POR QUE DANDADAN DEU TÃO CERTO?
2No nosso longo caminho, como consumidores de obras ficção, é natural que a gente se apegue em algum momento a um certo tipo de gênero, a trabalhos de um diretor favorito ou trabalhos tangentes a isso. Afinal, isso mostra que estamos formando o nosso gosto e formando o que a gente adora ver em determinado tipo de mídia. Porém, existem certas obras que são responsáveis por abalar tudo, a mudar completamente o cenário que você estava acostumado. Obras responsáveis por renovar ou inovar aquilo que se entendia como um gênero ou até mesmo como o seu gosto pessoal. E eu devo dizer que no mundo dos animes e mangás, Dandadã é a obra mais recente que se encaixa exatamente nesse quesito. Mas antes de falarmos dessa obra e o por ela ficou tão popular e tanta gente fala tanto sobre, é importante falar que esse vídeo aqui conterá spoilers sobre o anime de Danad. As duas primeiras temporadas eu não vou falar sobre o mangá aqui, tá bom? Antes da gente falar dessa obra em si, é importante entender o contexto na qual ela está inserida. Para você que não sabe, a Shonen Jump é a revista de mangás mais famosa e relevante do Japão e do mundo. E como diz o nome, ela serializa obras shonen, ou seja, voltada para o público juvenil. Afinal, shonen japonês significa jovem. E é dentro dessa revista lendária que foram ser realizadas várias obras que a gente ama desde que a gente é pequeno. One Piece, Dragon Ball, Naruto, Bleachitch, Hunter Hunter. A maioria das animes e mangás famosas que você pensar talvez tenham vindo desse lugar. Porém não é de hoje a conversa de que a Shon anden Jump e a indústria de mangás como um todo estaria saturada. É sempre mais do mesmo. A gente viveu uma era do auge do Battle Shonen fantasioso, né? o famoso anime de lutinha com um sistema de poder muito definido em um mundo fantástico com o poder da amizade. E eu acho que Black Clover foi um dos últimos expoentes desse gênero antes dele ser saturado por completo. E quando as pessoas não aguentavam mais a forma como faziam esse gênero, a gente começou a ver obras mais sombrias, mais pé no chão. Agora não é mais o mundo fantástico, agora é o Japão um pouco modificado, agora tem muito mais sangue, tem muito mais palavrão, tem muito mais cenas viscerais, que é o caso da ascensão da era de Sukisen, Chin Salm e por aí vai. Essa mudança recente, primordial que a Shump passou se deu por dois motivos. Primeiramente, exatamente o desgaste das pessoas verem o mundo fantasioso, com poderzinho, lutinha, poder da amizade, poder da determinação. As pessoas não queriam mais ver histórias assim, afinal as maiores histórias já foram contadas lá atrás. Mas essa mudança ocorreu também porque a faixa etária da Shaw and Jump mudou. Antes essa revista era consumida por jovens, mas também por crianças. Afinal, tenho certeza que a maioria de vocês viu o Naruto, viu One Piece, viu o Bllech pela primeira vez quando tinha, sei lá, seus 12, 13 anos de idade. Sendo que agora o público que comprava e consumia Shun and Jump era de 18 anos para mais, ou seja, jovens adultos e adultos, fazendo com que obras, entre aspas, mais infantis, como por exemplo Dragon Ball era no passado e blá blá blá, não tivessem mais tanto espaço com o público alvo da revista. E se vocês não estão lembrados, ano passado a Shan Jump levou duas porradas muito fortes e colocou em cheque o futuro dela, que foi primeiramente o fim do mangá de Buno Hero e o fim do mangá de Jujutsuka Kaisen, duas das obras mais relevantes, famosas e que mais vendiam da revista e que mantinham ela relevante, principalmente para os seus públicos atuais. E o horizonte da Sh and Jump não era muito legal, sendo Kagurabat, um dos seus maiores expoentes, que é um mangá que ficou famoso por literalmente ser um meme do TikTok. Realisticamente, a Shwen Jump nunca vai ter que se preocupar com algo semelhante à falência, porque ela simplesmente tem o maior trunfo de todos na sua manga, que