POR QUE JOÃO PAULO II MUDOU O MUNDO? | Entrevista com Ana Paula Henkel
0[Música] É inconcebível assim na cabeça de eh qualquer pessoa que saiba um pouco de história que o comunismo e o cristianismo eles não cabem na mesma frase. Ronald Reagan acende a política, entra para o governo da Califórnia e durante os dois mandatos dele, ele mergulhou em milhares de páginas sobre as artérias comunistas, os tentáculos comunistas. E quando ele viu que um papa polonês foi eleito, ele comentou com seus assessores: “Ali está o nosso maior aliado contra o comunismo”. Ele olhava dentro da sua alma. Havia uma coisa nos olhos de João Paulo I que ninguém sabia explicar. Ele cuidou dos nossos pais de uma maneira que os nossos pais passaram o legado dele pra gente. Eu sou fruto de paz que viveram a verdade de Cristo através de João Paulo I. Eu acho que ele falaria isso. Voltem para suas famílias. Nossa, falar da minha relação pessoal com João Paulo eh, eu cresci com João Paulo Iveceu quando eu tinha 8 anos e o nome dele era João Paulo por causa do João Paulo I. Infelizmente ele faleceu, eh, ele nasceu com problemas respiratórios e, eh, infelizmente viveu só dois dias, mas eu lembro muito bem, né, 8 anos a gente já tem uma memória eh bastante eh firme na cabeça da gente e o nome dele era João Paulo por causa do Papa. E mesmo antes do João Paulo nascer, eu cresci com eh calendários do João Paulo I que a minha mãe trazia, colocava em casa, sabe aqueles calendários de geladeira, né? Cada mês era o João, era uma foto do João Paulo I. Eu cresci ouvindo também histórias do meu pai, que gostava muito do Reagan. Eu cresci ouvindo histórias do Reagan, do João Paulo II. Quando vi o muro de Berlim cair em 89, eu estava sentada com meu pai, a gente falando também de Ran, João Paulo eh acompanhamos as viagens do Papa eh ao Brasil e eu cresci ouvindo o nome dele, João de Deus, cantando a música dele, A Bênção, João de Deus, quando ele veio no Brasil, né, nosso povo te abraça. Então, sempre foi parte da minha vida desde criança. Nikt nie przewidł, że coś może się wydarzyć. Oczywiście on go trafił na śmierć i mówię natychmiast do szpitala. [Música] If there was no pop would be no solidarity and if wouldionate [Música] paura This was always what he said he went because [Música] Niech wstąpi duch twój i odnowi oblicze ziemi tej ziemi. M. [Música] [Música] Não. Eh, eu soube depois durante os meus estudos que foi uma surpresa porque ele não estava ali na lista daqueles que ah seriam votados, mas houve um impasse muito grande. E e parece que não, nenhum nome deixava uma maioria feliz. E acabou que ali nos bastidores, depois de alguns dias, né, naquele impasse, todo mundo esperando a fumacinha branca e a fumacinha branca não aparecia, ele foi comunicado de que o nome dele seria um nome aceito eh por grupos que estavam em conflito com o nome em comum. eh, pegou de surpresa porque ele não não fez esse caminho pensando no pontificado, mas foi um caminho que acabou sendo preparado até pelos próprios soviéticos, né, que não queriam, que não deixavam outros cardiais poloneses acompanharem as reuniões em Roma. E aí os soviéticos falavam: “Ah, manda o Carol, manda o Carol Otila, que é um teólogo, é um professor universitário, adora escrever, não vai fazer muito mal a gente não incendiário, não fala em revolução, manda o Carol.” E acabou que teve o dedo dos soviéticos de autorizar o Car ou Otilla, ele acabou se estabelecendo como papa ali. É, ele, eh, João Paulo desafiou o mundo, eh, no reino metafísico, exatamente por fazer esse convite, eh, de não ter medo, principalmente de estabelecer ou restabelecer suas bases religiosas, porque na Polônia, atrás da cortina de ferro, logo depois da guerra mundial, inclusive a Segunda Guerra Mundial foi, né, a guerra que a Polônia é uma guerra que os poloneses falam, uma guerra que nós perdemos duas vezes, né? Foram invadidos e depois quando libertados acabaram ficando atrás da cortina de ferro. ali atrás da cortina de ferro, havia uma opressão muito grande do regime soviético, eh, em não enaltecer ou restabelecer eh a sua as conexões com a base religiosa da Polônia, que é uma base muito católica. Então ele sabia que atrás da cortina de ferro uma coisa é você ah lutar contra regimes totalitários num ambiente livre, num campo livre, né? Com aliados como os Estados Unidos, por exemplo, como foi durante a Segunda Guerra contra os nazistas. Outra coisa é você estar atrás da cortina de ferro. como eu vou estabelecer uma