Os INTELECTUAIS do FASCISMO são de DIREITA ou de ESQUERDA?!

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Por que que você teve interesse em estudar o o sobre o fascismo? Ah, justamente porque eu fui chamado de fascistas várias vezes na internet na época do Bolsonaro sendo eleito. E aí eu me peguei percebendo a minha ignorância junto com todo mundo ao redor, né? E eu não não queria mais ser ignorante nesse sentido. E nas minhas procuras, logo no início dos meus estudos, eu acabei encontrando este livro aqui, só que no original em inglês, né? E eu pirateei, né? Porque é difícil conseguir livros assim quando não tem tradução no Brasil. Mas foi o livro que abriu minha mente pro assunto, né? Porque o nome já no título já chama atenção. Os intelectuais do fascismo. Tu pensa, poxa, existiam intelectuais do fascismo, então supostamente, quais eram suas ideias? Eram racionais ou irracionais, né? Se eram racionais, elas tinham alguma lógica? Elas eram convincentes a ponto de fazer mussolina e ficar no poder duas décadas mais, né? Todas as questões vieram à minha cabeça quando eu vi o título desse livro. E quando o Victor da editora Desterro me jogou a oportunidade de traduzi-lo, eu não não pude negar, caí de cabeça porque seria uma honra, né, ser o tradutor do Gregor, que é meu minha referência intelectual no assunto, e o livro que me abriu as portas pro estudo. Ótimo. Muito bom. Então vamos seguir mais ou menos aqui a sequência do livro. você falar, você pode fazer as pontas que quiser escapar da sequência do livro, fica à vontade. Certo? Então, eh, vamos ao contexto histórico, né, do Mussolini e dessas figuras aí. Campanha contra o comunismo com promoção imperdível, frete grátis e três cursos de bônus até o dia 7 de agosto. Aproveite. Isso é muito interessante porque quando você fala em fascismo, geralmente tudo que não fazem é te contextualizar historicamente a vida. ou a evolução intelectual de figuras desconhecidas como a maioria desses intelectuais, mas próprio Mussolini. Veja, até um pouco atrás tinha gente que não sabia ou duvidava de que Mussolini havia sido um marxista, sendo que está na própria várias biografias do Mussolini, os próprios escritos dele, na compilação dos escritos, que é ópera né, dele, que ele era o marxista, ele se via assim e escrevia textos sobre interpretações materialísticas da história, da evolução da sociedade em moldos marxistas. Tanto que Marx e Engels são os autores mais citados na juventude Mussolina em seus escritos, né? e depois vem pro Dom. Mas é óbvio que ele era marxista em sua juventude até mais ou menos seus 23, 24 anos de idade. Negar isso é um terraplanismo histórico, como o ter gosta de usar esse termo assim, né? E muitos comunistas o fazem, o negam e isso é simplesmente falso. O livro traz então uma contextualização ah de Mussolini também, embora ele seja marginal, mas principalmente de uma série de figuras intelectuais que são praticamente desconhecidas no Brasil, né? Sérgio Panúzio, Hugo Espírito, Alfredo Rouco, Camilo Pelize, Giovanni Gentile, né? E esse livro traz isso sistematicamente. O contexto histórico, portanto, é interessante porque vai mostrar porque esses intelectuais desenvolveram suas ideias, porque eles fizeram esse desenvolvimento e para quais fins, né? E o contexto histórico é justamente pega do início um pouco antes da Primeira Guerra Mundial. A Itália é aquela nação emergente, havia sido recém unificada junto com a Alemanha ali na segunda metade do século X, mas era uma figura ainda subalterna comparada às outras nações europeias, principalmente Inglaterra e França. E havia esse senso de que a Itália tinha, digamos assim, uma uma um senso de destino ou uma capacidade de ser mais do que ela realmente era, né? Porque veja, a Itália foi o berço do renascimento, o berço da do cristianismo, né, do catolicismo, império romano, figuras intelectuais e artística de renome mundial, etc. Mas isso contrastava radicalmente com a sua, digamos assim, imposição geopolítica institucional no mundo. Era uma nação que não possuía colônias. Isso era uma coisa que na psique italiana da época pesava muito, porque naquela época ter colônias era um sinal de força, né, de poder angarear recursos e manter-se na frente na corrida geopolítica. E por não terem colônias, isso a colocava numa situação subalterna. Isso era muito ah desprestigiador para muitos intelectuais, né? Então, muitos deles vão pegar esse contexto e desenvolver ideias que depois vão desembocar no fascismo, justamente para tentar tirar a Itália desse