RELATOS DE ARREPIAR QUE OCORRERAM EM ACAMPAMENTOS
0[Música] Oi, oi, gente. Sejam muito bem-vindos ao meu canal. Eu sou a Leandra e eu conto relatos sobrenaturais aqui todos os dias para vocês. Bom, se por um acaso você caiu de para-quedas aqui, eu também conto relatos mais curtos no meu TikTok e no meu Instagram. E essas redes sociais estão aqui embaixo na descrição do vídeo. Se por um acaso você tiver aí algum relato para me enviar, os relatos devem ser enviados pro e-mail, que também já fica aqui embaixo na descrição do vídeo. E bom, como vocês sabem, eu não gosto de enrolar na introdução, então já já vamos pros relatos de hoje, tá? Mas antes, não se esqueça de se inscrever no canal, caso você ainda não seja inscrito, de curtir esse vídeo agora no início, porque ajuda muito a divulgar o vídeo aqui na plataforma e de hypar o vídeo se tiver aparecendo aí essa opção para você. Bom, agora sim, recadinhos dados. Vamos ao nosso primeiro relato desta coletânea de hoje. E esse relato se chama A aparição na noite de festa junina. Vamos lá. Eh, oi, oi, tudo bem? Eh, deixa eu só ver se pode. Acho que pode, ela não falou nada. Então, aqui é a Isa e eu gostaria de compartilhar com você um relato que aconteceu comigo e com os meus primos há alguns anos. É uma história que nunca saiu da minha cabeça e por mais que o tempo passe, ela continua viva na minha memória. Talvez porque até hoje a gente nunca conseguiu explicar o que vivemos naquela noite. Espero que você consiga sentir ali nas entrelinhas a mesma estranheza e o mesmo medo que sentimos. Era no começo de junho de 2017 e nós, um grupo de sete primos, todos entre 18 anos, resolvemos nos reunir para preparar a festa junina ali no sítio da nossa tia, que fica no norte do Paraná. A festa seria no entardecer do dia seguinte, então decidimos passar a noite lá, sabe? decorar tudo com calma e dormir todo mundo junto naquela casa velha que apesar de mal cuidada sempre foi um espaço familiar pra gente. Bom, como nenhum de nós tinha carteira de motorista, né, naquela época, então pegamos carona com um tio nosso, que nos deixou por volta das 7:30 da noite. E esse trajeto levou quase 50 minutos. E aí depois da fiscalização ali na rodovia, seguimos por uma estrada de terra até chegarmos no sítio. O lugar ficava assim em uma grande e uma grande clareira cercada por uma plantação densa de eucaliptos. A casa era de madeira, muito antiga, empoerada e com teias e pelos eh e com teias pelos cantos ali da casa e um cheiro forte de mofo. Conseguimos fazer apenas uma limpeza superficial no quarto onde iríamos dormir. E como ia ficar todos ali no mesmo cômodo, né, só limpamos esse mesmo e também o banheiro que iríamos usar e o resto da casa ficou como estava mesmo. Como não havia energia elétrica, usamos lamparinas e também gasolina para poder nos guiar. Alguns primos começaram a decorar a área externa, pendurando bandeirolas e organizando as mesas, e os outros ficaram ao redor da fogueira, onde fazíamos um churrasco. Era para ser um acampamento divertido, sabe? A noite começou leve, estávamos rindo, eh comemos bastante, ouvimos música ali pelo celular e confesso que bebemos um pouco. E sim, alguns de nós até fez o uso ali daquela certa erva medicinal, se é que você me entende. Mas enfim, né? Estávamos todos despreocupados, só curtindo aquele momento juntos. Mas foi aí que tudo começou a mudar e foi do nada. Apareceu um cheiro muito forte de enxofre. que invadiu todo o ar. Não vinha da comida nem da fumaça. Era algo mais denso, quase sufocante. Tentamos ignorar, achando que era só uma impressão, só que não era. Minha prima, eh, minha prima Lorena disse que precisava ir ao banheiro e aí eu a acompanhei com uma das lamparinas. Enquanto ela usava o banheiro, eu fiquei no corredor e eu comecei a ouvir um som muito específico vindo do interior da casa. Parecia o barulho de uma gota grossa de água caindo sobre um pote de ferro. Um som repetitivo, ecoante, como se tivesse vida. Quando ela terminou, seguimos juntas pelo corredor. Foi então que vimos. Na antiga sala de estar, parada no canto mais escuro, havia uma figura. A lamparina não