religião, uma revolução aqui, eh, que não acendam os pavis soviéticos e não eh eh que não cause implosões maiores em relação ao objetivo final. E ele entendeu que teria que ser no campo metafísico, no campo do convite a essa incursão, a essa reflexão de que mesmo se tanques fossem providos para os poloneses, se de repente os americanos entrassem ali numa revolução eh militar e marchassem para libertar a Polônia, a mensagem era mesmo se isso acontecesse, A nossa revolução, a nossa reflexão é no campo metafísico, porque sem esse campo metafísico não há revolução militar ou ideológica que se sustente. O metafísico sempre vem antes. É por isso que ele sempre convidava os jovens muito à leitura, ao mergulho na Bíblia. Ele era um teólogo. Eh, as encíclicas dele mostram isso, esse mergulho que ele faz no campo metafísico. Ele não é um personagem apenas o líder do Vaticano que vai assinar as regras como tem que ser e a gente não vai discutir. É preciso discutir, é preciso mostrar, mas é preciso mergulhar no campo metafísico, que é onde nós temos a experiência sensorial, a experiência eh que nós precisamos para que as boas revoluções elas se estabeleçam de uma maneira consistente no presente. E ele entendia isso. E o comunismo e e cristianismo são absolutamente incompatíveis. Incompatíveis. Comunismo e cristianismo são incompatíveis. É muito difícil entender um cristão dizendo que é comunista. O comunismo, uma das primeiras regras do comunismo é a extinção da religião na vida das pessoas. é a substituição do seu Deus pelo estado maior, o estado que vai prover, o estado que vai cuidar, o estado que vai olhar, mas dessa mesma maneira é o estado que vai autorizar o que você pode debater, o que você pode pensar, o que você pode eh lutar. Eh, e para que esse estado de absoluta obediência aconteça, você precisa tirar a religião do cerne hã das da vida da pessoa, porque a a própria o próprio documento, né, de da declaração de independência dos Estados Unidos, né, uma nação que foi construída nos conceitos cristãos, ele é muito específico os direitos inalienáveis dados pelo criador. Quando você coloca essa belíssima frase da declaração de independência americana nas nossas vidas, os direitos inalienáveis dados pelo criador, não foi um monarca que me deu esse direito, não foi um estado, não foi um regime, é o criador me deu esse direito inalienável. não é compatível com o regime comunista que fuzilou, assassinou, matou, dizimou 110 milhões de pessoas no mundo por discordâncias políticas, ideológicas, enfim. Hoje, eh, o as algumas sociedades, inclusive partes da sociedade americana, eh, talvez por falta de conhecimento histórico, eles defendam um novo comunismo, né, uma veia do conduíte do socialismo para que ah partes eh da sociedade sejam mais assistidas. Mas isso tudo é muito falso, porque a gênesis do comunismo eh, antes de mais nada, a aniquilação de qualquer resquício religioso na vida da pessoa, qualquer resquício religioso em que você possa apoiar os seus problemas, os seus tempos difíceis, que não seja na mão nas mãos do Estado. O João Paulo I entendia isso muito bem, porque ele viveu tanto o nazismo com quanto o comunismo na pele. Nós temos hoje as teorias do comunismo, eh estudamos, né, as páginas da história, o que o comunismo fez com o Leste Europeu, com tal país, com tal país na América Latina. Eh, mas João Paulo I ele viveu, né, como polonês, ele viu a ascensão nazista. A Polônia foi invadida pelos nazistas. Ele teve que esconder amigos judeus por causa dos nazistas. E depois da derrota de Hitler, ele viu a opressão, a barbárie soviética. Quando eh líderes religiosos, até o próprio o seu mentor, né, o Cardial Vidinski, foi preso exatamente por dissidência religiosa, né? Olha, se você quiser ser livre, é só você não continuar restabelecendo essas conexões religiosas com o povo. E Pedinski disse: “Não, pode me manter preso”. Eh, e João Paulo viu tudo isso. Ele viu amigos sendo presos e exatamente pela conduta religiosa de padres, de bispos, amigos que ficaram presos h 3 anos. Não, ele não passou por páginas da história como nós passamos. Ele viveu como testemunha ocular dessas páginas. Eh, ele viu a opressão soviética em relação eh ao seu próprio povo que queria orar, que queria enaltecer as bases polonesas na religião católica e que não conseguia. Exatamente porque os soviéticos não deixavam. o caso emblemático e profundamente maravilhoso de Nova Ruta, eh quando os poloneses levantavam a cruz para orar, os soviéticos