POR QUE RICO ODEIA METRO? | CORTES do EDSON CASTRO
0Quero começar o papo de uma treta pesadíssima e vou usar o querido Raul Just Lores aqui para ele fundamentar um pouco do que eu tô falando. Raul que estamos tentando trazer aqui pro nosso podcast. Sou muito fã do Raul. Ele apresenta o canal São Paulo nas alturas. Ele tem um livro muito bom. E esse aqui é um podcast que ele gravou com o pessoal do Rivon News, que é outro podcast muito legal. E ele tá tendo um papo aqui sobre São Paulo, mas que vale para qualquer capital. Vocês já vão entender. Nada me irrita mais que essas pessoas que dizem: “Ah, o IBer é bom de segunda a sexta”. Quando está faz, ou seja, ou você mora numa metrópole ou você se esconde numa fazenda. Tem gente aqui com mentalidade de fazenda dentro da metrópole. É coisa do gente diferenciada, né? Na estação de metrô lá em Genópolis, na frente da FAP. Sempre. Eu acho que a associação de moradores foi contra, né? Hoje, hoje há vários bairros de São Paulo lutando nos bastidores contra metrô. Mas isso acontece na zona sul do Rio de Janeiro, por exemplo, Jardim Botânico e Gávia tem um metrô que não sai porque a Associação de Moradores também não quer que isso aconteça, porque senão você vai inundar de gente. Claro, vai ter camelão na porta e vai ter gente andando, vai ter uma mistura que a gente não quer. Olha, eu fiz um vídeo no YouTube chamado Racha nos Jardins, que era sobre a proibição de restaurantes, cafés, bares no Jardim Europa e Jardim América, que entre nós pessoas que vão jantar e vão beber nos bairros dos outros. Então, perrengue na casa do outro pode. Na minha eu quero sossego. Po, min. E aí teve uma moradora dos jardins com nome, sobrenome que deixa o seguinte comentário. Ou seja, não é um robô. Claro, ou seja, uma pessoa que existe. Falou assim, o problema não é o restaurante, o problema é o valet, é o garçom, é o cozinheiro que vai bagunçar a nossa rua, quem lhe serve, né? É. Então o restaurante rico e a clientela rica não seria um problema. É muito chocante, né? É, é. Eles fazem algumas referências aqui, alguns papos que já rolaram aqui em São Paulo ou no Brasil e que é legal vocês saberem. Mas antes, deixa eu agradecer o meu mano aqui, ó, o a Robson fez aqui um super chat de R$ 50. Muito obrigado, Robson. Tô passando só para agradecer pelos anos de dicas que me ajudaram a me vestir melhor. Valeu, irmão. Um abração para você, mano. Muito obrigado. E meus amigos aqui se tornaram membros do clube do canal, Felipe, o Flávio e o Carlos. Sejam bem-vindos agora que são amigos do Castrinho. São citados aqui nesse corte alguns algumas passagens muito famosas das histórias das grandes cidades aqui. Uma delas é essa questão da gente diferenciada de São Paulo. tinha uma estação de metrô que era para ter aberto ali na região do Igenópolis e que eu acredito que hoje já abriu e que teve uma briga muito grande onde a associação de moradores foi a público falar que era contraabertura daquela estação de metrô porque ia levar gente diferenciada pro bairro e eles barraram a criação dessa estação de metrô. Ou seja, você que aqui, ó, até achei a matéria aqui. Moradores do Genópolis se mobilizam contra a estação de metrô. Grupo iniciou o movimento do bairro central para impedir a construção da estação angélica. Ah, então é uma estação que não foi aberta. Não existe essa estação. Não, não é aópolis Maquense, é a outra. na Angélica, essa situação não existe. James Simino, inclusive que eu já fui entrevistado por ele, já conheço James. Em abaixo assinado, a associação alega que já outra estações por perto e que a obra deveria ser na praça Charles Miller. Um grupo de moradores de Genópolis iniciou o movimento contra o objetivo de impedir a construção da estação angélica da futura linha laranja do metrô, né? É, não é Maquense, que é amarela, não. A nova estação deve ocupar o espaço