PALMEIRAS TEM MUNDIAL? Com MAURO BETING
0que além das sedes como tivemos no Pacaembu e no Rio de Janeiro, no Maracanã, teríamos sedes em Porto Alegre e Minas Gerais, mas aí não teve como fazer e se fez um grande torneio até a Copa do Mundo de Clubes desse ano de 25 nos Estados Unidos, o torneio mais difícil já disputado. Eu quero, eu vou falar, quero falar com você porque eu lembro, posso estar enganado, mas lembro que você foi pra Itália em 1990. Eu não. Então você não foi, você cobriu a Copa, não cobriu? Eu comecei exatamente no jornalismo esportivo na Copa. O que aconteceu? 20 de janeiro de 90, o grande Chiculang me pede um texto sobre os 7 anos da morte do maior camisa sete o Garrincha, que tava completando naquele 20 de janeiro de 90, 7 anos. E eu sempre estudei muito o futebol, sempre gostei do futebol. É o Palmeiras que me faz gostar de futebol, que me faz por tabela gostar de jornalista esportivo. Aprendi a ler lendo a revista Placar, o caderno de esportes, o jornal da tarde e tal. E aí eu trabalhava na Folha da eu trabalhava na TV Bandeirantes como produtor de um programa jornalístico e trabalhava também como repórter de política mais economia menos e escrever sobre música no jornal Fa da Tade que depois virou agora São Paulo e hoje virou infelizmente história apenas. Aí o Chico Lang me pediu: “Mauro, escreve aí um texto sobre garrincha”. Eu escrevi, tava bom. E o meu chefe, o editor chefe do da Fúha da Tard, Adilson Laranjeira, me chamou na sala dele e falou: “Olha, parabéns, o texto ficou bem legal. Você não quer cobrir a Copa da Itália agora em senhora janeiro de 90. No meio do ano você faz o outro lado da Copa. Se fala italiano sim, se vira italiano, sim. Pô, imagina, era uma equipe de 15 jornalistas da Folha de São Paulo, da Fira da Tarde. Eu era o mais jovem deles, o único que não, eu e o Cloves Ross, o saudoso Cloves Rosses, eh, que não éramos do esporte, né? O Cloves Ross da Fol da Folha de São Paulo, baita jornalista, membro do Conselho Editorial da Folha. Vocês vão para lá, pô, sensacional, né? Só que daí em março de 90 teve a aposta do color, o plano color enxugou-se a economia, poupança ficou travada, tal e a equipe que de 15 pessoas viraram cinco. Claro que eu não fui. Nossa. E chegou na Copa, ah, eu tava na redação da FA da tarde aqui na Barão de Limeira em São Paulo, aqui pertinho onde estamos. E aí o meu chefe, o Hélio, Mauro Armou, falou: “Ó, Mauro, tá precisando de gente na editoria de esportes, era um caderno de 16 páginas. Você fica na na com a gente?” Falei: “Claro, só se eu puder chegar um pouquinho mais tarde, que eu quero ver o jogo, se eu não me engano, da 1 da tarde, hora de Brasília, depois o jogo das 4 da tarde eu vejo na redação, fico até 11 da noite, não beleza, tal”. E foi o que eu fiz, né? E aí, eh, era estaria à disposição da redação da Folha da Tade para essa edição de esportes de 16 páginas da FT, quando o Willam Mauro falou: “Olha, tem uma meia página aqui que é uma coluna que não se assina que se chama Dois Toques e se escreve, vai chegar um monte de telex”. Não tinha internet aí em 1990. É tipo telex assim, a Madonna acha o lateral esquerdo da Bélgica um gato. Papa dorme durante o jogo da Costa Rica. Notícias não tem nada a ver. Falei: “Ah, beleza”. E no primeiro dia não tinha nem metade do que poderia de espaço para encher linguista lá nas páginas da folha da tarde. Aí o que eu fiz? Eu comecei a analisar eh a crise criativa da do meu campo da seleção brasileira, lembrando camisas 10 históricos do Brasil. Aí o Adilson Lareerou no dia seguinte falou: “Olha, parabéns, você fez uma crítica, mas com muito conteúdo histórico, tá? que eu saber de cor hoje seria fácil fazer isso, hein? Hoje tranquilíssimo, né? Eh, de cabeça e mais ainda com a internet, né? E e também sobre o momento da seleção brasileira. Aí ele pegou e falou: “Cara, passa a assinar, assina, enfim, Mauro Bet, tá beleza, eu assinei, acabou a Copa, né? O Brasil foi eliminado, eliminado prematuralmente nas oitavas, a coluna acabou e eu ia continuar como repórter de política, economia, continuar escrevendo sobre uma das minhas paixões, que é música. Só que daí o Chico Langa acabou indo pra Gazeta