OS SEGREDOS DO SISTEMA SOLAR | DOCUMENTARIO 2025
0imagine um lugar no universo onde cada planeta lua e cometa são personagens intrigantes em uma história que desafia a nossa compreensão esse é o sistema solar nosso lar no universo um palco repleto de mistérios que desafiam a curiosidade humana desde os primórdios nesse cenário grandioso as sondas espaciais são nossos olhos e ouvidos enviadas para desvendar os segredos guardados nas profundezas do espaço equipadas com instrumentos de alta precisão essas máquinas meticulosamente projetadas são nossas janelas para mundos distantes elas não apenas capturam imagens deslumbrantes mas também revelam dados cruciais sobre a composição atmosférica geologia e até mesmo a possibilidade de vida além da [Música] Terra cada missão é uma busca pelo desconhecido um passo audacioso em direção ao entendimento mais profundo de como o nosso sistema solar se formou e evoluiu ao longo de bilhões de anos desde as épicas jornadas das Voyagers que nos presentearam com imagens dos gigantes gasosos que mudaram nossa percepção do cosmos até as missões mais recentes como a Curiosity em Marte que nos mostrou paisagens marcianas tão intrigantes quanto a própria Terra cada uma das missões enviadas na história da exploração espacial nos revelou um pedacinho do nosso sistema planetário contando um pequeno trecho da história e revelando alguns dos segredos mais incríveis sobre o nosso lar [Música] cósmico nossa viagem começará pelo nosso vizinho Vênus aqui veremos a importância das missões Venera pro entendimento do planeta e como provavelmente essas sondas incríveis estão hoje em dia após décadas sendo desgastadas e destruídas pouco a pouco pela atmosfera tóxica e extremamente quente do planeta [Música] nublado seguindo visitaremos o planeta mais estudado do sistema solar fora Terra claro graças a mais de 40 anos de missões e dezenas de lançamentos aprendemos muita coisa sobre Marte e uma das descobertas mais impressionantes feitas no planeta Vermelho foi a de que no passado ele provavelmente se parecia muito com a Terra após isso seguiremos diretamente pra atmosfera turbulenta de Júpiter onde com dados provenientes das sondas Juno e Galileu tentaremos reproduzir os sons assustadores que escutaríamos se estivéssemos caindo rumo ao interior do planeta uma queda que com certeza não seria nada agradável e para finalizar a nossa jornada visitaremos o sétimo planeta do sistema solar Urano e baseado nos dados da única sonda a visitar esse mundo a Voyager 2 tentaremos descobrir porque esse gigante azul é tão bizarro e único e o que pode ter dado origem ao seu incrível conjunto de anéis e a sua inclinação bizarra de 98º além disso também tentaremos decifrar seu campo magnético em comum e mergulharemos no interior de Urano rumo à suas tempestades violentas com ventos de 900 km/h apertem os cintos nossa viagem rumo aos segredos do sistema solar começa agora [Música] em 1982 dois robôs extremamente bem equipados partiram para um dos ambientes mais inóspitos do nosso sistema solar a superfície de Vênus as sondas soviéticas Venera 13 e 14 foram projetadas para enfrentar condições que poderiam derreter chumbo compressões comparáveis às profundezas dos oceanos terrestres e uma atmosfera carregada de ácido corrosivo um ambiente que só pode ser descrito como infernal suas missões foram curtas mas revolucionárias revelando Vênus como nunca antes e até hoje como nunca mais mas o que aconteceu com esses exploradores robóticos depois que perdemos contato após décadas expostos a um ambiente tão extremo como estariam suas carcaças hoje em dia o programa Venera cujo nome significa Vênus em russo é um capítulo fascinante da história da Guerra Fria muita gente não sabe mas a União Soviética transmitiu dados e imagens da superfície de Vênus meses antes da NASA capturar as primeiras fotos de Marte e o mais impressionante isso nunca havia sido feito antes e nunca foi feito desde então as missões Venera 13 e 14 foram sem dúvidas as mais bem-sucedidas do programa o resultado de décadas de pesquisa ajustes e uma sequência interminável de tentativa e erro essas sondas com 2,7 m de altura a cada foram construídas com um único propósito durar o máximo possível em um ambiente onde nada mais sobreviveria mas antes das Venera 13 e 14 conseguirem o incrível feito de tirar fotos coloridas da superfície de Vênus suas irmãs mais velhas já haviam realizado feitos extraordinários na superfície do planeta mais quente do sistema solar no entanto para que essas missões fossem um sucesso a União Soviética precisou aprender muito com seus erros para se ter uma noção na década de 60 o Programa Espacial Soviético amargava 11 missões a Vênus mal suucedidas até finalmente ter seu primeiro sucesso em 1967 com a Venera 4 ao todo foram lançadas pelos soviéticos 28 espaçonaves entre 1961 e 1983 dessas 13 entraram na atmosfera venusiana e oito pousaram com sucesso na superfície o que as fizeram quebrar muitos recordes na exploração planetária incluindo o de primeiro pouso bem-sucedido na superfície de outro planeta apesar das falhas com as Venera 1 e 2 nos anos 60 os lançamentos que viriam depois fizeram história venera 4 5 e 6 conduziram investigações atmosféricas minuciosas enquanto Venera 7 alcançou um feito notável ao se tornar a primeira espaçonave a pousar em outro planeta e transmitir dados de volta à Terra além disso a Venera 7 forneceu a primeira medição direta na temperatura da superfície venusiana mas como você deve imaginar isso não foi nada fácil o módulo de pouso da Venera 7 foi minuciosamente projetado para resistir a pressões imensas além de temperaturas escaldantes de até 580ºC a sonda também estava equipada com um pequeno equipamento para perfurar o solo e com um termômetro para medir com precisão a temperatura na superfície de Vênus já na descida a missão utilizou um sistema de para-quedas para facilitar a descida do módulo de puso enquanto o para-queda se abria a uma altura de 60 km as medições revelaram que a atmosfera venusiana é composta por 97% de dióxido de carbono no entanto apenas 6 minutos após o para-quedas abrir ele começou a apresentar problemas levando a descida descontrolada do módulo de pouso consequentemente a sonda impactou a superfície venusiana a uma velocidade de aproximadamente 16,5 m/ segundo apesar do pouso forçado o termômetro conseguiu medir a temperatura do solo e transmitiu dados valiosos de volta pra Terra as medições indicaram uma temperatura de superfície surpreendente de cerca de 475ºC confirmando as estimativas