iluminava o suficiente, mas dava para perceber que aquilo era mais escuro do que a própria escuridão. Era como se sugasse toda a luz ao seu redor. E então vimos os olhos. Eram duas brasas alaranjadas, acesas e imóveis. Não havia uma forma definida e nem rosto, só uma presença que fazia o peito pesar. O ar ficou frio, eh o ar ficou denso, né, frio. E eu senti um arrepio tomar eh tomar meu corpo inteiro. Naquele momento, toda a leveza que tínhamos sentido antes desapareceu. O efeito do álcool e da erva sumiram na mesma hora. Eu estava sóbria, mais do que estive em toda a noite. Era como se a minha mente se limpasse para que eu enxergasse aquilo com mais clareza. Aquela coisa não era uma sombra, era uma presença e era maligna. Lorena começou a gritar e eu grudei nela e corremos para fora da casa, tropeçando ali nas pedras ao sair da varanda. Os outros primos assustados pergun eh perguntaram, né, o que havia acontecido e contamos o que vimos, mas ainda estávamos tremendo. Nos sentamos ao redor da fogueira, tentando encontrar nenhuma segurança ali, mas não havia paz e não conseguíamos ir embora. E também não havia sinal de celular e nenhum automóvel. E foi aí que o cheiro de enxofre voltou ainda mais forte. As chamas da fogueira começaram a se comportar de forma estranha. cresciam para os lados, meio que se distorcendo, como se algo invisível estivesse empurrando o fogo. E então, entre os troncos dos eucaliptos, vimos era a mesma figura lá parada, observando os olhos em brasa e aquela escuridão ao seu redor. Não houveram gritos, houve silêncio, um silêncio assustador e denso, até que meu primo Gabriel jogou a água ali sobre a fogueira e então corremos para dentro da casa. Trancamos as portas e janelas e nos reunimos todos no mesmo quarto. As lamparinas ficaram acesas a noite inteira e mesmo com o cheiro da gasolina queimando, ninguém quis apagar. O sono foi perturbado. Pesadelos estranhos, acordadas súbitas, sons do lado de fora, passos, estalos, batidas. Cada ruído fazia o coração acelerar e cada sombra parecia viva. Quando finalmente amanheceu, foi como respirar depois de muito tempo debaixo d’água. O mais estranho de tudo é que naquele dia conseguimos terminar ali a decoração durante a manhã. A família toda chegou com o cair da noite e a festa aconteceu normalmente com músicas, bebidas, comidas típicas, risadas e gente curtindo. Mas nenhum sinal da criatura, nenhum som, nenhuma presença. Foi como se ela tivesse ido embora com a noite. E bom, nunca contamos essa história para ninguém. E às vezes pensamos que poderia ter sido, sei lá, efeito da bebida ou talvez da erva, mas não faz muito sentido. Todos vimos a mesma coisa no mesmo momento e com a mesma clareza. Não foi imaginação e não foi um surto coletivo, foi real. E mesmo hoje, quando eu fecho os olhos, eu lembro e ainda sinto aquele olhar em brasa me observando, como se estivesse esperando uma próxima escuridão cair. Espero de coração que você leia essa história com o mesmo cuidado com que eu escrevi. E se você chegou até aqui, muito obrigada por me ouvir. Um beijo para você, Lilica, e boa sorte nessa sua jornada linda pelo YouTube. Que a sua luz continue alcançando muitas pessoas, assim como alcançou a mim. Hoje eu tenho, hoje eu já tenho 24 anos, mas na época eu tinha 16 e sou formada em letras com muito orgulho. Ah, isso explica o belo texto. Ai ai. Ó, um beijo, tá? Muito obrigada, é, pelo relato, pela escrita que foi assim maravilhosa. Gente, às vezes que eu errei, é eu mesmo que leio uma palavra e falo outra coisa, mas a escrita estava maravilhosa. E também muito obrigada pelo carinho. E, gente, eu juro, eh, não são todos relatos que acontecem isso, mas esse em específico, eu conseguia imaginar perfeitamente como as coisas aconteceram pela forma como ela escreveu. Eu achei muito legal isso, cara. Que legal. Sério mesmo. E mais uma vez muito obrigada por ter enviado. E eu acho que assim, né, gente, era o interior, né? Interior dispensa explicações, eh, tem sempre alguma manifestação sobrenatural acontecendo. E eu acho que quis se apresentar para vocês justamente porque sabia que vocês estavam