POR QUE OS PROCESSOS SELETIVOS ESTÃO CADA VEZ MAIS DEMORADOS? (com Luciana RH Sincero)

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Você falou de processo seletivo longo e acho que essa é uma das coisas que eu mais ouço o pessoal reclamando hoje. Tô aqui. O amigo meu tá maravilhoso, assim, ele passou acho que quase três meses num processo seletivo e foi negado. Meu Deus do céu, pelo amor de Deus. E ele tava ficando maluco assim, ele tava falei: “Cara, tem mulher que te deixa menos bravo que isso, tá?” Uhum. Assim que tava tipo loucura assim, meu, faz um mês que ninguém me retorna e ele já tinha conversado que sabe com o gerente, ele não sabia se tinha passado, se não tinha passado. Por que que os processos seletivos estão tão longos, Lu? É proposital, tá? Existe uma, é uma questão até mesmo psicológica, tá? Eu vou te dizer, quando a pessoa, vamos pensar essa questão do mercenário, tá? Você participou de um processo seletivo que tinha 10 etapas e a empresa te informou que você tava concorrendo com 2.000 pessoas. Quando você chegar ao fim desse processo, você vai se sentir um vitorioso e você vai pensar mil vezes antes de demissão dessa empresa, porque você vai pensar assim: “Puta merda, demorei 15 meses para entrar aqui, participei de 2000 etapa, eu vou ter que ficar aqui nesse lugar, né? Porque eu sou um vitorioso. Essa empresa, nossa senhora, passei, né? Sei lá, grandes empresas multinacional, aquelas que todo mundo quer, a roxinha, não sei quê, todo mundo quer, né? processo. Pode ver, todas essas empresas têm muitas etapas. Para quê? Para dar esta sensação de que você tá é uma todo mundo, olha, eu não sei você, mas todo mundo quer trabalhar aqui na minha empresa. Você tá vendo? É disputadíssimo. É de 2.000 a 3.000 pessoas por vaga. E aí você, bom, se você chegar até o final, você é um vitorioso. Eu espero que você não desista depois. E aí, bora time, vamos lá. E discursinho e gritaria, né? Então, eh, é proposital, não é? Vamos estrategicamente com relação, vamos pensar, tá? Ah, teria que ser um processo mais longo por conta da quantidade de pessoas, é muita gente, não precisaria ser, eu vou eliminando de três etapas, eu elimo, mas é longo para dar esta sensação, né, que a gente tem, aquela negócio da gamificação do flow, né, que você tá vencendo quase você numa maratona. Eu tô quase lá, eu tô chegando. Aí você recebe aquela carta de aprovação com salário R$ 1.000 a menos, mas você até aceita porque, meu Deus, é a Amazon, meu Deus, o sonho da minha vida. Eu sempre quis trabalhar nessa empresa. Então, a empresa criou um sentimento em tio, assim, de um jogo, sabe? que você tava ali se matando com outras pessoas e agora você conseguiu porque essa vaga é tua e pronto, você aceita, você aceita menos, você aceita cúmulo de função depois você aceita ficar naquela empresa com o chefe assediador, porque se você não ficar, você é um derrotado. Cara, Luciana, tu ficou, tu ficou sete meses participando do processo e agora tu vai pedir demissão. Fraca, tu é fraca, cara. Tu é nossa, não vai aguentar fraca. Então, não é por acaso. E da outra ponta, a percepção que eu tenho das últimas vagas que eu abri, é, tá uma loucura. Tá, tá uma loucura assim. Eu, eu, ó, a última vez que eu abri uma vaga, eu devo ter recebido para poder 2000 currículos. Sim. Tanto que eu parei de abrir vaga depois disso. Falei: “Não, não dá mais. Sim, não dá mais. Não abro mais vaga”. Porque a pessoa que minimamente se importa, ela vai querer ver esses currículos. É porque é loucura. Porque eu comecei a ver currículo, chegou uma hora que eu não dava mais, eu falei: “Eu não consigo”. Entendeu? Tipo, eu não consigo, a mais que é uma microempresa, você quem como é que uma pessoa que faz outras coisas vê 2000 currículos? E aí comecei a pedir para outras pessoas ajudarem a selecionar. Aí da seleção eu falo assim: “Cara, se essa é a melhor seleção, fodeu. Eu já não gosto da seleção.” E