anteriores de temperatura por estudos infravermelhos apesar do contratempo com paraquedas a sonda continuou a se comunicar com a Terra por 53 minutos com cerca de 20 minutos dessa duração diretamente da superfície de Vênus esse feito marcou significativamente a exploração espacial e forneceu dados sem precedentes sobre as condições da superfície de outro planeta mas isso não seria nada comparado à sondas [Música] seguintes as missões Venera não apenas desempenharam um papel fundamental ao coletar dados na superfície de Vênus mas também foram as primeiras missões a retornar imagens da superfície de um planeta que não fosse a Terra em 1975 a Venera 9 forneceu o primeiro vislumbre da superfície venusiana e como você deve imaginar isso foi um feito incrível pois essa era a primeira vez que víamos a superfície de outro planeta no sistema solar embora a espaçonave tivesse bem equipada com duas lentes para capturar uma visão panorâmica de 360º do planeta uma das tampas falhou ao ser ejetada nos deixando com essa visão panorâmica de 180º da superfície do planeta o objeto branco que você vê na parte inferior dessa imagem é parte do próprio módulo de pouso aqui é possível observar um ambiente coberto de rochas com metade delas parcialmente enterradas no solo em meio ao horizonte misterioso que é possível ver aqui no canto superior direito seguindo os passos da Veneira 9 a Veneira 10 também alcançou o planeta nublado no mesmo ano mas novamente apenas uma das lentes se abriu proporcionando outra visão panorâmica de 180º da superfície venusiana no entanto ao invés de observar pequenas rochas como sua irmã a Venera 10 capturou imagens de blocos de rocha parecidas com áreas vulcânicas encontradas aqui na Terra 3 anos depois as Venera 11 e 12 tinham como um de seus objetivos capturar as primeiras imagens coloridas do planeta infelizmente para ambas as sondas as tampas das lentes falharam ao se separar o que as tornou incapazes de capturar qualquer imagem ou tampinha que dava problema isso motivou as equipes das missões a desenvolver uma estratégia alternativa e modificar o mecanismo quejetava a tampa das lentes finalmente resultando nas missões Venera 13 e 14 lançadas em 1981 as primeiras espaçonaves a obter imagens coloridas de Vênus com sucesso e de fato ambas as sondas tiveram que suportar o impensável uma pressão atmosférica 92 vezes maior que a da Terra o equivalente a quase 1 km debaixo d’água temperaturas superiores a 460ºC mais quentes que o forno do fogão da sua casa além de uma atmosfera sufocante de dióxido de carbono coberta por nuvens carregadas de gotículas corrosivas de ácido sulfúrico com um cheiro nada agradável de ovo podre mas como será que algo feito por humanos no início dos anos 80 conseguiu resistir ao inferno desses a resposta tá nos materiais mais avançados da época e em um belo trabalho de engenharia infelizmente alguns detalhes sobre os materiais usados ainda são um mistério provavelmente devido ao sigilo soviético mas há algumas pistas o módulo de descida era uma cápsula inteiramente selada ou seja completamente à prova de ar contendo a maioria dos instrumentos científicos e eletrônicos a estrutura selada era composta por várias sessões aparafusadas e vedadas conjuntas de ouro por fora as sondas eram cobertas por uma camada de isolamento térmico e uma fina carcaça de titânio um metal conhecido por sua resistência e durabilidade já por dentro provavelmente havia o isolamento feito de camadas de fibra de vidro e folhas metálicas componentes internos de aço inoxidável davam suporte quanto a pressão esmagadora protegendo os delicados equipamentos científicos metais nobres como ouro e platina eram provavelmente usados em conectores elétricos devido à sua resistência à corrosão e excelente condutividade os cabos elétricos provavelmente eram de cobre e as câmeras eram protegidas por espessas janelas de quartzo além disso um engenhoso sistema de resfriamento utilizava materiais de mudança de fase eles absorviam o calor ao derreter retardando o superaquecimento da sonda as Venera 13 e 14 cumpriram suas missões com sucesso mas mesmo os materiais mais robustos não conseguiram resistir por muito tempo ao ambiente brutal de Vênus aqui na Terra os materiais se transformam de formas curiosas eu diria no oceano navios naufragados se tornam recifes artificiais à medida que a ferrugem os consome já no deserto vento e sol esculpem metais e rochas em formas bizarras e por aí vai mas Vênus bom Vênus não é a Terra as reações químicas por lá são mais rápidas mais estranhas e muito mais destrutivas a Venera 13 foi a primeira a pousar tocando a superfície no dia 1o de março de 1982 seguida pela Venera 14 quatro dias depois mas o que será que elas encontraram por lá e como estariam suas carcaças hoje décadas depois bom como vimos as sondas foram recebidas por um calor infernal uma pressão esmagadora e uma atmosfera extremamente tóxica mas incrivelmente podemos ver o que elas viram graças às imagens capturadas logo após o pouso cada foto revelou um deserto vulcânico sombrio com rochas espalhadas por um solo rachado tudo banhado por um brilho amarelado estranho filtrado pelas nuvens tóxicas que pairam sobre o planeta essas foram as primeiras e até hoje as únicas fotografias coloridas já tiradas da superfície de Vênus e não foi só isso as sondas também gravaram o som desse ambiente infernal um vento fraco e sinistro soprava pela paisagem morta criando uma trilha sonora digna de um filme de suspense espacial mas por mais impressionante que fosse ver e ouvir esse mundo o ambiente hostil começou a cobrar seu preço a pressão esmagadora 92 vezes a da Terra pressionava cada centímetro das sondas como se um carro pequeno estivesse empurrando sua carcaça por todos os lados mesmo assim as sondas resistiram além do esperado a Venea 13 transmitiu por impressionantes 127 minutos antes de se calar enquanto a Venera 14 menos resistente durou pouco menos de uma hora mas após isso silêncio para sempre curiosamente os sinais não cessaram porque as sondas morreram mas porque o orbitador que retransmitia as informações saiu de alcance ainda assim mesmo sem comunicação Vênus continuou a fazer o que faz de melhor destruir tudo o calor intenso uma vez que os sistemas de resfriamento falharam deve ter cozinhado o interior das sondas plásticos vedações e isolamentos térmicos provavelmente se tornaram vapor em poucas horas a atmosfera corrosiva teria invadido cada canto do interior oxidando metais e acabando de vez com qualquer possibilidade de reativação ao