Os PERFIL de uma TRAFICANTE é de um PSICOPATA?
0Naquela década de 90 você entrevistava as pessoas, reduzia termo, eh, era gravado, né, a entrevista ou não? Você anotava assim, eh, como é que era o processo? podia ser anotado, podia ser gravado. Eh, essas entrevistas que para mim foram bem marcantes, que foram as entrevistas que a gente estava conversando aqui em off, né, com os matadores dos anos 90, eh, que foi para essa reportagem que eu fiz pra revista Veja, que chamava Os Bandidos das Chacinas, porque tinham 100 chacinas por ano em São Paulo. Jardim Ângela tinha mais de 120 homicídios por 100.000 habitantes. Eh, e eu fui tentar entender porque que ascinas e os homicídios estavam acontecendo. E aí eu, como é que eu cheguei nesses caras, né? Eu fui no terceiro tribunal do júri que os casos de homicídios para serem julgados, eles vão a júri popular, que é aquele teatro tipo dos filmes americanos que só se reproduzem no Tribunal do Júri aqui em casos de homicídios e de tentativas de homicídios. Eu fui nesse Tribunal do Júri, eu perguntei pros promotores: “Quem é o advogado de defesa que mais defende o assassino?” Eles me indicaram uma pessoa, um advogado que é o, na época era o Dr. Roberto Ribeiro, ele já faleceu e ele me apresentou vários clientes dele porque ele mantinha todos fora da da cadeia, né? Ele era um cara que fazia tudo para deixar os clientes dele do lado de fora. E eles tinham então uma relação de confiança muito grande com esse advogado. Eu trabalhando na Veja, esse o o Dr. Roberto, eles se sentiam envaidecido, né? Era tipo, vejo Jornal Nacional, os dois grandes veículos de publicidade para um advogado, imagina, né? Sair na vez já era glória. E ele ainda era um advogado muito ligado à periferia, eh a crimes pequenos, tal, quer dizer, homicídios, crimes gravíssimos, mas de pessoas sem dinheiro, né? Ah, certo. E aí ele me apresentou vários clientes dele, eles foram falando e eles me autorizaram gravar e eu gravei várias entrevistas. Campanha contra o comunismo com promoção imperdível, frete grátis e três cursos de bônus até o dia 7 de agosto. Aproveite. Várias entrevistas que eu tô agora articulando para produzir um podcast 25 anos depois. Quer dizer, olha, interessante, já que você guardou tudo, você tem uma um arquivo impressionante. É. E hoje, 25 anos depois eu vou organizar para para contar um pouco melhor essa história. Você notava que eles tinham algum tipo de arrependimento, de remoro, eram pessoas frias, eram psicopatas? Como é que era o perfil dessa dessas pessoas? Eu me fazia, você imagina, eu me fazia todas essas perguntas antes de falar com eles, né? E para mim, justamente por não fazer ideia de quem eu ia encontrar, é que as respostas foram surpreendentes. Porque o que para mim foi mais surpreendente é que diversos matadores que eu entrevistava tinham um ponto em comum que para mim foi muito impactante. Assim, eles diziam assim e eram pessoas que tinham matado 30 pessoas, 40 pessoas. Um, dois, não, não era. Até podia ter um que matou dois, três, mas quase sempre eles se envolviam em ciclos de vingança, porque eles matavam alguém do bairro vizinho num jogo de vársia, que foi um caso concreto de uma pessoa que me contou como ele começou a se envolver nisso. E os amigos dele iam lá e matavam um outro porque eles tinham matado o amigo do cara. Aí eles se articulavam, ia lá fazer, matavam três para dar uma lição. Daí você já tinha uma outra resposta e nessa desenvolvia ciclos que às vezes duravam 10 anos, meio abril despedaçado, aquelas guerras do Nordeste que duram o processo de ciclos de vingança, né? Certo. Eh, eles faziam parte desses contextos conflagrados e faziam parte desses grupos que ficavam em conflitos com grupos vizinhos. Era essa a dinâmica dos homicídios. E quando eu fui entrevistá-los, eles diziam para mim assim, isso se reproduzia nas salas. Olha, uma coisa eu posso te garantir, eu nunca matei nenhum inocente. Eu só matei quem merecia morrer. Todo mundo que eu matei merecia morrer. Olha, você pode falar com os meus vizinhos, todo mundo me