aí você já começa a olhar, ver, pô, e aí, pô, eu sei, tá [ __ ] tal, mas eu recebia gente que trabalhava em setor de limpeza pedindo vaga de, sei lá, sior. Sim. [ __ ] sim. Tu nunca nem passou por isso. Ou o cara que queria uma oportunidade, pô, sei que você quer uma oportunidade, mas essa é uma vaga que eu preciso de uma experiência, mas o cara quer uma experiência, mas [ __ ] eu tô precisando de uma outra coisa aqui, né? Isso aqui não é minha vaga. Então tá uma loucura também pro outro lado, para quem tá fazendo algumas. É por isso que a automação, por exemplo, a inteligência artificial no processo seletivo ganhou tanto espaço, porque ela consegue fazer esse filtro rapidamente. Em alguns segundos, ela filtra quem realmente tem experiência, quem não tem. E essas pessoas que vão seguindo o processo e daqui a pouco vão ter mais chances de ser vistas por um ser humano. Mas isso eu acho que é muito reflexo do desespero das pessoas. As pessoas estão desesperadas. E aí de novo, também não acho que seja por acaso que a justificativa para automatizar processo seja o fato de ter muito candidato. São as próprias empresas que fazem ter muito candidato. Por quê? Porque elas demitem massa, depois elas contratam uma pessoa que vai fazer acúmulo de função, sabe? Então, me parece que tá tudo interligado. Então, bom, eu como empresa muito cômodo eu justificar que o meu processo é uma merda e que eu uso automação porque tem muita gente, sendo que eu também sou responsável por ter muita gente no mercado. Daí fica aquela o negócio não tem fim, né? É o a pessoa um rabo, é uma coisa que não tem fim. A empresa justifica, as pessoas dizem: “Mas eu quero um emprego, eu tô desesperada”. E fica todo mundo nesse limbo. E essa questão do desespero é preocupante, porque vamos pensar, a pessoa ela não entende ali que ela nem faz uma leitura, ela só quer ser vista por alguém. Ela só quer que alguém veja ela, que alguém veja ela. E ela tem a mínima esperança de que você olhando pro currículo dela, mesmo que não seja vaga que ela tenha perfil, que você vai chamar ela, que você vai ter alguma coisa para ela no futuro. E aí, quem sabe no futuro não vai ter, ele vai lembrar de mim. E aí as pessoas não pensam assim: “Não vai lembrar de ti porque eu tenho que focar no que eu tenho no momento que é uma vaga em aberto, então eu preciso fechar esta vaga e quando abrir outra vaga eu vou abrir de novo o processo. Eu não vou em banco de currículo nem nada disso.” Mas as pessoas é o desespero, é o pelo amor de Deus, olha meu material pela empresa, por exemplo, ah, eu quero trabalhar contigo e tu abriu essa vaga. É o único jeito de eu chegar até ti. Como é que eu vou te alcançar? É, como é que eu vou te alcançar? E você vai me ver. Antes de continuar esse vídeo daqui, procurando um trampo, qual que você acha que é o melhor jeito para poder suportar esses processos seletivos? É, eu acho que assim, o que eu sempre ensino pras pessoas é elas mesclarem estratégias. Isso é uma coisa que cansa já de certa forma, mas que eu acho que é a melhor forma, porque assim, hoje a gente tem plataforma de automação, a gente tem inteligência artificial, a gente tem envio de currículo, a gente tem gestor, a gente tem indicação, a gente tem várias coisas acontecendo tudo ao mesmo tempo e até vaga que não foi divulgada sendo trabalhada em bastidor e as pessoas não sabem disso tudo, né? Então, a primeira coisa, entender que existe todo esse fluxo e que talvez você ir por uma via não seja suficiente. Por exemplo, eu vou me candidatar pela GUAP e eu vou ficar lá parado esperando o processo de GUP. Talvez você não vai evoluir lá por conta da regra do software, né? Quem sabe você pensar numa segunda estratégia daqui a pouco pra vaga aberta, né? Por isso que eu disse: “Ah, eu vou vou abordar o gestor e vou me oferecer paraa vaga futura, não tem resultado.” Agora, você abordar um RH se oferecendo para uma vaga