longo das semanas meses e anos seguintes o titânio e o aço que formavam sua estrutura foram lentamente corroídos enquanto compostos suforos devoraram cada fresta deixando cicatrizes químicas por toda parte hoje mais de quatro décadas depois o destino das Venera 13 e 14 permanece um mistério a densa atmosfera de Vênus impede qualquer espiada direta no local onde pousaram mas é quase certo que elas ainda estejam lá agora como sentinelas silenciosas em um mundo sem vida seu brilho metálico se foi há muito tempo substituído por uma crosta opaca de corrosão e poeira suas estruturas podem ter se fundido parcialmente ao terreno vulcânico ao redor no entanto os metais nobres como ouro e platina provavelmente ainda resistem talvez até visíveis em pequenas manchas brilhantes em meio aos restos queimados de componentes menos duráveis as sondas agora se parecem mais com artefatos antigos desgastados pelas reações químicas e esculpidos pela paisagem hostil de Vênus talvez até decorados com depósitos amarelados de enxofre mas apesar de sua aparência deteriorada sua história continua viva as Venera 13 e 14 nunca foram tão discutidas como hoje ainda mais com uma nova missão ao planeta nublado anunciada de qualquer forma o legado das missões Venera sobrevive não como sondas funcionais mas como testemunhas da incrível curiosidade humana em um mundo onde nada mais existe se eu te mostrar essa foto rapidamente você vai ver que se trata de Marte mas bilhões de anos atrás o planeta Vermelho era um lugar bem diferente imagine um mundo com céus azuis rios fluindo em sua superfície e oceanos imensos esse é o planeta que os cientistas acreditam ter existido muito antes de se tornar o deserto vermelho e árido que conhecemos hoje mas como será que essa transformação aconteceu como Marte saiu de um planeta promissor para o mundo estéreo que conhecemos hoje para tentar entender os processos que remodelaram o planeta e o transformaram no que é hoje vamos ver as evidências coletadas pelos rovers e orbitadores da NASA já que eles indicam que Marte teve água líquida fluindo em sua superfície vales leitos de lagos e minerais formados em água cada um desses indícios apontam que Marte teve um passado bem mais molhado rios escupiram canais e encheram bacias deixando marcas profundas o maior desses canais Vales Marineres se estende por milhares de quilômetros e tem até 10 km de profundidade colocando o Gran Canion no chinelo estima-se que os oceanos de Marte tenham coberto cerca de 19% da superfície do planeta uma área comparável ao Oceano Atlântico na Terra já as planícies na região norte do planeta são especialmente intrigantes pois parecem ser o antigo leito de um oceano possivelmente maior que o oceano ártico agora imagine lagos espalhados pela paisagem marciana rios serpenteando por vales e até mesmo chuva alimentando esse ciclo de água essa visão ganha força com a descoberta de minerais hidratados e formações sedimentares que só surgem na presença desse líquido tão precioso esses antigos lagos poderiam ter sido verdadeiros bersários pra vida assim como as primeiras sopas químicas da Terra mas como Marte foi de um mundo promissor paraa vida a esse deserto gelado que vemos nas imagens dos Rovers a resposta tá no seu campo magnético ou melhor na falta [Música] dele um planeta precisa de uma magnetosfera para manter sua atmosfera a Terra por exemplo tem um campo magnético forte que nos protege da radiação solar e impede que nossa atmosfera escape pro espaço e Marte também teve um campo magnético no passado esse campo é gerado pelo movimento de metal líquido dentro do núcleo do planeta no caso da Terra esse processo é chamado de efeito geodínamo onde o ferro e o níquel em estado líquido criam um escudo magnético que se estende pelo espaço marte por ser menor que a Terra tinha um campo magnético mais fraco mas suficiente para proteger sua atmosfera contra o vento solar um fluxo de partículas carregadas e extremamente nocivas emitidas pelo sol o problema é que Martu esse escudo os cientistas acreditam que isso aconteceu porque seu núcleo esfriou rápido demais como Marte é menor que a Terra ele perdeu calor mais depressa com o resfriamento o núcleo se solidificou e parou de gerar o campo magnético estudos indicam que isso ocorreu há cerca de 4,2 bilhões de anos deixando o Marte desprotegido contra o vento solar sem essa proteção o vento solar começou a atacar impiosamente sua atmosfera a arrancando pedaço por pedaço mas claro isso não foi rápido levou milhões de anos mas o resultado foi devastador a densa atmosfera de Marte foi se dissipando até restar apenas uma casca fina com menos de 1% da densidade da atmosfera da Terra sem uma atmosfera espessa para reter o calor Marte esfriou drasticamente qualquer água remanescente congelou ou sublimou ou seja pulou direto do estado sólido pro gasoso e escapou pro espaço assim Marte foi de um mundo úmido e quente para um planeta frio e seco hoje a temperatura média na superfície marciana gira em torno de -62ºC frio demais pra água líquida durar muito tempo na superfície então levando em consideração todo esse passado promissor do planeta uma pergunta vem à nossa cabeça será que Marte já abrigou a vida os cientistas acreditam que sim ou pelo menos que teve potencial para isso a presença de água líquida é um dos ingredientes fundamentais pra vida como a conhecemos se Marte manteve água por tempo suficiente não é absurdo imaginar que formas de vida microscópicas possam ter surgido por lá no passado Marte e a Terra tinham muito em comum: vulcões ativos uma atmosfera densa e claro água líquida ou seja um pacote completo pra vida florescer mas calma a gente não tá falando de marcianos verdes extremamente avançados se alguma forma de vida existiu em Marte provavelmente era bem simples do tipo unicelular esses microrganismos poderiam ter prosperado em águas ricas em nutrientes especialmente ao redor de fontes hidrotermais assim como aconteceu aqui na Terra essas fontes liberam calor e minerais essenciais se tornando pontos estratégicos pro surgimento da vida nos dois planetas atualmente missões como a do Rover Perseverance da NASA estão em busca de vestígios dessa possível vida antiga o Rover tá explorando a cratera Girero que já foi um lago analisando rochas e solo na esperança de encontrar bioassinaturas que são pistas químicas ou físicas que indicam vida passada a escolha da cratera não foi à toa seus depósitos de delta são especialistas em preservar moléculas orgânicas e até possíveis fósseis além disso o Perseverance tá