respeita, porque eu só mato quem merece morrer. Então você tinha uma convicção de que alguns assassinatos se justificavam e você tinha até uma ética entre aqueles que estavam em conflito. E quem morava no bairro desse dessas pessoas, desde que elas não entrassem no caminho desses caras, elas estavam relativamente seguras. Então, para mim, isso foi muito novo. Assim, eles eles conversavam comigo, eu passei a me sentir seguro porque era só eu não produzir motivos para ele me matar e eram relativamente motivos claros. Então assim, quem que eles matavam? matava o cagueta, que é o cara que fala pra polícia, matava o atrasalado, que atrapalhava os negócios dos crimes dele, matava o vacilão, o verme. Tinha uma série de categorias que eles me explicavam, mas que eu não fazia parte dessa ameaça. Eu não era uma ameaça para eles, porque fazia parte do acordo, das entrevistas, que eu não ia revelar os nomes, né, e nem revelar os lugares onde eles moravam. Então, o que para mim foi muito marcante era justamente essa capacidade de matar, falar a respeito e se sentir fazendo parte de uma regra local e por causa disso não ter peso na consciência e até me explicar. Olha, nunca matei nenhum inocente. Todo mundo que eu matei merecia morrer. Então isso eu posso te garantir. Você vai lá, todo mundo vai ver que eu sou um cara de respeito, tal. Então isso para mim foi o que eu falei, eu preciso entender isso. Como é que a sociedade forma essa convicção? Porque que eles acreditam nisso? Porque que é esse você falou desse jogo de vars aí que gerou tinha crime passional que era um clássico no Brasil nos anos 50, 30 e também eh havia muito crime de encomenda, cara, pagando lá alguém para para executar outro. Olha como você eh trabalha com história, né, Marcelo? Eu no final das contas eu acabei, perdão, tá? Eu acabei trabalhando um pouco com a história da violência e eu, por exemplo, eu trabalho muito, trabalhei muito para me nortear nesses nesses ehão aqui não pode falando, só vou pôr no mand. Eu acabei eh trabalhando para me nortear com a curva de homicídios em São Paulo em 100, durante 100 anos. Eu peguei os dados e é curioso que assim, de 1900 a 1960, São Paulo não tinha passado dos 10 homicídios por 100 habitantes nunca. Nunca. Nossa, interessante. Sempre tinha ficado no máximo 89 homicídios por 100.000 habitantes. A partir de 60 começa a crescer e se multiplica por 10 em 40 anos. Então São Paulo cresce em 900%. 1960 tinha cinco homicídios por semiabitantes, vai para mais de 50 homicídios por semiabitantes em eh em 40 anos. E isso para mim era o que me interessava. Como é que um tipo de comportamento tabu em todas as civilizações, né? Porque se você tem um um cara capaz de ameaçar a vida de alguém numa civilização, esse cara é uma ameaça, né? E ele vai ser punido e isso é intolerável, né? numa numa civilização eh e nas regras civilizacionais. E como é que esse tipo de comportamento tabu se espalha e passa a contagiar tanta gente num período tão curto? Por que que as pessoas passam a matar essa tão rapidamente? Por que que isso aconteceu no Brasil sem que se mudasse a população? Na verdade, as pessoas foram matando mais e mais e se tornou um hábito mais comum do que era antes, né? e envolvendo um grupo de pessoas, eram homens, jovens, moradores dessas quebradas, porque se você fosse olhar no mapa de São Paulo, você tinha eh pontos quentes, hotspots, que eles chamam. Então, se o Jardim Ângela em 95 tinha 120 homicídios para semiabitantes, os jardins tinham dois, três homicídios. Então você tinha um abismo e era como se nesses territórios você começasse a ter um outro tipo de comportamento e um outro tipo de crença. E eu me perguntava por que essa crença passava a ser contagiante. E esses crimes passionais que chamavam passionais, hoje a gente chama de feminicídio, né, que é uma morte em decorrência do gênero feminino. Então, de repente, você tinha uma cultura machista da tradição patriarcal brasileira, etc., que até se justificava em a legítima defesa da honra muitas vezes nos tribunais, né? Isso até durante um tempo