onde hoje há o supermercado Pão de Açúcar na esquina da Vina Angélica Corro Sergipe. Mano, essa estação não existe. Eh, a obra prevê desapropriação. Abaixo assinado elaborado pela associação define de genópolis, espalhado por diversos condomínios da região contesto do projeto. A principal alegação é que num raio de 600 m já existem mais quatro estações e que a construção deveria ser feita na praça Charles Miller para atender estudantes da FAP e frequentadores do estádio Paquembu. No mesmo documento, os moradores manifestam preocupação de que a obra, olha só aqui, ó, olha que delícia. Olha que delícia. Os moradores manifestam a preocupação de que a obra aumente o fluxo de pessoas na região, especialmente em dia de jogos e de show e de ocorrências indesejáveis. Outro receio diz o documento que a estação vira um atrativo para camelô. Para o engenheiro Mário de Carvalho, síndico de edifício Palmeres e um dos criadores manifesto a contrariedade à obra da natureza técnica. Eu não sou contrometror passar pelo bairro, mas a estação fica menos de 1 km da estação beleza. Tã eles chamam essa linha de universitária, mas ela passa pela PUC, pelo Maquenson, passa pelo FAP. Aqui, ó, gente diferenciada. Enquanto escolhe produtos no tradicional Bos vinhos da R Sergipe, cujo imóvel pode ser desapropriado pro metrô, a psicóloga, psicóloga, hein, que trabalha e mora num bairro, disse contrário à obra. Eu não uso o metrô e não usaria. Isso vai acabar com a tradição do bairro. Você já viu, gente, o tipo de gente que fica ao redor das estações de metrô, drogados, mendigos, uma gente diferenciada. Essa matéria daqui, mano, é bizarra. Essa matéria aqui é um clássico do do jornalismo brasileiro, do urbanismo brasileiro. Isso aqui mostra muito como funciona a associação de moradores de bairros ricos, né? E o Raul, ele cita a questão ali do Jardim Europa. Eu não sei se vocês sabem, mas o Jardim Europa não pode ter restaurantes no Jardim Europa. E isso é por conta da associação de moradores e por causa de pessoas muito influentes, né, de famílias, de vereadores, de embargadores, deputados que moram da região do Jardim Europa e eles proíbem a criação de restaurantes na região do Jardim Europa. Antes de continuar esse vídeo, quero avisar que no dia 16 de agosto, sábado, eu vou estar na livraria Martins Fontes, na Avenida Paulista 509, pro lançamento do meu livro. Tudo que seus pais não te ensinaram, mas você deveria saber. O evento é gratuito, começa às 11 horas da manhã, num sábado, fica próximo à estação Brigadeiro do Metrô e eu vou estar autografando livros. Você pode levar o livro que você já tem, você pode comprar um livro lá ou você pode só aparecer para me dar um oi sem nada, sem precisar gastar dinheiro, só para tirar uma foto, só para conversar. É oportunidade da gente se encontrar. Então, sábado, 16 de agosto, 11 da manhã, te encontro na Avenida Paulista 509, Livraria Martins Fontes, pro lançamento do meu livro. Aproveita, curte, compartilha, se inscreve e é nós. Então, vamos ver se vocês estão entendendo exatamente o que eu tô falando aqui, ó. Existi um bairro cujos moradores são tão influentes na prefeitura que eles conseguem proibir o que eles quiserem. E você, Zé, que mora aí na Vila Matilde, que mora na cidade patriarca, que tem o pancadão tocando na sua casa, na frente da sua casa, a madrugada inteira, tu liga pra polícia, ninguém vem. Porque a justiça e a prefeitura, ela só existe para um grupo de pessoas, não existe para todos. A polícia só atua para um lado e o urbanismo ele só funciona para quem paga muito. Ou para nem para quem paga muito, né? Porque essa galera normalmente não paga tanto assim, não, né? Pelo contrário, né? Proporcionalmente paga bem menos que a gente. Mas para quem tem influência, para quem senta nas mesas certas, para quem manda nas pessoas certas, para quem tem cargo, para quem