ali sozinhos, eh, sem carro, sem nada para poder sair dali. E aí quis aproveitar do medo de vocês para dar uma assustada mesmo, sabe? Acredito que tenha sido isso, porque interior é muito comum isso acontecer. E olha, bato palma para vocês, tá? Porque eu achei vocês eh corajosos ir para um lugar assim meio quiermo, sabe? Sem nenhum transporte para voltar. Isso me lembrou um relato que eu contei há muito tempo. E, se eu não me engano, foi lá no TikTok. Não, não foi aqui não. Tenho quase certeza que foi lá. de uma galera que foi para um lugar, eu não lembro se foi acampar, o que que eles foram fazer, mas aí eles foram de carona. Eu só sei que o relato era sobre alguma coisa de sassi e aí eles foram acampar nesse lugar, era um negócio assim e eles foram de carona. Aí, tipo, a carona deixou eles lá e depois essa carona seguiu seguiu o caminho dela. E aí parece que durante ali a noite foi como se tipo Sassi tivesse atacado uma das pessoas, só que aí foi um ataque assim que machucou muito a pessoa e eles estavam tipo no meio do nada, sem carro e tipo, se eu não me engano, era uma época muito antiga, então tipo não tinha celular, meio que ficou acordado que no domingo de tarde essa mesma carona voltaria lá para pegar eles, entendeu? E tipo assim, eu acho pessoas assim muito corajosas, muito mesmo, porque eu jamais faria um negócio desse. Pensa, gente, nossa, jamais vai que acontece um negócio, é ruim, eu tenho muito medo. Mas enfim, ó, um beijo, muito obrigada, tá? E se tiver mais relatos, pode enviar porque a sua escrita foi maravilhosa, gente. Eu amei. Então, vamos lá. O nosso próximo relato se chama A noite mais assustadora da minha vida. Oi, Leandra, tudo bem com você? Eh, meu nome é Karina e o nome das outras pessoas estarão trocados. Bom, vamos para o relato. Era o ano de 2020 e eu e os meus amigos tínhamos o costume de eh de acampar aos finais de semana. Na época éramos eh era ali, né, eu, Vittor, Artur, Felipe, Carol e Sara. E nós acampávamos normalmente na fazenda dos Pais do Vittor, que era o meu namorado na época. Nesse dia em específico, decidimos ir a um outro lugar mais isolado da região. Conversamos com o dono dessa chácara, que era nosso amigo também, e fomos. Arrumamos as barracas, os petiscos, né, para comer, as carnes e bebidas para o churrasco e pé na estrada. Chegando lá, era tudo muito bonito, a sede, né? Eh, assim, o lugar, a sede da dessa chácara e tudo mais, mas ficamos na parte do lago que ficava na na estrada dessa chácara. Arrumamos as barracas. Eh, só que Sara estava meio estranho, estava meio estranha. Ela estava com um pouco de medo por conta do lugar, mas depois de um certo tempo ali, acabou deixando isso para lá. As barracas elas foram posicionadas em lugares estratégicos pra fogueira que fizemos. E até aí estava tudo normal, tava tudo tranquilo. Jantamos e depois sentamos em volta da fogueira. Víor, como sempre, brincando e rindo de tudo, teve a brilhante ideia de começarmos ali a contar histórias de terror. Eu, na hora disordei e falei que não era uma boa ideia, né? Mas os meninos disseram que nada a ver e que não ia acontecer nada de mal. Então começaram. Víor contou sua história. Artur também começou a contar de algo ali que aconteceu com a família dele e tals. E Leandra, te juro, do nada os bois que estavam em um morro que tinha ali no lugar próximo ali, saíram correndo feito doidos e bateram ali na cerca que estava muito próximo ao nosso acampamento, e saíram desesperados para o outro lado do pasto. Achamos que era algum animal que talvez assustou esses animais, mas engano nosso. Passou um minuto e nós começamos a ouvir um açubio baixo, mas que arrepiava até a nossa alma. Nos nós começamos a olhar assim, né? E Felipe até perguntou: “Vocês ouviram isso?” E, cara, geral entrou em pânico. Eh, todo mundo correu para as barracas e os meninos entraram cada uma eh em uma ali, né? E eu fui para a minha barraca também. De repente eu ouvi novamente. Eu até achei que talvez eles estavam brincando comigo. Então eu saí brava da barraca e encontrei todos parados eh do lado de fora olhando ao redor. E foi então que eu percebi que não