Por que o James Webb GIRA EM TORNO DO NADA – EDIÇÃO COMEMORATIVA

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vídeo, este exato vídeo, me levantou uma dúvida 
tão grande… Que me impulsionou a criar este canal! Por que o James Webb dá voltas em torno 
do nada? Sim, ele está orbitando o Sol, e a Terra está ali, a um milhão de quilômetros, a combinação 
da gravidade de ambos cria o ponto de Lagrange 2, que fica no centro deste círculo que o Webb está 
fazendo… Mas por que não colocaram ele ali, diretamente no L2, por que fazê-lo girar em 
torno dele? A resposta é, ao mesmo tempo, bastante simples e bastante complexa… 
Ela começa na curiosidade humana, este impulso primal que nós temos de querer entender o 
mundo… E termina em sua incrível engenhosidade, as soluções que nosso fantástico cérebro encontrou 
para resolver os desafios com os quais se depara. E o problema, no caso do James Webb e sua órbita 
esquisitíssima, é que nós queremos ver mais longe. Durante centenas de milhares de anos, os únicos 
instrumentos que tínhamos para visualizar o mundo eram estes aí, os olhos, duas bolas gelatinosas 
com dois centímetros e meio de diâmetro equipadas com uma lente de oito milímetros que batizamos 
como “cristalino”. A visão que os olhos nos proporcionam… Bem, esta você já conhece, é 
isto aí que você está vendo neste exato momento, os olhos são órgãos incríveis, essenciais para 
nos manter vivos… Mas eles não são lá muito bons para ver objetos muito distantes, as crateras 
da Lua, por exemplo, só foram descobertas há pouco mais de quatrocentos anos pelo Galileu, o 
primeiro homem a perceber que era possível criar lentes maiores do que o cristalino para 
ver mais longe, no caso um telescópio pequeno, parecido com este. Descobrir coisas como o relevo 
do nosso satélite começou a diminuir nossa miopia, e as nossas mentes ansiaram por mais 
informações… Fomos construindo equipamentos cada vez maiores, e percebemos que, já que estas 
oscilações da imagem eram causadas pela atmosfera, o ideal seria colocar telescópios no espaço. 
Foi assim que nasceu o Hubble, o telescópio espacial mais famoso há até poucos anos… Mas 
por que ele fica na órbita baixa da Terra, um lugar facilmente acessível aos nossos astronautas 
caso algum conserto seja necessário… E o Webb foi colocado a mais de um milhão de quilômetros 
daqui, dando voltas em torno do nada? Porque nós queremos ver mais longe! O Hubble é um instrumento 
incrível, sofisticadíssimo, ele nos trouxe imagens que derrubaram nossos queixos nos nossos colos… 
Mas já que iríamos gastar bilhões de dólares para colocar outro telescópio no espaço, por que não 
construir um ainda mais ambicioso, capaz de fazer imagens que jogariam nossos queixos nos nossos 
pés? Se quiséssemos apenas ver com mais nitidez, bastaria construir um Hubble maior… Mas 
nós queríamos ver mais longe, também, lembra? E, para isto, foi preciso levar em conta 
algo descoberto há pouco mais de um século, justamente pelo homem que emprestou o nome ao 
Hubble: o espaço está se expandindo. Quando vemos imagens como esta, que chamamos de “campo 
profundo”, percebemos que muitas das galáxias são avermelhadas, certo? Isto não significa, porém, 
que suas estrelas são vermelhas… Na verdade estas galáxias são bem parecidas com a nossa, 
suas estrelas são, de modo geral, tão brancas quanto as que vemos em noites bonitas como esta. É 
a expansão do Universo que estica suas luzes e as desvia para o vermelho, ondas de luz se distorcem 
com o movimento assim como as ondas do som da buzina deste carro, que ficam mais graves conforme 
ele se afasta. Só que existem outros comprimentos de onda no espectro além da luz visível, a luz 
vindo de ainda mais longe se distorce tanto que entra na faixa do INFRAvermelho, e o Hubble não 
é muito bom para enxergar este tipo de luz. O problema é que o infravermelho, que é invisível 
aos nossos limitadíssimos globos oculares, pode ser sentido por nossas peles, é nesta faixa de 
luz que a maior parte do calor é transportada… E como o Hubble está na órbita baixa da Terra, 
ele não apenas recebe o infravermelho diretamente de sua maior fonte aqui das redondezas, 
o Sol… Como da superfície da Terra, que reflete o infravermelho do Sol para o 
espaço… E da superfície da Lua, também. Telescópios espaciais infravermelhos, 
portanto, não apenas têm que se distanciar o máximo possível daqui, como precisam esfriar, 