vinham e derrubavam e os poloneses subiam à cruz para orar, né, noa missa campal sempre os soviéticos vinham com tanque, se derrubava e num dia eles levantaram a cruz e João Paulo, né, Carol, Otila estava lá eh rezando uma missa de baixo de chuva e os soviéticos receberam a ordem. Bom, deixa que é aquele teólogo lá, aquele professor. Deixa. Eh, os poloneses, eles foram muito exilientes nesse sentido. Assim como os soviéticos queriam mostrar não resiliência, mas opressão, os poloneses mostraram essa resiliência. E João Paulo Carol, né, ele como testemunha ocular da história do nazismo e do comunismo, ele sabia que não havia outra forma de resistência, a não ser subir à cruz vezes e seguir orando. Ele sabia disso. É muito diferente você conversar com um professor de história e você ah mergulhar na biografia de João Paulo II, como há muitos anos eu estou mergulhada, e ouvir da fonte primária o que de fato foi o regime nazista e o regime comunista como testemunha ocular. O medo escondendo amigos judeus, o medo dos seus amigos católicos presos. Eh, então é inconcebível assim na cabeça de eh qualquer pessoa que saiba um pouco de história que o comunismo e o cristianismo eles não cabem na mesma frase. [Música] Non abbiate paura. [Música] Niech wstąpi duch twój i odnowi oblicze ziemi tej ziemi. [Música] [Música] Eh, eu entendo as críticas que são feitas, ah, principalmente a aquele dia histórico em Assis, na Itália. Eh, mas João Paulo I, de novo, ele viveu como testemunha ocular do nazismo e do comunismo, sendo que a opressão religiosa estava muito presente nos dois regimes. Ele entendia que ele precisava como um elo de paz entre várias pessoas. Porque hoje você fala de João Paulo I. Há católicos que amam João Paulo II, que conhecem a história, mas há protestantes que amam João Paulo II. Eh, eu tenho uma amiga judia que ama João Paulo II. Eu tenho outra amiga agnóstica que ama João Paulo I. Porque essa aura de passe, independentemente do caminho da sua vida, eh, é uma foi uma bênção para o mundo. Então, as pessoas hoje você vê, por exemplo, as próprias filmagens do funeral de João Paulo I e havia pessoas de todas as religiões ali, judeus, protestantes, ortodoxos, né, todos estavam ali porque ele era um papa, eh, um mensageiro da paz, literalmente. O que eu prefiro é olhar para João Paulo I como um modelo de comunicação e de real paz, mas que não comprometeu as bases dogmáticas da Igreja Católica. Eu prefiro ter esse papa que protegeu a sua igreja, que protegeu a sua igreja contra o comunismo. Uma das principais ações de João Paulo II como papa foi achar, encontrar os comunistas dentro da igreja e isolá-los para que a teologia da libertação, como nós vimos no Brasil hoje, não se espraiasse de uma maneira perigosíssima. Eu prefiro esse papa que se comunica através da força da paz, da congregação, mas que não negocia os princípios da nossa Igreja Católica, do que um papa que negocia os princípios da Igreja Católica e vem de uma harmonia que, na verdade, não existe. É uma harmonia apenas entre os seus que concordam ideologicamente com eles. Bom, a teologia da libertação daria um documentário inteiro só sobre a teologia da libertação, né? Mas eh assim como muitos na história entenderam que você precisa se infiltrar para dinamitar de dentro para fora, eu vou usar a palavra impérios, mas não império no sentido literal, eh, mas estruturas ideológicas muito fortes, né? O próprio Lincoln falava durante a guerra civil americana, uma guerra que seifou 600.000 vidas, né? é a guerra que mais matou americanos na história. Ele falava que a América não tinha um amigo, um inimigo à altura para a sua destruição, um amigo externo. Que a destruição da América, isso era um alerta, né, pros americanos, que a destruição da América seria by suicide, ou seja, de dentro para fora. E muitos depois nas páginas americanas, na história americana, entenderam esse conceito como a escola de Frankfurt, que depois chegou nos Estados Unidos, Saul Alinsk, que depois chegou nos Estados Unidos e entendeu que para que os pilares muito bem estabelecidos dos Estados Unidos ele eles fossem implodidos, eles teriam que ser corruídos de dentro para fora. ou seja, a deteriorização das instituições, das escolas, das universidades, do seio familiar. E isso, de uma certa forma, vem sendo imposto por uma agenda doutrinária desde Barack Obama, mais ou menos. Isso foi feito nos anos 40 com a entrada dos soviéticos ali em Hollywood. Depois nos anos 70 também com