se chama One Piece. Enquanto o One Piece existir, eles estão bem tranquilos, eles não vão falir nunca. Porém, o fim do mangá de Bukunoiro acontece em agosto de 2024 e o fim do mangá de jutsukaisen ocorre no fim de setembro do mesmo ano. Como um raio de luz para apontar o verdadeiro horizonte dessa indústria, seria lançado no começo de outubro uma adaptação de um mangá que estava sendo seralizado pela Shen Jump e que sim, tinha um público, tinha uma certa fama, mas a sua versão e anime pegou todo mundo de assalto. que quando o assunto é a mídia mangá para o ocidente, a maioria das adaptações de mangá bem-sucedidas no Ocidente provocam um êxido da galera daqui para consumir o mangá. E foi exatamente isso que aconteceu em Danadan. As pessoas viram a primeira temporada, ficaram loucas e foram ler o mangá. Um movimento parecido aconteceu com Demon Slayer, por exemplo. Então essa obra ficou conhecida como verdadeiro respiro para a indústria, ainda mais desse contexto que ela estava inserida, mas também obviamente por seu mérito, por quão boa ela é. Mas por que ela é tão boa? Porque tanta gente fala sobre ela. Essa obra pode ser descrita com a seguinte frase: “Nada se cria, tudo se copia e se transforma”. A quantidade de referências, estruturas que ela, entre aspas, rouba ou copia de outras obras é um nível guintama de piada. Porém, algo que poderia ser visto como desrespeitoso ou não original na mão dessa obra e com a originalidade e autenticidade que ela tem, se torna algo incrível e próprio. E talvez uma das suas principais características seja a capacidade de transitar entre inúmeros gêneros de uma maneira bem feita. Se você tá a fim de ver um anime de lutinha e não pensar muito, você encontra isso em Dadadã. Se você quer ver um anime de romance entre duas figuras bem desconfortáveis e um romance desconfortável, meio um Romeu e Julieta moderno entre o nerd e a garota rebelde e que vai evoluindo esse romance adolescente e impressionantemente é maneiro de ver e você torce por essas pessoas. PMB, você também acha isso em Danadã? Se você tá a fim de ver um chojo que é tipo um shonen, só que para as jovens, né, para as meninas, você também encontra isso, porque em muitos momentos a protagonist dessa obra é a Momo Aas, que é uma personagem muito legal. Ou tu quer ver um anime Slice of Life, que retrata ali meio que a vida real, situações cotidianas de um jeito animesco, você também acha isso aí. Ele não é nenhuma dessas coisas, ao mesmo tempo que ele é todas essas coisas. E a trama principal envolve, né, um caos completo entre demônios, alienígenas. Ou seja, se você gosta de Tsukai em Mobycle, olha só, você tem o cardápio completo. Toda essa variedade de gêneros e tramas utilizados e formados de uma maneira bem feita faz que essa obra agrade óbvio que se tratando de um anime, a cereja do bolo seria sua animação impecável feita pelo meu estúdio preferido, Saaro. Esse estúdio consegue traduzir muito bem o que é dandã, porque esse estúdio é conhecido por ser um dos mais autênticos e originais. Um estúdio caracterizado por ter bastante liberdade criativa para criar, né, as suas cenas, porque quem trabalha lá dá para ver que coloca a arte acima de qualquer coisa e tem que bater palma para isso. Então, essa fusão de criatividade da própria obra, com o próprio estúdio fazendo essa animação, foi um casamento perfeito que tornou essa obra, né, um hit popular atualmente. Porem, para mim, o diferencial crucial de Dandadan é a sua sutil complexidade. Lembra do que eu disse? que se você quiser, você pode ver essa obra como um anime de lutinha, como um anime de romance ou como tudo isso. Você pode ver essa obra como mais uma obra para você se divertir, mas se você prestar atenção e gostar de procurar sobre as coisas, você percebe que essa obra é absurdamente profunda. De um jeito que você fica meio que [ __ ] é sério que isso é Dananã? E eu acho que a maioria das pessoas vai esperar que eu fale, né, do