PONDÉ SOLTA O VERBO E DESMASCARA A MÁQUINA POLÍTICA DA ESQUERDA | Luiz Felipe Pondé
0a gente passa por questões sobre, por exemplo, como é difícil no ambiente do pensamento público, incluindo jornalismo, você não ser de esquerda, certo? Que há uma patrulha ideológica muito grande e que isso faz com que muitas vezes a discussão seja pobre, a informação seja pobre e excessivamente envzada, como isso já vem da própria faculdade, que é um ambiente que eu conheço bem, porque vem mesmo, né? Esse esse viés já vem dos próprios cursos de comunicação, professores, professores, é, né? E uma situação em que se você não, digamos assim, não dança conforme essa música, você é aluno ou você professor, você fica mal, né? Sim. Pertencimento também, né? Você não faz parte da turma. Fora da turma. É, você não é assim, inclusive quando você fala distrito, senso, né? mestrado, doutorado, eh, você pode não conseguir fazer o projeto que você quer se você não dançar conforme a música, né? Sim, sim. Mas a gente também fala de literatura, né? A gente fala de literatura russa, tem Dostoevski aqui, né? Onde eu tô, tem Dostoigão, de É isso mesmo. Falamos de religião, falamos de Deus, falamos do Brasil, né? falamos da daquela ideia de que se a imprensa não é de oposição, ela é um armazém de secos e molhados, né? Uma ideia, na verdade, pelo pelo que eu vi aqui, pelo que eu folhei, né? Ele fala sobre tudo isso que a gente tá discutindo hoje em dia, né? Hoje é essa, essa é a intenção. É, é tudo toda a discussão. É, é, essa foi a intenção. A, o Taquari conversou comigo final de 23, começo de 24. fez uma proposta. Olha, queria te entrevistar porque uma série de tópicos que a gente discute, inclusive no Jornal da Cultura, na Coluna da Folha, em todos os lugares que eu vou e fazer uma entrevista longa, isso durou um ano, foi um ano de conversa assim basicamente mensal e depois vamos transformar no livro. Eu topei o projeto. Então ele fez as perguntas e eu fiz as respostas. Quando você, se você vai paraa filosofia antiga, né, bom, a filosofia já nasceu na Grécia, como todo mundo sabe, mas tinha uma escola específica que foi batizada de ceticismo, né, uma expressão que todo mundo conhece que significa na origem ah você examinar o mundo, as teorias. E essa escola, ela, o resultado que ela traz é a ideia de que quando você aumenta o repertório e compara versões e teorias, você sempre encontra a incerteza. Aham. Né? Então, se você transfere para hoje, quando você tem um monte de informação boa, ruim, um monte de comentário, alguns absurdos, às vezes outros tm tanto, ah, pode produzir incerteza mesmo, insegurança, dúvida constante. Daí chega na pósverdade, que se falava alguns anos atrás, né, como expressão. Quer dizer, e aí, mas o que acontece também nesse universo é que a incerteza, o Balman bem sabia disso, a incerteza é meio insuportável, né? É, ninguém consegue conviver, né? Tempo todo tempo todo você quer descobrir. E o líder político, ele usa muito essa ferramenta, né, da incerteza, do medo, porque daí você vai confiar nele, né, que vai supostamente resolver o problema. Você precisa delegar o seu boleto, né, o seu quem vai te salvar numa guerra. É, né, ó. É isso mesmo. E nisso daí no mundo de redes sociais como o nosso, a tendência é o populismo aumentar, né? Você ficarim, né? Aumenta porque vira tudo lacração. Então o cara começa a lacrar e aí ao mesmo tempo ele tá observando a a lá as a opinião, não, as pesquisas, certo? se tá, se a aceitação dele tá baixando, se tá subindo, e se ela tá subindo e tá identificado com uma efeméri específica, algo que tá acontecendo, como a história do Trump, da tarifa, ah, se tá subindo, então eu vou eu vou aumentar nesse caminho, que exploda tudo, porque no final do dia você quer ganhar a eleição. inclusive de uma de uma menina branca a se condoer com a piada que é feito com um rapaz negro que tá na plateia. Eh, a gente tem a gente já sabe, por exemplo, que o próprio vocabulário desse assunto hoje ele já é perigoso, né? Tanto que é muito comum a gente simplesmente evitar usar determinadas palavras. Mas eu acho, eu acho, não, é bastante claro que ah, quando alguém faz isso, eh, é uma prova de pureza ideológica. Eu sou puro, eu me convolo sinalizar virtude. Exatamente isso. E nesse caso que tem a ver com raça, muitas pessoas que são brancas saltam na frente para querer provar, olha, eu não sou racista, tá? Eu tenho consciência, eu sou legal. Então, o