coletando amostras para serem trazidas futuramente à Terra essas amostras podem revelar detalhes sobre o antigo clima marciano sua habitabilidade e quem sabe até fósseis de microrganismos extintos o rover conta com instrumentos super sofisticados para examinar a composição química das rochas e identificar moléculas orgânicas complexas que possam indicar que Marte já teve seus dias de glória como um planeta habitável mas beleza já entendemos que Marte muito provavelmente possuía água em abundância no passado mas por que raios isso é tão importante para nós qual o motivo dessa obsessão com a água marciana bom primeiro isso é importante porque entender o passado de Marte ajuda a reconstruir a história do nosso próprio sistema solar e os fatores que tornam um planeta habitável depois se a vida surgiu de forma independente em Marte isso sugeriria que o universo pode estar lotado de planetas habitados além disso Marte e a Terra compartilham muitas semelhanças ambos têm calotas polares paisagens familiares e um longo histórico de atividade vulcânica por exemplo o gigantesco Monte Olimpo o maior vulcão do sistema solar ele pode ensinar muito sobre processos vulcânicos que também moldaram a Terra primitiva o estudo de Marte também nos prepara para um futuro onde humanos possam pisar no planeta vermelho cientistas e engenheiros já estão quebrando a cabeça para transformar esse sonho em realidade compreender os recursos naturais de Marte é essencial para futuras missões tripuladas astronautas poderiam por exemplo extrair a água do gelo marciano ou até mesmo plantar comida no solo do planeta para tornar a estadia mais sustentável pode ser que um dia Marte deixe de ser apenas um ponto brilhante no céu e se torne um lar para humanos e esse futuro parece cada vez mais próximo com os avanços tecnológicos conceitos de habitates sistemas de suporte à vida e transportes interplanetários já estão sendo desenvolvidos para tornar essa ideia viável no entanto enquanto não temos o que é necessário para visitar o planeta Vermelho seguimos procurando respostas paraa grande pergunta: “Mart abrigou a vida?” Bom para tentar responder isso as futuras missões tanto de agências espaciais internacionais quanto de empresas privadas estão de olho em novas regiões de Marte e querem cavar literalmente ainda mais fundo na superfície marciana o aguardado rover exomars da agência espacial europeia agora com o lançamento previsto para 2028 depois de alguns atrasos claro tem um plano ousado perfurar o solo de Marte em busca de sinais de vida onde microorganismos poderiam ter se escondido para escapar das condições extremas da superfície mas para isso avanços tecnológicos são essenciais inovações em robótica inteligência artificial e sensoramento remoto estão revolucionando a forma como estudamos Marte permitindo análises em um nível de detalhe nunca antes imaginado essas tecnologias possibilitam processar grandes volumes de dados e fazer descobertas que antes pareciam impossíveis estudar Marte também refina a nossa busca por vida além do sistema solar o ritmo de descoberta dos exoplanetas aqueles que orbitam outras estrelas é impressionante quanto mais entendermos sobre o que torna um planeta habitável melhor podemos identificar quais desses mundos podem abrigar a vida marte com suas semelhanças e diferenças em relação à Terra funciona como um laboratório natural para essas pesquisas e se um dia encontrarmos vida ou pelo menos evidências de que ela existiu em Marte isso mudaria completamente nossa visão sobre a raridade da vida no universo por pensa comigo se a vida surgiu em dois planetas vizinhos é provável que ela seja muito mais comum do que imaginamos e com isso o universo pode estar repleto de mundos habitáveis só esperando para serem descobertos as missões em Marte já t uma longa trajetória desde os primeiros esforços das décadas de 60 e 70 com os programas Mariner e Viking da NASA até os Rovers Spirit Opportunity Curiosity e Perseverance cada missão contribuiu com novas descobertas para entendermos melhor o planeta Vermelho e o futuro promete ainda mais a colaboração entre agências espaciais empresas privadas e parceiros internacionais tá ampliando nossas capacidades de exploração o programa Artemis que pretende levar humanos de volta à lua e estabelecer uma base lunar pode servir como um trampolim para futuras missões tripuladas à Marte e se olharmos para um panorama ainda maior Marte não é apenas o destino final é um portal pro futuro da exploração espacial as tecnologias desenvolvidas para explorar o planeta vermelho podem ser a chave para investigarmos outras luas e planetas do sistema solar como os satélites gelados de Júpiter e Saturno que podem esconder oceanos subterrâneos e quem sabe até formas de vida [Música] então quando você olhar pro céu à noite e vê o brilho avermelhado de Marte pense que esse mundo distante pode ter sido um lar pra vida no passado de qualquer forma nossa jornada para desvendar seus mistérios tá apenas começando e quem sabe o que ainda vamos encontrar por lá [Música] o maior planeta do sistema solar Júpiter é um mundo de extremos se juntássemos a massa de todos os outros planetas do sistema solar em um único superplaneta Júpiter ainda seria duas vezes e meia maior tudo no gigante gasoso é em uma escala difícil de imaginar para se ter uma noção suas tempestades são tão gigantescas que conseguimos vê-las aqui da Terra mesmo a uma distância de 899 milhões de quilômetros por causa das características impressionantes desse planeta colossal desde 1973 já enviamos nove sondas para olhar esse mundo de perto cada uma fotografou o gigante gasoso de ângulos diferentes e o estudou de maneiras únicas por isso hoje todos nós sabemos bem como Júpiter se parece mas a pergunta que vamos tentar responder hoje é: Qual é o som de Júpiter não do lado de fora no espaço mas por dentro sob suas magníficas nuvens giratórias quando pensamos no espaço pensamos em um vácuo extremamente silencioso nada parecido com Star Wars um vazio sem som mas isso não é totalmente verdade porque o espaço tá cheio de objetos extremamente barulhentos o sol por exemplo pode até parecer silencioso no céu mas se fosse possível viajar os 150 milhões de quilômetros até lá e sobreviver as condições extremas da sua superfície chamada fotosfera o barulho seria simplesmente ensurdecedor tão alto que poderia literalmente afetar seus órgãos a ponto de fazê-los explodir a razão pela qual o espaço entre planetas e estrelas não é tão barulhento é porque o som se move por meio de