era aceito como justificativa de defesa, legítima defesa da honra, tal. E você tinha esses crimes que eram a maioria, mas que muitas vezes eh e que eram punidos quando São Paulo era uma cidade violenta, mas não passava dos 10 homicídios por semiabitantes. Era não era mais violenta do Brasil. O Rio de Janeiro já era mais violento. É, era, você tinha muita dificuldade de medição de outros lugares, né? Mas os centros urbanos eram os lugares mais violentos. Rio de Janeiro, São Paulo, eh o Nordeste naquela época era mais seguro, não era? É, você teve outros momentos onde o Nordeste teve uma cena violenta muito grande, principalmente vinculada ao cangaço, aos conflitos no cangaço. Então é, era sertão nordestino, mas conflitos entre coronéis e fazendas e aqueles ciclos de vingança entre as próprias fazendas com pistolagem. A pistolagem era muito tradicional no Nordeste, que era contratar pistoleiro para matar lideranças regionais e isso faz parte da história. E em São Paulo não. Em São Paulo você tinha até 1950 60 esses crimes eh dentro de casa envolvendo pessoas que se conheciam. O que que começa a acontecer? você começa a ter uma nova cidade a partir dos anos 50, 60, com pessoas vindo do Brasil rural, que era 450 anos de história, até 1940, 70% da população morava nas zonas rurais. Então o Brasil era um país rural. Você começa a ter o processo de industrialização, decadência das lavouras, você começa a ter os meios de comunicação de massa com as rádios, televisão, as propagandas de publicidade, as pessoas sonhando numa ascensão social, começam a ver as cidades como espécies de utopias para você poder acender e fugir da miséria das zonas rurais. E 85% das pessoas passam a viver nas cidades. Então, o Brasil deixa de ser um país rural em 50 anos. Então deixe 70% das pessoas morando no campo passam 85% das pessoas morando na cidade. E aí quando elas chegam na cidades, elas começam a assustar aquele núcleo de pessoas que já tinham um uma vida urbana relativamente eh sedimentada, né? e que começa a ver as pessoas chegando nas periferias, construindo suas próprias casas com a cultura rural, iletramento, as pessoas começam a ter medo daquilo e a polícia passa a agir nos territórios. a Polícia Militar se torna uma polícia territorial em 69 durante a ditadura militar, quando as pessoas começam a ficar com medo do crime nas cidades e os roubos começam a crescer de fato. E aí a violência, em vez de ser vista como uma ação de psicopata ou de um machista ou de um cara antisocial, ela passa a ser usada pela polícia como instrumento de produção de ordem. Como se você usando violência pelo extermínio ou pela pela pelo pelo uso violento, você ensinasse o que acontecia para quem desrespeitasse as leis. Surgem os primeiros grupos de extermínio em 64. Em 68 vai surgir o Esquadrão da Morte no São Paulo, 64 no Rio, escuderile, a rota surgiu nos anos 70, porque você passa a enxergar a violência como uma forma de produzir ordem e ao mesmo tempo, em vez de você produzir ordem, você produz articulação e pessoas que começam a disputar o poder nas quebradas usando a violência. também surgem justiceiros em São Paulo nos anos 80 tentando impor a ordem nas quebradas e aí os os moleques ficam com o desafio de matar o justiceiro para estabelecer a ordem. Daí você começa a ter esses grupos que passam também a matar e aí você começa a ter esses ciclos de violência que vão dar nas chacinas dos anos 90 e a pessoa falando: “Meu, eu só mato quem merece, né? Se o cara vem para cima de mim, eu também vou para cima dele”. Então você começa a ter essa cultura se formando que é muito diferente da que era. Então assim, tem os passionais e os os feminicídios tem mais esses crimes dos anos 70, 80 e 90 é mais um conflito de disputa, de honra, de poder entre homens jovens de quebradas nesse caos que era a periferia. Impressionante. Eh, qual a idade que do do típica desse criminoso que você entrevistou? Olha, 20 a 30 anos. Tem um ditado, né? Como é que era o ditado? Criminoso no envelhece ou não tem criminoso velho. Tem uma uma gordura