Por Que Todos os Planetas Giram no Mesmo Plano?
0muitos sistemas planetários espalhados pelo universo lembram o nosso são compostos por planetas orbitando uma estrela central o nosso recebe o nome de sistema solar porque a palavra sol vem do latim soles e tudo que se refere a ele é portanto chamado de solar desde os tempos antigos astrônomos que observavam o céu noturno notaram algo curioso todos os planetas do nosso sistema como Mercúrio Vênus Marte e os demais seguem trajetórias que estão quase no mesmo plano mas por quê isso parecia mais do que uma coincidência e uma explicação era necessária hoje temos uma boa ideia do motivo acredita-se que essas órbitas são coplanares porque na origem do sistema solar os planetas nasceram de um disco plano de poeira e gás que girava em torno do jovem sol esse disco protoplanetário era achatado e por isso os planetas que se formaram dentro dele acabaram girando em órbitas quase alinhadas como se fossem peças girando sobre o mesmo vinil vamos explorar isso em mais detalhes ao expandirmos nosso olhar para além do sistema solar encontramos os chamados exoplanetas planetas que orbitam outras estrelas e aqui a diversidade é surpreendente em alguns deles pode literalmente chover diamantes alguns têm núcleos de ferro outros de gelo há exoplanetas que giram no sentido horário outros no antihorário alguns devagar outros de forma vertiginosa alguns têm tamanhos colossais outros são parecidos com a Terra em certos casos eles podem até sustentar grandes oceanos e abrigar condições favoráveis à vida já outros estão tão próximos de suas estrelas que passam por intensas forças de maré sendo constantemente aquecidos e até submetidos a erupções vulcânicas violentas se há algo que aprendemos até agora com o estudo de exoplanetas é que a variedade dos planetas é imensa mas apesar de tanta diferença todos têm algo em comum todos se formaram em discos circunstelares estruturas achatadas de poeira e gás que envolvem uma estrela em formação como isso acontece vamos voltar ao começo usando o nosso sistema solar como exemplo tudo começa com uma nuvem gigante de gás e poeira chamada nebulosa essa nuvem estava em um estado de equilíbrio instável como uma pilha de cartas prestes a desmoronar bastaria uma pequena perturbação para que a gravidade entrasse em ação puxando tudo para o centro e iniciando um colapso gravitacional e o que poderia causar esse colapso é provável que o evento que desencadeou o colapso tenha sido externo à própria nuvem e uma das hipóteses mais aceitas é que uma supernova próxima a explosão violenta de uma estrela massiva tenha gerado uma onda de choque capaz de empurrar essa nuvem instável para o colapso ou seja a morte de uma estrela pode ter sido o gatilho para o nascimento do nosso sol a medida que a nuvem encolhe e se torna mais densa ela se aquece o calor aumenta a pressão que começa a atuar contra a gravidade quando essas duas forças entram em equilíbrio ou seja quando a pressão interna equilibra a gravidade que puxa tudo para o centro temos o nascimento de uma estrela estrelas como o nosso sol são bolas imensas de gás quente nascidas do colapso de nuvens frias de poeira cósmica acreditamos que a maioria das estrelas nasceram assim e o que vem depois embora nem tudo seja totalmente claro sabemos que um disco de matéria continua girando ao redor dessa nova estrela esse material não cai direto em direção ao centro mas sim espirala-la como água descendo por um ralo esse movimento rotacional deixa marcas a rotação do Sol a rotação dos planetas em seus próprios eixos e até o movimento orbital dos planetas ao redor do Sol são heranças desse giro primordial do disco nas regiões mais distantes da nuvem de gás primordial longe do centro onde o sol estava nascendo o material restante continuou girando e aí aconteceu algo simples mas essencial esse material começou a se espalhar e se achatar formando um disco fino e rotativo esse é um princípio básico da física e um bom exemplo disso pode estar na sua lavanderia sabe quando a máquina de lavar entra no modo de centrifugação as roupas são jogadas contra as paredes e giram formando uma espécie de disco o mesmo tipo de processo aconteceu com a poeira cósmica ao redor do sol bilhões de anos atrás esse achatamento do disco aconteceu por causa de um fenômeno chamado conservação do momento angular ou seja o giro inicial da nuvem não se perdeu mas se transformou em rotação mais organizada com o tempo pequenas partículas começaram a colidir se unir e formar planetezimais que foram se juntando em estruturas cada vez maiores até dar origem aos planetas como conhecemos hoje até hoje os principais corpos do sistema solar giram em torno do Sol quase no mesmo plano um plano que chamamos de eclíptica essa é inclusive a explicação mais elegante e direta para o motivo de os planetas seguirem órbitas tão alinhadas todos nasceram no mesmo disco giratório mas o sistema solar vai muito além dos planetas com um telescópio conseguimos observar vários corpos menores como asteroides cometas