ondas mecânicas criadas pelo movimento de partículas empurrando umas à outras na direção oposta à fonte sonora para que isso aconteça é necessário que haja um meio físico uma densidade suficiente de moléculas seja no estado sólido líquido ou gasoso mas no espaço onde quase não há partículas não tem como essas ondas viajarem resultado um silêncio cósmico absoluto agora se mergulharmos na atmosfera de Vênus Marte ou até mesmo na lua de Saturno Titã por exemplo escutaríamos muito barulho já que suas atmosferas têm partículas e densidade o suficiente para que o som se propague por toda parte mas e Júpiter como seria o som dentro do gigante gasoso [Música] a aparência bonita mas confusa de Júpiter vem de nuvens frias de amônia flutuando em uma atmosfera feita principalmente de hidrogênio e hélio abaixo dessas nuvens há camadas de água e indo mais fundo onde a pressão e temperatura aumentam drasticamente acredita-se que exista um imenso oceano de hidrogênio metálico líquido mas calma que a gente vai falar desse oceano já já como a atmosfera de Júpiter vai ficando mais densa à medida que desce as ondas sonoras se propagam de formas diferentes em cada camada cada nível teria uma experiência sonora única mas imagine se pudéssemos ficar em uma plataforma flutuante dentro das nuvens de Júpiter em um ponto com uma pressão atmosférica de cerca de um bar a mesma encontrada ao nível do mar aqui na Terra estaríamos a cerca de 50 km abaixo das nuvens mais externas do planeta a temperatura ali seria por volta de 100º negativos e o ar seria quase totalmente composto de hidrogênio a visibilidade seria extremamente limitada algo como tentar enxergar em uma neblina densa aqui na Terra em certas condições talvez fosse possível ver vagamente as imensas estruturas de nuvens ao redor ah e você certamente precisaria de um trage espacial de ficção científica para não congelar sufocar ou pior ainda assim esse talvez seja um ambiente mais amigável em Júpiter se é que dá para chamar assim nesse nível você com certeza ouviria uma combinação de sons fascinantes e assustadores ao mesmo [Aplausos] tempo como o som se propaga através da atmosfera turbulenta de Júpiter ainda é uma incógnita mas seria algo bem diferente do que estamos acostumados aqui na Terra como a atmosfera do planeta é dominada pelo hidrogênio ainda menos denso que o hélio o som provavelmente teria um tom um pouco mais agudo a atmosfera do gigante gasoso também poderia fazer com que as ondas sonoras se espalhassem e refletissem entre as várias camadas e formações de nuvens criando ecos e reverberações talvez gerando um ambiente sonoro surreal e cheio de repetições isso faria com que os trovões e relâmpagos em Júpiter soassem no mínimo estranhos isso porque o planeta é palco de tempestades elétricas frequentes e muito mais intensas do que as da Terra se fosse possível ouvi-las os estalos dos raios provavelmente seriam agudos e ensurdecedores reverberando nas densas formações de nuvens ao redor por conta da força absurda dos ventos jupiterianos você também sentiria um rugido contínuo como se estivesse preso no centro de uma tempestade furiosa que nunca termina essa sinfonia de sons turbulentos seria um verdadeiro cal sonoro os ventos em Júpiter atingem velocidades superiores a 600 km/h em algumas regiões quase o dobro do que vemos nos tornados mais violentos aqui na Terra como os da categoria F5 só para comparar os tornados terrestres mais intensos podem gerar ruídos em torno de 150 dbis o suficiente para causar dor nos ouvidos humanos já acima de 160 dbis os tímpanos simplesmente estouram e se o som chegar a 185 dbis ou mais pode causar mais do que apenas danos auditivos eles podem comprometer órgãos internos e levar até mesmo de arrasta para cima então podemos imaginar que em Júpiter o vento é extremamente turbulento e poderoso chegando a ser ensurdecedor mas se você conseguisse subir acima desse tumulto atmosférico poderia captar um som diferente o da magnetosfera de Júpiter essa é a região em volta do planeta onde o campo magnético gigantesco domina tudo lá talvez fosse possível ouvir um leve estalo semelhante ao som que algumas pessoas relatam ao observar a aurora boreal aqui na Terra esses sons são resultado da interação entre campos magnéticos e partículas eletricamente carregadas presas na magnetosfera claro tudo isso ainda é especulativo ninguém sabe exatamente como o ouvido e o organismo humano se comportaria dentro da atmosfera de Júpiter mas é quase certo que seria uma experiência auditiva alienígena uma mistura de assombro e pavor com ventos ensurdecedores trovões distantes e o zumbido do campo magnético uma verdadeira orquestra selvagem e violenta da natureza e quanto mais descemos em direção ao núcleo de Júpiter mais difícil fica de imaginar os possíveis sons emitidos pelo planeta isso porque aqui existe um oceano não composto por água mas por um material bem mais [Música] exótico esse oceano estranho é preenchido por um fluído exótico e agitado chamado de hidrogênio metálico líquido e esse é considerado o maior oceano do sistema solar ocupando cerca de 80% do volume total de Júpiter e não é só isso as correntes elétricas geradas pelo hidrogênio metálico são as principais responsáveis pelo poderoso campo magnético de Júpiter que é 20.000 vezes mais forte que o campo magnético da Terra aqui no nosso planeta o hidrogênio metálico líquido não pode existir naturalmente mas já foi criado em certos experimentos no entanto ele não permanece em forma líquida por muito tempo já que a pressão que temos aqui na Terra nem se compara com a de Júpiter e portanto só foi produzido em pequenas quantidades por períodos muito curtos de tempo os cientistas ainda estão trabalhando para entender os processos complexos que ocorrem dentro dessa camada misteriosa e o impacto que ela tem na estrutura e comportamento do planeta mas isso não é o núcleo de Júpiter esse oceano super aquecido bizarro tá apenas envolvendo o núcleo mas então o que será que há abaixo o que tá no coração desse gigante [Música] gasoso as primeiras teorias sugeriram que o núcleo de Júpiter era uma estrutura rochosa sólida composta de elementos pesados como ferro níquel e até diferentes tipos de gelos exóticos que não podem existir naturalmente na Terra essa teoria se baseou em observações do forte campo gravitacional de Júpiter o que sugeriu que o planeta tinha um núcleo denso e maciço em seu centro no entanto à medida que mais dados foram coletados ao longo dos anos os cientistas revisaram sua compreensão do que tá acontecendo