Por que a Colômbia tem Medo da Prosperidade?
0quanto melhor o bairro mais se paga impostos mais cara fica a conta de luz água e taxa de lixo se um bairro pobre passa por alguma melhoria nem que seja mínima as contas sobem se o bairro era pobre e começa a aparecer mais bonito e luxuoso as tarifas sobem e muito esse cenário causou uma situação bem inusitada na Colômbia as pessoas não querem que seus bairros melhorem Olha só o conteúdo dessa carta abre aspas Senhor Prefeito por gentileza não asfalte nossa rua e não traga pinturas nem iluminação nova eu e a minha família te honraremos com os nossos votos contamos com a sua reeleição fecha aspas Você já imaginou um prefeito recebendo um pedido para não melhorar de forma alguma uma parte da cidade isso É um cenário normal na Colômbia hoje porque as melhorias trazem a custos e a população começou a ter medo da prosperidade mas por qu e quando tudo isso Começou desde os tempos coloniais as cidades começaram a se estruturar em torno de um conjunto básico de serviços públicos nas colônias os centros urbanos eram organizados de forma simples com Ruas de Terra batida e poucos serviços a manutenção era realizada com recursos limitados sem grandes impostos ou tarifas para os moradores com o passar dos séculos à medida que as cidades se expandiam e a população crescia ficou cada vez mais evidente que era necessário melhorar a infraestrutura desde pavimentar ruas e instalar sistemas de iluminação pública até o desenvolver de redes de abastecimento de água e esgotamento sanitário naquela época os custos dessas melhorias eram muitas vezes cobertos por iniciativas pontuais ou por pequenas contribuições da própria umidade sem que houvesse um aumento na contribuição com a Revolução Industrial especialmente durante o século XIX no início do século XX as cidades passaram por uma expansão muito rápida esse crescimento acelerado trouxe a necessidade de modernizar os serviços públicos para atender uma população que se urbanizava a largos Passos com a chegada de tecnologias como a eletricidade o abastecimento de água encanada e os sistemas de esgoto as prefeituras passaram a precisar de receitas Mais estáveis e robustas para manter e ampliar esses serviços para financiar esses investimentos os governos municipais começaram a criar impostos específicos e cobrar tarifas pelos serviços públicos que já incluíam contas de energia água e taxas de coleta de lixo assim os bairros que antes eram simples e com custo de vida mais baixo se tornaram um verdadeiro paradoxo quanto mais o bairro era melhorado maior se tornava a cobrança de impostos e tarifas o que elevava o custo de vida para os moradores após a Segunda Guerra Mundial muitos países passaram por grandes reformas para modernizar suas cidades e impulsionar a economia nas metrópoles da América Latina esse período marcou o início de projetos de reurbanização que buscavam tanto deixar os bairros mais bonitos quanto melhorar os serviços públicos para isso os governos começaram a investir em infraestrutura mas os custos desses projetos eram repassados à população por meio de impostos e tarifas cada vez mais altas a justificativa era simples melhorias tem um preço no começo muita gente via essas mudanças como um sinal de progresso e valorização do próprio imóvel mas com o tempo Ficou claro que o aumento nas contas pesavam no bolso principalmente das famílias de baixa renda conforme as cidades i se modernizando surgiam os primeiros conflitos entre o desejo de ter um lugar melhor para viver e o aumento no custo de vida em muitos bairros mais Humildes as pessoas começaram a perceber um padrão preocupante sempre que uma rua era asfaltada ou postes de iluminação eram instalados logo em seguida vinham reajustes nos impostos e mais tarifas com isso a ideia de melhorar o bairro passou a ser vista com desconfiança Afinal Por que comemorar uma reforma que no fim das contas tornaria tudo muito mais caro esse sentimento foi prenúncio de que anos depois ficou conhecido como medo da prosperidade Colombiana esse desconforto ficou Evidente em casos marcantes como o da família que escreveu a carta no início do vídeo essa carta resume bem O dilema de muitos moradores preferir manter o custo de vida baixo mesmo que isso signifique abrir mão de melhorias da infraestrutura a partir de 1970 as grandes cidades da América Latina passaram por um novo ciclo de crescimento na Colômbia por exemplo cidades como Bogotá cresceram rapidamente devido à emigração em massa de pessoas das áreas rurais para centros urbanos esse grande movimento populacional Aumentou a demanda por moradias e deixou claro que era preciso expandir e modernizar a infraestrutura urbana o crescimento desordenado levou à formação de grandes comunidades informais tanto nas periferias quanto em áreas mais centrais a falta de planejamento gerou desafios sérios pois a quantidade de novas moradias não acompanhava o ritmo da migração diante desse cenário os governantes tiveram que correr para garantir serviços essenciais para tentar resolver esses problemas as prefeituras passaram a investir em obras de pavimentação buscando melhorar a qualidade de vida da população por um meio rápido uma estratégia de crescimento das cidades E é claro que para financiar essas melhorias os governos começaram a cobrar mais impostos a necessidade de atender a nova população era cada vez maior a necessidade de modernizar os serviços públicos se tornou urgente especialmente nas cidades da Colômbia as prefeituras implementaram mudanças na forma de arrecadar dinheiro essas reformas fiscais passaram a impactar diretamente a vida dos moradores agora o valor dos impostos era calculado Com base no preço do imóvel que por sua vez aumentava sempre que o bairro recebia qualquer tipo de melhoria como o asfalto iluminação ou até áreas de lazer o imposto é baseado no preço do imóvel e o preço do imóvel sobe a cada meio fio pintado Além disso o preço dos serviços essenciais passou a ser reajustado de acordo com os investimentos feitos na infraestrutura básica a ideia era que a valorização dos móveis compensaria