movimento hip, todo mundo fica com todo mundo e ninguém tem compromisso com ninguém. Aí veio Reagan, deu uma consertada na história. Esses movimentos eles vêm e vão, mas o foco é sempre o mesmo, a implosão de dentro para fora. E Barack Obama entendeu isso. E ali de Barack Obama até Donald Trump, mais ou menos, 2016, quando vem esse BAC da volta eh pras bases cristãs dos Estados Unidos, por exemplo, sei, o familiar, o patriotismo, a meritocracia, o empreendedorismo, a liberdade de expressão, etc. Muitos hoje entendem que estruturas muito sólidas, bem definidas, que são o arcabolso das nossas sociedades saudáveis, a implosão de dentro para fora é o que funciona. que baseado nessa premissa, a teologia da libertação entendeu que uma instituição, eh, e uma instituição que leva ao campo metafísico com experiências que as pessoas acabam deixando suas vidas, dedicando suas vidas para a Igreja Católica, eles entenderam que uma força dessa era preciso ser implodida de dentro para fora. E aí vem a teologia da libertação, que é exatamente isso que, infelizmente traz a política, a ideologia para dentro da Igreja Católica, mas na falsa comunhão com veias comunistas, por exemplo, socialistas, por exemplo. E João Paulo entendeu isso muito bem. Mais uma vez, ele entendeu imediatamente porque ele viveu o comunismo, ele viveu o que essas bases de dentro para fora, o que elas causam. Eh, há uma vertente muito forte da teologia da libertação aqui no Brasil. Infelizmente ela eh se espalhou de uma maneira perigosa. O os bispos, os cardeis, os padres que tentam combatê-la, eu sei que eles são calados, infelizmente. Há uma instituição que não representa oficialmente o Vaticano aqui no Brasil, que é a CNBB, mas que eles insistem em falar em nome da Igreja Católica ou dos Católicos, mas se olharmos eh toda ali a, né, o fio da Cúria Romana, eles não são eh não fazem parte de nenhum caminho oficial do Vaticano e ali está infestado de eh teólogos eh, e admiradores da teologia da libertação, que dentre outras coisas eles colocam dentro da sociedade essa agenda divisiva que tem de Marx, agir, eh, dividir para conquistar pais contra filhos, eh homens contra mulheres, homossexuais contra heterossexuais, negros contra brancos e por aí vai. Eh, e isso vai absolutamente eh contra o que o próprio João Paulo pregava no sentido da união. Estávamos falando do ecumenismo e da de como ele unia essa agenda, ela visa a divisão. Divide para conquistar, divide para governar. E nós sabemos que a Igreja Católica não é a igreja perfeita, é a minha igreja, mas que tem os a igreja em si é perfeita, mas os somos humanos, né? Os humanos que ah conduzem à igreja não são perfeitos e que, infelizmente, propagam esse canto da sereia de que o socialismo é o que vai salvar, que o capitalismo é ruim. Eu, infelizmente já vi homilias aqui no Brasil, hã, que me deixaram muito triste, porque colocam política e colocam nomes, eh, e, e, e nem todos têm a capacidade intelectual, acadêmica ou apenas de curiosidade de entender o que aquele discurso pode causar, o o mal que aquele discurso curso pode causar. O que me anima é que eu vejo que nos Estados Unidos a Igreja Católica Americana hoje é um grande movimento de rebeldia contra esse lado da teologia da libertação dentro da Igreja Católica. os bispos, os padres, há uma revolução em curso, não digo uma revolução de mudança da Igreja Católica, mas uma revolução de resistência a esse ovo da serpente que há muito tempo é chocado dentro da nossa igreja. Eu acredito que sim. Eu acredito que foi por causa da teologia da libertação, que ele foi pro México, República Dominicana, ele tinha muito medo que poderia se espalhar na eh na América Latina, já que nós estamos falando de uma de populações muito católicas e também muito pobres, ou seja, muitos ali estabelecem o apoio da própria vida na religião em se entregam tudo paraa religião. Ah, o que o senhor quiser, o senhor que eu digo, o senhor padre, o senhor bispo, aqui estou para servir. E isso acaba sendo eh um um bloco em branco que pode ser escrito absolutamente o que eles quiserem. Ele sabia disso, que essa combinação eh de eh pobreza social não traria riqueza espiritual, seria o contrário, a pobreza eh social, econômica, mas a fé das pessoas na Igreja Católica, que isso poderia ser uma uma combinação devastadora para essas sociedades, porque uma alma que tem a sua fé muito bem estabelecida no catolicismo, mas que não vê ah progressos econômicos, sociais, financeiros devido