dentro desse planeta dados da nave espacial Juno da NASA revelaram algo surpreendente algo até inesperado o núcleo de Júpiter é [Música] difuso enquanto orbitava o gigante gasoso A Juno descobriu que o núcleo do planeta não é uma simples estrutura sólida como se pensava anteriormente mas sim uma mistura de materiais nebulosos de acordo com as observações o material sólido não tá comprimido em uma bola compacta no centro do planeta ao invés disso os pedaços sólidos estão misturados com o hidrogênio que os rodeia o resultado é um núcleo difuso que não tem uma fronteira bem definida e ocupa metade do interior do planeta como tal estrutura pode se formar ainda não é compreendido uma das teorias mais interessantes no entanto envolve uma colisão massiva em algum momento do passado de Júpiter anteriormente se pensava que o jovem Júpiter evitava colisões com outros planetas mas esse núcleo difuso e diluído pode ser o resultado de um objeto grande possivelmente um protoplaneta ou até mesmo outro planeta gasoso colidindo com Júpiter durante as primeiras etapas da formação do sistema solar na verdade simulações mostraram que uma colisão violenta com outro objeto planetário massivo poderia ter espalhado elementos pesados sobre um grande volume dentro do gigante gasoso o impacto teria sido incrivelmente poderoso gerando uma quantidade espetacular de calor e pressão que poderia ter perturbado ou até mesmo destruído o núcleo original se algo de fato colidiu com Júpiter há muito tempo ele era realmente grande possivelmente com 10 massas terrestres ou mais só assim para ser capaz de misturar o interior do planeta e formar a estrutura diluída que observamos hoje há algumas evidências que suportam essa teoria também por exemplo as órbitas das luzes de Júpiter a posição do cinturão de asteroides e até mesmo o pequeno tamanho de Marte sugerem que o planeta gigante experimentou um período de crescimento e migração rápidos durante as primeiras etapas da formação do sistema solar além disso simulações do nosso sistema mostraram que colisões massivas entre planetas eram comuns durante esse período inicial mas beleza agora você deve estar se perguntando como é possível olhar o interior de um planeta coberto por uma atmosfera tão densa bom para estudar o interior de Júpiter a Juno usa medidas de gravidade para meio que ver sobre as espessas nuvens do planeta ao medir pequenas variações no campo gravitacional do gigante de gás a espaçonave pode determinar a densidade e a composição de Júpiter o radiômetro de microondas da Juno também pode detectar a radiação térmica emitida pela atmosfera profunda do planeta fornecendo pistas sobre as condições dentro do gigante gasoso ajudando a descobrir o que tá acontecendo abaixo daquelas magníficas nuvens giratórias [Música] mas mesmo tendo uma boa noção da composição e densidade interna de Júpiter o som exato emitido por essas estruturas permanece um mistério quem sabe um dia possamos enviar uma sonda equipada com microfones para captar os sons do maior planeta do sistema solar imagine um planeta que gira de lado com estações que duram mais de duas décadas e um campo magnético que parece ter sido desenhado por uma criança um lugar onde ventos cortam o céu a quase 1000 km/h e a atmosfera pode cheirar a ovo podre esse planeta existe e tá logo ali nos arredores mais gelados do nosso sistema solar esse é Urano e por dentro desse visual calmo e azul esverdeado se esconde um dos mundos mais bizarros e misteriosos que já estudamos [Música] nos últimos anos uma série de descobertas surpreendentes reascendeu o interesse dos cientistas por esse gigante gelado novas observações feitas com telescópios espaciais revelaram fenômenos intrigantes na atmosfera de Urano como tempestades incomuns e variações sazonais mais intensas do que se imaginava além disso análises mais recentes dos dados da missão Voyager 2 a única sonda a visitar o planeta de perto mostraram que algumas luas de Urano podem esconder um oceano vasto e profundo abaixo de sua espessa camada de gelo algo que levanta hipóteses fascinantes sobre a possibilidade de ambientes habitáveis em seus satélites naturais [Música] recentemente cientistas descobriram coisas bizarras e impressionantes sobre o Urano mas para começar vamos focar na atmosfera em alguns lugares aqui na Terra o clima pode ser extremo e imprevisível mas nem se compara aos furacões e tempestades de Urano uma das descobertas recentes mais empolgantes envolve um ciclone sim um ciclone girando sobre o polo norte de Urano ele foi detectado em 2023 usando observações de rádio feitas por telescópios aqui na Terra mas não pense em um furacão como os nossos esse ciclone é seco quente e gigantesco com o núcleo central que lembra as tempestades de planetas como Saturno essa descoberta é importante porque mostra que o Urano embora pareça calmo e apagado em comparação com outros planetas gasosos como Júpiter na verdade esconde uma atmosfera ativa e dinâmica por trás de seu tom azuis esverdeado sereno um ótimo lembrete de que até os planetas mais frios e distantes podem ter sistemas climáticos dramáticos que não ficam devendo em nada aos que estão mais perto do [Música] sol e por falar em frio Urano leva o troféu de planeta mais gelado do sistema solar as temperaturas na atmosfera podem chegar a absurdos 224º negativos no entanto o mais intrigante é que a parte superior da atmosfera chamada termosfera tá esfriando ainda mais do que o esperado recentemente foi observado que a temperatura da termosfera caiu pela metade os cientistas acham que esse resfriamento tem a ver com mudanças na atividade e no vento solar aquele fluxo de partículas carregadas que sai do sol quando a atividade solar diminui parece que a atmosfera de Urano perde energia e esfria drasticamente é como se o planeta estivesse em sintonia com os ciclos do Sol mas em um nível muito mais extremo do que o esperado mas Urano não é só frio extremo sua atmosfera também tem algumas coisas bem desagradáveis em 2022 cientistas confirmaram a presença de sulfeto de hidrogênio na camada superior da atmosfera se o nome não te diz nada talvez isso ajude é uma substância que tem um cheiro nada agradável de ovo podre pois é o ar em volta de Urano é basicamente a maior bomba fedorenta do sistema solar essa descoberta é importante porque diferencia o Urano dos gigantes gasosos como Júpiter e Saturno onde a amônia é o composto dominante nas camadas superiores isso também dá pistas sobre como Urano e seu irmão Netuno se formaram de maneira diferente dos planetas