Esportiva, abriu-se o espaço, o Chico tinha uma coluna no jornal chamado Bola Solta e falou: “Mauro, você não quer continuar com a coluna? Já tem o nome aí dois toques, Mauro Bet, você continua fazendo o que você faz na reportagem, mas escreve também a coluna de esportes diariamente aqui na FT”. Falei: “Beleza”. E aí foi dando certo. Num ano e pouco eu fui chamado pro mesa redonda da Gazeta do Roberto Avaloni. Um ano e meio eu fui pra Rádio Gazeta também para ser comentarista de jogo, bola Rolando de Programas da Rádio Gazeta e aí fui pro esporte, fui largando a reportagem de política e economia continuei dentro do possível escrevendo sobre música até como colaborador da revista Bis e tive um programa com o Kid Vinil também maravilhoso, saudoso lá na Brasil 2000 FM e aí toquei o barco. Então diria que eu dei muita sorte de começar como 23 anos como colunista de jornal da folha da tarde e aí fui pra rádio TV depois, claro, internet, curadora de museu da seleção, curadora de museu Pelé e tudo que eu faço. Mas eu diria que eu dei muita sorte de aproveitar uma brecha, mas acabei não indo sim pra Itália na Copa de 90. Eu fiz daqui mesmo. E você falou sobre ignorância das pessoas quando a gente tá falando sobre o Pro Evolution Soccer. E aí eu queria pegar justamente nesse ponto agora ignorância, que a gente tem muita ignorância hoje dia burro, literalmente ignorante para burro. Hoje é um absurdo de ignorância. Então eu queria que você falasse de uma ignorância específica das pessoas que falam que o Palmeiras não tem mundial, que isso é ignorância. Como é que o Palmeiras vai lá, ganha um mundial, que foi lá ganhamos o mundial. E como é que não tem o mundial que ganhou? Explica isso para mim. Ah, isso é um barato que é assim, eu costumo dizer, né? Não precisa chamar de mundial, mas tem que respeitar e sobretudo conhecer a história. Mas que era mundial, era mundial. Eu discuto bastante se o termo é mundial, mas que é difícil para caramba e tem um mérito enorme. Sim, porque jogou contra times do mundo todo. Não tenha dúvida. E jogou? Ah, não, jogou o mundo todo, sim. A própria Copa, um ano antes, a Copa no Brasil de 50, em vez de 16 seleções, vieram 13. A Copa Rio, a primeira, essa vencida pelo Palmeiras em 51, era para ser quatro grupos de quatro clubes, ou seja, 16 clubes do não do mundo inteiro, mas os principais países da Europa e da América do Sul disputando o torneio, que além das sedes como tivemos no Pacaembu e no Rio de Janeiro, no Maracanã, teríamos sedes em Porto Alegre e Minas Gerais, mas aí não teve como fazer e se fez um grande torneio até a Copa do Mundo de Clubes desse ano de 25 nos Estados Unidos, o torneio mais difícil já disputado. se é o mundial, não, não importa. O que importa é que foi muito importante mesmo e muito celebrado pela torcida brasileira. Tanto é que no 22 de julho de 51, quando o Palmeiras empata com a Juventus eh e é campeão da Copa Rio, depois de sete jogos, né, eh, a torcida no Maracanã, mais de 116.000 pessoas não gritavam Palmeiras, gritavam Brasil. fosse o Palmeiras ou fosse o Vasco, que era o representante do futebol brasileiro, o melhor do futebol carioca, ou do próprio futebol brasileiro. Afinal, o treinador do Vasco era o mesmo do Brasil no Maracaná um ano antes, Flávio Costa. E no elenco do Vasco tinham sete dos 22 jogadores vice-campeões mundiais pelo Brasil. E o Palmeiras jogou um torneio dificíimo contra o Estrela Vermelha, que foi o primeiro adversário do Palmeiras que o Palmeiras venceu no Paquembu. O Estrela Vermelha era a base da Eugoslávia, que era uma ótima seleção um ano antes e quase havia eliminado o Brasil ainda na fase de grupos da Copa de 50. Palmeiras venceu e enfrentou e venceu o b futuro bicampeão frances Olímpic Dinis de um futebol que 7 anos depois será terceiro colocado na Copa da Suécia de 58. E o Palmeiras no primeira fase perdeu para Juventus com o time alternativo ao Palmeiras por 4 a 0. A Juve que então havia sido terceira colocada no campeonato italiano, mas havia sido campeã da Itália em 50 e seria a campeã Juventus a maior campeã da Itália em 51 52 temporada que começava ali em agosto de 51 pra equipe italiana. Aí o Palmeiras vai paraas