a X questões, principalmente governamentais. Estamos falando de regimes totalitários também. A tendência é que essas pessoas coloquem suas vidas nas mãos desses ditadores e aí sim eles conduzem qualquer operação paraa sustentação de projetos de poder que podem durar décadas. nie przewidywał, że coś może się wydarzyć. [Música] Oczywiście on go trafił na śmierć i mówię natychmiast do szpitala. [Música] would [Música] paurach [Música] Niech wstąpi duch twój i odnowi oblicze ziemi, tej ziemi. [Música] [Música] Eu acho que são dois pontos. João Paulo II, na América Latina houve a preocupação do combate à teologia da libertação, mas ele também aplicou a a mesma teoria que ele aplicou na segunda viagem dele paraa Varsóvia, na Polônia, naqueles nove dias. de enaltecer e restabelecer a conexão dos fiéis com a sua religião, com o cristianismo. Eh, muitos, ele sabia que muitos eram aqueles católicos de BGE. Ah, eu vou à missa de vez em quando. Ah, eu e quando você tem uma visita dessa magnitude? Eh, e eu entrevistei muitas pessoas pro meu documentário no sentido pessoas que eram jovens naquela época e que visitaram, que foram até ah missas campais do Papa. Eu entrevistei um policial militar que fez a segurança do Papa. Eu entrevistei um outro policial militar que tava apenas assim no cordão e eles me relataram que quando João Paulo I passou devagar, havia uma luz nos olhos dele muito diferente, muito diferente. Eh, esses dois policiais que eu entrevistei disseram assim, eh, ele tava olhando para uma multidão de gente, mas eu tenho certeza que ele olhou para mim e ele olhou fundo nos meus olhos. Ele olhou fundo na minha alma. E essas pessoas foram modificadas para sempre. Elas nunca mais foram as mesmas pessoas depois desse contato com João Paulo I. Nós católicos acreditamos, né, que, né, os papas são a representação de Jesus, né, na terra. E João Paulo tinha alguma coisa a mais. Eh, muitos acreditam e um desses policiais me disse, eh, para mim ele era Jesus na terra ali na minha frente, porque o a maneira como como ele olhou pra gente era diferente. Então, quando você faz, estabelece essa essa conexão de novo com o mundo metafísico que ele tanto propunha, eu acho que ele sabia dessa capacidade de puxar o seu rebanho apenas no olhar, no toque, quanto mais falando numa missa campal para 1 milhão de pessoas, para 500.000 pessoas, porque ah as pessoas que mergulharam nessa fase de João Paulo I como Papa aqui no Brasil, são pessoas que não saíram mais da Igreja Católica. Então, algo muito poderoso aconteceu nas passagens dele por aqui. Eh, então ele tinha a preocupação da teologia da libertação, mas o fortalecimento da fé, ele sabia que o próprio fortalecimento da fé, isso apenas seria o suficiente paraa repressão da teologia da libertação para aquele mal. Às vezes você não precisa combater o mal diretamente, de maneira enfática para que ele se esfaleça, mas você pode fortalecer a maior arma contra esse mal, que será uma um combate muito mais eficiente. E eu acho que que é isso que ele acreditou. É difícil porque eu penso nele praticamente todos os dias. Eh, o terço que eu rezo diariamente é um terço que eu comprei no Vaticano do no túmulo dele. Eh, o documentário que eu fiz, eu não tinha planejado fazer esse documentário nunca. Não, nunca tinha pensado eh em fazer um documentário sobre João Paulo I, mas eu tive muitos sonhos com ele, muitos. E eu não sabia o que que aquilo tudo queria dizer. Eu tive muitos sonhos com ele depois de uma semana. Eu fiquei uma semana sem trabalhar porque eu arranquei um dente e foi uma cirurgia significativa e eu trabalho com comunicação, então eu não podia falar, então eu fiquei uma semana de molho e foi uma semana que eu conversei com as pessoas no Instagram, no inbox ali na nas mensagens. E eu não sei por naquela semana, foi a última semana de outubro de 2022, uma semana antes do dia de finados, as pessoas estavam um pouco tensas, eu não sei porquê, não me lembro assim direito alguma coisa na política, não sei. Mas muita gente assim, sem esperança, eu tô cansada, meu casamento não dá certo e isso, aquilo, aquilo, aquilo. Aí eu me lembro de uma moça, o nome dela era Ana Paula. Ela disse assim para mim: “Eu fui criada na Igreja Católica, saí, experimentei duas igrejas e hoje não tô em igreja nenhuma. Eu queria voltar, mas eu não sei como. Então eu tô pensando em pegar um dinheiro emprestado para fazer um curso de não sei quem, de como voltar paraa Igreja Católica. Aí eu falei: “Ana, por