OS RISCOS DE VOCÊ SE COMPARAR | CORTES do EDSON CASTRO
0O meu querido Alan Flash, a Ed já se autossabotou ao ver a conquista de um amigo, tipo casa própria, ficar feliz por ele, mas mesmo tempo anular todas suas conquistas. Cara, Alan, isso daí é um efeito de comparação. Isso que você tá falando é justamente, por incrível que pareça, um acho que é o último capítulo do meu livro, Me sinto atrasado na vida. Aí aqui, ó, tudo tem seu tempo determinado e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Eclesiastes 3:1. Era uma noite quente de sábado. Tudo que eu queria era tomar uma cerveja e jogar conversa fora para refrescar minhas ideias. Estava recém formado na faculdade e um mundo de possibil e o mundo de possibilidades começava a surgir pela frente. Tinha sido efetivado no trabalho, começado a ganhar de um salário de gente grande e recebia responsabilidades à altura. Aí namorava com minha mãe, mas não tinha mais os perrengues financeiros da época de estágio e faculdade. Era época de traçar planos, viagens, cursos, trocar de carro, talvez. O céu era limite para os meus planos, apesar de até então todos eles não passarem disso, planos. Mas só de saber que finalmente eu ganhava o suficiente para poder planejar coisas já me deixava satisfeito. Só não, só não mais satisfeito do que ficaria tomar uma boa e velha gelada numa mesa de boteco. Foi preciso meia dúzia de mensagem no celular para encontrar um amigo para me acompanhar para tomar uma. Entre um litrão e outro servido ao lado de um salgado de procedência duvidosa. Uma daquelas coincidências do destino aconteceu. Um colega que nem que não via desde a época de colégio passou e me reconheceu na mesa de bar. Era Roberto. Tínhamos estudado juntos e não nos encontrávamos desde a formatura. Prontamente ele sentou, encheu seu copo de cerveja e começou a despejar despejar na gente o que estava fazendo da vida. Toda a magia dos meus planos se perdeu. Nem se jogasse um copo de água em minha cerveja, ela teria perdido o gosto, como aquela conversa fez, com que perdesse. Ele estava noivo e eu solteiro alguns anos. Vamos casar até o fim do ano. Tinham acabado de se mudar para um apartamento com varanda gourmet em uma das áreas mais nobres do Anália Franco, bairro de luxo da zona leste de São Paulo. A entrada foi meio puxada, mas a gente se aperta e dá um jeito, sabe como é? Não, eu não sabia. Ainda dependia dos meus pais para ter um teto e morava num sobrado cuja umidade cobria boa parte da parede de meu quarto. Estou tocando a empresa do meu pai. Dá maior trampo ser chefe. Eu tinha acabado de me livrar do meu título de estagiário. Como faz para ter a própria empresa aos 25 anos? Voltei para casa arrasado. Me senti um merda e o mundo girou. Anos depois encontrei Roberto no aniversário de um amigo em comum. Ambos agora estávamos na faixa dos 30 anos e tínhamos muitos a atualizar. Antes que eu pudesse sequer perguntar da vida dele, ele disparou. Fico de cara com o seu trabalho. Acho muito [ __ ] as entrevistas que você tem feito e as viagens que você fez nesse último ano. Que inveja que eu tenho de você, maluco. Eu fiquei atônito, mas a conversa não porou por aí. As coisas na vida do Roberto não estavam legais. O casamento não deu certo e o divórcio foi duro. Ela ficou com apartamento para não acabar sobrando para minha empresa. A pandemia não tinha sido legal para ele também. Perdemos metade dos clientes. A metade que ficou está devendo uma grana. Para completar, sua saúde mental não tava legal. Tive um burnout [ __ ] no ano passado. Tive que ficar alguns meses afastados para voltar ao normal. Mas, pô, cara, feliz demais de ver o seu sucesso. Aos olhos de Roberto, naquele momento, eu era um sucesso. Era solteiro, sem divórcio para me atrapalhar, com a empresa crescendo, relativo sucesso na criação de conteúdo e morando em uma