Por que o CÂNCER DE PÂNCREAS é TÃO MORTAL
0Vídeo de hoje, eu vou te contar tudo sobre o câncer de pâncreas, um dos cânceres mais mortais que existe e que agora veio à tona de novo com o caso Edu Gettes. Ele parecia super bem, mas foi operado às pressas para remover um câncer de pâncreas, pegando todo mundo de surpresa. Me conta aqui nos comentários se você conhece alguém que já teve essa doença. Steve Jobs, Marcelo Rezende, Alan Rickman, professor Snape, já foram vítimas desse câncer e, infelizmente, morreram pouco tempo depois do diagnóstico. Mas você sabia que o câncer de pâncreas é um dos cânceres mais agressivos de todos? Existe cura para ele? E o que você pode fazer para evitar esse câncer tão temido? O primeiro passo é descobrir como o câncer de pâncreas começa. O pâncreas é um órgão essencial pro corpo. Ele é diferente da mama ou da próstata que dá para tirar e viver uma vida relativamente normal. Pelo contrário, é muito complicado viver sem o pâncreas, porque ele tem duas funções essenciais que nenhum outro órgão faz. Primeiro, ele produz os hormônios insulina e glucagon, que regulam o açúcar do sangue. E segundo, ele produz uma série de substâncias digestivas que caem no intestino para te ajudar a absorver o máximo de nutrientes dos alimentos. Só que essas duas funções essenciais do pâncreas ficam comprometidas no câncer. Tudo começa com uma única mutação no DNA. Elas aparecem o tempo todo porque durante a multiplicação as células precisam duplicar o DNA e nessa hora elas sempre cometem algum erro. Eu já contei para vocês aqui na série de câncer do canal que a maioria das mutações que aparecem são inofensivas. Ou elas são rapidamente corrigidas ou elas simplesmente não geram consequências para as células. O problema aparece quando a célula acumula mutações em regiões importantes do DNA que controlam a multiplicação. Essa célula mutada abandona suas funções normais e passa a se multiplicar mais rapidamente. Nós agora temos uma massa de células completamente modificadas que sugam os nutrientes do corpo e continuam se multiplicando sem parar e mais que o sistema imune não consegue destruir. Esse é o início de vários cânceres, inclusive o câncer de pâncreas, um verdadeiro problema. Com outros cânceres mais comuns, como o de mama e o de próstata, a gente vê as pessoas vivendo mais de 10 ou até 20 anos. Com o câncer de pâncreas não é assim. Só uma a cada 10 pessoas sobrevivem por mais de 5 anos depois do diagnóstico. E eu vou te explicar porque com ele é assim, mas acima de tudo, como podemos evitar que isso aconteça. Afinal, a informação contra o câncer é a nossa melhor arma. E falando no poder da informação, olha de pâncreas tem que os outros não têm e que tornam ele tão agressivo? O maior desafio do câncer de pâncreas é o fato dele ser uma doença muito silenciosa, um dos cânceres que menos gera sintomas nas fases iniciais. E o pior é que não dá para detectar o câncer de pâncreas em exames comuns. Para fechar o diagnóstico, tem que fazer exame de imagem, de preferência uma tomografia computadorizada, que a gente só faz quando já suspeita de algum problema. Tanto que o Edu Gedes descobriu o câncer de pâncreas dele por acaso. Ele foi no hospital para resolver uma infecção que veio de um problema de pedra nos rins. E aí, provavelmente, né, não sabemos toda a história, eles fizeram algum exame lá. E como o rim fica perto dessa região abdominal, aí deve ter dado para ver alguma alteração no pâncreas. Com o Tony Beloto, o guitarrista do Titãs, que também descobriu um câncer de pâncreas em 2025, foi parecido. Poxa vida, se é tão difícil de detectar, então é pra gente desesperar. Calma. Em mais da metade dos casos, realmente a pessoa só descobre o câncer no pâncreas quando ele já tá em estágio avançado. E eu entendo o quanto que isso pode parecer preocupante. É nessa fase que costumam aparecer os primeiros sintomas e a pessoa procura o médico. A massa de células que cresceu ali no pâncreas pode pressionar ou afetar os nervos mais próximos, causando muita dor. Como o pâncreas fica atrás do estômago, parece que é uma dor de estômago ou então uma dor nas costas. O câncer também pode bloquear o local de saída das substâncias digestivas, deixando o pâncreas literalmente entupido e inflamado. Dependendo do caso, a vesícula biliar, que fica ali perto do fígado também pode ficar entupida, porque ela despeja as substâncias no intestino