quê?” Ela falou: “Ah, não, porque eu quero voltar. Eu tenho uma filha de 2 anos.” Eu falei: “Não, olha, você vai se endividar com uma filha de 2 anos, não vai fazer curso nenhum. Você não tem dinheiro. Que bom que se você tivesse, mas você não tem. Eu vou te mandar várias encíclicas do João Paulo I. Eu vou te mandar alguns discursos de João Paulo I. Leia, assista e simplesmente volte. Entra na igreja, conversa com o padre e fala: “Quero voltar”. E depois de uns três dias, ela me relatou que não conseguia mais parar de ver vídeo do João Paulo Sego, que alguma coisa tinha mudado nela. Depois dessa experiência com Ana Paula, eu comecei a mandar as mesmas encíclicas e vídeos para outras pessoas e a resposta era sempre a mesma. E vinha uma resposta assim: Como eu não conhecia João Paulo? Como eu não conhecia o seu legado? Como eu não conhecia essas palavras? Então eu senti uma necessidade muito grande de continuar mandando as coisas para as pessoas. Até que eu passei assim cinco dias sonhando muito com ele. E no dia de finados eu fui à missa e eu rezei para ele. Eu falei: “Se o senhor quer alguma coisa, porque eu estou há cinco dias sonhando com o senhor, me avise. Eu estou aqui. Voltei da missa e entrei em casa, sentei no computador e abri a minha página de pesquisa João Paulo II. E aí agora vem uma coisa que se eu não tivesse um vídeo iam falar que era mentira, mas eu tenho o vídeo. Eu comecei a a pesquisar João Paulo I, fotos, porque eu tenho 1000 fotos, mas eu comecei a pesquisar assim João Paulo I, por onde começar? Pensei em escrever um artigo paraa Oeste e nisso a porta da minha sala estava aberta e eu estava com celular e entrou uma pomba. E entrou uma pomba dentro da minha casa e eu fiquei ali atônita. Eu peguei o celular e comecei a gravar a pomba. Comecei a gravar e deixei gravando. Eu tenho isso no meu Instagram hoje. Comecei gravar, deixei gravando e peguei e levantei quieta para pegar uma toalha para pegar a pomba, porque eu falei, ela vai se debater aqui dentro. para pegar e jogar de volta pra porta aberta. O que eu levantei com celular na mão gravando, ela simplesmente passou por mim e saiu. Por onde ela entrou, ela saiu e foi ali que eu falei, eu preciso fazer um documentário sobre João Paulo I. As pessoas precisam saber do João Paulo I, porque voltando paraa sua pergunta, eu acho que eh ele falaria: “Cuidem das suas famílias como eu cuidei, porque ele cuidou das nossas famílias, ele cuidou dos nossos pais. Ele cuidou dos nossos pais de uma maneira que os nossos pais passaram o legado dele pra gente. Eu sou fruto de paz que viveram a verdade de Cristo através de João Paulo I. Eu acho que ele falaria isso. Voltem para suas famílias. Saiam dos celulares, saiam das redes sociais. Saiam da frente da televisão, vão fazer um passeio a cavalo. Ele era um homem absurdamente, profundamente apaixonado com a natureza. Ele ia acampar com os jovens, ele fazia estudos bíblicos na montanha, ele adorava esquiar. Ele falaria isso. Peguem suas famílias, vão pro meio do mato, pro rio, encontrem Deus em Deus na natureza. Eu acho que ele falaria isso. [Música] [Música] Niech wstąpi duch twój i odnowi oblicze ziemi tej ziemi. M. [Música] [Música] Ah, essa pergunta é muito injusta, que a vida toda dele para mim é um grande ato de inspiração e e de mergulho no no meu próprio conhecimento, no que eu posso ser como cristã, como filha, como mãe, como esposa, eh como profissional. A maior frase dele para mim, dentre tantas, é: “Não tenham medo”. Porque hoje nós vivemos num mundo de medo. Medo de ser cancelado, medo, medo do judiciário, medo do Supremo Tribunal Federal, medo de falar, medo disso, medo daquilo. E ele mostrou que não há mal neste mundo que não acabe. Ele mostrou quando o mal do nazismo acabou, ele poderia ter falado: “Agora vamos viver tranquilo”. Outro mal começou. E acabou o legado de João Paulo I, o legado que eu falo nem só como Papa, mas como Carol, como adolescente, como padre, bispo cardeal, depois como papa é um legado de eterna vigilância, eterna resistência. Eh, muita gente hoje tem ressaca política, ressaca religiosa. E qual é o refúgio? é o celular, é a televisão, ou é mergulhar num trabalho infinito, num looping de trabalhar, trabalhar, trabalhar. Nós precisamos eh adquirir ferramentas para que essa resiliência continue de pé, para que nós não tenhamos medo. Nós precisamos voltar para certos lugares da nossa sociedade que estão sendo abandonados. A igreja tem defeitos, tem. Nossa família tem