Putin e a sua “ofensiva final” – 50 dias para tentar conquistar o máximo de território possível
0Caros amigos, bem-vindos a mais um episódio de hoje no mundo militar. Neste vídeo falaremos sobre a forma como Vladimir Putin encara o prazo de 50 dias dado por Trump para a Rússia firmar um acordo de cessar fogo com a Ucrânia e de como isso indica que as próximas semanas poderão ser das mais sangrentas e terríveis de toda a guerra. No dia 14 de julho de 2025, Trump anunciou uma mudança profunda na sua abordagem em relação à guerra na Ucrânia. Após mais uma ligação frustrante com Putin no início do mês, o presidente americano declarou que a Rússia tem 50 dias para concordar com cessar fogo ou enfrentar tarifas muito severas de 100%. incluindo sanções secundárias que afetariam países como China, Índia e Brasil, os principais compradores de petróleo e combustível russo. Isso representaria um golpe fatal na economia russa, que ainda fatura bilhões, apesar das sanções ocidentais existentes. Paralelamente, Trump retomou o fornecimento de armas avançadas para a Ucrânia, como Missais Patriot e outros equipamentos top de linha, só que financiados por aliados europeus, como a OTAN e União Europeia, que a partir de agora comprarão diretamente dos Estados Unidos. O que garantirá, segundo o presidente Trump, um fluxo recorde de armas e munições para a Ucrânia. Armas que Trump fez questão de frisar não serão apenas defensivas. mas também ofensivas. Essa dupla abordagem vem após meses de negociações frustradas, onde prazos anteriores, como os vários períodos de duas semanas dados por Trump, foram solenemente ignorados por Putin, que se aproveitou da hesitação de Trump para aumentar ainda mais a brutalidade dos ataques contra cidades ucranianas. A reação russa diante dessa nova abordagem foi imediata com o Kremlin rejeitando Ultimato como inaceitável. Desde a divulgação do prazo de 50 dias, a Rússia intensificou seus ataques com centenas de drones e dezenas de mísseis sendo lançados praticamente todas as noites contra alvos civis na Ucrânia, com diversos analistas apontando que Putin está usando esses dias para maximizar os danos. e tentar a todo custo acumular novos ganhos territoriais com informes de inteligência da Ucrânia e de outros países aliados, sugerindo que Putin pode estar preparando uma ofensiva final com até 150.000 soldados que seriam lançados em diversos setores da linha de frente para tentar acumular conquistas territoriais antes do prazo de 50 dias terminar. Enquanto o presidente dos Estados Unidos vê esse ultimato como uma oportunidade para se chegar a um acordo de paz, Putin vê como uma oportunidade para causar ainda mais devastação na Ucrânia antes de finalmente ter de se sentar na mesa de negociações. Vamos então analisar os pontos positivos e negativos dessa iniciativa de Trump e os possíveis impactos que o prazo de 50 dias terão sobre a invasão. Começando pelos aspectos positivos, esse ultimato representa uma virada profunda na postura de Trump em relação à Rússia. inicialmente criticado pela sua proximidade com Putin e declarações e posicionamentos amistosos, Trump agora não apenas expressa decepção, mas avança com medidas concretas para reforçar a defesa ucraniana, com uma iniciativa que prevê a venda de armas a aliados europeus da Ucrânia, que se encarregarão de fornecê-las para Kiev, e as sanções secundárias contra países que sustentam a invasão russa da Ucrânia, como China, Índia e Brasil, com esse novo posicionamento de Trump, podendo recalibrar as negociações e forçar Putin a considerar o custo econômico. E apesar do histórico de Putin não ser favorável, é innegável que esse prazo dado por Trump abre uma janela para negociações, ou, no extremo, indicará a Trump de forma clara e definitiva que Putin realmente não está disposta a procurar uma solução diplomática para a sua invasão. E isso nos leva aos pontos negativos do prazo dado por Trump, com o principal sendo de que Putin encare esses 50 dias como um sinal verde para intensificar a agressão, com diversos analistas alertando que a Rússia usará esse período para capturar o máximo de território possível, principalmente no Dombás ucraniano. Com o verão favorecendo operações ofensivas, Putin poderá lançar ataques massivos. E de fato, relatos falam de preparativos para uma grande ofensiva, alinhados com rumores de 150.000 soldados mobilizados. Isso resultaria em mais mortes civis e em ainda mais destruição de infraestruturas, como visto nos recentes bombardeios russos que mataram dezenas de pessoas em Kiev. O histórico de Putin agrava a situação após ignorar prazos anteriores, como o de 30 dias para uma trégua de ataques contra infraestruturas energéticas em março desse ano. Outro ponto negativo é que a retomada no envio de armas americanas para a Ucrânia poderá motivar Putin a acelerar ofensivas antes que elas cheguem ao fronte. Apesar do anúncio de Trump e de indicações de que as novas armas já estão fluindo da Polônia para o interior da Ucrânia, analistas acreditam que poderá levar de duas a três semanas até que esse novo fluxo de armamentos comece a fazer algum efeito na linha de frente, o que pode incentivar Putin a avançar o mais rapidamente possível e com o máximo de força antes que isso aconteça. E de fato, no pronunciamento oficial do Kremelin, os russos disseram que essas novas medidas resultarão em uma escalada perigosa, sugerindo que os russos realmente estão em vias de escalar ainda mais o nível de agressividade da sua invasão durante o prazo dado por Trump. Economicamente, o prazo de 50 dias permite que Moscou prepare contramedidas, como novos acordos com China, Índia e Brasil, e a procura de novos parceiros ou o reforço de parcerias comerciais já existentes com países que não tenham tanto receio de sanções secundárias. Em outras palavras, esses 50 dias podem dar a Putin tempo mais do que suficiente para se preparar economicamente para a perda de alguns parceiros comerciais. Diante disso tudo, levanta-se uma questão importante. Esse prazo de 50 dias dado por Trump é positivo para a Ucrânia? Em resumo, não inteiramente. Há elementos muito positivos, como a renovação do envio de armas americanas, mas o prazo de 50 dias, além de incentivar Putin a atacar com ainda mais força, tentando consolidar e ampliar ganhos territoriais, também lhe dá tempo suficiente para se preparar para as prometidas sanções. E isso se forem realmente aplicadas por Trump. Como disse a deputada ucraniana Kira Rudick, as medidas anunciadas por Trump têm um sabor agri doce, pois são muito positivas pelo lado da retomada do fornecimento de armas, mas são negativas, pois dão a Putin uma motivação, um incentivo e, acima de tudo, um tempo extra para reforçar ainda mais a brutalidade da sua invasão. Em outras palavras, o prazo de 50 dias de Trump pode estar sendo visto por Putin como a meta para uma ofensiva final, uma espécie de tudo ou nada visando a destruição completa ou a conquista daquilo que tanto deseja na Ucrânia. [Música]