Por que Esse Porto Insano é o Mais Aguardo do Brasil?
0[Música] No coração do litoral sul da Bahia, há poucos quilômetros da histórica cidade de Ilus, está nascendo um dos empreendimentos portuários mais ambiciosos do Brasil. Um projeto que promete colocar a região no mapa da logística internacional e transformar de forma profunda a economia de todo o estado. Estamos falando do Porto Sul, uma mega estrutura planejada para receber navios de grande porte e escoar milhões de toneladas de minério, grãos e diversas outras cargas. Uma obra que se conecta diretamente à ferrovia de integração oeste leste, criando um corredor logístico que vai do interior do Brasil até o mar. Mas como um porto desse tamanho vai mudar a realidade de Ilhus e toda a Bahia? Quais desafios precisam ser vencidos para que ele se tornem realidade? E mais importante, o que está acontecendo hoje? Longe dos olhos da maioria das pessoas para que tudo isso saia do papel. Esse é o Construction Time. Eu sou o Luciano Guimarães e hoje você vai conhecer em detalhes o porto sul de Ilheus, o projeto que promete transformar a economia baiana e entrar para a história da infraestrutura nacional. O Porto Sul está sendo erguido no distrito de Aritaguá, no litoral norte de Ilus, entre as comunidades de Sambaituba e Ponta da Tulha. O local foi escolhido após anos de estudos por reunir três fatores raros de forma conjunta. Profundidade natural suficiente para receber navios de grande porte, proximidade de zonas de produção estratégica no interior da Bahia e ligação direta com a ferrovia de integração oeste leste, o Fiol. No mar, a infraestrutura será de escala impressionante. Uma ponte de acesso de cerca de 3,5 km avançará sobre as águas, conectando o continente aos pires de atração, permitindo operações em áreas naturalmente profundas e reduzindo a necessidade de dragagens constantes. O conjunto será protegido por um quebra-amar em dois segmentos. Além disso, o projeto prevê dois pi principais: beços de atração para navios de calado profundo, sistemas de defesas, dolfins de amarração e correas transportadoras fechadas para o carregamento de navios, reduzindo a dispersão de poeira e melhorando a segurança operacional. Em Terra, a retroárea será equipada com pátios de estocagem cobertos ao seu aberto, armazéns especializados, tanques para granetes líquidos, áreas de estacionamento e manobra para caminhões, além de instalações administrativas, operacionais e alfandegárias, haverá também estações de transbordo ferroviário, viradores de vagão e sistemas integrados para transferência de carga diretamente da ferrovia para os navios. O acesso ao porto será garantido por um conjunto robusto de ligações viárias BA001, BR101, BR415 e BR262, complementadas por ramais ferroviários exclusivos conectadas ao Fiol. Essa integração multimodal permitirá que o minério, os grãos e outros produtos chegu em tempo recorde, reduzindo custos logísticos e ampliando a competitividade da produção baiana no mercado internacional. Mas essa escolha de localização não é apenas fruto de cálculos de engenharia e logística. Ela também carrega um peso histórico e cultural significativo, além de estar em um cenário ambientalmente único. E é justamente essa combinação que ajuda a entender por este ponto específico do litoral foi escolhido para receber um dos projetos portuários mais aguardados do Brasil. A concepção do Porto Sul não surgiu do nada. Ela está profundamente enraizada na história geográfica, econômica e política da região deus. Desde o início do século XX, o litoral sul da Bahia já era um polo portuário essencial para o escoamento do cacau. Dessa forma, o antigo porto do Foz do rio Cachoeira, inaugurada na década de 1920, foi sucedido na década de 1940 pelo porto do Malhado, o primeiro em mar aberto do país, inaugurado em 1971 e administrado pela Codeba. No entanto, com a expansão da produção de grãos no oeste baiano e a intensificação da exploração mineral em áreas como Caitit, surgiu a necessidade de não apenas um porto, mas de um grande complexo portuário multimodal. Sendo assim, o Porto Sul foi idealizado para integrar ferrovia, porto e centro industrial, articulando os eixos de produção agrícola e mineral à exportação. A partir daí, o projeto passou a ser pensado como um complexo intermodal, não apenas um terminal portuário, incluindo também uma área internacional, uma zona de processamento de exportação, ZPI, novos acessos rodoviários e até conexão com gasoduto Gazen. Sua instalação visou, portanto, reestruturar a logística regional a partir da articulação de diferentes moldais, posicionando o sul da Bahia como um eixo estratégico de exportação com alcance nacional e internacional. Por fim, vale destacar que o empreendimento se inseriu num plano programa de licenciamento ambiental estratégico chamado complexo Porto Sul, que incluía não só o porto, mas os terminais, a ferrovia e demais infraestruturas associadas. Esse modelo incorporou a logística de integração e articulação entre o governo federal e o estadual, com participação da BAMIM e de investidores privados por meio de uma sociedade de propósito específico, SPE. Mas agora, como será que está sendo realizado a construção desse mega projeto? A construção do porto sul deus é um empreendimento que impressiona pela escala e pelo nível de engenharia envolvido. O projeto começou com a frente terrestre, com a implantação do terminal de uso privativo