episódio 7 da primeira temporada, onde a gente sabe do passado de uma Yo-kai específica, acrobata lá, aonde realmente é um momento bem dramático, uma história bem profunda, bem pesada, sendo que para mim esse episódio, esse momento não é nada sutil. Esse episódio é meio que Danan falando, galera, a gente não é só piadinha e maluquícia, a gente pode ser profunda. Meio que eles escrchando pros fãs o que eles podem fazer, mas isso não tem nada de sutil, né? é jogado na cara, tipo, chore, chore agora. O que eu tô falando é, por exemplo, quando a gente vai para o primeiro arco da obra, né, o arco da vovó Turbo. Esse arco e essa personagem específica já ficaram muito famosas quando foi lançado o trailer da obra, né, aonde era uma velia falando um protagonista que queria pegar a bola dele. E boa parte do arco é exatamente isso, né? Esse ar cômico misturado com uma ação muito bem feita, mas tem uma pitada de drama que passa por cima da cabeça de pessoas na maioria das vezes. O primeiro momento ali de Okarum e Momoias, os protagonistas da obra, é eles tentando provar um para o outro que demônios existem e que alienígenas existem, fazendo com que os dois entrem em duas enrascadas tentando provar a existência dessas duas entidades. No caso do Okarum, ele vai até um túnel e vê, né, esse Yo-kai que tem a forma de uma velha meio tarada e ela acaba, entre aspas, roubando as bolas do Okarum. E isso se mantém uma piada por boa parte da primeira temporada de uma maneira que fica um pouco insuportável. E esse foi um dos motivos que eu não achei tão maneiro assim ou até fiquei com um cabresto assim na primeira temporada, porque era tanta piada de bola e tal que eu fiquei [ __ ] cara, eu já entendi. Porém, quando a gente presta atenção na história e entende o porqu, né, a vovó Turbo se mostra daquela maneira mais pervertida e ela rouba exatamente as bolas de Okarum, que é um homem, é que você entende que, na verdade, essa Yo-kai estava naquele túnel, que foi um local que vários assassinos matavam mulheres, né, decorrer dos anos. Então, a vovó apareceu aqui para servir meio que como uma protetora de possíveis mulheres que estariam entrando na mesma enrascada. E ela lida com homens, no caso o arum, dessa maneira, sendo pervertidos do jeito que os homens eram com as mulheres antes de matá-las. E ela rouba exatamente as suas bolas, a sua masculinidade, aquilo que um violador se orgulharia de ter. E quando você entende todo esse subtexto escondido nessa montanha cômica de piadas, você vê que essa obra é literalmente para todo mundo. Se você quiser ver uma trama de comédia e de ação que você vai se divertir, você vai encontrar. Mas se você quiser pesar um pouco mais fundo e achar subtexto, achar coisas escondidas que foram propositalmente colocadas, você vai achar também. Mas um dos momentos que mais pegou foi quando a gente vai para o primeiro arco da segunda temporada, que é o arco da casa assombrada. Basicamente é uma trama que envolve toda uma vila meio motanhosa, bizarra, que tem um vulcão inativo. E a galera mergulhando fundo no mistério descobre que, na verdade, essa casa era o ninho de uma serpente gigante bizarra e que uma família específica dessa vila que meio que controlava ela, era responsável por conduzir sacrifícios humanos para acalmar exatamente a serpente. Porque existia uma profecia de que se essa serpente saísse o [ __ ] o vulcão ia entrar em erupção e ia destruir a vila toda. E é essa história antiga que inclusive cria, né, o Yo-kai olho demoníaco, que se torna depois, né, o demônio do Did. No fim desse arco, quando os amigos estão fodidos, vão morrer, a Momo consegue levar esse bicho para o sol e sendo exposto à luz solar, ele morre. E no momento que ele é tirado de seu ninho e morre, o vulcão entra em erupção, fazendo com que a profecia daquela família se concretize e que justificasse o sacrifício humano de crianças que essas pessoas fizeram durante todos os anos. E quando eu vi