que acontece é que a a digamos assim a moral pública sempre foi muito alimentada por formas de hipocrisia, farisaísmo, como falava Cristo no Evangelho. Quer dizer, essa essa tendência de você ficar, como se fala em relação ao período de Cristo, que eu lembrei por acaso, parece que eu tô pregando, né? Mas não tô pregando. Bonito, daqui a pouco vamos falar que o P é pastor, né? É, então assim, eh eh eh o tipo de gente que ficava na esquina em Jerusalém rezando para que todo mundo visse que ele estava rezando, que portanto ele tava em dia com a lei, portanto ele tava em dia com os sacerdotes e quando você devia rezar, então em casa, não precisa ficar mostrando, mas é o que você chamou de sinalizar a virtude. Então em várias áreas isso acontece hoje, né? e para você de repente inclusive mostrar que você tá em dia com todas as teorias progressistas, que não há o que desconfiar de você. Quando na verdade no mundo do politicamente correto, e o politicamente correto que é esse assunto, politicamente correto é uma espécie de farisaísmo, né? Uma espécie de hipocrisia organizada, mas no mundo do politicamente correto, a paranoia corre solta, porque qualquer pessoa, de repente, pode acusar você de alguma coisa que você falou há 50 anos atrás. Is frase, isso é meio criar uma cobra, né? Porque a partir do momento que você faz isso, uma hora que você foge uma vírgula da daquela cartilha, todos os dedos vão contra você ali. Claro, porque o politicamente correto é uma forma de totalitarismo em relação ao pensamento, à linguagem e se transforma na realidade numa arma de mercado, numa arma de destruir carreira, de ocupar espaço, de dificultar a circulação de certas pessoas, né? E claro que falta de educação tá em todo lugar, né? Sim. Então, mas o totalitarismo tá nas duas vertentes, né? O totalitarismo tá dos dois lá, a esquerda e direita. Ah, com certeza. É que a gente tá acostumado a pensar, por exemplo, quando a gente fala em totalitarismo, a gente pensa no fascismo, no Mussolini, tudo para o estado, tudo dentro do estado, nada com o estado. Da onde vem a ideia de totalitarismo mesmo? O que eu tava dizendo que assim, o politicamente correto enquanto tal é uma teoria que tende a produzir cerceamento do pensamento. Sim. seja na imprensa, na mídia, seja na sala de aula, porque inclusive as pessoas ficam com medo. Isso. Por exemplo, você, um aluno, você tá discutindo uma coisa, não vou falar nem o professor, é uma censura, é uma censura, é uma censura sutil e que hoje já virou juridicamente correto, você pode ser processado, né? Exatamente. Então, mas aí que você fala no livro que é o cala boca jurídico. Sim, tem o tem essa censura que é sutil. Você fala: “Opa, eu não vou falar isso porque eu não sei se eu vou vira autocensura.” Então tem essa censura que a gente tá vivendo e tem também o cala boca jurídico que o cara vem lá e fala: “Ó, eu quero o X porque você me falou isso”. No Brasil, isso é um mercado cada vez maior. E é muito sério, porque muitas vezes esse cala boca jurídico e ele funciona, não é nem no sentido de chegar a ao processo final, mas no sentido isso funciona muito com jornalista, inclusive. Ah, isso funciona no sentido do cara ter que contratar o advogado, que será caro. Uhum. Certo. Então ele já toma porrada. Sim. Uhum. Ele já, ou seja, a intenção é ferir o sujeito no bolso. Sim, né? Como você falava há pouco, caros, como que bate no bolso. Então é bater no bolso pra figura pensar, olha, de se fizer de novo, vai gastar essa grana de novo. Isso funciona maravilhosamente bem, porque quem é que tem dinheiro sobrando? São as pessoas. e dá o recado para quem também se comunica daquele daquela forma, pensar e repetir o mesmo tipo de pensar pendurar a cabeça em praça pública. Então, mas aí eu acho que a primeira primeira atitude da ditadura é censurar a imprensa. Ah, sim, né? Sempre é a primeira, né? A primeira é censurar censurar os veículos, né? Você tem que censurar a imprensa, censurar quem trabalha com a palavra pública. Isso, né? que é o quem tá sofrendo hoje em dia. Você sofre isso? É se eu sofro esse tipo de censura? Não, se você sofre, porque você é um cara que, pô, que você fala aqui, balde aqui, aqui ele chuta o balde. É que é tua opinião, né? Isso aqui, isso aqui, esse livro inteiro é uma entrevista, é sua opinião. Eu sempre escrevo o que eu penso, né? E é claro que eu já corri todo tipo de risco. Até hoje eu sobrevivi, né? Mas