posição subalterna de nação secundária na Comunidade Europeia e colocá-la com um novo lugar ao Sol junto com as outras potências no sentido de igualdade, né? Esse é o contexto por trás desses intelectuais, assim, professor. Perfeito. Fala um pouco sobre o termo fascismo, né, em em italiano, fascismo. E por que que esse eh foi inspirado nos lectores romanos? Como podem ver aqui, espero que consigo ver, tem o Fátio, né, que é essa vareta aqui de certa, claro, com certeza saiu da República Romana, teve uma longa vida no império e depois caiu no ocaso da Idade Média e depois ele surgiu nas revoluções modernas, americana e francesa, né? Mas ele não pula da revolução americana e francesa para Mussolini do nada, né? Ele tem uma vida interessante, um ressurgimento, digamos assim, na própria Itália do século XIX com sindicalistas, né? Tanto que os próprios sindicalistas se diziam fatistas, né? O adjetivo fatista antes de existir o substantivo, o fatismo, né? Os os fatistas eram os sindicalistas que achavam que os sindicatos unidos, as varetas unidas com a machadinha faziam a força da classe trabalhadora. Eles eram todos socialistas? Sim. De vertente socialista, republicana, revolucionária. Alguns marxistas, outros tradicionalistas italianos, né? Alguns que década do século XIX el Estamos falando de 1880, 1890, certo? Aham. Eh, espalhados na Itália ou havia algum lugar que tinha mais mais pro norte da Itália? Mais pro norte, porque era onde era bastante industrializado e o sindicalismo começou lá por causa da classe operária, digamos assim, né? E eles viam que os sindicatos quando considerados coletivamente eram chamados de FAT, que é fátil no plural, né? Então, uma coletividade de sindicatos era um monte de força de fates, né? O Mussolino é influenciado por isso, né? Ele ele é quando ele começa sua militância em 1899, 1990, 1900, perdão, ah, ele faz amizade com sindicalistas, né? E ele aprende muito com o sindicalistas sobre luta revolucionária, né? sobre como interpretar a luta revolucionária na Itália, como fazer uma luta revolucionária marxista num país retórgado e subdesenvolvido para os padrões europeus, onde a base produtiva do capitalismo não estava nem menos completamente desenvolvida, um pouco no norte da Itália, mas o sul completamente agrário, né? Essas questões permeavam a cabeça dos sindicalistas e Mussolini aprendeu esses problemas com eles, né? E a questão era o seguinte, ele aderiu, né, a uns ao ao movimento sindicalista ou não? Ele não aderiu ao movimento sindicalista. Ele fazia colaboração intelectual com vários sindicalistas, como Arturo Labriola, que tinha o maior revista sindicalista da época, que era o Lavanguardia socialista, né? Mas ele foi o militante que se dizia marxista ortodoxo do Partido Socialista Italiano, mas tinha amizade com vários sindicalistas e compreendia seus problemas. No caso, embora o sindicalismo tenha se afastado do Partido Socialista Italiano, Mussolini nunca tirou da cabeça os problemas que ele aprendeu com os sindicalistas. De fato, se o marxismo falava que a revolução ia ser por causa do desenvolvimento das bases produtivas do capitalismo para gerar suas, né, contradições, etc., como fazê-lo numa num país cujas bases capitalistas estavam ainda muito atrás do estágio esperado? Vamos esperar décadas ou séculos para que o capitalismo se desenvolva? Vamos ajudar o capitalismo a se desenvolver ou vamos fazer um outro tipo de revolução independente da base produtiva do capitalismo? Os sindicalistas optaram por essa última opção. A revolução não pode depender da evolução de de bases econômicas ou de sistemas econômicos, mas ela tem que ser feita por eles mesmos. Vamos criar mitos, ideias apocalípticas para convencer o proletariado a fazer a revolução independente do estágio desenvolvimento capitalista. Eles se basearam no Sorrel para isso também. o Sorré. E o o Sorré, ele foi um sindicalista francês que começou a ser um herético marxista, que percebeu que o problema da revolução marxista é que o capitalismo não engendrava consciência de classe. Ele olhava para pra França do século final do século XIX e via que a consciência de classe estava ausente a consciência revolucionária proletária. O que ele via era o proletariado fortemente alinhado com as tradições francesas, nacionalistas, católicas e não internacionalismo de pluritária, uma coisa assim. Ele percebeu que a revolução não pode depender do marxismo como ciência, digamos assim. Então, ele deturpa o marxismo e o torna um mito revolucionário, que depois ele funde com o