foi só eu que ouvi o açubio. Eles também escutaram. Bom, eu peguei a lanterna e comecei a iluminar as árvores em volta. Foi quando eu vi uma figura alta. devia ter mais ou menos uns 2 m de altura. Estava eh descendo pelo lado de fora dessa cerca, estava assobiando e rindo. Ele desceu até a porteira e aquele ser usava um chapéu que aparentemente era de palha. Ele parou e ficou encarando a gente ali, sabe? encarando o nosso acampamento. Nós gritamos e perguntamos quem era, mas aquilo não respondia, só ficava lá parado. Então Sara, que até agora não tinha falado nada, disse que disse que ele não ia ultrapassar da porteira. Como? Ah, tá. A Sara, que até agora não tinha falado nada, disse: “Eh, ele não vai ultrapassar da porteira”. E quando ela disse isso, eu ia perguntar, eu perguntei para ela por que ela disse aquilo. E aí foi quando ela disse que ela sentia que aquilo não podia entrar onde nós estava eh onde nós estávamos. Bom, então depois disso, entramos cada um, eh, entramos todos em uma barraca só por conta do medo, né? E daquela hora em diante, ninguém mais dormiu durante toda a noite. E durante todo esse tempo, até o amanhecer, aquilo ficava sobeando. E nós também conseguíamos sentir um cheiro de cigarro. E às vezes esse cheiro ficava forte, depois ficava um pouco mais fraco. E uma coisa que era muito estranha é que ele não ultrapassou em nenhum momento a cerca. Ele ficava o tempo todo lá parado naquele mesmo lugar, como se tivesse vigiando e não pudesse passar. Nós acabamos de eh acabou que nós pegamos no sono depois de muito tempo. Isso já era mais de 3:30 da madrugada e quando amanheceu aquilo tinha sumido, né? Simplesmente desapareceu e não estava mais lá. Logo após que eh logo após ali a gente ter acordado, o caseiro que tomava conta do lugar chegou onde nós estávamos. E aí contamos a história. Ele aparentou não acreditar na gente, mas de qualquer forma arrumamos tudo e fomos embora daquele lugar. Passou-se uma semana e o nosso amigo, que é dono do lugar, mandou uma mensagem para Artur, relatando ter visto a criatura na propriedade também. E até hoje tem relatos de aparição dessa criatura lá nessa região. Bom, não sabemos o que desencadeou, mas nunca mais voltamos lá e paramos de contar histórias em volta da fogueira. Bom, esse foi o meu relato. Perdoe se ficou um pouco confuso ou com erros de português. Sou muito sua fã e vejo todos os os vídeos do canal e obrigada eh obrigado por ler meu relato, ó. Um grande beijo, tá? Muito obrigada por ter enviado a história. Eh, outras pessoas bem corajosas também. Ai gente, acampar assim, eu tenho muito medo. Eu já acampei, já comentei isso aqui com vocês várias vezes, eu já aci, mas eu tenho muito medo, muito. Hoje em dia eu não faço um negócio desse mais não. Ah, hoje em dia eu conto relatos sobrenaturais, né? Vou vou me meter numa dessas. Até parece, mas, ó, acho pessoas corajosas. E assim, eu fiquei e eu fiquei pensando, por que será que ele não podia atravessar? Já parou para pensar que de repente esse lado que vocês acamparam, vamos dizer assim, porque tinha uma cerca, tá? Que essa cerca ela poderia ser para não deixar os bois passarem, né? Mas quem sabe também essa cerca ela não era uma divisa de terreno. E aí esse esse ser de repente era o antigo dono, talvez do lugar. E por algum motivo específico ele não pode ultrapassar por uma área de terra que não é dele, vamos dizer assim. Porque por mais que era uma coisa alta, né, tem as histórias do corpo seco, né, que era uma pessoa muito ruim, que nem o céu e nem o inferno quis e aí fica na terra, né? Então, quem sabe não foi o ex-dono da dessa dessa propriedade que não virou um corpo seco, vamos dizer assim. E aí aonde você estava acampando não era da propriedade dele, né? Porque às vezes esse amigo de vocês podia falar que era, mas às vezes no papel não, entendeu? Tipo, às vezes é uma fazenda muito uma perto da outra, é um terreno colado no outro e às vezes a família desse amigo pegou talvez o pedaço de terra ou fala que é deles, entendeu? Por às vezes a a os donos dessa outra propriedade não ir muito atrás. Mas aí no papel mesmo, na no certo ali