usando a mesma saída do pâncreas. Ou seja, a pessoa vai ter sintomas semelhantes ao de uma pedra na vesícula, como dor, perda de apetite, perda de peso, indigestão, feeses esbranquiçadas, urina marrom e pele amarelada. Dá um pause aí porque são muitos sintomas, né, mas eles vêm tarde. Ou então a pessoa chega no médico com sintomas de diabetes e aí descobre que a raiz do problema é um câncer que afetou a produção de insulina no pâncreas. Pois é, pessoal, isso tudo ajuda a explicar porque que o câncer de pâncreas é tão agressivo. Quando esse câncer começa a causar sintomas, ele já geralmente dominou o órgão inteiro e na maioria das vezes já deu metástase se espalhando pelo corpo. O fato do pâncreas estar bem no meio do abdômen, perto de grandes vasos sanguíneos, facilita isso. Basta uma célula alterada cair na corrente sanguínea que ele já pode se espalhar, sendo os principais locais de metástase, o fígado e o pulmão. OK? Parece assustador, mas nem tudo tá perdido. Como todo câncer, o sucesso do tratamento depende de detectar a doença o mais cedo possível e que as céluras respondam bem à quimioterapia e à radioterapia. Só que até isso é complicado no câncer de pâncreas. As drogas que existem hoje até conseguem atacar diretamente o câncer, mas aumentam o tempo de vida em só alguns meses. O tratamento com maior chance de cura é realmente a cirurgia para tirar parte do pâncreas ou o órgão inteiro, dependendo do tamanho do câncer. E aí, no caso de cirurgia os resultados são muito promissores. Esse foi o caso do Edu Guedes, mas ele faz parte de uma minoria, como eu venho falando aqui. Em mais de 80% dos casos, a pessoa descobre o câncer num estágio em que não dá mais para fazer a cirurgia. Por isso que é tão importante ficar atento aos primeiros sintomas e por isso que hoje existem muitas pesquisas tentando descobrir o que os cientistas chamam de biomarcadores, substâncias que as células cancerígenas liberam e que podem ser detectadas em exames de sangue. Olha só que legal, o objetivo é que um dia esses biomarcadores possam fazer parte dos exames de triagem para pegar o câncer no início. Até me dá esperança qualquer câncer, a melhor arma contra ele é a prevenção. O câncer de pâncreas vem de mutações no DNA que podem acontecer com todos nós ao longo da vida. À medida que nós envelhecemos e as nossas células se multiplicam, em até 15% dos casos, a pessoa tem um risco naturalmente maior de chegar nesse ponto por questões genéticas. Esse é um fator que a gente não pode controlar. Para saber se você tem um risco genético maior, o que dá para fazer é ficar atento aos casos de câncer na sua família, principalmente se forem cânceres de pâncreas, de mama e ovário, porque os três estão ligados a uma mesma alteração genética. Aí é procurar um médico para ele indicar você para fazer um teste de DNA para avaliar se você tem a mutação e depois, claro, caso o exame dê positivo, você manter os exames preventivos em dia e procurar o médico imediatamente a qualquer sintoma. Essa questão de procurar o médico a qualquer sintoma vale para todo mundo, tá? Mas para quem tem histórico de câncer na família é fundamental fazer isso com mais frequência para não ser pego de surpresa lá na frente. A boa notícia é que muito do que contribui pro câncer de pâncreas aparecer vem dos nossos hábitos de vida. Os fatores que mais colocam pâncreas em risco, galera, são incrivelmente os mesmos de sempre: cigarro, álcool, má alimentação com excesso de gordura e poucos vegetais, falta de exercícios físicos, obesidade e diabetes. Só o cigarro é responsável por 1/3 de todos os casos de câncer de pâncreas. E todos esses fatores você pode controlar hoje mesmo. Eu sei que é assustador pensar na possibilidade de um câncer de pâncreas, mas a verdade é que medidas simples no dia a dia já podem diminuir o seu risco. Trocar o biscoito recheado do lanche por uma fruta, praticar um esporte, beber menos álcool, tudo isso faz diferença. Eu desejo do fundo do meu coração a recuperação do Edu Guedes e do Tony Beloto de todas as pessoas que estão passando por um câncer aí na família. Eu sei o quanto é difícil, mas vai dar tudo certo. E se mesmo assim você ainda não sabe por onde começar, assiste esse vídeo aqui onde eu revelo o poder de uma simples caminhada pra sua saúde. Um grande abraço. Se inscreve no canal para mais informações, para melhorar a sua saúde e diga olá, ciência. Tcho.