tem sobrenome, para quem carrega aí herança genética de famílias há anos. E no Brasil a gente tem esse problema grande que é uma boa que eu falo para vocês, o metrô no Brasil não é pra gente rica. Só que você pega cada um desses daí, coloca eles em Nova York, Londres, Paris, Barcelona, Milão, tá todo mundo andando de metrô feliz, sorrindo. Ai, o metrô de Nova York é tão confuso. Ai, amiga, passeei desci no Westend. Ai, desci na 42 com a quinta. Ai, que loucura. Ai, amiga, peguei o tube em Londres. Ai, o metrô de Paris. tão chique. E é justamente você entender porque que essas cidades são tão boas, onde tem uma qualidade de vida tão grande, que é justamente por apostarem num modal que é o metrô, que é um modal rápido, é um modal que não tem trânsito, é um modal que ele passa por baixo da terra, que ele eh circula a cidade e mesmo assim a gente não aposta porque não é coisa de rico. E olha o que eu vou falar uma coisa ainda, tá? Olha que doido, olha, olha que contradição. Mesmo o metrô de São Paulo não sendo uma coisa de rico, tá? Não sendo uma coisa de rico. Dificilmente você vai ver um rico pegando o metrô às 5 da manhã, às 6 da manhã, do mesmo jeito que a gente vê Ken Revives, a gente vê outras celebridades pegando o metrô em Nova York, em Paris, esse tipo de coisa. Se você olhar onde estão as principais estação de metrô de São Paulo, elas, mano, elas preenchem os principais bairros ricos da cidade, porque só no higienópolis tem pelo menos umas quatro, cinco estações de metrô que suprem aquela região. Então, se você for olhar ali a região do Igenópolis, a região da Paulista, região da Vila Mariana, a região de Moema, você vai ver quantidade de metrô que tem. Agora você vai olhar pro extremo da zona leste. Olha a quantidade do tamanho da zona leste, a profundidade da zona leste e o quanto que a linha vermelha supre a necessidade de transporte público da zona leste. Olha pra zona norte, o quanto que a zona norte é grande. A zona norte ela é larga, ela é muito larga. E você olha paraa linha azul, ela é uma linha reta que vai ali até o Tucuruvi. Você falou: “Pô, mas cadê as estações pro lado, irmão? Como é que você supre todo esse lado daqui? Não supre. Não supre. Então é uma contradição absurda o quanto que a gente não investe. Vamos falar do ABC. Então é assim, é uma coisa muito louca o quanto que a gente dá um valor muito grande para isso em outros países. Em outros países é hype, é legal, é divertido andar em ônibus de dois andares em Londres é pô, é legal tirar uma foto, é hype, é cool, é uma experiência antropológica, mas andar de ônibus no Brasil é coisa de [ __ ] que pegue fogo os ônibus que se danem, né? Que peguem fogo, que se danem. E assim, eu morei em Londres, deixa eu falar uma coisa para vocês. Os ônibus de dois andares bonitinho que vocês veem, que é legalzinho pra foto, aquele é um buzão, tá? Tem gente fedida. Tem, é cheio às vezes, às vezes tá sujo para [ __ ] porque é um buzão, não é uma coisa, nossa, que incrível, não. Já peguei ônibus em São Paulo muito mais limpo do que ônibus em Londres. E acho que é uma questão que a gente precisava discutir que um transporte público de qualidade pra população, ela é uma questão de urbanismo que privilegia todo mundo. Você cobrar a existência de um bom transporte público, você obstrui trânsito, você melhora a qualidade dos serviços, você melhora a qualidade de vida das pessoas, você melhora a qualidade do ar da capital. Ou seja, você pensar no coletivo, você pensar no todo, deixa eu pensar em todas as pessoas que moram nessa capital daqui. Você faz com que aquela capital seja melhor, aquela cidade seja melhor. Mas é um contrassenso. Porque ao pensar só no individualismo de uns, ao pensar no não do outro, você torna um problema maior. Ah, não, a gente vai privilegiar só uma galera que for pau no cu das outras, mas todo mundo acaba