semifinais e elimina o Vasco no Rio de Janeiro em dois jogos no Maracanã, ou seja, esmagadora a maioria da torcida vascaína e depois joga por todo o Brasil ao vencer o primeiro jogo por 1 a 0 com gol do Rodriguez. Empata com a Juventus 2 a 2 um ano e uma semana depois do Maracanaço e o Palmeiras com a bandeira do Brasil no sobre o peito, sob distintivo e dando a volta olímpica com a bandeira brasileira, a torcida grita Brasil e não Palmeiras. para um clube que em 42 havia sido obrigado por ser um time de traidores, quintas colunas do Brasil em guerra contra o eixo Itália, Alemanha e Japão. O Palmeiras, Palestra Itália, havia sido obrigado a mudar de nome para Palmeiras porque seria um time de traidores. Ou seja, o clube dos traidores foi o próprio Brasil na Copa Rio de 51, como seria 65 nos festejos de inauguração do Mineirão, a própria seleção brasileira com a primeira academia que venceu o Uruguai por 3 a 0. Então assim, pode não ser mundial, se a FIFA não reconhece, não reconhece ponto final, você pode deve discutir muito, mas que indiscutivelmente a primeira conquista em nível de clube e de seleção intercontinental do futebol brasileiro, não tenha dúvida. E até a Copa do Mundo deste ano de 25 não houve o torneio mais difícil que a Copa Rio de a primeira de 51. Você considera que essa conquista do Palmeiras, porque a gente ganhou o primeiro primeira Copa do Mundo mês de 1958, o primeiro grande título de expressão do Brasil foi esse? dúvida, porque o Brasil vai ganhar o primeiro título continental em 52 e quer dizer, já havia ganhado a primeira Sul-Americana em primeira o campeonato sul-americano em 19 no Rio com frender tal das Laranjeiras. conquista o primeiro torneio continental no sentido ou intercontinental no sentido americano, porque era um torneio pan-americano que foi muito importante em 52 paraa seleção brasileira, mas a primeira conquista intercontinental de clube no Brasil de seleção foi a Copa Rio. O Vasco conquistou uma um torneio bárbaro com Expresso da Vitória em 48 lá no torneio de do Chile, que é inclusive depois a própria Comenball nos anos 90 vai reconhecer como, digamos, a primeira Libertadores da América daquela grande conquista do Vasco em 48. Mas a primeira conquista intercontinental, isso não discute mesmo, é a Copa Rio. A de 51, a de 52 já não foi tão importante, mas ainda foi. Torneio Rivadá Correia M 53 vencido pelo Vasco, já não é tão importante, mas é muito importante lembrar que muita gente propaga e torcedor tá valendo, mas muita gente da mídia a gente é só ler. Cara, tem internet hoje. É uma vergonha você falar que p se ganhop de 51 e é campeão mundial, o o Bangu quando ganha o torneio de 60 Copa Rio de 60, ele também é. Gente, essa tal Copa Rio do Bangu, primeiro não é tal. Foi um torneio muito importante, o Bangu ganhou, só que foi em Nova York. Não é que nem o Rocky Ro que tem Rocky Rio Lisboa e não é Copa Rio em Nova York, é um outro torneio, como um torneio também muito importante, difícil, com uma pequena Copa do Mundo disputada na Venezuela nos anos 50 é diferente da Copa Rio, não tinham tantos clubes, os clubes, alguns importantes, mas não tantos e tão importantes como os da Copa Rio, sobretudo as duas primeiras de 51 e a de 52 vencida pelo Fluminense. Mas não dá para dizer que é a mesma coisa, gente. Agora, indiscutivelmente, uma baita conquista não é fax, é feito, é fato. E a [ __ ] desculpa, como também ser campeão da Taça Brasil não era para qualquer um entre 59 e 68. Como ser campeão do Robertão de 670 também não era para qualquer um. Daí a dizer que tudo isso é brasileirão é outra gigantesca discussão, mas repito, não é fato, perdão, não é fax, é feito, é fato e é [ __ ] O que fez o Bahia de 59, o que fez o o Palmeiras de 60, o Santos de 61 a 65, o Grande Cruzeiro de 66, Palmeiras de 67 e por último o Botafogo 68, todos os campeões da Taça Brasil. E é muito difícil ser o que for o Palmeiras em 6769, o que for o Santos em 68 e o Fluminense 70, campeões da do Robertão, taça de prata, numa época que o futebol brasileiro vivia o seu auge, era de ouro do futebol brasileiro. Então, desmerecer desdenhar dos títulos de Taça Brasil de Robert também tá muito errado.