casa legal, com estilo de vida invejável para muitos. viagens pagas por marcas, entrevistas com celebridades notórias e jornada flexível que me permitiu alguns luxos e hobbies que boa parte da população brasileira não tem acesso. Aos olhos de Roberto, eu tinha dado certo. Para mim, a vida estava apenas normal, o que nos leva a um ponto. Toda jornada é individual e intransferível. Comparar a sua vida com a de outra pessoa não vai tornar a sua vida mais fácil, nem acelerar as coisas, e ainda é injusto com você mesmo. Logo, acho que vale destacar que se você sente atrasado na vida, a pergunta é: em relação a quê? Ó, tá vendo que essa pergunta é exatamente para você, tá, Alan? Bem, bem feita para você, tá bom? Para quem, ó, quem tá perguntando, eu tô lendo o meu livro, Tudo que seus pais não te ensinaram, mas você deveria saber que já está à venda na Amazon e em diversas livrarias ao redor do Brasil. Antes de continuar esse vídeo daqui, quero pedir para você deixar o seu like, que você fortalece muito meu trabalho. Não esquece de se inscrever. Mais de 50% das pessoas que assistem os nossos vídeos não são inscritos, então cada inscrito importa. A gente tá recomeçando os trabalhos, então preciso de você. E quero avisar que dia 16 de agosto, sábado, às 11 da manhã, na livraria Martins Fontes, que fica lá na Avenida Paulista, no número 509, a gente vai ter a sessão de autógrafos do meu livro. Eu estou lançando tudo que seus pais não te ensinaram, mas você deveria saber. E vamos ter um encontro marcado, onde a gente vai poder se conhecer, se encontrar. Você pode comprar a sua cópia do livro, levar o seu livro para ser autografado ou você também pode ir sem livro, não precisa comprar nada. Pode ir lá só para dar um oi, só para pegar dar um abraço, tirar uma foto. É um encontro pra gente se conhecer, conversar, tirar um abraço, trocar uma ideia. Então, se você gosta do meu trabalho, se acompanha o meu trabalho nos últimos anos, apareça por lá que eu quero conhecer você. Vou deixar o link na descrição do vídeo para você poder comprar o meu livro e vou deixar mais informações do evento também. Espero por você. Qual é o referencial no qual estamos nos baseando aqui? Está atrasado em relação aos seus amigos? Onde você gostaria estar? De ou de onde? acredita que a maioria das pessoas está para computar o atraso é necessário um referencial. Qual usaremos? Acho injusto usar como referencial outras pessoas. Um primo, um vizinho, um colega de classe. Pessoas têm vivências diferentes, histórias, jornadas, mais facilidades, mais dificuldades. E por vezes a gente não sabe qual é toda, qual é a toda a jornada daquela pessoa. Uma pessoa pode estar muito bem suucedida profissionalmente, mas muito mal de saúde mental. Não dá para medir qual o sucesso de alguém em uma área sem começar o sacrifício que foi feito em outras. A gente normalmente quer o corpo das estrelas de Hollywood, mas dificilmente está ficará empolgado em fazer uma dieta. Não computamos quantas restrições um atleta ou celebridade fez em busca de uma barriga tanquinho ou até mesmo quantos profissionais estão por trás de um treinamento de um influenciador que posta fotos no espelho da academia todos os dias, sem contar o fator rotina. É óbvio que uma pessoa cujo no foco na carreira se preparar fisicamente terá resultados consideravelmente mais expressivos que o seu, cujo único tempo para treinar é nas 2 horas que sobra no fim do dia após pegar transporte público para voltar do trabalho. Consegue ver o ponto que eu quero chegar? Podemos admirar os resultados de alguém, porém querer imprimi-los em nossa realidade sem levar em consideração o contexto do outro. E o nosso papel é desonesto com nós mesmos. Quando olhamos de fora um terceiro sendo bem-sucedido em sua vida, é fácil se sentir estagnado. Enquanto contemplamos embasbacados