e muito, já que o calor da própria estrutura do telescópio interferiria com as imagens. A equipe 
que desenvolveu o James Webb resolveu o problema do calor usando cinco camadas de Kapton, esta 
membrana ultra-resistente coberta de alumínio, que refletem o calor do Sol para o espaço… E 
que, também, limitam seu raio de ação: já que o espelho nunca pode ser iluminado pelo Sol, o 
telescópio só pode se inclinar de menos cinco até quarenta e cinco graus para cima ou para baixo, 
e cinco graus para os lados. Ok, tínhamos um projeto, precisávamos agora encontrar um bom lugar 
para colocar o James Webb. Sabíamos que ele não poderia ficar na órbita da Terra por conta da luz 
infravermelha que a Terra e a Lua refletem para o espaço, mas poderíamos colocá-lo em qualquer outro 
lugar? Não, porque a distância comprometeria sua operação. Se o colocássemos em órbita em torno 
do Sol, durante parte do ano ele estaria do lado oposto da nossa estrela, época em que perderíamos 
a comunicação e a capacidade de utilizá-lo. É por isso que escolhemos o L2. Os pontos de Lagrange, 
calculados pela primeira vez pelo astrônomo suíço Leonard Euler e pelo astrônomo italiano Giuseppe 
Luigi Lagrange no século 16, são lugares no espaço onde a atração combinada de dois corpos permite 
que um terceiro, de massa bem menor do que a dos outros dois, acompanhe o segundo em sua órbita. No 
caso do sistema Sol-Terra, os pontos L5, L4 e L3 são estes aí, o L3 fica na órbita terrestre, mas 
do outro lado do Sol, não daria para utilizá-lo porque ISTO AÍ estaria no caminho… E o L4 e o L5 
em vértices de dois triângulos equiláteros cujos outros vértices são o Sol e a Terra, em qualquer 
um dos dois pontos o Webb seria iluminado tanto pelo Sol quanto pela Terra e pela Lua, também não 
são bons pontos para um telescópio infravermelho. E o L1 e o L2? Bom, eles estão bem mais 
próximos da Terra, o L1, entre a Terra e o Sol, é o lugar ideal para colocar sondas como a DSCOVR, 
que monitora nosso clima tirando fotos diárias como esta, sempre da Terra “cheia”… E a Solar 
Heliospheric Observatory, mais conhecida como “SOHO”, a responsável por estas imagens incríveis 
da nossa estrela. Mas como o James Webb precisa se esconder das fontes de infravermelho… Nós o 
direcionamos para o L2, que fica DEPOIS da Terra, justamente para poder usar seu único escudo para 
se proteger do Sol, da Terra e da Lua… Mas por que não o colocamos DIRETAMENTE sobre o L2? Por 
que o Webb dá voltas em torno dele, assim como a DSCOVR, a SOHO e outras sondas giram em torno do 
L1? Um dos problemas dos pontos de Lagrange é que eles são metaestáveis, é como se fossem pontos 
no alto de uma sela onde você quer equilibrar uma bola de gude. Teoricamente ela poderia 
ficar indefinidamente ali, mas, na prática, qualquer lufada de vento solar faria a bola 
despencar. Para piorar, o Webb só tem manobradores embaixo para evitar sujar o espelho, então se ele 
estivesse no L2 e fosse empurrado para longe do Sol… Nós nunca mais o recuperaríamos. Ainda há 
outro inconveniente com o L2, o efeito Coriolis, aquele que faz furacões girarem no sentido 
anti-horário no hemisfério norte e ciclones no sentido horário no hemisfério sul. Este mesmo 
efeito agiria sobre o Webb, que tenderia a girar se fosse colocado no L2, um movimento sutil mas 
que, mais cedo ou mais tarde, o empurraria para longe. O que fazer, então? Vamos analisar as 
forças que estão agindo sobre o telescópio, a gravidade do Sol está representada em amarelo, 
e a da Terra, em azul. Há também uma tendência de ele escapar pela tangente que, para facilitar, 
vamos chamar de “força centrífuga”, no L2 ela equivale EXATAMENTE à soma das gravidades de Terra 
e Sol. Como não é possível manter o telescópio no L2 por conta da instabilidade, vejamos o que 
acontece se o deslocamos um pouco para o alto… A gravidade do Sol diminui bem pouquinho, afinal ele 
está a 151 milhões de quilômetros de distância… A da Terra também, um pouco mais até, já que ela 
está a um milhão de quilômetros de distância… Mas seu vetor muda radicalmente. Dividindo a 
força em dois eixos para facilitar a visualização, percebemos que a força centrífuga ali, acima do 
plano original, se torna MAIOR do que a gravidade do Sol e da Terra somadas… O que significa que o 
Webb, agora, vai começar a descer e escapar para o espaço, coisa que não queremos. Como evitar isso? 