assim, eh, por exemplo, eu muito dificilmente, seja no programa Linhas Cruzadas TV Cultura, seja na coluna da Folha ou quando eu venho a eventos como esse de vocês, o programa aqui, eu sempre tomo cuidado no uso de palavras. Eu aprendi. Aham. Né? A gente sabe que tem determinados termos que você simplesmente não deve falar, porque mesmo que você fale no contexto X, facilmente com os cortes de aquilo pode virar – x, né? Então sofro como muitos colegas no sentido ter que tomar cuidado com a forma como você escreve. E eu percebi eh ao longo desses, sei lá, 17, 16 anos de quando eu comecei na Folha, na eh sistematicamente na ilustrada, eu percebi a piora do ambiente, a piora nesse sentido. Aí há 15 anos atrás a circulação da ideia era mais solta. Sim. no ambiente pessoal. Você não tá falando na tô falando no mundo do trabalho. É no mundo da imprensa, da mídiaou muito. Então, mas o Sená, eu acho que teve um momento que a gente teve liberdade ampla, foi quando caiu o muro. O muro de Berlim ele representou aquele momento. Todo mundo discutia qualquer coisa. Você podia discutir qualquer negócio, não tinha censura, não tinha nada. Era um mundo que a gente falou: “Nossa, vai ser muito bom esse mundo”. Era o Steve Wonder tocando Black and Ivory, que era teclas do piano. E falou: “Cabou o racismo, agora vai. Nossa, o mundo vai ser bom, a gente posa, a evolução do ser humano, nós estamos evoluindo.” O que que a gente descobrir agora? Tá pior do que era, cara. É, não é o ser humano não evolui, cara, nesse sentido. Aí quando eu digo, é claro que o que eu tô falando não é uma um enunciado científico, porque não dá para testar nem si nem que não, né? Mas quando você olha ao longo da história, a gente resolve uns problemas aqui, estoura outros lá, a gente repete determinados erros, né? E a prova de que isso continua assim é porque a gente continua precisando de advogado. É. Mas então, mas você não acha cada vez mais, né? Ô Pondé, mas você não acha que também a perspectiva que a gente tinha era do mundo ser muito melhor? Sim. Quem viveu aquilo naquela época achou isso, né? Sim. Hoje em dia a gente vê que tá voltando Guerra Fria, tá voltando e como ele diz guerra, tá voltando guerra guerra, voltando guerra, guerra, gastando mais dinheiro com armamento na Europa, investindo em armamento. É claro que assim, você teve depois da Segunda Guerra os chamados 30 anos gloriosos, né, que é o o período em que a Europa ocidental enriqueceu, inclusive com dinheiro americano, porque os americanos tinham um impasse. O impasse era como impedir que a Europa Ocidental bascule do lado soviético. Uhum. Porque a maior parte dos intelectuais jornalistas na França, por exemplo, a gente conta nos dedos quem não é era de esquerda. Era de esquerda. Entendia. Inclusive a população sofreu muito. Então tinha aquele discurso que o socialismo soviético cuida das pessoas. Então o a Europa Ocidental com dinheiro americano teve que produzir riqueza e bem-estar social para barrar o risco soviético. E isso deu numa Europa rica com garantias sociais importantes. Falava, eu lembrava que teve uma experiência na Europa parecida com isso e antiga, que foi a Inquisição. Por que eu digo que a Inquisição é parecida com isso? Porque a Inquisição, quando se tratava de autores como uma autora chamada Margerit Porret, que foi queimada na fogueira em 1eo de junho de 1310 em Paris, quando você fala do dominicano mestre, que foi condenado, mas morreu antes em em 1328, a condenação saiu em 1329. e outros exemplos, mas eu tô lembrando desses desses exemplos aqui. A a Inquisição com seus especialistas, né? Eles analisavam frases de livros para dizer que aquela frase era herética, entende? Então é parecido com isso. Tirava do contexto muitas vezes e analisava aqueles enunciados, aquelas proposições, como se falava, proposições. E daí se constituía, então, um conjunto de proposições que foram escritas por essas pessoas e que não deviam ser repetido. caso do Mestre Carto, por exemplo, que pregou durante muito tempo na catedral de Strasburgo, que hoje é França, já foi Alemanha, já foi França ou Alemanha, França, né? A a SAS e Lorena. Eh, a catedral tá lá até hoje. Ele foi, uma das condenações que foi feita a ele é que ele pregava temas complexos para pessoas que não entendiam e que não se podia fazer isso. Ele falava língua vernácula e não só latim. pro público na igreja, entende? Então, isso foi uma acusação feita a