os aumentos dos impostos mas na prática para as famílias principalmente de baixa renda isso significava um peso enorme agora Chegamos nos anos 80 e 90 esse modelo claramente já não estava funcionando mais e aconteceu o grande crescimento das ocupações irregulares o governo começou a criar programas de regularização para essas pessoas e então surgiram projetos principalmente nas cidades grandes que combinavam ai legalização dos terrenos com melhorias da infraestrutura mas essa regularização também trouxe consequências Afinal inicialmente era muito benéfico um terreno que foi conseguido de graça por meio de invasão receber uma grande valorização mas nem mesmo as pessoas que receberam terrenos e Imóveis gratuitamente graças a suas invasões estavam felizes com um aumento constante das taxas e impostos e isso desenvolveu ainda mais o medo da prosperidade Afinal a maioria das pessoas que vivem em invasões não TM uma receita crescente geralmente são de baixa renda e o cenário de aumento de taxas não é bem-vindo para ninguém principalmente para eles as histórias de moradores que preferem manter a infraestrutura básica começaram a se espalhar mostrando o conflito entre o desejo de melhoria e o medo de tornar a vida muito mais cara na virada do século esse modelo de financiamento se fortaleceu com o avanço da tecnologia e a busca por uma gestão mais eficiente os governos municipais começaram a usar sistemas informatizados para calcular e cobrar mais impostos isso permitiu ajustes ainda mais frequentes e precisos o que melhorou a arrecadação mas também detonou a qualidade de vida de muita gente em algumas cidades foram criados processos contínuos de revitalização para justificar os aumentos dos custos conforme os bairros recebiam investimentos a desigualdade entre os que foram modernizados e os que continuavam com pouca infraestrutura ficou ainda mais Evidente O problema é que esses aumentos não vinham acompanhados de um crescimento na renda das famílias gerando dificuldades financeiras cada vez mais difíceis de solucionar diante disso várias comunidades e movimentos populares começaram a se organizar e questionar a ideia se aquelas melhorias e aumentos de taxas eram realmente necessários e assim o nomeado medo da prosperidade ganhou forma sólida as pessoas fizeram protestos deixaram de pagar algumas contas e até mesmo não aceitam que seus bairros sejam modernizados ou melhorados afinal não existe uma fiscalização em cima do que está sendo feito ou não está sendo feito e é muito difícil comprovar que os aumentos são condizentes com as melhorias ou seja talvez a melhoria não seja boa o suficiente para ter tanto aumento nos preços essa verdadeira volta Popular se tornou um debate político constante com um país entrando em um ciclo vicioso sem saber como sair dele uma das estratégias e possíveis soluções é incluir a participação da população nas definições de taxas e na forma como o dinheiro é arrecadado e usado mas colocar isso em prática é Um Desafio enorme pois exige soluções Profundas e mudanças na forma como os serviços públicos são organizados e na relação entre o governo e os cidadãos em alguns casos Como já aconteceu a mobilização Popular resultou em audiências públicas e debates em câmaras municipais onde especialistas representantes do governo e a população buscavam alternativas para reduzir o impacto dos reajustes esses estudos mostraram que embora as melhorias valorizassem os imóveis já não havia quem comprassem Imóveis tão caros além de um de outras consequências negativas como aumento na inadimplência e queda na qualidade de vida para responder a essas críticas algumas prefeituras começaram a testar políticas de reduzir esses impostos A ideia era que mesmo que os bairros se modernizasse ou melhorassem de alguma forma os custos deveriam ser mais baixos Porém esse modelo também não funcionou o governo estava condicionado e treinado a arrecadar mais impostos a cada pequena melhoria Então como a Colômbia pode manter a qualidade dos serviços e valorizar os espaços urbanos sem prejudicar a população e sem inflacionar o preço dos imóveis nos últimos anos os governos começaram a buscar soluções para amenizar o problema entre as alternativas estão a criação de zonas tarifárias direcionadas onde os reajustes são reduzidos para populações de baixa renda e políticas de baixos impostos para bairros comerciais além de disso foi criada uma tecnologia de monitoramento e digitalização dos sistemas de cobrança Mas isso não adiantou o medo da prosperidade teve seus efeitos de ação contínua e continua crescendo gerando muitos debates populares a participação ativa da população nas decisões sobre investimentos e reajustes é muito complexa e foi exigido em muitas regiões um planejamento futuro das melhorias físicas sociais e econômicas para cada bairro Afinal havia um descontrole nas melhorias e quando o governo sentia que precisava arrecadar mais ele simplesmente melhorava algum bairro aleatório em alguma parte aleatória e aumentava a carga tributária essa falta de planejamento e de comunicação com a população geralmente pegava as famílias de surpresa e assim elas não têm para onde fugir a não ser pagar mais taxas esse descontrole t a população Colombiana resistente às melhorias e um dos motivos principais que explica porque esse sistema funciona de uma forma tão diferente dos outros países é a corrupção do governo os constantes desvios de caixa público o dinheiro dos impostos gastos de forma irregular e os constantes escândalos políticos explicam em certa medida porque ao longo dos anos a população Colombiana proibiu e passou a temer a prosperidade no próximo vídeo vamos ver um local onde o tempo parece não ter passado e lá diferente da Colômbia a Terra é muito barata e o espaço é gigante Esse é o Chaco uma parte do Paraguai que está praticamente vazia poucas pessoas escolhem viver ali na verdade apenas 3% da população do Paraguai vive nessa região e agora no próximo vídeo Nós Vamos explorar por o Chaco paraguaio é tão vazio não deixe de se inscrever no canal econo simples para receber novos vídeos