pouco, não me lembro mais. É, hoje tem. Antes não. Antes eh hoje tem o Marcola vai fazer 60 anos, que é o chefe do PCC e tem toda a geração. Porque realmente o São Paulo conseguiu reduzir os homicídios em 80% nos últimos 25 anos. Mas o nessa época, se você passasse dos 25 anos na gíria e na na no senso comum local, você era um sobrevivente até no hip hop. Então é verdade, não era não era só um ditado, não. Não tem uma amiga minha, não é? Uma amiga minha fez uma reportagem uma época, eh, e acompanhando jovens que estudaram, eh, estudavam em bairros violentos, que ela acompanhou do ensino fundamental e até o ensino médio. E assim, no ensino médio tinham nem meia dúzia de homens que tinham estavam vivos ou que ou soltos, né? Então, a maioria tinha morrido, tinha. E eu perguntava isso para mim era uma outra coisa que chocava. Eh, eu sou de 1971, nasci em 19. É, então a gente é da mesma geração. E eu ia pras periferias e eu perguntava: “Você já perdeu algum amigo assassinado?” Eu, graças a Deus, nunca perdi amigo assassinado. E a gente que vive aqui em São Paulo, nosso medo é de ser assaltado, né? Era esse o medo violência, né? A gente ser assaltado do que ser assassinado. Tem razão. É de ser assassinado. E aí nesses lugares pessoas da minha geração, não, pô. Já quanto? Muitos, mas assim, 20, 30. É nessa amigo próximo ou amigo mais ou menos. Amigo mais ou menos. Aí não dá para contar. Já perdi a conta. Mas é 20, 30, próximo 8. Então assim, era um contexto muito de guerra do Vietnã assim, sabe? De uma geração que participou de uma guerra. E eu falei como os caras moram a 5 km de mim. Como isso acontece a 5 km do meu bairro? E eu não sabia nada disso. Então foi, não preciso entender, vou mais, vou me aprofundar. Foi assim, foi indo. Nesses criminoso que você entrevistou, vi um certo prazer dele falar assim, não, eu matei mesmo. Uma uma conta pela pelo número? Sim, eu assim, eh, não era só assim de desse negócio você falou: “Não fogou comigo agora não tá preocupado se matou 5 10”. É, eu acho que muitos evitavam falar até o número, não pegava bem, porque qual que era, qual que era o problema, e isso é bem interessante, eles sabiam que quanto mais eles matavam, mais risco eles passavam a correr. Hum. Porque mais vingança eles compravam e mais inimizade eles faziam. Então, eh, o, o, para mim, o irônico era isso. Eh, e para mim isso foi visível. Eu falo, por que que não se reverte essa situação? Porque eles me diziam isso. Quanto mais eu mato, mais bo, que é outro a gíria que eles usavam para problema. Quanto mais eu mato, mais bo arrumo para mim. E eu sei que, mas ao mesmo tempo eu preciso matar. Mas se eu pudesse sair dessa vida, eu saía. Porque assim, eu tô matando, mas eu tô comprando mais briga, eu vou precisar matar mais gente e essa coisa não acaba. Só vou sair dessa se eu morrer ou se eu for preso ou se Mas não tem como sair dessa. Então, eh, muitos que você entrevistou foram assassinados depois. Basicamente todos, todos, todos, todos. Eu aí eu, enfim, esses dessa época, eh, foram todos assassinados e eu acompanhei alguns casos, eh, alguns deles que eu entrevistei, eles foram assassinados em 2006. Cinco deles, por exemplo, que eu acompanhei mais de perto, foram assassinados em 2006. Eu acompanhei mais de perto porque eu passei a eh a ter acesso ao inquérito dos homicídios deles, porque o o Roberto Ribeiro, que era o advogado, ele ainda tava vivo e ele tava me contando a história. Eles estão sendo, estão participando de um, um inquérito de virou processo e eles estão denunciando porque o PCC tava chegando nessa região do Grajalú na época. Você você fez esses essa fase aí não tinha o PCC, né? Tinha o PCC, só que o PCC tava muito restrito à cadeia. Ele não tinha saído pras quebradas ainda e não tinha a força que ele teria em 2002, 2003 em diante. O PCC começa a ter uma força diferente nas quebradas por uma questão tecnológica, pela popularização dos celulares. O celular chega e se populariza em 98, 99. A primeira mega rebelião com celular, que 70 presídios ao mesmo tempo, é em 2001. Ou