que está em aberto, você vai instigar ele a curiosidade. Ah, o RH ignora todo mundo, isso é verdade. A maioria das vezes o RH tá cagando, ignora todo mundo, mas ele vai espiar o material. Então, o jeito de suportar é você, de certa forma garantir que você fez tudo o possível. Uhum. Porque a gente se refém, por exemplo, de uma plataforma de inteligência artificial é muito cruel, porque eu não fos a ser vista por uma pessoa, não tem ninguém vendo meu currículo, não tem um ser humano vendo. Então, eu gosto de usar muito esse exemplo porque é a cara assim de inteligência artificial, né? Vamos pensar que a empresa não contrata acima de 45 anos. Nossa, cara, não contrata, tá? No software eu boto esta regra e ela elimina. O software elimina quem tem 45 mais. Se eu como R e eu fazia isso, se eu recebi um bom currículo de alguém com 46, eu encaminhava, porque eu argumento, eu sou gente, entendeu? Eu sento contigo com gestor, digo: “Ah, cara, o cara tem 46, que diferença faz para 45, né? [ __ ] Olha a experiência do cara. Olha isso aqui, isso aqui, isso aqui. Eu argumento porque eu sou ser humano, eu tenho isso. O software não argumenta não. E quando tem e regra de faculdade, entendeu? Pô, um cara de de TI, cara, que pô de faculdade, tia? Os cara não faz faculdade, os caras são gênio. Calma, meu marido não tem faculdade, ele é um gênio. Ele trabalha como DBA, ele não tem faculdade. Qualquer empresa contrata, ele tá, sabe, ele não tem faculdade. Ah, não, tem que ter, Luciana. faculdade, bota lá no software, é uma regra de negócio. O currículo do meu marido não vai ser visto. Agora eu como se eu tenho uma expertise, eu vou pegar o currículo e vou dizer que olha aqui, ó, vamos botar esse cara cursando. Ele começa uma faculdade aí a D. Que se [ __ ] Sabe sabe uma coisa que eu percebo que é é meio [ __ ] assim, que eu já já tive com amigos meus e com pessoas que mandaram perguntas, quando a pessoa tá num processo seletivo, às vez ela tá muito cansada. Eu entendo, [ __ ] Então tá num sim, porque é muita, sabe? Tá cansado, cansado. Você tá com a cabeça a milhão, você tá desempregado, tá correndo atrás. Esse é um estado muito exaustivo emocionalmente. Uhum. Só que esse estado exaustivo emocionalmente, ele é muito ruim. É porque às vezes o cara que tá procurando emprego, ele perde o emprego pra pessoa que não está procurando emprego. Isso. Porque a pessoa que não está procurando emprego, ela tá com abordagens muito mais leves e descontraídas do que aquele cara. Porque esse cara desesperançoso, o que que ele costuma fazer que é muito triste, cara. Ele tem um currículo. Eu falei isso até pro meu próprio pai, né? Que foi uma coisa que eu briguei com o meu pai uma época aí, mas depois meu pai desistiu, não tive nem muito como fazer. Meu pai tinha um currículo que ele fez 5 anos atrás, sei lá, 10 anos atrás, mandava o mesmo currículo todas as vezes. Sim. E era a mesma coisa. Ah, viu uma vaga, mandei um currículo, viu uma vaga, mandei um currículo, viu uma vaga, mandei um currículo. Pô, não tô sendo chamado, pô. O mercado tá uma bosta de desistir. Se fos assim, cara, essa é a única abordagem. Sim, porque o cara entra num loop do Ah, é isso que eu tenho e eu espero a resposta. Pô, mas se isso aqui não tá dando certo, cara, tu precisa começar a abrir outras frentes de caminho, certo? Porque isso aqui já não tá dando certo. Será que é esse um currículo que você tá mandando? Pô, faz a versão A, B, C, faz, faz quatro, cinco versões desse currículo. Às vezes você trocou o currículo, mudou, o gop já pegou, ou você entrou para outra plataforma, ou você foi num evento, você foi, mas o cara ele entra nessa espiral do processo e o processo ele é muito matador. Por isso que quando eu gosto de falar que assim, o melhor lugar para você procurar um emprego quando você tá empregado. Claro, porque você tá com a mente limpa, pô. Você tá, você tá, tá tranquilidade. Você pode olhar a vaga