OS SERVIDORES DO GOOGLE

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Você talvez tenha chegado a esse vídeo através dele, o Google. Seja você um estudante buscando respostas, um profissional acessando documentos, alguém procurando o endereço ou apenas alguém curioso. De alguma forma o Google está no seu caminho. Mas o que parece ser apenas um site com uma barra de pesquisa simples esconde por trás uma das maiores e mais complexas redes de infraestruturas já criadas na história da humanidade. E é sobre esse império invisível, silencioso e absurdamente poderoso que vamos falar hoje, de uma garagem à dominação global. A história do Googleça em 1998 numa garagem na Califórnia. Larry Page e Sergei Bren, dois estudantes da Universidade de Stanford, estavam desenvolvendo algum projeto de busca que organizava a web com base na relevância dos links, algo novo para a época. Eles não sabiam, mas estavam criando o que se tornaria a espinha dorsal da internet moderna. O que começou como um backrub virou Google, uma brincadeira com a palavra Google que representa o número um seguido de 100 vezes o número zero. Uma forma simbólica de mostrar a ambição do projeto, organizar volumes quase infinitos de informação. Em menos de uma década, o Google deixou de ser só um buscador. Comprou o YouTube, lançou o Gmail, Google Maps e, claro, o Android. E hoje é parte da Roading Alphabet Ink. Avaliada em mais de 2 trilhões de dólares, valor superior ao PIB de países como Brasil, Canadá e Rússia. Mas o que sustenta isso tudo? Onde estão armazenados esses dados? O que poucas pessoas sabem é que o Google mantém uma das maiores infraestruturas de dados do mundo. Para manter seus serviços rodando 24 horas por dia. Para bilhões de usuários, a empresa opera uma teia de data centers que cobre praticamente todos os continentes do mundo. Esses centros de dados são verdadeiras fortalezas digitais que armazenam e processam cada pesquisa, cada e-mail, cada vídeo que você assiste no YouTube, cada trajeto do Google Maps e cada backup do seu celular Android. Estima-se que o Google processe mais de 20 de dados por mês. Isso equivale a quase 20 bilhões de GB. Em comparação, se você tivesse um pen drive de 1 GB, você precisaria de 20 bilhões deles para armazenar esse volume. Empilhados, esses dados ultrapassariam a altura do Monte Evereste mais de 300.000 vezes. É mais dado que qualquer mente humana consegue imaginar. E cada segundo esse número cresce. E fica a pergunta: aonde estão esses dados? Os dados estão guardados em locais secretos e extremamente seguros. Os data centers do Google estão localizados nos Estados Unidos, Irlanda, Holanda, Bélgica, Finlândia, Singapura, Taiwan e Chile. E o maior deles fica no Oregon, Estados Unidos, e uma cidade chamada The Dales. Esse centro sozinho é o maior do que muitos estádios de futebol e consome a energia suficiente para abastecer uma cidade inteira. E esse é só um dos centros. Em cada um desses locais, milhares de servidores que parecem grandes gavetas metálicas operam sem parar, resfriados por sistemas que utilizam água reciclada, inteligência artificial e até uma ventilação natural para evitar superaquecimento. As medidas de segurança são equivalentes a de instalações militares, câmeras em todos os ângulos, sensores de movimento, identificação biométrica e vigilância armada. Afinal, é ali que está guardada a vida digital de bilhões de pessoas ao redor do mundo. Mas e a conta de luz? Quanto será que o Google gasta com eletricidade? Afinal, armazenar o mundo inteiro tem um preço. A Google gasta anualmente mais de 30 bilhões de dólares só para manter essa infraestrutura. E o principal vilão dessa conta, claro, é a energia elétrica. Servidores produzem calor, afinal muito calor, e precisam ser resfriados constantemente. Em 2023, a estimativa era que os data centers do Google consumissem mais de 15 TW hh por ano, o suficiente para abastecer países inteiros como Bolívia ou Lituânia. E diante da pressão ambiental, o Google prometeu que até 2030 todos os seus centros de dados funcionarão exclusivamente com energia renovável. Isso inclui usinas solares, parques eólicos e sistemas de compensação de carbono. E o que que aconteceria se o Google desaparecesse ao menos por um dia? Pense no caos. Sem o Google Search, as pessoas perderiam seu principal portal de acesso à internet. Sem Gmail, milhões de empresas e profissionais ficariam sem comunicação. Sem o YouTube, o maior acervo de vídeo do mundo desapareceria por algumas horas. Sem Google Maps, entregadores, motoristas e turistas ficariam perdidos. Sem Android, metade dos celulares do mundo perderia atualização e serviço e até acesso às lojas de aplicativos. É mais do que um desconforto, é um colapso funcional. Empresas deixariam de operar. Mercados financeiros seriam afetados. A cadeia global de produtividade sentiria um impacto na hora. Não é exagero dizer que o Google se tornou uma infraestrutura tão crítica quanto a eletricidade ou o sistema bancário. Mas afinal, por que que o Google investe tanto nisso? A resposta é muito simples, porque os dados geram poder, geram lucro. Todo esse processamento e armazenamento tem como principal objetivo alimentar o maior motor de buscas do planeta. É por isso que tanto serviços do Google são, entre aspas, gratuitos. Você usa e em troca a empresa entende que você quer, precisa e deseja e te mostra o anúncio certo na hora certa. É esse modelo que financia a máquina e que gera lucros bilionários para o Google. Mas essa coleta de dados também gerou polêmicas, investigações com monopólio, problemas com leis de privacidade na Europa, vazamentos e processos. O debate sobre quanta informação é demais, nunca esteve tão atual. No fim, se o Google fosse um país, seria um dos mais influentes do mundo. Com sua rede de dados, servidores, inteligência artificial, mapas e conteúdo, a empresa molda a forma como o ser humano se conecta à realidade. Mas ao contrário dos grandes impérios da história, o Google é invisível. Está em todo lugar, mas ninguém vê. está em seu bolso, no seu trabalho, na sua casa e às vezes você nem percebe. É o maior cofre de dados que a humanidade já construiu e talvez um dos mais poderosos. [Música] [Música]

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