e nuvens de poeira cósmica acreditamos que esses pequenos corpos são as sobras da formação planetária fragmentos antigos que nunca chegaram a se transformar em planetas ou luas suas órbitas costumam ser mais inclinadas do que as dos planetas o que sugere que ficaram de fora do processo principal de formação que ocorreu no disco achatado grande parte desses escombros cósmicos orbita entre Marte e Júpiter numa região conhecida como cinturão principal de asteroides lá encontramos desde corpos relativamente grandes como vesta que tem cerca de 530 km de diâmetro até fragmentos com menos de 10 m e por mais que sejam muitos a massa somada de todos esses asteroides é menor do que a da nossa lua alguns asteroides especiais chamados de troianos viajam na mesma órbita que Júpiter posicionando-se à frente ou atrás dele outros conhecidos como Naos Near Earth Objects ou objetos próximos da Terra passam perto do nosso planeta e são monitorados com atenção e com razão dependendo do tamanho e da trajetória um asteroide pode representar um risco real à Terra por isso agências espaciais como a NASA estão trabalhando em estratégias de defesa planetária um exemplo é a missão d’arte lançada em novembro de 2021 essa missão teve como objetivo colidir intencionalmente com o asteroide de Morfus que faz parte de um sistema duplo chamado Didimus e funcionou no dia 26 de setembro de 2022 a Dart conseguiu desviar a trajetória do asteroide a primeira vez na história em que a humanidade alterou a órbita de um corpo celeste agora que sabemos que os planetas tendem a orbitar no mesmo plano será que todos realmente seguem exatamente esse padrão aqui da Terra usamos a órbita do nosso planeta ao redor do Sol como referência para medir tudo no sistema solar do nosso ponto de vista parece que o sol se move ao longo de uma linha inclinada em relação ao nosso eixo de rotação com uma inclinação de 23,5º esse caminho aparente do Sol no céu ao longo do ano é o que chamamos de eclíptica essa inclinação não é do plano orbital da Terra mas sim do eixo de rotação terrestre em relação a esse plano ou seja por convenção dizemos que a Terra tem uma inclinação orbital de 0º e usamos isso como base para medir a inclinação dos demais corpos por exemplo Marte tem uma inclinação orbital de apenas 1,8º enquanto Mercúrio um pouco mais rebelde tem 7º como vimos até aqui os planetas do sistema solar costumam seguir órbitas quase circulares bem comportadas girando em torno do sol como se estivessem dançando em uma pista de bolliche cósmica mas nem todos seguem esse padrão um exemplo clássico de exceção é Plutão a órbita de Plutão é bem diferente mais alongada e inclinada parecendo um círculo espremido com uma inclinação de 17º em relação ao plano da eclíptica por causa disso ele tem um comportamento orbital bem peculiar em certos momentos de sua trajetória Plutão chega a ficar mais próximo do Sol do que Netuno isso realmente aconteceu entre 7 de fevereiro de 1979 e 11 de fevereiro de 1999 quando Plutão furou a fila e temporariamente passou à frente de Netuno mas por que isso acontece primeiro porque Plutão é pequeno muito menor do que os planetas clássicos e tem pouca massa segundo porque ele está em constante interação gravitacional com Netuno essas interações tornam sua órbita caótica no sentido científico da palavra pequenos fatores podem influenciar seu movimento a ponto de se tornarem imprevisíveis com o tempo por isso os astrônomos não conseguem prever com exatidão onde Plutão estará daqui há digamos alguns milhões de anos tudo isso nos leva a uma constatação fascinante o universo como o conhecemos hoje é resultado de processos físicos que se desenrolaram ao longo de bilhões de anos em muitos casos as formas e movimentos que observamos como os discos planetários ou as espirais das galáxias podem ser explicados por leis físicas relativamente simples mas ao mesmo tempo o cosmos é repleto de dinâmicas caóticas em que uma pequena perturbação inicial pode gerar consequências inesperadas e complexas no futuro é por isso que alguns planetas possuem órbitas altamente inclinadas como Plutão ou porque certos sistemas de luas e planetas mostram comportamentos que fogem do padrão um exemplo próximo e conhecido é o da Lua que está se afastando lentamente da Terra cerca de 3,8 cm por ano um efeito pequeno mas real esses efeitos caóticos são em geral quase invisíveis no curto prazo ao longo da vida humana que é um sopro em comparação à idade do universo esses fenômenos parecem estáticos isso é bom para nós porque nos permite estudar e prever muitos comportamentos celestes com segurança mas em escala cósmica tudo está em movimento e a imprevisibilidade é parte da beleza do universo quer continuar explorando os mistérios do sistema solar confira nossos ebooks exclusivos perfeitos para quem quer se aprofundar ainda mais nessa jornada o guia definitivo do sistema solar neste e-book você terá acesso exclusivo a imagens incríveis e conhecimentos fascinantes sobre os 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