas que são todas urgentes, digamos assim, e é muito difícil saber qual é a mais importante, porque tudo depende de vários dependes. Como eu disse, eu tenho a minha área de serviço lá da minha casa que não tá terminada. É extremamente importante que eu faça um chão lá, um contrapiso para deixar tudo bonitinho, mas ao mesmo tempo é extremamente importante que a gente faça o mesmo na casa do Thago. E por outro lado, a gente tem muitas outras prioridades internas aqui que todas vão gerar essa dúvida de como eu gasto meu tempo com maior eficiência, porque todas as obras que fizermos trarão algum retorno, mas qual será o retorno melhor e qual é a ordem adequada e quanto tempo cada prioridade vai levar? Tem sido um pouco difícil de descobrir e se soma isso à chuva que eu acabei de falar e vira uma grande bagunça. Mas como eu disse, não se trata de não saber o que fazer. Se trata de saber o que fazer primeiro com o tempo disponível. [Música] Número três, a gente sabe que tempo é escasso. E aí nós pensamos, cara, a gente tem muitos projetos rodando ao mesmo tempo e temos que estruturar todo o nosso sítio aqui. Poxa vida, vamos começar a procurar alguém para fazer partes do trabalho para nós. Ia ser ótimo ter alguém que pode vir aqui começar a adiantar o galpão ou fazer uma coisa lá, uma coisa ali. Mas não, a mão de obra é muito escassa, inexistente ou de baixa qualidade ou que precisa de um agendamento muito distante. Para você ter uma ideia, que na cidade para construir uma casa, os caras estão agendando com um ano, um ano e meio de antecedência, de tanta que é a escassez que nós enfrentamos aqui de mão de obra. É simplesmente pouco provável que a gente vai encontrar alguém que venha trabalhar conosco aqui para por uma diária. E detalhe, tá? Não está atraindo o valor que se paga. é disponibilidade de pessoas que fazem esse trabalho. Você vem até aqui para trabalhar pra gente, cara, esse cara não existe. E isso acaba gerando também, como eu disse, atrasos nos nossos planos, porque existem muitas coisas que, vamos lá, é muito legal você fazer as coisas do seu sítio. É, a gente tá aqui fazendo, né, tudo que você tá vendo nessa cena com exceão ali atrás que foi feito por máquinas, a gente que fez. Só que em alguns momentos você precisa também terceirizar alguns trabalhos para que as coisas andem, porque a sua vida não pode parar, você não vive só do sítio para o sítio. Mas a gente tem essa barreira. Eu não sei se na tua região é assim também, mas onde nós estamos aqui em Antônio Carlos, Santa Catarina, é realmente muito difícil de encontrar mão de obra. Quem sabe no futuro a gente consiga alguns bons parceiros. Hoje nós já temos alguns parceiros que conseguem vir aqui fazer alguns serviços para nós, mas o que realmente vai acelerar mesmo, que é fazer um contrapiso, fazer coisas mais pesadas, não tá dando certo e a gente não tem uma solução para isso ainda. Então estamos ali em não ter tempo demais e não ter quem fazer para nós. É uma um problema que não casa. Número quatro. Nós agora vamos entrar em um critério que eu considero ser muito importante de e com calma, que é dificuldade de organização dos recursos que temos. Talvez agora o pessoal entenda assim: “Ah, poxa vida, ó, os caras tem tanta coisa que saem largando tudo de qualquer jeito”. Não. Em um sítio, você naturalmente começa a acumular coisas que ficam sobrando. Por exemplo, você vai lá e faz uma cerca, ó, sobrou uns dois ou três morões a mais, tá? Você tem que guardar isso em algum lugar para que ele não estrague com o templo. Ah, a gente fez as casas, sobrou isso, sobrou aquilo, sobrou parafuso, sobrou não sei o quê. Essas coisas todas que vão sobrando começam a se