defeitos, tem. Nós temos defeitos, temos, mas nós precisamos voltar para essas bases para que a sociedade atual comece a ser consertada. E eu acho que o fato dele falar em muitos discursos, não tenham medo, eu acho que isso serve de uma maneira muito abrangente, não tenham medo de voltar para Cristo, porque muita gente hoje, infelizmente, com o belíssimo advento das redes sociais, hoje muita gente tem medo de voltar pra igreja porque existe um certo catolicismo perfeito no Instagram que ele não existe. Nós não somos perfeitos. Ah, você tem que fazer isso, isso, isso. Sim, nós temos regras no catolicismo, mas vamos convidar as pessoas a entrar primeiro. As regras serão seguidas com um coração, não com uma varinha dizendo: “Você vai seguir”. Vamos convidar as pessoas a voltar pra igreja, abraçar as pessoas de novo, dizer: “Aqui você vai encontrar Cristo, os amigos, a família. você vai voltar pro seio daquilo que nunca deveria ter saído do nosso foco. Mas hoje em dia, infelizmente, existe uma seita de novos católicos e que bom que, né, existem pessoas voltando, mas que eh estão afastando essa seita, está afastando algumas pessoas da nossa igreja. Talvez por isso, aquela semana antes de eu decidir fazer o documentário, as pessoas estavam um pouco angustiadas, porque hoje muita gente fala: “Meu Deus, há tanta tanta regra, como é que eu faço para voltar? Então eu não vou nem voltar. Volte primeiro, volte. As regras serão seguidas com coração. Leia João Paulo, abrace João Paulo, fale com João Paulo. O que João Paulo, como você me perguntou, o que você acha que João Paulo falaria pra sociedade hoje? Eu às vezes pergunto, o que João Paulo me falaria agora, nesse minuto, diante de um problema, diante de um impacte. Essa assembleia de vozes as pessoas não têm mais. Assembleia de vozes das pessoas é o celular. Ninguém para no silêncio e pergunta: “O que João Paulo me falaria diante desse problema que eu estou vivendo na minha vida? Ninguém tem essas conversas em silêncio mais. Eu acho que tem. Eu acho que tem, porque ele foi um soldado muito combatente e fiel contra o comunismo. E ele foi talvez um dos maiores elos, senão o maior elo entre campos muito diferentes que se complementam de alguma maneira, mas que se fortificaram pra derrubada do comunismo. Eu tô falando da união dele com Ronald Reagan. Claro que tem Margarete Tira aí, né, nesse trio, mas os dois eram muito cristãos e e se tornaram muito amigos. E o atentado entre João Paulo II, os foram 40 dias entre o atentado João Paulo II e Ronald Reagan. E os dois ali, depois de muitas conversas e muitas cartas trocadas, eh, no próprio hospital, quando o Reagan se recuperou da cirurgia paraa retirada também ali do dos estilhaços, enfim, eh, ele falou: “A partir de hoje eu coloco a minha vida nas mãos de Deus”. Isso é Ronald Reagan como presidente. No entanto, o que poucos sabem é que quando João Paulo foi eleito, ah, Ronald Reagan havia acabado de sair da do governo da Califórnia, estava se preparando para uma campanha presidencial que seria em 1980. E quando João Paulo foi eleito, ele disse para os assessores mais próximos: “Este homem é o nosso maior aliado contra o comunismo”. Eh, Ronald Reagan, quando ele chegou, muita gente acha que quando ele chegou na presidência dos Estados Unidos ali deu o start dele, falar: “Vamos lutar contra o comunismo”. Não, Reagan, na verdade ele lutou contra o comunismo desde quando ele era ator em Hollywood. Porque ali nos anos 40, os soviéticos se infiltraram em Hollywood para tentar fazer a máquina hollywoodiana uma máquina de propaganda soviética. E Ronald Reagan, ele era uma das ligações do FBI para ah pinçar a cél as a as células eh soviéticas ali dentro de Hollywood e o que poderia ser feito contra os Estados Unidos. Enfim, eh, então ele já vem de um longo caminho de conhecimento do que era o comunismo. Quando acaba a Segunda Guerra eh Mundial, os soviéticos tentam mais uma vez se infiltrar de uma maneira mais potencializada ainda. Ah, em Hollywood, Ronald Reagan acende a política, entra para o governo da Califórnia e durante os dois mandatos dele, ele mergulhou em milhares de páginas sobre as artérias comunistas, os tentáculos comunistas no no nos Estados Unidos, na América Latina, no mundo. Então, quando ele começa a pensar na campanha para a Casa Branca, uma das plataformas dele era a luta contra o comunismo. Ele já vinha de décadas de estudo do comunismo. E quando ele viu que um papa polonês foi eleito, ele comentou com seus