“Putin fala bonito, mas não é um homem de palavra” Por que Trump está voltando a apoiar a Ucrânia?
0Caros amigos, bem-vindos a mais um episódio de hoje no mundo militar. Neste vídeo falaremos sobre o presidente Trump está ativamente reorientando os Estados Unidos de volta ao esforço defensivo da Ucrânia contra a invasão russa. Mas o que o fez mudar assim tanto de posicionamento. riviraavta surpreendente marcou a política externa dos Estados Unidos com o presidente Trump, que até recentemente demonstrava pouco entusiasmo em continuar apoiando a Ucrânia militarmente, anunciando o envio de novos sistemas de defesa aérea Patriot para o país, indicando uma mudança profunda na sua postura com relação ao conflito. Trump não apenas confirmou a entrega dos patriots, como também declarou que equipamentos militares altamente sofisticados serão enviados com o compromisso de que a Ucrânia e os seus aliados da OTAN reembolsem integralmente os custos. Ou seja, os Estados Unidos apenas venderão as armas que serão pagas pelos membros europeus da OTAN e pela União Europeia. Mas por que essa mudança de Trump justamente agora? O próprio presidente Trump tem repetido que Vladimir Putin o surpreendeu de forma negativa, referindo-se ao padrão do líder russo de aparentar cordialidade durante o dia e ordenar bombardeios à noite. Toda essa mudança na retórica é gritante, pois durante a campanha eleitoral, um dos pilares do discurso de Trump era a sua promessa de encerrar rapidamente a guerra, alegando que só ele teria a autoridade e o respeito necessários para lidar com Putin e dizendo mesmo várias vezes, que terminaria o conflito em apenas 24 horas. No entanto, após assumir o cargo, adotou uma abordagem mais distante, chegando a culpar a própria Ucrânia pela invasão e acusando o presidente Zelensk de, ao se defender da invasão russa, estar levando o mundo em direção à terceira guerra mundial, em um encontro altamente conturbado na Casa Branca, que culminou com um ato até então inédito na história diplomática dos Estados Unidos, quando a comitiva ucraniana foi expulsa do local. Trump também fez muitas declarações minimizando os riscos representados por Moscou e oferecendo a Putin garantias públicas de que a Ucrânia jamais entraria na OT. Mas o posicionamento de Trump não se limitou ao discurso e em pelo menos três ocasiões, o Pentágono cortou o fluxo de armas e munições para a Ucrânia, com destaque para este mês de julho, com Pitt Hexet ordenando a paralisação dos envios e justamente durante a ofensiva russa de verão e enquanto Putin bombardeava as cidades ucranianas praticamente todas as noites com centenas de drones e dezenas de mísseis. E mesmo quando o presidente Trump confrontava Putin de forma um pouco mais direta e contundente, as suas declarações eram sempre vagas. Com Trump ficando conhecido por ter dado por três vezes um prazo de duas semanas para Putin provar que queria paz com Putin, como era de se esperar, mostrando nessas três ocasiões que não quer a paz. Mas agora a narrativa de Trump parece ter mudado com o novo plano revelado na cúpula da OTAN em junho, prevendo a venda de armamentos norte-americanos para os europeus, que por sua vez os repassarão para a Ucrânia, uma solução que agrada muito a Trump. É importante frisar que a percepção que os europeus e os norte-americanos têm da Rússia, da guerra e particularmente de Vladimir Putin, varia muito. Para os líderes europeus, a invasão russa da Ucrânia é vista como apenas a primeira etapa em um plano russo muito mais amplo e que envolve, segundo as palavras do próprio Putin, restabelecer a esfera de influência da Rússia imperial em todo o leste europeu, o que inclui no futuro, ataques e invasões contra países como Finlândia, Lituânia, Letônia, Suécia e Estônia. Mas para os norte-americanos, principalmente para a ala republicana e para a base de apoio de Trump, aquela não passa de mais uma guerra europeia na qual os Estados Unidos não podem e não devem se envolver. Dentre os armamentos destacados para envio imediato estão os sistemas Patriot, uma das defesas antiaéreas mais avançadas do mundo. Apesar da Ucrânia já ter recebido cerca de 13 unidades, esse número ainda é insuficiente para fazer frente aos crescentes ataques russos com mísseis. Enquanto isso, o secretário de estado dos Estados Unidos, Marco Rúbio, indicou em um fórum em Qualalumpur que parte desses equipamentos poderá ser desviada de bases da OTAN na Europa, acelerando muito a entrega aos ucranianos, pois não seria preciso produzi-los. Um processo que levaria longos meses. Alemanha e França também se posicionaram favoráveis ao fornecimento de mais patriots, com o chanceler alemão Frederich Mers, inclusive se oferecendo para adquirir pelo menos duas baterias diretamente dos Estados Unidos e repassá-las para Kiev. Em conversas privadas com aliados próximos, Trump admitiu sentir-se enganado por Putin e em diversas declarações públicas, Trump disse que Putin fala bonito durante o dia, mas à noite lança pesados ataques contra cidades ucranianas, dizendo ainda que Putin não é um homem de palavra e que isso o está desapontando muito. Líderes do Senado, como o senador republicano Lincy Grahan, indicaram que grandes pacotes de armas devem ser aprovados em breve, mas Trump, por hora, evita apoiar abertamente novos pacotes de ajuda no Congresso. Uma cautela atribuída ao receio de desagradar a sua base mais isolacionista e ao vice-presidente J Vens, um dos principais críticos do apoio militar direto à Ucrânia. Além disso, o presidente também tem se mostrado ambíguo quanto à imposição de novas sanções. Um projeto de lei com apoio bipartidário, tanto dos republicanos como dos democratas, prevê tarifas de até 500% para países que compram petróleo e gás russos. Uma sanção que, se aprovada, afetará diretamente países como China, Índia e até mesmo o Brasil, que é nesse momento o segundo maior comprador de diesel russo no mundo. Apesar de Trump ter sinalizado interesse nessa sanção, ainda não está claro se ele realmente colocará essas medidas em prática, mesmo se aprovadas pelo Senado. Mas por trás dessas movimentações e novos posicionamentos de Trump, há também uma tentativa de preservar a sua imagem de líder fort. Por exemplo, recentemente, uma conversa telefônica com Putin foi seguida pouquíssimas horas depois por um dos ataques mais brutais e intensos da Rússia contra a capital ucraniana desde o início da guerra, com isso deixando Trump exposto a críticas internas e externas, dando a impressão de que ele havia sido manipulado por Putin, o que com certeza feriu o ego de Trump, contribuindo para essa sua mudança de postura. Por enquanto, a estratégia de Trump parece ser a de manter uma certa distância do conflito, voltando a enviar armas para Ucrânia, mas de forma indireta, transferindo essa responsabilidade para os europeus e limitando a sua própria exposição política. Mas a guerra continua e Putin parece cada vez mais dedicado a aumentar a intensidade dos seus ataques contra cidades ucranianas. Por isso, só o tempo dirá se essa guinada de Trump representa uma mudança genuína ou apenas mais uma jogada tática do presidente norte-americano. I thought he was uh somebody that meant what he said and he’ll talk so beautifully and then bomb people at night. We don’t like that.