Trazendo o Webb um pouco mais perto da Terra, o que aumenta a atração gravitacional tanto do 
nosso planeta quanto do Sol. O problema é que, aqui, a força que puxa o telescópio para baixo 
aumenta, também… E como conforme o telescópio desce, ele se aproxima mais da Terra e a força de 
atração aumenta, o Webb começaria a se deslocar na nossa direção, o que nós também não queremos. A 
solução? Dar um empurrãozinho para o lado, criando assim uma NOVA força centrífuga que anula o puxão 
para baixo. Inteligentíssimo, não? O Webb não foi colocado diretamente sobre o L2 porque mantê-lo em 
um ponto tão instável exigiria muito mais manobras de correção. Direcioná-lo para uma órbita um pouco 
mais próxima da Terra, fora do plano da eclíptica, e que gira sobre um ponto ligeiramente mais 
próximo do que o L2 diminui tremendamente a quantidade de correções necessárias… E traz 
mais duas vantagens! Uma, ao girar em torno do L2 ao invés de se posicionar sobre ele, os painéis 
solares do Webb nunca são eclipsados pela Terra ou pela Lua, então a quantidade de energia do 
telescópio sempre se mantém alta… E a outra é que como naquela órbita ele está mais próximo 
da Terra do que no L2, qualquer perturbação faz com que ele CAIA EM DIREÇÃO À TERRA, ou seja, 
correções de órbita são feitas sempre para o AFASTAR de nós, as únicas manobras que o Webb 
consegue fazer, já que seus manobradores estão embaixo. Não é ABSURDAMENTE GENIAL? É por isso 
que, na minha opinião, este telescópio é uma ode à genialidade humana. Cada detalhe, deste 
a escolha da faixa de luz em que ele enxerga, passando pelo desenho de cada um de seus inúmeros 
componentes, o complexíssimo origami feito a caminho do L2 e sua inteligentíssima órbita são um 
atestado de que esta espécie da qual nós fazemos parte, complicada, briguenta, cheia de problemas 
imaginários e reais… É maravilhosa, também! Falando em coisas maravilhosas, eu sinceramente 
gostaria que todos vocês tivessem uma destas na sua vida! Estou com a Ana desde 2008, passamos 
juntos por momentos incríveis – e alguns não tão legais assim – mas em todos ela tem sido, durante 
tantos anos, a companheira mais perfeita que eu poderia ter escolhido! Por isso, é lógico em que 
datas comemorativas como o Dia dos Namorados eu tento caprichar o máximo possível… O que 
acaba sendo uma tarefa dificílima porque um dos pouquíssimos defeitos dela é a indecisão. 
Então quando eu pergunto que peça Insider ela quer… Ela sempre diz “todas”! Bom, talvez ela 
diga isso porque não quer ganhar uma única peça, afinal… Se tem uma coisa na qual a Insider 
é boa é em manter sua qualidade no nível mais alto possível! É dificílimo achar algo que você 
não queira dar de presente para quem você ama… Isso sem levar em conta as vantagens que a 
tecnologia destes tecidos traz! O que pode ser um problema para aqueles casais que 
“gostam de dar uns amassos”… Porque, afinal… Os tecidos Insider… Quando você joga 
no corpo… Você já sabe! No mês dos namorados, ao clicar neste link ou no do comentário fixo, você 
é direcionado para o site da Insider e o cupom “somosbreves” já aparece no seu carrinho, te dando 
quinze por cento de desconto no presente do dia dos namorados. Meu conselho? Abre o site na frente 
da pessoa que você ama e vai passando as peças… Quando ela disser que gostou de uma, já fecha 
a compra, porque senão… Vai ter que levar a loja inteira que nem eu! Quer ver agora o quanto 
minha barba era mais escura e o canal era mais tosco quando eu lancei a versão original deste 
vídeo? É só clicar aqui! Estes foram os seguidores e membros que colaboraram com o crescimento do 
canal nesta semana. Se você gostou do que viu, considere apertar o botão de seguir agora! 
Eu sou o Juliano Righetto, e você acabou de assistir a um episódio comemorativo 
do “somos míopes porque somos breves”!

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