gasosos mais próximos do Sol e aí temos o campo magnético que é onde o Urano realmente começa a mostrar o quão excêntrico ele pode ser diferente da Terra onde o campo magnético é bem alinhadinho com o eixo do planeta o de Urano é inclinado num ângulo completamente maluco cerca de 59º fora do centro seria como se os polos magnéticos da Terra fossem parar próximos ao Equador estudos recentes sugerem que esse caos magnético pode estar ligado ao interior do planeta que parece ter camadas distintas que não se misturam pensa num caldeirão planetário cheio de líquidos diferentes como água metano e amônia todos empilhados mas sem se misturar entre si essa estrutura em camadas pode explicar porque o campo magnético de Urano é instável desalinhado e imprevisível e agora vem a parte ainda mais curiosa a magnetosfera de Urano a região ao redor do planeta dominada pelo seu campo magnético tem uma interação bem bizarra com o vento solar quando esse fluxo de partículas solares atinge o urano ele pode comprimir tanto a magnetosfera que algumas partes dela praticamente desaparecem criando regiões que se parecem com vácuos espaciais estudos recentes baseados em uma nova análise dos dados da passagem da Voyager 2 mostram que essa interação esquisita pode gerar explosões de partículas altamente energéticas ao redor do planeta [Música] essas explosões de energia podem até contribuir pra formação de auroras em Urano elas não são tão impressionantes quanto as auroras boreais aqui da Terra mas ainda assim são um lembrete de como Urano tá conectado com o Sol o mais fascinante é como todas essas descobertas continuam revelando Urano como um planeta de extremos e contradições por fora ele parece calmo sereno e até meio sem graça só um pontinho azul claro flutuando no canto gelado do sistema solar mas por dentro é um mundo de tempestades violentas química esquisita e um campo magnético completamente pirado mas apesar de todas essas descobertas surpreendentes isso é só o começo urano ainda guarda um monte de mistérios esperando para serem descobertos mistérios que podem não só mudar a forma como vemos esse gigante gelado mas também como entendemos toda a categoria de planetas a que ele [Música] pertence uma das coisas mais fascinantes sobre o Urano é como ele desafia a ideia do que um planeta deveria ser isso porque além de tudo o que nós já vimos existe uma característica ainda mais bizarra envolvendo o gigante de gás ele faz sua jornada ao redor do Sol quase que completamente deitado isso mesmo sua inclinação axial de aproximadamente 98º não é apenas uma peculiaridade é um fator determinante para quase tudo em seu comportamento essa orientação extrema afeta profundamente suas estações a dinâmica do clima e até a maneira como o planeta interage com o sol e com o espaço ao redor urano não apenas se destaca ele redefine o que entendemos como um planeta típico aqui na Terra estamos acostumados com as estações causadas por uma leve inclinação do eixo de 23,5º que altera suavemente a quantidade de luz solar em cada hemisfério ao longo do ano mas em Urano o clima não muda desse jeito suave com seus 98º de inclinação ele literalmente rola de lado enquanto orbita o Sol para você ter uma ideia imagina a Terra deitada com um polo Norte apontando diretamente pro Sol por metade do ano é isso que acontece com Urano nesse mundo bizarro cada polo fica 21 anos recebendo luz solar contínua e depois 21 anos na escuridão total e se você achou estranho até aqui se segura essa inclinação maluca também cria alguns dos padrões climáticos mais bizarros e imprevisíveis de todo o sistema solar por exemplo durante o dia polar interminável a atmosfera no polo iluminado aquece tanto que ventos massivos são gerados varrendo o planeta inteiro e bagunçando tudo mas como Urano leva 84 anos terrestres para dar uma volta completa ao redor do Sol essas mudanças acontecem em um ritmo que desafia nossa compreensão dentistas já observaram sistemas de tempestade surgindo e desaparecendo ao longo de décadas como se fossem furacões em câmera lenta atuando numa escala planetária e falando em tempestades recentemente o Urano foi flagrado com manchas escuras enormes sistemas de nuvens ovais parecidos com a famosa grande mancha escura de Netuno essas não são apenas manchas aleatórias aparecendo no radar são sistemas de alta pressão gigantescos que alteram profundamente o clima do planeta conforme se movimentam pela atmosfera a gente ainda tá tentando entender como essas tempestades do tamanho de continentes se formam e por se comportam de maneira tão peculiar e aí vem o metano esse é o responsável direto pela cor azuis verdeada de Urano já que ele absorve a luz vermelha e reflete a azul mas o metano não tá ali só para deixar o planeta bonito na foto ele tem um papel crucial no clima e nas dinâmicas atmosféricas observações recentes revelaram que as concentrações de metano variam bastante entre diferentes regiões da atmosfera de Urano o que provoca diferenças de temperatura e alimenta sistemas de ventos massivos e quando eu digo massivos é porque esses ventos podem atingir até 900 km/h isso mesmo enquanto a gente acha que furacão na Terra é intenso em Urano seria só uma brisinha leve mas aqui tá o ponto os cientistas ainda não sabem exatamente porque esses ventos são tão fortes será que é por causa do calor interno do planeta do campo magnético esquisitão ou será que tem algum outro fator misterioso que ainda não foi identificado [Música] e isso nos leva a uma pergunta ainda maior daquelas que causam debates acalorados entre cientistas e que com certeza vai dar boas discussões nos comentários e se essa inclinação extrema de Urano não fosse algo que ele sempre teve e se bilhões de anos atrás algo catastrófico fez com que o planeta tombasse de lado a teoria mais aceita diz que o Urano foi atingido por um objeto gigantesco pelo menos duas vezes o tamanho da Terra nos primórdios do sistema solar esse impacto não só teria inclinado o planeta mas também bagunçado o seu interior possivelmente criando a estrutura em camadas que a gente vê hoje mas também temos o outro lado alguns pesquisadores acham que Urano pode ter se formado já inclinado sem precisar de uma batida colossal essa ideia desafia o modelo tradicional de formação planetária e sugere que o Urano pode ser fruto de processos mais sutis e lentos mas e aí o que você acha urano é um sobrevivente de um acidente cósmico colossal ou ele simplesmente nasceu dessa forma que conhecemos hoje deixa aí nos comentários bom agora que já conhecemos as