Por que o Viaduto da Serra do Mar Rio-Santos se Tornou um Desastre?

[Música] a Serra do Mar é uma imponente cadeia montanhonhosa que se estende por mais de 15 km ao longo da costa brasileira representando tanto uma barreira natural quanto um desafio para engenharia Atualmente a ligação entre o litoral norte de São Paulo e a Baixada Santista é feita através da rodovia Rio Santos na BR101 conhecida por seu trajeto sinuoso e pitoresco mas também por longos tempos de viagem e tráfego intenso que tornam o percurso demorado Porém nos anos de 1970 uma visão audaciosa buscava mudar este cenário e reduzir tragicamente o tempo de percurso com a construção dos viadutos da rodovia Rio Cubatão Esses viadutos foram idealizados para cortar diretamente a Serra do Mar oferecendo uma alternativa mais rápida e direta do que o contorno pelo litoral como é feito atualmente Se este projeto tivesse sido concretizado a conexão entre as regiões seria enormemente facilitada possibilitando um fluxo mais eficiente de pessoas e impulsionando o desenvolvimento econômico das áreas conectadas Infelizmente essas estruturas promissoras nunca foram concluídas e muito dinheiro foi investido Além disso parte de toda a estrutura foi construída porém por algum motivo elas nunca foram finalizadas Esse é o Construction Time Eu sou o Luciano Guimarães e nesse vídeo você vai entender sobre o projeto que poderia melhorar drasticamente a descida serra do mar [Música] O projeto dos viadutos na Serra do Mar surgiu durante o período do milagre econômico brasileiro entre 1968 e 1973 caracterizado por um acelerado crescimento econômico e consideráveis investimentos em infraestrutura Nesse ambiente o governo brasileiro concebeu a ambiciosa proposta de estender a BR101 Essa extensão conhecida anteriormente como projeto Rio Cubatão visava conectar diretamente o Rio de Janeiro a Cubatão modernizando a malha viária e aprimorando o transporte de bens e pessoas entre as regiões Sudeste e Sul do Brasil Tal iniciativa prometia também fomentar o desenvolvimento econômico e turístico do litoral paulista alavancando novas oportunidades de crescimento Portanto os viadutos planejados eram estrategicamente posicionados entre Caraguatatuba e São Sebastião uma área crítica para superar os desafios geográficos da Serra do Mar Por mais que os viadutos não fossem tão grandes eles acabaram se tornando um desafio não superado pela engenharia brasileira O maior dos viadutos estava projetado para ter 360 m de comprimento e 29 m de altura Além deste o projeto incluía a construção de outros viadutos menores além de túneis e extensos muros de contenção Porém a ambição do governo militar da época em empregar as mais avançadas tecnologias para superar os desafios impostos pela natureza não saiu como planejado As obras envolviam a movimentação de grandes volumes de terra e a utilização intensa de concreto armado demandando técnicas inovadoras para garantir a estabilidade em um terreno particularmente acidentado Em termos de investimento estima-se que o projeto Rio Cubatão incluindo a construção dos viadutos tenha envolvido um montante de cerca de 150 milhões de dólares em valores de 2015 Considerando a inflação e as variações cambiais ao longo dos anos isso representaria um investimento significativamente maior atualmente Mas é importante ressaltar que esse valor engloba os recursos aplicados até o ponto de paralisação das obras e não o custo total estimado para a conclusão completa da infraestrutura Infelizmente uma série de fatores impediu a realização plena desse empreendimento As dificuldades econômicas a crise do petróleo e falhas de planejamento contribuíram para que a grandiosa iniciativa se tornasse mais um emblema de uma obra inacabada no Brasil Esses viadutos que haviam sido planejados para simbolizar confiança no progresso e no poder transformador da infraestrutura permaneceram hoje como testemunhos silenciosos de um sonho que nunca se concretizou [Música] totalmente A construção dos viadutos da Rio Cubatão iniciada em 1974 representou um projeto de engenharia de grande aplição sob a tutela de renomadas construtoras nacionais como Cevos Cilsen Camaro Correia Mendes Júnior e Queirões Galvão Contudo o projeto foi interrompido por múltiplas adversidades A crise do petróleo de 1973 causou um aumento significativo nos recursos dos materiais de construção impactando diretamente o orçamento da obra Além disso o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem o DNER que hoje é conhecida como Denite enfrentou complicações devido à falta de experiência em projetos dessa magnitude e a pressão política por resultados rápidos Essas circunstâncias levaram a decisões planejadas de forma inadequada Com cerca de 50% do projeto concluído o governo decidiu abandonar a construção dos viatutos e optar por uma solução mais econômica o traçado costeiro que margeia o litoral atualmente Após abandonar a construção dos viadutos o governo decidiu concluir a rodovia Rio Santos margeando o litoral Uma escolha que se mostrou mais prática e menos exigente do ponto de vista técnico A rodovia foi construída em etapas sendo a primeira delas iniciada em 1969 com previsão inicial