ele. Você não pode discutir coisas complexas para pessoas comuns porque elas não entendem e aí elas vão entender errado. Você só deve discutir isso entre especialistas. Essa é uma discussão, por exemplo, que você tem no debate na universidade. Se você tá na universidade e vai paraa imprensa, você é acusado e tá fazendo isso de que você tá discutindo temas que são muito complexos num ambiente em que a recepção não é especializada. Agora, é claro que toda forma de violência política do Estado é sempre violenta, né? Você pode matar e tal. Agora, esse tipo, é claro que hoje existe numa gama muito maior do que havia lá, né? E muito mais gente pode ser pega, sem dúvida nenhuma, e é muito mais precisa. Mas quando você tem, por exemplo, um juiz, né, por exemplo, analisando frases que você gravou ou que você escreveu, a gente tá vivendo censura mesmo. É que a censura ela tá sempre a serviço de um bem, então, que a justifica. Então, mas é uma censura moderna. Porque as pessoas não é que não é clara, as pessoas que não têm voz pública nem tão não estão nem sentindo nada dis não sabe, acho que não existe. É, não estão sentindo. Fala: “Pá, mas a vida tá boa, a vida tá normal, tá, não tem nada sensor”. Mas a pessoa que tem opinião, tem lá, ele tem um pé. Quem trabalha com opinião tem que ficar com cuidado. Agora, por exemplo, outra coisa que eu não consigo entender que é esse esse antissemitismo que a gente tem agora, que é meio pol meio não, né? Ele virou totalmente político esse atual. Sim. Não tô falando do do do histórico. Atávico. Histórico. Isso. Do histórico. Porque hoje em dia você não consegue entender. Eu, por exemplo, quando eu estudava, eu era canhoteiro, como todo bom estudante do Grêmio estudantil, saia na rua, tal, não sei o quê. E você tem o livrinho. A canhota, ela tem o livrinho, ela tem a cartilha que você tem que concordar com aquela do primeiro ao ao fim. tem que provar que o tempo e a gente vê isso hoje, que isso hoje tá muito mais ligado às escolas, à universidades, do que o próprio povão. Sim. Por como é que isso entrou na universidade e tá meio que tá indo também para o antissemitismo? Então isso eh o antissemitismo de hoje ele tá muito ligado à pauta de esquerda. Isso, né? Isso que é o progressista que eles chamam. Progressista. É, agora tá na moda falar progressista, que eles mudaram já de comunista para socialista, agora é progressista. Agora progressista, parece. É, você tá evidentemente em favor do bem. Claro, do progresso. É, é uma espécie de esquerda positivista, ordem. O homem que evolui. O homem que evolui. Agora, esse casoitismo com a esquerda tem aí uma justificativa, inclusive uma justificativa teórica. acadêmica que é a seguinte: primeiro, Israel é aliado dos Estados Unidos. Na origem não foi, mas logo depois na origem não era imperialista. É, então imperialista, aliás, dos Estados Unidos é imperialista, o que faz com que pessoas, por exemplo, fiquem defendendo regimes como o iraniano atual, né? O regime teocrático, né? o regime enquanto tal, não o país como todo. Ah, e aí como Israel tá do lado dos Estados Unidos, isso já é uma variável que faz com que ele seja inimigo da esquerda. A outra variável é a acusação de ser colonialista, tá? Uhum. Fruto do império britânico. Aliás, como Oriente Médio, todo é na verdade que existe hoje, porque era tudo da do Império Otombano. A Turquia perdeu a guerra paraa Inglaterra e paraa França. Então, a Inglaterra e a França foram lá e dividiram o bolo, né? Mas assim, então a acusação de ser imperialista fruto do império britânico no Oriente Médio. E você junta essas duas ideias, então você tem a a esquerda antiimperialista, a esquerda anticolonialista e aí ela cola plenamente nessa ideia, né? Além do fato antigo sempre que se associa judeu a rico. Sim. E aí todo mundo e o capitalismo dos Estados Unidos é junto com isso daí. nós contra eles também. No caso do Brasil tem uma variável, não só do Brasil, mas no nosso caso no Brasil tem uma variável bem significativa, que é o fato de grande parte do movimento evangélico e do bolsonarismo usar a bandeira de Israel. Interessante isso também. Sim. E na hora que eles usam a bandeira de Israel, seja evangélicos em cultos ou em em em manifestações ou mesmo bolsonaristas se abraçam na bandeira de Israel, acabou. Isso aí já tem um nome, entendeu? Então, em Israel todo mundo é bolsonarista, o que é um enorme idiotira é um país muito diferente do