Por que a ilusão de frequência tá em toda parte agora | Minuto da Terra
0Essa é uma história sobre atenção, memória e um esporte onde a bola é uma cabra sem cabeça. Oi, eu sou o Léo e esse é o Minuto da Terra. Mas pera aí, vamos voltar rapidinho. Pois sim, isso é um esporte de verdade jogado a cavalo usando o corpo de uma cabra no lugar da bola. Ele tem vários nomes em diferentes partes da Ásia Central, mas eu conheci como Buscash. É uma loucura e eu juro que tem tudo a ver com o assunto de hoje. Eu aprendi sobre Buscas pela primeira vez num livro sobre escalada. Eu fiquei super intrigado com a existência desse esporte popular meio macabro, mas eu acabei fazendo outra coisa e guardei essa informação naquela gavetinha da minha cabeça cheia de curiosidades aleatórias. Daí, algumas semanas depois, lá tô eu lendo uma reportagem totalmente diferente sobre o Afeganistão. E adivinha? Lá tava ele de novo, o Buscash. Quais as chances de eu esbarrar de novo com esse negócio tão obscuro, tão pouco tempo, depois de ter ouvido falar nele pela primeira vez? Tipo, não é como se eu estivesse procurando. E pelo que eu vi, o Buscashi nem tava ficando mais famoso nem nada, mas para mim parecia que ele tava pipocando em todo lugar. Você provavelmente já passou por isso também. Talvez não com o Buscash, claro, mas com algum outro termo ou ideia meio esquisita que você nunca tinha ouvido falar e aí do nada começa a ver aquilo em todo canto de um jeito que até parece uma falha na Matrix. Essa sensação é tão comum que tem até nome ilusão de frequência. Curiosamente, ela também compartilha o nome com um grupo terrorista alemão por causa da experiência de alguém que aprendeu sobre esse grupo e depois ficou encontrando referências a ele várias vezes seguidas em pouco tempo. Os cientistas ainda não sabem exatamente como essa ilusão funciona, mas eles têm algumas ideias sobre por ela acontece baseadas no que a gente sabe sobre o funcionamento do nosso cérebro. Sabe como é, né? Ou suspeito de sempre. Pense em todo o ruído de informações que você recebe o tempo todo. O seu cérebro tá sempre tentando identificar o que é importante e filtrar o resto. Quando aparece uma informação nova, o seu cérebro meio que tem que adivinhar se aquilo pode ser importante ou não usando vários tipos de pistas. As coisas que ele acha que valem a pena guardar acabam sendo armazenadas na sua memória. Às vezes demora um pouco até a gente esbarrar de novo naquela mesma informação, mas de vez em quando ela fica aparecendo várias vezes. E já que o nosso cérebro adora um padrão, tipo, ele deve ter evoluído para identificar e evitar aquelas frutas venenosas e coisas do tipo, ele presta atenção e pensa: “Nossa, de repente isso tá em todo lugar”. Mas na maioria das vezes, especialmente na nossa vida moderna cheia de barulho e informação, essa segunda exposição é só uma coincidência mesmo. E o que realmente fez tudo isso fazer sentido para mim foi quando recentemente eu encontrei o Buscash pela terceira vez sem nem estar procurando. Dessa vez num filme. E sabe o que é mais maluco? Era um filme que eu já tinha assistido antes, várias vezes. Na verdade, por algum motivo, o meu cérebro nunca tinha achado que o Buscashi valia a pena guardar até aquela vez que eu li sobre ele naquele livro, mas depois disso, ele já ficou preparado para sempre reconhecer o Buscasche por aí. O efeito Buscash, como eu batizei, faz mais do que só deixar a gente com uma pulga atrás da orelha. Um estudo descobriu que médicos que viram mais de um caso raro de uma doença tinham muito mais chance de diagnosticar errado pacientes novos com essa doença no futuro. E ouvir falar várias vezes de um tipo específico de crime pode fazer a galera acreditar que tem uma onda de crimes acontecendo, mesmo quando os dados não confirmam isso. Em um mundo cada vez mais recheado de informações, o efeito Busca só tende a se tornar mais e mais comum. E provavelmente foi isso que me fez sentir que o jogo com corpos de cabras era um esporte popular. pelo menos no meu mundinho sem cabeça. Sabe quem mais pode usar essa ilusão de frequência a seu favor? Anunci antes. Num cheio de telas por todo lado, a melhor maneira de fazer a comunidade lembrar da sua marca é colocar ela estrategicamente nos seus programas favoritos. Aí de repente o que você vende vira um item de necessidade. Por exemplo, se você tem um produto ou serviço que quer mostrar para um grupo de pessoas bem inteligentes, bonitas e legais, você pode patrocinar alguns vídeos no canal de ciência favorito delas no YouTube. Numa dessa, esse grupo de possíveis clientes vai sentir que a vida deles pode ficar ainda melhor com o seu produto incrível. Além disso, se você anunciar com a gente, vai estar ajudando a apoiar a educação científica. No momento em que sejamos honestos, a ciência tá enfrentando um monte de desafios, então todo mundo sai ganhando. Se você tem um produto ou serviço legal que combine com o nosso público, entre em contato pelo e-mail ou redes sociais na descrição desse vídeo. E se você que nos acompanha quer ajudar o Minuto da Terra a alcançar mais pessoas, manda um salve nos comentários, clica no joinha e compartilhe nossos vídeos. Um abraço e até semana que vem.