seja, a partir daí você já tem uma possibilidade do lado de dentro e do de fora se comunicarem. E aí quando eu fiz era 99, o PCC não tinha essa ascendência. E o PCC começa a chegar no Grajaú em 2006 e eles eram uns matadores da região do Grajaú, não era pistoleiro. E aqui essa cultura da pistolagem não existia, que é muito própria de conflito de terra do Nordeste, de você pagar para matar político ligado à questão fundiária. Aqui era uma outra dinâmica, uma outra cena, né? uma cena de conflito, de quebrada, de polícia, de justiceiro, de grupos de jovens, índice droga nesse meio, como é que funcionava a lógica da droga nessa? A droga era importante, mas muita gente, para você ter uma ideia, eh muita gente eh começou a ter problema nos anos 90 por causa do craque. O craque chega em São Paulo em 90, 89 e 90. E muitos, muitas dessas chacinas aconteciam para matar o usuário de craque da porque eles diziam que contava pra polícia eh quem roubava na quebrada. Se a polícia pegasse eles, eles eram frágeis, eles caguetavam e ao mesmo tempo roubavam botijão de gás, roubavam os moradores de lá. Então os noias, que era o termo pejorativo para definir usuário de craque, eles matavam. E aí eles começavam a fazer chacinas com usuários de craque muito recorrente. E é justamente nesse período que a cracolândia começa a surgir no centro de São Paulo, porque a cracolândia vira uma espécie de exílio das periferias dos usuários de craque. E as pessoas começam a usar craque vindo de todas as quebradas de São Paulo no centro, porque também era um lugar onde a polícia tinha uma ascendência na venda de drogas. era a boca do lixo histórica de São Paulo perto da rodoviária velha e dos inferninhos, das das casas de prostituição e de jogo e tudo mais. A polícia tinha uma certa ascendência, a polícia civil na época, então era um território livre para usar craque, para vender craque. O PCC não tava na cracolândia, ainda começa sem PCC. Quer dizer, muitos desses usuários de droga, eles saíram da periferia porque eles estavam correndo risco de morrer. Não podia fumar na periferia, era assassinado. Era, é, é interessante. Então, a cracolândia surge nesse contexto. Daí tem uma história, organização social, um monte de coisa gravitando em torno da cracolândia, ela vai se manter ao longo dos anos. Mas tinha conflito de de campanha contra o comunismo com promoção imperdível, frete grá e três curso de bônus até o dia 7 de agosto. Aproveite. Biqueira, né, que é as bocas também. Eh, mas mais do que conflito entre bocas, era conflito entre grupos de território que tentavam ter o poder no território. Às vezes era ladrão também, às vezes era trabalhador, às vezes era dono de bar, às vezes era dono de lotação, que fazia uma banca que entrava em conflito com a banca do bairro Vizinho, também tinha traficante. Mas é bem diferente do que é no Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro, sim, você tem um tráfico de drogas e um controle territorial pra venda de drogas no morro, pra venda varejista de drogas, que a disputa é muito decorrente do tráfico de drogas. Em São Paulo era uma dinâmica diferente. E desses assassinos que você eh entrevistou, qual que era a profissão deles? Eles viraram assassinos profissionais ou eles tinham uma profissão em paralelo? tinham profissão em paralelo, tinham profissão e esquemas, né, negócios paralelos. Eh, podia ser eh, podia ser um comércio, podia ser eh eh cobrador de lotação, motoboy, eh traficante, ladrão de carro, eh várias várias várias atividades. Não era, não era matando que eles faziam dinheiro, matando eles e resolviam os problemas dele. dinheiro, eles ganhavam de outra forma, segurança privado, segurança de comércio, eh diversas profissões ou atividade de ônibus, quer dizer, de lotação, que quando era era o transporte clandestino, pelo menos entre os que eu entrevistei, né, algumas das profissões assim, eh, eram diversas e no crime também, né? Você acaba de assistir um corte do Caravelas Podcast. Na tela está aparecendo episódio completo e outro corte. Muito obrigado pela atenção.