esse momento, fiquei tipo: “Caralho, é sério essa [ __ ] É sério que vai ser simples e justificável assim?” Ainda mais tratando de uma obra dessa, eu já tava perdendo pouco minhas esperanças. Mas é no episódio 4ro dessa temporada que a gente descobre a verdade, aonde Momo percebe que a serpente que cruzaria os céus da profecia não era uma literal serpente e sim um geiser que explodiria. Afinal eles estavam, né, numa vila ali de termais e águas quentes, blá blá blá blá. E quando esse jato explodisse, já seria um presságio que o vulcão iria entrar em erupção. Algo que nunca foi considerado por essa família que interpretou literalmente o que estava escrito na profecia. E essa obra não satisfeita de mostrar a verdade, aquiietar os meus ânimos, eles ainda usam o cadáver da serpente acabou de morrer, que era tida como a grande entidade a não ser perturbada. Agora, seu cadáver vomita uma parada aqui para o incêndio do vulcão, utilizando o próprio fator do medo de toda essa família que se considerava a certa e a digna e a que sabia da verdade contra a erupção do vulcão prometida, que ia destruir tudo e não teria o que fazer. E olha o quanto tudo isso é extremamente atual. você tem uma das maiores pandemias da internet é a falta de interpretação. Meu Deus do céu. Mas colocando em contextos, por exemplo, políticos ou até mesmo os religiosos, olha quantas pessoas interpretam errados coisas que foram escritas há muito tempo atrás. E a mensagem aqui é que a família que cuidava dessa vida e que conhecia todo mundo, que conhecia cada pedaço de terra desse local, preferiu fazer sacrifícios humanos para conter uma profecia na qual eles não entendiam do que verdadeiramente conhecer o lugar que eles moravam. E saber que quem escreveu a profecia estava se referindo aos geisers de ter mais e não a [ __ ] de uma serpente literal. E tem até uma frase nesse episódio que é bastante impactante, que é, né, o que o medo faz com as pessoas, fazem elas até mesmo sacrificarem uns aos outros. Eu demorei um pouco, mas foi nesse momento que eu percebi que Danadan verdadeiramente era especial. Essa obra, na minha opinião, nada mais é do que uma homenagem a toda uma indústria pelo número absurdo que ela faz referências e que não tem medo de referenciá-la, né? Não é como se ela copiasse e roubasse para ela, né? O próprio caso do Did com olho demoníaco, com ele mudando com água quente, água fria, é a mesma forma que Hanman muda de sexo em um dos animes barramangás mais icônicos de toda a indústria, né, que é Hanma 1,5 e o nome do arco do Did é Did 1,5. Ou seja, eles nunca ocultaram que eles estão, né, roubando disso. Mas como eu disse, a capacidade de criar algo verdadeiramente original e autêntico, mesmo tendo todas as referências, é assim, é de tirar o chapéu. É muito único. Realmente uma obra que não tem medo de não seguir tendências. Ela viaja, ela é extremamente criativa, ainda assim honrando os formatos e gêneros que vieram antes dela. E como vocês sabem, eu inicialmente não gosto ou não dou muita bola para animes de temporada. Eu sou um cara saudosista, eu gosto das obras mais antigas, as obras que tinham que se [ __ ] em formatos semanais. E eu demoro um tempinho para reconhecer o valor dessas obras, como eu demorei com Freering, como eu demorei com Cyberpunk Ed Runners. Mas sem sacanagem, de todos os animes que hoje vi na minha vida, ninguém faz um malabarismo tão impressionante de gêneros e temas quanto o Danadan. A bola simplesmente não cai. Pra deixar claro, né? Eu nunca li o mangá de Danadan, mas é muito bem falado. Verdadeiramente uma obra que não é só um respiro, mas talvez uma luz a ser seguida nessa indústria que em todo momento fala que está cada vez mais saturada. Se você chegou até aqui, meu muito obrigado. Sempre curta, comenta, compartilha e se inscreva no canal. Isso me ajuda demais. Se tiver pelo celular, dê uma rypada para ajudar o guri. 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