tornar recursos valiosos para outros trabalhos. Só que na nossa visão prática, não adianta ter os recursos se você não sabe que você tem os recursos. Por exemplo, recentemente a gente fez uma organização boa na nossa na nossa oficina. Tem muita coisa ainda para organizar na oficina, tá? Ela tá longe de tá ideal, mas só da gente organizar minimamente, tinha coisa ali dentro que eu nem lembrava que existia. E cara, se você não sabe que existe, você não usa. Então, organização dos recursos, não só dentro da oficina, mas, por exemplo, pegar as madeiras que estão caídas lá no canto, colocar aqui atrás num cantinho separado. Ah, desmontamos a cama do contêiner, sobrou um monte de metalon, pô, o certo seria pegar esse metalon, cortar, deixar organizadinho, colocar dentro de uma prateleira, porque senão, cara, as coisas vão ficar jogadas em um lugar ali, vão ser tomadas pelo mato e você vai perdê-las, tá? Essa aqui é a verdade. Só que aí vira um problema, porque como é que eu vou organizar as coisas aqui se eu não tenho área para organizá-las? E se eu preciso de área para organizá-las, como é que eu vou fazer isso se eu não tenho tempo e não tenho mão de obra e tem dificuldade priorizar a construção? Você tá entendendo como é uma bola, um ciclo que é complicado de resolver? Mas é extremamente importante que um do uma das nossas talvez uma das nossas prioridades agora é desenvolver uma metodologia para isso, pensar em como que a gente faz. para organizar os recursos, para que a gente saiba que eles existem e que eles estão bem acondicionados. Não é tão fácil quanto parece. Por fim, a nossa última dificuldade ou desafio para sobreporando no rancho, talvez seja dê risada, mas é manter os tênis limpos. Olha só que interessante, né? Eu ouvi há um tempo atrás que o termo pé rapado é um termo que deriva de uma história curiosa, onde quando as pessoas chegavam na igreja, as pessoas ricas que moravam na cidade e andavam somente em calçamentos limpos, elas chegavam na igreja e entravam. Enquanto aqueles que vinham da roça, os mais pobres, eles vinham de lugares sem asfalto ou sem, enfim, qualquer tipo de pavimento. E os tênis, as botas, os calçados estavam sempre cobertos de lama. E é por isso que na frente das igrejas tinham os raspadores de barro para você passar o teu pezinho ali e deixar o barro, o tênis minimamente limpo para você entrar no lugar. É daí que vem o termo pé rapado, viu? Júlio também é cultura. Mas o ponto aqui é que é o seguinte, cara. A gente não consegue fazer isso. Eu fiz o seguinte, eu separei um tipo de tênis que eu falei assim, ó, esse tênis eu vou usar só para quando eu vou na cidade, tá? Eu tô com ele aqui agora. Ó, o estado do tênis tá totalmente imundo, cara. Por quê? Porque nós temos aqui no rancho uma dinâmica de trabalho muito grande. E, por exemplo, agora no período de chuva como nós estamos, cara, você pisa em meio m fora da grama, acabou o teu tênis. Isso significa que você lentamente começa a não conseguir mais ter roupas apropriadas para você ir para lugares urbanos. Você sempre vai parecer um pouco caipira. Talvez seja desleixo nosso, tá? É claro, tem caras que são muito bons com isso. Mas vou te contar uma história. Ontem eu Thaago, a gente foi na casa de uma pessoa para poder a gente fazer um jantar lá. Saímos da casa da pessoa e a gente deixou um pouco do rancho lá dentro, ficou barro na casa da pessoa. E assim, ó, você tenta limpar. É difícil, cara. É difícil. Eu não sei se você aí mora no sítio, como é que você faz, cara? Você deixa uma roupa envelop a vácuo para tirar só para ir pra cidade porque eu não consigo. Na aonde eu vejo de repente tem um pouco de barro colado na roupa. Então, brincadeiras