e daqui a pouco nem vou me candidatar para isso aqui, porque não quero. Agora você tá desesperado, boleto batendo, as contas batendo, é o desespero, é loucurada. Eu vou mandar para vaga abaixo da minha porque eu preciso pagar as contas. Por isso que essa essa questão da inteligência artificial moldou muito as pessoas, que é assim, eu vou lá e me eu me candidato para 10, 15 vagas. E aí eu perdi aquele senso de urgência, de tempo, de tudo, porque ali naquele momento são 20 vagas que eu me candidatei, só que eu não vou levar em consideração todo o processo que tá por trás dessa seleção. Então, no outro dia eu estou desesperado porque de 15 vagas que eu mandei currículo, eu não fui chamado para nenhuma entrevista. Mas calma, melhor, mulher, homem, você mandou ontem. Só que automação permite isso, né? Você vai se candidatar para 100 vagas. No outro dia você já tá ansioso. E aí o que acontece? Você recebeu da automação mais 50, meio de reprovação. Então tua mente, a tua mente estoura, tua mente estoura, tu fica louco, tu não sabe mais o que, pô, meu currículo tá uma merda. Aí você vai ver, daqui a pouco eram candidaturas de 2030, de 2001, só que não, as pessoas não atinam. Por quê? Porque no desespero ela tá atinando o qu? Mandei 100 candidaturas, recebi 50 negativa. E é o papo que a gente tá falando aqui, né? O cara ele tá com a inteligência para apertar porca o parafuso pra função dele e ele não entende que existe uma outra inteligência que é a inteligência para você ser contratado. Uhum. Do mesmo jeito que tem inteligência para você crescer dentro da empresa, para você ser contratado é uma outra. E tenho amigos que são gênios de ser contratado. É impressionante. Exatamente. Estratégia, mas é uma outra qualidade, é uma outra soft skill. E aí quando a gente pensa em tudo isso que a gente chega constando por que as pessoas adoecem, porque tá vendo que para tudo tem estratégia. Para eu começar a trabalhar, eu tenho que ter uma estratégia, pô. Daí lá vem a Luciana vender curso disso, daquilo, né? Pô, vai ter que fazer o curso, vai ter que não sei como é que merda, tá? Aí comecei a trabalhar. Ufa, comecei na empresa, tem que ter outra estratégia. Como que quando é que termina? Isso não termina. Você tá sempre tendo que ter estratégia, você tá sempre tendo que pensar, que analisar as pessoas, que você não tem paz. se minimamente constrói uma paz ali naquele ambiente que você tá, mas daqui a pouco você já tem que começar a pensar além ou procurar outro emprego. Não tô sendo promovida, vou ter que procurar outra coisa. Então, por que que será que as pessoas estão ficando doidas e doentes? Porque elas o tempo todo têm que est pensando o que fazer, porque eu tô para trás, eu tô atrasado, né? Agora a gente tá nessa sociedade, a sociedade que tá todo mundo para trás, a gente tá atrasado, tem influenciador aí ganhando milhões com 20 anos, toma atrasado, a gente tá atrasado, sabe? Ai, tem o cara que entrou lá, ah, o cara fundou uma startup, eu tinha muito isso com o negócio de startup, depois eu me conformei, mas assim, eu não me conformava, ficava pensando, pô, mas o que que esse cara fundou uma startup? Eu, pô, o cara era filho do do executivo do banco, tal, sabe? Não era só a ideia. Na minha geração foi amaldiçoada com essa coisa do hustle, né, do crescer na geração startup foi a pior coisa. E então a gente olha e se compara com a tô atrasado, tô atrasado, tô fora, tô vou ter que ir, vou ter que fazer, vou ter que acontecer. Daqui a pouco a pessoa surta porque ela cansa. Esse que você acabou de assistir foi um corte do nosso podcast com a Luciana do RH Sincero. Para você assistir o episódio completo é só clicar aqui do lado. Não esquece de curtir, compartilhar, se inscrever e dar uma olhadinha nos nossos amigos do T2 Educação. No link vai est na descrição do vídeo, no primeiro comentário fixado. Valeu,

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