assessores: “Ali está o nosso maior aliado contra o comunismo”. Ele sabia disso. E aí, por uma ironia do destino ou mão divina, os dois sofrem atentados aí num período de 45 dias, começam a se comunicar por cartas e em 1982 eles se encontram pessoalmente e eles relatam que eh Reagan relata em várias biografias que parecia que ele conhecia João Paulo há décadas. há décadas e a comunhão ideológica, mas acima de tudo religiosa, foi tão grande que Ronald Reagan, mesmo protestante, ele acabou se tornando um grande admirador de Maria, um grande admirador de Maria por causa do João Paulo I. Tanto que eh essa para mim é a é a parte uma das partes mais comoventes para mim do meu documentário, porque eu assisti já essa cena muitas vezes, é que no funeral de Ronald Reagan, no funeral de um protestante devoto, ele pediu que tocasse a Ave Maria em homenagem eh à amizade que ele tinha com João Paulo, a todo o legado e também a forte conexão com que ele acabou desenvolvendo com Maria. Então, a chegada do caixão de Reagan é so é sob a Ave Maria cantada por um belíssimo tenor irlandês. Ele deixou isso muito bem especificado pra esposa Nancy Reagan, que por causa de João Paulo II e de tudo que João Paulo II havia contado para ele sobre Maria, inclusive sobre os mistérios e o comunismo e a Rússia, ele queria que a Ave Maria fosse cantada e foi. [Música] Non abbiate paura. [Música] Niech stąpi duch twój i odnowi oblicze ziemi tej ziemi. [Música] [Música] Eu li um artigo uma vez de um de um jornalista comencia que chama Mar St e ele foi visitar o Reagan quando Reagan passava com aheim bem avançado, ele já não nem conseguiu livrar de nada e o Mark Tin tava do lado dele e e falou: “Senhor presidente, eu gostaria de agradecer o que você fez por ter derrubado o comunismo”. E nesse momento o Reagan que não lembrava mais de nada e não conseguia mais falar, olhou para ele e falou: “Eu apenas cumpri o meu dever”. E e lendo o último livro do do João Paulo II, ele fala que ele eles citam uma passagem da Bíblia dizendo que ele é um servo indigno, que apenas cumpriu seu dever. E eu achei muito curioso os dois terem usado essa frase e que apenas cumpriram o dever sua humildade. Duas pessoas humildes e essas duas pessoas derrubaram um sistema que tinha tinham 400 milhões de pessoas em região escravidão. Muito impressionante, muito bonito. Eh, eu entrevistei um, eh, um ex assessor eh do Reagan, que acabou se tornando um grande amigo, Charlie Gerald. Eh, ele trabalhou com Reagan no governo da Califórnia e depois, ah, dos 8 anos ele ficou 6 anos na Casa Branca. E eu perguntei para ele, eh, Charlie é católico? Ele, por incrível que pareça, ele nasceu em Curitiba. O Charlie, ele ã foi colocado para adoção junto com a irmã e a mãe dele de Curitiba disse: “Eu só peço que os dois sejam adotados juntos”. e um casal de missionários que americanos que estavam naquele período de 2 anos de de missão, acabaram adotando Charlie e a irmã, levaram pros Estados Unidos. Charlie tinha 2 anos e ele acabou hã sendo criado lá como americano. Os pais protestantes e a mãe do Charlie pediu que eles fossem criados na Igreja Católica. E os pais protestantes criaram o Charlie e a irmã na Igreja Católica. E o Charlie, eu perguntei para ele se ele havia conhecido João Paulo I naqueles anos todos de Casa Brantro. Eh, e ele conheceu, falou a mesma coisa. Ele me falou a mesma coisa que aquele policial que estava fazendo a segurança falou. Ele olhava dentro da sua alma. Havia uma coisa nos olhos de João Paulo II que ninguém sabia explicar. Ele ele olhava dentro da sua alma. E aí eu perguntei, eh, o que você sentiu quando você apertou a mão dele? O que veio a sua cabeça? E o Charlie que é americano, fala inglês, disse assim: “Ele olhou para mim e eu ouvi na minha cabeça: I am here. Eu estou aqui. E eu já entrevistei o Charlie pro meu livro sobre o Reagan e eu perguntei pro Charlie se o Reagan era tudo isso que todo mundo fala nos livros. Ai, que ele era isso, que ele aqui. Eu já li mais de 70 livros sobre Reagan, sobre Reagan e João Paulo. E ele me falou assim: “Ana, nós entrávamos no salão oval e nós entrávamos ali para falar com a pessoa mais importante do mundo e a gente saía dali a gente se sentindo a pessoa mais importante do mundo.” E João Paulo tinha a mesma coisa. Os dois faziam você se sentir a pessoa mais importante do mundo. Como não levar nenhuma lição disso, né? O que nós somos hoje, o que nós somos hoje para o outro, tá? É isso que a gente tem que levar.