de conclusão em 1973 Contudo a finalização efetiva só se deu em 1975 sem uma inauguração oficial Segundo notícias do G1 de 2015 os valores investidos até agosto de 1987 foram gastos 59.600.000 correspondente a 53% da obra prevista de um valor contratual de 112.600.000 Mas é importante ressaltar que a Rio Santos ao longo dos anos passou por diversas obras de manutenção melhorias e duplicação em trechos específicos o que acarreta em novos investimentos Hoje a Rio Santo já se consolidou como a via crucial para o desenvolvimento econômico e turístico do litoral brasileiro Gerida pelo Denite no trecho entre Santa Cruz Rio de Janeiro e Praia Grande Ubatuba e pelo 10 São Paulo entre Ubatuba e o trevo da rodovia Cônego Domíico Rangoni onde assume o nome de rodovia Doutor Manuel Hipólito Rego sendo um percurso de grande importância para os estados Com o tempo a capacidade de movimentação da rodovia foi se tornando um ponto de preocupação para mitigar esses desafios e melhorar o fluxo de tráfego especialmente durante a temporada turística Um novo projeto de duplicação foi anunciado em 2024 Esta duplicação planejada para um trecho de 45 km entre Caraguatatuba e Ubatuba prevê um investimento estimado de R$ 3 bilhõesais e deve ser iniciada no final de 2025 Segundo o governo Tarcício de Freitas esse projeto visa não apenas aumentar a capacidade de tráfego mas também reforçar a segurança da rodovia alinhando-se com as necessidades turísticas e econômicas regionais Por fim o abandono dos viadutos resultou em um desperdício financeiro estimado em 150 milhões de dólares em valores de 2015 representando uma oportunidade perdida para modernizar a infraestrutura viária brasileira Este caso serve como um valioso estudo sobre os desafios enfrentados por projetos de infraestrutura de grande escala e enfatiza a importância de um planejamento detalhado gestão eficiente de recursos e estabilidade política para garantir o sucesso de projetos futuros A história dos viadutos abandonados nos lembra que grandes obras exigem não apenas visão e ousadia mas também planejamento sólido e uma análise miticulosa sobre os projetos e investimentos necessários Mas quais outros projetos semelhantes tiveram investimentos significativos e que infelizmente não foram concluídos [Aplausos] comparar o projeto inacabado dos viadutos da Rio Cubatão com outros empreendimentos rodoviários e ferroviários do Brasil nos ajuda a entender os desafios enfrentados em infraestrutura e lições que podem ser extraídas Começamos com a ferrovia Transnordestina Iniciada em 2006 a ferrovia transnordestina foi planejada para conectar dois principais portos do Nordeste o porto de PCém Ceará e o porto de Suape Pernambuco ao interior do Piauí Com uma extensão planejada de 1753 km essa ferrovia recebeu investimentos bilionários incluindo substanciais recursos públicos Entretanto o projeto sofreu com frequentes atrasos paralisações e mudanças de escopo resultando em apenas um trecho atualmente em operação A transnorina exemplifica como a falta de planejamento consistente e as mudanças políticas podem comprometer a viabilidade de projetos essenciais para o desenvolvimento regional Porém o Ministério dos Transportes anunciou a licitação de obras da Transnordestina em Pernambuco para segundo semestre de 2025 Agora só nos resta aguardar e observar se realmente esse projeto será concluído Outro projeto que podemos comparar é a rodovia Transamazônica oficialmente conhecida como a BR230 É uma das obras mais ambiciosas e controversas da história do Brasil Concebida durante a ditadura militar entre 1969 e 1974 A rodovia visava integrar a vasta região amazônica ao restante do país fomentando o desenvolvimento econômico e o povoamento da área A rodovia estende-se de Cabedelo na Paraíba até Lábria no Amazonas totalizando cerca de 4.260 km de extensão planejada Inaugurada em 1972 a Transamazônica no entanto nunca foi completamente terminada e enfrenta desafios significativos até hoje Apesar de esforços contínuos e investimentos em pavimentação como no trecho entre Itupiranga e Novo Repartimento Paraná concluído em 2021 a Transamazônica ainda enfrenta problemas que marcaram sua construção falta de infraestrutura adequada os impactos negativos contínuos no meio ambiente e a complexidade logística permanecem como barreiras significativas a realização do potencial pleno da rodovia As experiências desses projetos paralisados desafiam o Brasil a reavaliar suas abordagens tradicionais e a buscar soluções inovadores e flexíveis Ao aprender com os erros do passado e adaptar-se às realidades atuais o país pode criar uma base sólida para superar os desafios históricos de infraestrutura transformando os sonhos interrompidos em histórias de sucesso sustentável no futuro A verdadeira questão é: seremos capazes de transformar essas lições e ações que redefina o futuro das infraestruturas no nosso país obrigado por ter assistido este vídeo até aqui Deixe seu like se você gostou deste vídeo e deixa aqui nos comentários o que você acha desse viaduto da Serra do Mar ter sido abandonado Farei questão de ler toda a sua opinião Eu vou ficando por aqui Um forte abraço e até o próximo vídeo