da Bamim, responsável pelo escoamento do minério de ferro vindo de Caitit pela ferrovia de integração oeste leste, o Fiol. Esse avanço inicial só foi possível após a liberação das licenças ambientais pelo IBAMA, resultado de anos de estudos e inspeções para garantir o menor impacto possível sobre a região costeira. O método construtivo adotado é o Kant Travel, amplamente utilizado em obras de grande porte como portos e viadutos. Nele, a estrutura começa a ser erguida a partir do continente e avança sobre o mar por módulos, com estacas cravadas no leito e segmentos de concreto armado instalados e concretados no próprio local. Essa técnica reduz dragens, minimiza a suspensão de sedimentos e protege a fauna marinha, algo crucial para uma área ecologicamente sensível com milhus. Em Números, a obra impressiona com ponte marítima de 3,5 km, sendo quase nove torres Eifels lado a lado e um quebra-amar de aproximadamente 1,5 km, o equivalente a 15 campos de futebol alinhados sobre o oceano, além, é claro, de uma profundidade operacional para receber navios com calado de até 20 m, colocando ilus no mesmo patamar de grandes portos, como tubarão no Espírito Santo e Rotterdam na Holanda. Mas é importante destacar que o planejamento original previa que a primeira fase do porto ficasse operacional antes de 2027. Boa parte da preparação do solo, fundações e acessos já haviam sido iniciadas e os trabalhos marítimos estavam programados para avançar de forma acelerada. No entanto, as obras estão atualmente paralisadas. O impasse começou após a Bam romper o contrato com a empresa responsável por parte da construção, resultando na desmobilização de equipes e equipamentos. Isso afetou não apenas o Porto Sul, mas também o trecho um da Fiol, diretamente ligado ao projeto. Autoridades locais, empresários e até campanhas públicas t pressionado pela retomada imediata, enquanto se discutem ajustes contratuais e possíveis mudanças de controle acionário, incluindo negociações para que a Vale assuma a operação. Essa pausa adiciona um ponto de interrogação sobre o cronograma, mas não reduz a importância estratégica do Porto Sul para a logística nacional. Quando retomadas, as obras terão o potencial de transformar Eléus em um novo polo exportador do Atlântico. E justamente ao comparar esse gigante com outros empreendimentos portuários brasileiros que percebemos melhor sua relevância. O porto deus pode ser comparado a diversos empreendimentos portuários pelo mundo, mas hoje vamos colocá-lo lado a lado com um projeto que já analisamos aqui no Construction Time, o Porto Central no Espírito Santo. E se você ainda não viu o vídeo, vale a pena conferir depois para entender cada detalhe desse outro colosso da engenharia brasileira. O porto central é um porto indústria de águas profundas, projetado para receber navios de grande porte com calado acima de 25 m e para operar como um hub de multiuso, desde petróleo e gás até contêiners e cargas gerais. Já o Porto Sul, embora tenha dimensões menores, foi estrategicamente planejado para navios com calado entre 15 a 20 m, com vocação predominante para minério de ferro e grãos, integrando-se diretamente à ferrovia de integração oeste leste, Fiol. Uma diferença importante está no estágio da execução. O Porto Central segue avançando dentro do seu cronograma com fases modulares e andamento. O Porto Sul, por sua vez, está com as obras temporariamente paralisadas, aguardando resolução de questões contratuais e possíveis mudanças na gestão do projeto, como a entrada da Vale do Controle. Essa pausa não diminui seu potencial estratégico, mas evidencia um desafio comum a grandes empreendimentos brasileiros. transformar planejamento e licenças em execução contínua até a conclusão. No fim, ambas representam uma nova geração de portos brasileiros mais profundos, eficientes e alinhados às exigências globais. Mas enquanto o Porto Central é hoje um exemplo de avanço contínuo, o Porto Sul vive um momento de pausa que pode se transformar em uma arrancada decisiva ou em mais um capítulo de longas esperas na infraestrutura nacional. É justamente essa incerteza que faz com que muitos se perguntem quando finalmente o Porto Sul vai abrir suas portas para o mundo? Estará pronto para competir de igual para igual com os maiores? De uma coisa não há dúvida. Portos como o sul e o central são mais do que obras de engenharia. São catalisadores capazes de redesenhar mapas econômicos, encurtar distâncias e criar novas cadeias de oportunidades. Não se trata apenas de aço, concreto e profundidade, mas de um peso de expectativa que milhares de pessoas depositam nessas estruturas como promessa de um futuro mais próspero. O Porto Sul, em especial, carrega um símbolo poderoso. Mesmo diante da atual paralisação, ele permanece como uma peça chave para conectar o interior da Bahia ao comércio global. Cada metro de quebra e cada estaca cravada no leito marinho representa não só avanço físico, mas também a esperança de uma transformação que pode mudar para sempre a realidade da região. Porque no fim todo grande porto é mais do que um terminal, é uma porta aberta para novas possibilidades, um ponto de encontro entre sonhos, estratégias e rotas internacionais. Obrigado por ter assistido este vídeo até aqui. O que você acha desse porto sul de Ilus? O andamento das obras já deveriam estar avançadas, não é mesmo? Deixa aqui sua opinião nos comentários sobre esse tema.