acaba sendo prejudicado nessa, porque essa que é a grande lógica da cidade. A cidade ela é uma junção de várias coisas. Então, se só um lado ganha, todo mundo se ferra, entendeu? Todo mundo se ferra. Porque é só você olhar o trânsito de São Paulo. Porque o trânsito de São Paulo é insuportável, porque a gente nunca investiu na quantidade de de transporte público o qual a cidade precisava. Pô, você vai colocar 20 milhões de uma de pessoas no mesmo lugar e tu acha que tu não vai precisar de um de um transporte público forte? Tem cidade com menos gente que isso, com mais metrô. É, é uma conta simples, cara. Você acha que você não vai fazer isso e vai est tudo bem? E aí o rico ele tá precisando fazer tipo sempre escalar, né? Porque antes o rico ele não ia de metrô, ele ia de carro. Agora ele fala o quê? Pô, como é que eu vou vou ter que ir? Vou ter que ir de helicóptero, sabe? E e é isso que a gente não tá falando de outras cidades, que nem comentou aqui no chat, pô, Campinas não tem metrô. O Rio de Janeiro, o metrô do Rio de Janeiro, desculpa, gente. Ai, o Rio de Janeiro melhor que São Paulo. Ai, gente, o Rio de Janeiro é uma piada. O transporte público do Rio de Janeiro, o transporte público do Rio de Janeiro é uma piada. É uma piada. É que carioca adora ser piada. Carioca acha engraçado. Ah, mas minha vista é linda, pô. Legal que você tá preso no buzão vendo aí essa vista daí, pô. comemora bastante essa vista, porque o senor de transporte público da sua cidade, assim como outras coisas, é uma piada absurda. É uma piada absurda o que fazem no Rio de Janeiro e não existe um plano sério de criar um transporte público de qualidade naquela cidade. É uma piada. É uma piada assim, é o bagulho de você ficar, de você ficar ofendido como não supre a necessidade das pessoas, principalmente, que moram em regiões periféricas. E ninguém leva a sério isso. Por qu? Ah, porque tem outro, ah, porque tem a vista. Ai, mas ai o o corcovado Cristo, ai não sei o quê. Ele é lindo. Então beleza. Então beleza. Então tá ótimo. Então essa é a prioridade. Então vai lá, né, pô? BH, sabe assim? A gente é muito louco. Assim, o Brasil em transporte público é uma piada. A gente privilegiou o modal de carro e de ônibus rodoviário e a gente paga o preço agora com gasolina na cara, com poluição, com montadora. É isso, gente. Com o o automóvel a o R$ 100.000, o mais barato de entrada. Não é toa que São Paulo tá sendo inundada por moto e tanto transporte e tanto acidente de moto, né? A gente não tem trem, pô. É uma doideira assim você não ter um transporte muito rápido. Então tô falando um transporte, estou falando um transporte muito rápido que ligue São Paulo ao Rio de Janeiro ou São Paulo a Santos. Deveria ter um trem bala que ligue você de São Paulo a Santos, porque não faz sentido, sabe? Não faz sentido. E assim, e são coisas que a gente precisa eh precisava para ontem, porque tem coisas de de aqui do Brasil que são muito próximas, cara. São muito próximas. A gente não consegue acessar com facilidade. A gente não consegue acessar com facilidade. Mas aí comemora, né? Enquanto o rico, né? Ele anda aqui, anda de helicóptero, anda de carro blindado. Desceu em Paris, pum, tá lá com celularzinho dele batendo na catraca do metrô, andando com tranquilidade. Mas a gente aqui no Brasil, que se [ __ ] que se [ __ ] Não, BRT no Rio de Janeiro é uma piada, tá? Porque o BRT era para ser um metrô, né? É, exatamente. O a o o modal BRT é uma piada e estão tentando fazer isso no Brasil, no São Paulo também, né? Finge que é um metrô, que é um ônibus numa faixa exclusiva ali bem meia boa. Isso é bizarro. Esse que você acabou de assistir é um corte das lives que acontecem todas as terças e quintas às 10 da manhã. Todos os domingos às 9 da noite no canal Edson Castro Oficial. Não esquece de curtir, compartilhar, se inscrever e é nós.