uma pessoa em sua jornada, ficamos parados vendo a se afastar cada vez mais rápido, ao mesmo tempo que nos afundamos sem sair do lugar. Nosso referencial fica cada vez mais distante. Para a gente se sentir atrasado, basta a gente ficar parado e não continuar em movimento. Outra coisa muito importante que seus pais não te contaram é que nem todo o crescimento é uma linha reta e ascendente. A gente constrói algo, quebra, tenta de novo, dá certo, tem bons tempos. Um dia você pode ter um problema de saúde que não era esperado, ou a morte de um ente querido pode atrapalhar os planos de família. A gente não vai acender numa incrível trajetória ruma ao sucesso absoluto em todos os campos da nossa vida. A vida adulta é cheia de altos e baixos. Não espere um caminho tranquilo só porque um dia você sonhou com ele e acima de tudo não se sinta atrasado por não corresponder às expectativas de um adolescente que achou que seria CEO da Apple antes dos 30 anos. Adolescentes costumam estar errado em muitas coisas. Você provavelmente não usaria as roupas que usava quando tinha 15 anos de idade, mas por que carrega a culpa de não vestir os sonhos da sua época da mesma época? Sentir-se atrasado na vida implica que existe um momento certo ou errado para viver certas coisas. Ou seja, se você não conseguiu um emprego dos sonhos ou não conseguiu ter o sucesso profissional até os 30 anos, significa que aos 31 não vai ter. Se você não conseguiu encontrar uma esposa, não conseguiu formar uma família com filhos, tudo mais, aos 32, significa que aos 33 anos você não vai conseguir fazer isso. Se você morou com seus pais até os 35, porém durante todo esse tempo juntou o dinheiro e deu uma entrada em uma casa e aos 36 comprou o seu imóvel próprio, você foi mal ou bem-sucedido por finalmente ter a casa próprio aos 36. A gente tenta formular regras pra vida que não existem. Isso sem contar novamente os infortúnios que acontece. Você morou sozinho até os 35 anos de idade e aos 36 teve um problema financeiro. Algum revés da vida obrigou você a ter que voltar a morar com seus pais. Tudo estava certo aos 35 e a partir dos 36 você deu errado. A vida não é uma régua a qual a gente precisa seguir como se fosse uma linha reta. A vida precisa fazer sentido pra gente. Ela precisa fazer sentido com a nossa história, com a nossa vivência, com aquilo que a gente deseja e com aquilo que a gente viveu. Não com que o outro imagina que deveria viver, não com que a gente viu o outro vivendo ou que a gente projeta e que nem sempre está conectado com a nossa realidade. Se sente atrasado em relação a algo da sua vida. OK, passe menos tempo se culpando por não ter chegado lá e um pouco mais pensando o que pode fazer para aproveitar o tempo que ainda tem. Quanto mais tempo se culpando, menos tempo vivendo. E a isso acho que explica bem o que eu acho sobre você tá se comparando. Se seu amigo comprou uma casa, amigo, fica feliz por ele, sabe? Fica feliz por ele e pensa. Você tem que pensar na sua jornada, tá? Você não comprou uma casa, por quê? Você vai se sentir culpado, mas a sua história, ela deve fazer sentido para você. Se a sua história faz sentido para você, é isso que importa. A gente tem que ir atrás dos nossos planos, dos nossos desejos, mas a gente não pode ficar se culpando se as coisas não seguirem do jeito que a gente é. A gente não pode ficar parado, a gente não pode ficar estagnado, mas a gente precisa caminhar rumo ao que a gente deseja, sendo gentil com a gente mesmo. Quanto mais a gente se culpar, quanto mais a gente se pesar, quanto mais a gente se colocar para baixo, pior pra gente. Esse você acabou de assistir é um corte das lives que acontecem lá no canal Edson Castro Oficial. Não esquece de curtir, compartilhar e se inscrever tanto no Cortes do Castrinho como no Edson Castro oficial também. Valeu,