nacionalismo, né? Ele quer fazer uma revolução nacional socialista, uma revolução para a classe planetária dos produtores franceses, né, em prol da França. Esse termo nacional, socialismo, surgiu aonde? Ou o conceito pelo menos? O conceito surgiu por volta final do século XIX na França com esses sindicalistas franceses, né, que começaram a pensar ideias de revolução fora do quadro internacionalista deixado por Carl Marx, né? Mas é interessante, embora o termo tenha se popularizado nessa época, o socialismo já surge antes de Marx e ele já surge nacionalista, né? A ideia de que o socialismo é internacionalista é uma coisa que Marx injetou no discurso socialista europeu, mas não é naturalmente internacionalista. O socialismo sempre foi visto antes Marx como naturalmente junto com a ideia de fazer uma nação soberana, né? Os jacobinos e os socialistas pós- jacobinos antes de Marx, todos viam que a revolução, o socialismo era pra classe nacional da República, né? O próprio o próprio cara que cunhou o termo socialismo Pierre Lu, um francês em 1828, se eu não me engano, falava que o socialismo tem que ser francês para a França. E ele era um antissemita também, né? Ele ele ele ele falava que o o capitalismo é associado com a influência judaica dos banqueiros e tal, aquela coisa toda. E depois Hitler vai te seguir essa mesma linha. Ah, mas sim, o nacionalismo, ele sempre nasceu em brincado com o socialismo. Marx, por causa da sua grande influência faz essa quebra e no final do século XIX ele começa a ser retomado, começa a ser redescoberto que o nacionalismo, na verdade, ele é estritamente relacionado com o socialismo, ele ressurge nesse sentido, professor. Certo. Perfeito. Agora, o grande racha desse internacionalista e nacionalista foi na Primeira Guerra Mundial, né? Foi onde, digamos assim, foi posto a prova, né? É. Nada como os fatos, né, e a realidade para dar um bom tapa na cara dos intelectuais, digamos assim, né, quando antes da guerra, antes da Primeira Guerra Mundial, embora alguns grupos heréticos, como sindicalistas já falavam que a a nação é condizente e conciliável com o socialismo, muitos falavam: “Não, isso é besteira, tem que ser internacional”. Quando acontecer uma guerra europeia, os planetários vão se juntar com, né, os outros planetários dos outros países, vão derrubar suas burguesias nacionais e deram com os burros na água. Não foi nada disso que aconteceu, né? Foi o espetáculo contrário. Eles viam os planetários alemães pegando em armas para matar os planetários italianos e vice-versa, inglesco, e assim vai. Aquilo jogão foi um choque absoluto em todo o socialismo europeu e Mussolini estava no meio disso. O que mais pegou Mussolini e o fez se tornar um socialista nacionalista foi a hipocrisia dos socialistas alemães. Porque lembra o SPD, o Partido Socialdemocrata, era o maior partido socialista, né? O partido herdeiro de Engels, né? Eles acreditavam que era o socialismo, não sei o quê. E ele quando chegou a guerra, o SPD que falava que tinha que se fazer uma internacional, não podia apoiar os os burgues na guerra, o que que eles fizeram? Apoiaram seu país na guerra. Exortaram os trabalhadores alemães a matar os trabalhadores italianos. E o Sulini vê aquilo e fica abismado. Os caras que falavam para todo mundo ser internacionalista, para não apoiar ninguém na guerra, estão agora sendo os primeiros nacionalistas chavinistas, belicosos, falando pros proletariados alemães matar os nossos concidadãos italianos nas trincheiras. Muita hipocrisia, né? Total. Mussolini fica abismado com aquilo e prontamente fala pros seus camaradas italianos. Olha o que eles estão fazendo. Nós vamos ficar aqui inertes, parados, deixar os proletariados alemães matarem nossos concidadãos. Vamos deixar os italianos morrer sem fazer nada. Eles que eram nossos chefes do socialismo não ligam para nós. Porque nós deveríamos ligar para eles ou pro internacionalismo, não sei o quê. Mussolini estava certo. Mussolini foi coerente. Quem não foi coerente foi o resto do Partido Socialista Italiano, que decidiu seguir pelo pacifismo e pela não intervenção. Não, isso é uma guerra da burguesia, não sei o quê, não sei o quê. Mussolini falou: “Não, isso é besteira”. Ele foi expulso do partido, né? Ele vai paraas trincheiras, ele luta nas trincheiras, ele é ferido e ele volta, né? E nessas trincheiras ele ele começa a perceber que o verdadeiro intelectual socialista italiano não é não é Marx, não é para ser Marx, é para ser Mazini. Ele ressuscita a tradição socialista italiana e começa a descartar o