características bizarras de Urano vamos ver porque ele é tão importante para nos ajudar na compreensão dos planetas e como ele se encaixa no panorama geral da ciência [Música] planetária uma das coisas mais legais em estudar Urano é como ele nos ajuda a entender os exoplanetas aqueles planetas que orbitam estrelas fora do nosso sistema solar uma quantidade enorme dos exoplanetas descobertos até agora são classificados como gigantes gelados ou planetas netunianos semelhantes em tamanho e composição a Urano e Netuno mas tem um detalhe a gente sabe absurdamente pouco sobre os gigantes gelados comparados com outros gigantes gasosos como Júpiter e Saturno ou com os planetas oosos como a Terra e Marte os gigantes gelados foram praticamente ignorados pelas missões espaciais urano por exemplo só foi visitado uma vez pela Voyager 2 em 1986 e foi só um sobrevoo rápido é como ler só o primeiro capítulo de um livro e tentar adivinhar o final mas felizmente descobertas recentes estão começando a preencher algumas dessas lacunas enfim uma coisa é certa aqui existe um sistema dinâmico quase caótico que desafia qualquer explicação simples e todas essas características bizarras fazem desse planeta um dos lugares mais incríveis do sistema solar mas tem uma característica em especial que se destaca entre as outras sim Urano tem anéis embora sejam bem mais discretos do que os de Saturno observações recentes com telescópios avançados revelaram detalhes incríveis sobre eles incluindo sua composição e estrutura em 2023 o telescópio espacial James Web capturou algumas das imagens mais nítidas até hoje dos anéis de Urano mostrando que eles são formados por partículas surpreendentemente grandes provavelmente pedaços de gelo e rocha esses anéis também são organizados por pequenas luas elas são importantes porque impedem que as partículas se espalhem pro espaço é um equilíbrio delicado quase como uma dança orbital e que levanta grandes questões sobre como esses anéis se formaram e quanto às luas é não dá para falar sobre esse planeta excêntrico sem mencionar sua família igualmente estranha de satélites urano tem 27 luas conhecidas e elas são tão únicas quanto o planeta que orbitam diferente da maioria dos satélites naturais do sistema solar que levam nomes da mitologia greco-romana o nome das duas de Urano vem de personagens presentes nas obras de Shakespeare e Alexander Pop mas é nas características físicas que as coisas ficam realmente [Música] interessantes descobertas recentes sugerem que algumas dessas luas podem esconder oceanos subterrâneos sob suas superfícies geladas isso mesmo mundos como Ariel Titânia e Oberon podem não ser apenas blocos congelados sem vida eles podem conter oceanos líquidos escondidos sob crostas de gelo espesso a ideia de oceanos subterrâneos nas luas de Urano tem ganhado força graças a novos modelos e a reanálise dos dados da sonda Voyager 2 cientistas acreditam que forças de maré causadas pela gravidade de Urano podem gerar calor suficiente para manter a água em estado líquido sob a superfície esse é o mesmo mecanismo que mantém os oceanos subterrâneos nas ruas Europa de Júpiter e em Célado de [Música] Saturno mas o que torna as luvas de Urano ainda mais intrigantes é sua composição acredita-se que elas contenham uma mistura de água amônia e outros compostos que funcionam como anticongelantes naturais diminuindo o ponto de congelamento da água e aumentando as chances desses oceanos existirem imagine um oceano alienígena salgado e cheio de substâncias estranhas girando lentamente sobetros de gelo será que pode existir vida por ali essa é uma das grandes perguntas que os cientistas estão ansiosos para responder e não podemos esquecer de Miranda se Urano é o esquisitão do sistema solar Miranda é o seu ajudante igualmente excêntrico essa lua é pequena com cerca de 470 km de diâmetro mas oferece um verdadeiro espetáculo geológico a superfície da lua é recheada de penhascos cordilheiras e vales incluindo um sistema de canons com mais de 20 km de profundidade para você ter uma ideia isso é três vezes mais profundo que o Grand Canon estudos recentes sugerem que a superfície do satélite pode ter sido moldada por intensa atividade tectônica ou até por criovulcanismo vulcões de gelo que espelem água amônia e metano ao invés de lava contudo o que falamos ciclones nos polos uma atmosfera fedorenta cheia de sulfeto de hidrogênio campos magnéticos caóticos oceanos escondidos em suas luas e anéis fascinantes fica claro que Urano é muito mais do que apenas o sétimo planeta do sistema solar é um mundo de extremos contradições e mistérios que continuam desafiando nossa compreensão sobre como os planetas funcionam e com missões futuras em planejamento estamos prestes a entrar em uma nova era de exploração que pode finalmente revelar os segredos desse gigante gelado enigmático imagine poder enviar uma espaçonave para orbital Urano lançar uma sonda na sua atmosfera e capturar imagens em alta resolução de suas luas e anéis assim como as sondas Galileu e Cassini fizeram em Júpiter e Saturno os dados que poderíamos coletar não apenas revolucionariam nosso conhecimento sobre Urano mas também aprofundariam nosso entendimento sobre os gigantes gelados como um todo incluindo os muitos exoplanetas por aí que tm tamanho e composição [Música] semelhantes cada planeta cada lua cada som captado ou imagem enviada pelas sondas espaciais é como uma página de um livro cósmico que ainda estamos começando a decifrar a medida que viajamos por esses mundos distantes não estamos apenas explorando rochas e atmosferas estamos tocando a história antiga do nosso próprio lar o sistema solar é mais do que um conjunto de corpos celestes é uma junção de mistérios catástrofes renascimentos e maravilhas no núcleo dessa exploração tá a nossa sede de conhecimento e a compreensão do nosso lugar no cosmos cada descoberta não é apenas um feito científico é uma oportunidade para descobrir mais sobre nós mesmos e nosso canto do universo ao desvendar os segredos do sistema solar estamos não apenas expandindo os limites de nossa compreensão científica mas também alimentando a imaginação de futuras gerações que sonham em alcançar as estrelas [Música] assim enquanto continuamos a enviar nossas sondas para lugares distantes do sistema solar talvez um dia encontraremos respostas que mudarão para sempre nossa visão do universo então respire fundo olhe pras estrelas e lembre-se a viagem tá apenas começando porque o sistema solar ainda tem muitos segredos a revelar obrigado [Música]