à parte, são coisas de que quem mora no campo vão ter que acabar se acostumando. As roupas vão sofrer um pouco mais do que na cidade. Mas enfim, gente, isso aqui é é uma brincadeira, mas ao menos o tempo representa as dificuldades de quando você se muda para um estilo de vida mais rural. Mas vamos agora para uma conclusão de tudo isso que eu falei para você entender a lógica. [Música] [Aplausos] Tá? E o que que eu quero falar com todo esse blá blá blá para vocês? Bom, até onde vai a nossa capacidade de análise? O que eu pude perceber é que a gente tem uma resposta para todos esses desafios que a gente encontrou até agora. Talvez estejamos ansiosos, porque veja, não dá para mudar o clima de um estado, certo? Tá? Até onde eu entendo, a gente não tem esse poder. Nós não temos capacidade de encontrar mão de obra em um lugar que não tem mão de obra. E se tiver, vai ser cara demais pra gente contratar. Nós não temos como abandonar as coisas que fazem renda nas nossas vidas para trabalhar 24/7 no sítio. E nós não temos nenhuma outra maneira de acelerar isso aqui. Então, o que nos resta é pensar em dar tempo ao tempo. Talvez a nossa mentalidade mais YouTube esteja trazendo essa visão de que, caraca, ó, vamos acelerar, tem muita coisa para fazer. Esse mês a gente não fez nada, mas pelo que eu tenho observado, a vida no campo, ela é uma constante luta pela paciência. E no momento atual, acredito que o nosso principal objetivo será, até onde vai a minha visão, dar tempo ao tempo, mas não perder a capacidade executiva. Porque é muito fácil, que nem num dia, que nem esse, ó, ficar completamente à toa sentado aqui, sei lá, tomando cachaça. Seria facilmente uma ótima justificativa para não fazer nada. E eu não gosto disso. Então, onde está o meio do caminho em aceitar que as coisas levam tempo e que a gente vai fazendo de pouquinho e não fazer nada? Eu não sei ainda ainda onde está esse equilíbrio. Eu acho que nos poucos meses que estamos morando aqui, vivendo aqui, as duas famílias morando aqui, a gente já conseguiu fazer algumas coisas, cara. A gente tá começando, finalmente temos uma horta viável, temos couve, temos alface, tá nascendo outras coisas ali, temos feijão plantado que se der certo vai dar uns 20 kg de feijão, cara. Olha que legal. Então, temos várias coisas acontecendo, temos muita tilápia no sul já sendo alimentada. Eu acho que tá indo, mas eu gostaria que fosse mais rápido. E eu queria fazer esse vídeo aqui para compartilhar esses desafios e entender o que que vocês acham. Vocês acham que a gente tá acelerado demais? Vocês acham que a gente tá pecando em alguma coisa que a gente não tá conseguindo ver? Seria muito interessante entender a sua visão sobre esse assunto. E caso você não saiba, tá? Para finalizar esse papo, nós temos um canal dedicado do rancho. A gente não tá fazendo vídeos do rancho aqui no sobrevivencialismo para deixar ele mais focado em exploração de conceitos, tecnologias, técnicas, etc. Mas todo sábado às 19 horas, melhor dizendo, 19:30, a gente faz estreia de um episódio fazendo várias atividades do rancho no canal Rancho SV. Então, se você quiser conferir, fique à vontade. Vai ser uma ótima presença sua estar conosco lá nessa luta semanal para manter um sítio como esse daqui. Mas ressalto, estamos felizes, animados de estarmos aqui. Não existe nenhuma chance de voltar atrás. Eu não poderia estar no lugar mais certo para estar na minha vida neste momento. Claro, nem sempre significa que é tudo fácil. E eu gostaria de saber qual é a sua opinião sobre tudo isso. A gente se vê num próximo vídeo. Eu sou o Júlio Lobo. esteja preparado. [Música]

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