internacionalismo de Marx que já havia sendo posto em dúvida nos últimos anos assim, né? E com a primeira guerra ele quebra de vez assim. E aí ele volta das trincheiras e começa a fazer seus movimentos para uma revolução nacionalista. E um desses movimentos, ele numa entrevista fala que é o fatismo, né? Perfeito. E ele conheceu essas figuras aqui, Panúnzio, Roco, o espírito. Conceu, conheceu todos. Foi todos contemporâneos dele? Com certeza. Todos foram contemporâneos. Conheceu Sorré ou não? Nunca chegou a conhecer pessoalmente Sorré. Não, nem o Len aquele dele ter conhecido o Lene também foi lenda, né? Não tem provas de que ele conheceu Lenin pessoalmente, nem S, nem Lenin, né? Ah, embora ele tenha passado uma temporada na Suíça, numa época que Lenin também estava lá em 1902, 1903, Lenin já era uma figura muito importante no socialismo russo, mas Mussolini tinha os seus 19, 20 anos e ele trabalhava como pedreiro, assim, né? É, então no, ele era só um arroaceiro escrevendo artigos esporádicos em jornais, assim, um pedreiro vagabundo assim, né? Acho que Len não teria dado muita atenção para Mussolina fosse falar isso daí. Esquece, não quer só mais um aleatório da Itália assim, né? Mas sim, todas essas figuras do livro trabalharam pro estado fascista, foram intelectuais do estado fascista e Mussolini os conhecia e falou pessoalmente, né? Teve tratativas pessoais com todos eles. O Panúzio, por exemplo, ele foi colega na Suíça de Mussolini. Panúzio é uns três anos mais jovem que Mussolini, sindicalista. escrevia artigos junto na revista do Labriola, quando Mussolini também os escrevia. Então eles se conheciam, eles trocavam cartas, conversavam e panunzi e foi influenciado por Mussolino e Mussolino por Panúzio, né? Isso antes de todos se tornarem fascistas, né? Depois quando surge, né, o movimento fatista do Mussolini, o Panújo se junta, né, e aos e aos poucos ele vai se tornando intelectual do estado fascista, né? O Hugo Espírito não conhecia Mussolini na militância socialista. Ele já conheceu Mussolini quando era o Dut. né? Porque o o espírito ele era um discípulo do da do Giovan Gentile, né? Idealismo do Gentile. E ele se torna muito popular nos anos 30 o espírito, tanto positivamente e negativamente, né? Porque o espírito é um dos mais radicais teóricos do corporativismo. Ele falava que o corporativismo fascista vai eh realmente fazer a o que a revolução bolchevique nunca fez na Rússia, eles vão fazer na na Itália, né? Ele leva a sua proposta, depois eu vou explicar, ela é bem radical, Mussolini a lê, né? E assine embaixo falando que é uma boa ideia, que deveria ser implementada. Nunca foi, mas Mussolini conhecia o espírito, leu os trabalhos de espírito e os aprovou. Tem assinatura dele, certo? Gentile nem se fala. Ah, Gentile, sim. Esse aí foi famosíssimo, né? Já era muito conhecido na época. Mussolini era foi influenciada por Gentí época. A própria doutrina do fascismo foi requisitada por Mussolini, né, para que Gentília escrevesse em partes, né? Tem isso aí já é bem sabido. Alfredo Rouco, mesma coisa. Era um jurista famoso, né? Se junta ao partido fascista, vira o arquiteto jurídico do Estado fascista, faz a carta de lavoro, outros instrumentos da ditadura pessoal de Mussolini, né? Mussolini se torna ditador por causa da arquitetura jurídica feita por Roco também, né? Ah, então assim, obviamente eles se conheciam, era o ministro da justiça de Mussolina, né? uma figura importante. Ah, outra figura que tem aqui no livro, o Camilo Pelize. É uma figura muito marginal, mas ele é importante porque ele também foi um discípulo de de Gentile e ele avança um pouco o idealismo dele. E Mussolini tinha um pendor, uma amizade estranha com Pelize, porque Peliz ele nasceu na Itália, mas ele cresceu na Inglaterra. Ele ficou muito tempo na Inglaterra e ele volta pra Itália justamente por causa dos reboliços do movimento fascista, né? E aí muita gente te falava que ele era meio que um inglês demais, anglossaxão demais, no caso, só via com preconceito. Isso aí ele ele traz muita filosofia analítica para cá, assim, né? Representava muitas ideias britânicas, o pessoal não gostava muito disso, mas o Mussolini o ajudava assim, né? E o Gentil também. Então é uma figura interessante que eu posso comentar mais depois, mas assim, todos eles, né? E não conhecidos de Mussolina e eles conheciam pessoalmente. Sim, com certeza. Você acaba de assistir um corte do Canavelas Podcast. Na tela está aparecendo o episódio completo e outro corte.

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