que os bolsonaristas imaginem que seja numa série de coisas, né? E a ao mesmo tempo a ideia de que Israel é um país que é simplesmente um país de rico e que não dá espaço para ninguém também é contrário ao que se imagina aqui. Mas essa é a trajetória, sabe, Emili? É isso aí. É engraçado é isso acontecer nos Estados Unidos. Eles queimam a própria bandeira da América. Eles desejam a morte da América. Baseado nessa é o que fez a professor fazendo a cabeça. Você foi professor Sam também. Vocês fazem a cabeça doutrinação. Fazem doutrinador dormindo aqui. Doutrinadores. Virou contra nós. Eles tinham outros objetivos. Essa é uma bela desculpa. A matemática já foi acusada. Então, mas eles falam que isso aí entrou pela universidade, né? Não, mas sim, claro. Estados Unid nos Estados Unidos também. Claramente, claramente. E aí é universidade rico, principalmente, né, nos Estados Unidos. Mas isso é por quê? Porque o cara ele atinge uma uma que a sociedade americana ela atingiu, sei lá, uma tranquilidade, uma você precisa de alguma coisa para lutar, você precisa de algum o conforto deles, o conforto material, o capitalismo deu certo, eles têm muito dinheiro, aí precisa defender, precisa defender. Você acha que é isso? Olha, o Nelson Rodriguez, um grande autor nosso aqui, ele nas colunas dele em que ele ele comentava o Maio de 68, movimento lá de Paris, na França, maio de 68, que os estudantes foram pra rua, ele sempre repetiu uma ideia que era o seguinte: aqueles estudantes, na verdade, eles estavam entediados, 30 gloriosos, certo? A vida, a vida boa, a vida tava boa. Então a meninada, inclusive o Nelson chegava a dizer que a a história de é proibido proibir ou desejo livre era porque na verdade muitos estudantes queriam direito de ir ao dormitório das meninas da universidade, né? Então, então, portanto, o Nelson tava fazendo um raciocínio semelhante ao que você fez agora, de que na medida em que você tem uma condição material bastante razoável, né, e no caso dos americanos bem acima de razoável, você tem jovens que tendem a ficar entediados mesmo. Segundo lugar é que os anos 60 eles criaram uma espécie de marketing de comportamento e criaram a figura do jovem como revolucionário. É claro que se a gente for para trás, a gente vai encontrar no mínimo até o século XIX já indicativos da ideia do jovem como revolucionário. Mas os anos 60 transformou isso em objeto de consumo. A a a para chegar até o ponto de que todo mundo, todo mundo não, mas um monte de gente considera que se você é jovem você tem que ser revolucionário. Isso pegou, você tem que mudar. Então você junta isso que vem da cultura dos anos 60 dos Estados Unidos, que quando começaram a queimar a bandeira americana, né? Vietnã. E você junta isso com o fato de que você tem nessas universidades normalmente gente da elite. E aí você vem com os professores, os professores a de universidade, mais marcadamente a área de humanas, eles vêm há já algumas décadas transitando pelo universo da esquerda. já algumas décadas. Você tem inclusive hã tem um um livro escrito por um jornalista francês chamado Bernard Lacomb. Tá aí à venda na Amazon francesa. La Comb. É que ah ele ele mostra especificamente é o o objeto de pesquisa dele, especificamente como universidades nos Estados Unidos e no Canadá e na Inglaterra, mas na França acontecia a mesma coisa, né? Eh, ele mostra claramente como você tinha um investimento para que as ideias de esquerda transitassem pelo investimento, eu digo, da União Soviética, né, para que as ideias transitassem. Aa, isso a gente tem que levar em conta que o universo socialista há muito tempo ele herdou uma expectativa salvacionista em nome da justiça do cristianismo. Claro. Ah, que claro é herdou isso daí, né? Essa ideia certo milenarismo marxista, que lá na frente vai haver o mundo perfeito, que tudo vai ser de todo mundo, né? E isso daí, quer dizer, a professores de universidade, principalmente de humanas, são pessoas que transitam por um universo materialmente pobre. Pobre, né? A gente sabe disso. Eh, é claro que no Brasil mais pobre do que em outros países, mas ainda assim não é um tipo de trabalho que você vai ficar rico, digamos assim. Então, o universo das ideias e e o universo da de como os alunos vem você, isso pesa muito. Então, se você fala contra o capitalismo, contra o Estado, se o Estado for associado a sistemas capitalistas, isso tem de aar seguidores, simpatizantes. S.