às vezes não é da família ao terreno, entendeu? assim, na minha cabeça o que faz sentido para ele não passar, né, pro outro lado. Mas enfim, de qualquer forma, muito obrigada por ter enviado e vamos para o próximo que se chama A trilha. Eh, deixa eu só ver. [Música] Ah, eu acho que é, gente, eu acho que esse relato aqui a pessoa mandou em completo. Eu conferi aqui, gente, e de fato ele mandou o relato incompleto. E nossa, é uma pena porque o relato parece ser muito, muito bom. Então, o rapaz que enviou o relato da que o título é a trilha relato sobrenatural, envia novamente, porém com um texto completo. Você só enviou metade. E, gente, o relato parecia ser muito bom. Mas aí se por um acaso ele ver o vídeo e mandar novamente, eh, entra em uma outra coletânia aí sobre acampamentos. Então vamos pro próximo, né, que se chama A Chácara Mal Assombrada. Oi, Leandra, tudo bem? Eh, me chamo Morgana e pode falar o meu nome sem problemas. Caso apareça outros nomes, eu irei trocar. Hoje vim contar meu relato. Ele não é aqueles relatos bem pesados, porém é meio estranho. Enfim, vamos ao relato. No ano de 2015, eu e a minha família fomos comemorar o aniversário do meu pai. Então, fomos acampar na beira do rio e, tipo, eh, era um morro e o lugar onde a gente ia montar as barracas era lá embaixo, na beira do rio. E até aí tudo bem. Chegamos lá e fomos no caseiro da chácara. Ele era um senhorzinho que falava que era o pai do amigo do meu pai. E o meu pai combinou com esse amigo de passar o aniversário dele lá. Então, fomos até ele para pegar a chave da porteira que dava acesso ao tal rio. Tinha uma casinha e um pasto próximo a ela. Estava tudo assim bem arrumadinho, tava tudo bem verdinho, um lugar muito bonitinho. E bom, eles tomaram café e o senhor, que era o caseiro, disse que a esposa havia ido até a cidade para fazer uma feira. E disse também que a gente podia tirar o leite de uma vaquinha que tinha lá para poder dar pros meninos. E esses meninos a quem ele se referia era eu, minha prima, meu primo e um outro menino que eu não lembro quem era na época, mas eu sei que tava ali com a gente e tínhamos cerca de uns três aninhos de idade. Bom, outro detalhe importante é que lá tinha um jacaré e aí o senhor disse para não tentarmos nada contra o jacaré, já que ele era meio que um bichinho de estimação dele, sabe? OK. Pegamos as chaves e fomos pro rio. Chegando lá, descemos as coisas, né? Eh, o barco, as barracas e tudo mais. Depois de descermos tudo, arrumamos as coisas e montamos as barracas. E agora vamos pular três dias, pois nesses três dias não aconteceu nada de esquisito. No quarto dia foi que as coisas estranhas começaram a aparecer. Ah, e um detalhe que eu esqueci de citar é que sempre aquele senhor vinha eh onde nós estávamos, porém ele só ficava em cima daquele morro. Ele não descia nem nada e ele sempre estava montado numa bicicleta. Bom, de tarde, eh, é bom, de tarde, mais ou menos, né? De tardezinha, fomos em uma prainha que tinha meio que numa parte ali desse rio. Todo mundo subiu no barco e até aí tudo bem. para chegar lá, acho que tinha que ir de barco, né? Nessa prainha. Quando estávamos descendo o rio abaixo, o barco simplesmente afogou, o motor morreu. E o mais estranho é que o barco ficou literalmente parado no meio do rio. Ele estava na correnteza do rio e parado. Era como se alguém estivesse segurando ele ou alguma coisa do gênero. E eu não sei quanto tempo isso durou. Só que depois de um bom tempo, o motor voltou e continuamos ali seguindo pro destino. Nesse meio tempo, eu fiquei pulando para lá e para cá no barco, sabe? Fazendo bagunça. E eu só sei que eu levei uns petelec para poder aquiietar e funcionou. Ficamos na prainha por um determinado período e depois voltamos de barco novamente pro acampamento. E dessa vez o motor não morreu, então voltamos tranquilamente. Quando chegou a madrugada desse mesmo dia em que todos já estavam dormindo, minha mãe escutou uma respiração ofegante fora da barraca, próximo ali às nossas cabeças. Estava eu, painho e mainha nessa barraca. Minha mãe acordou meu pai e o mesmo logo escutou a respiração também. juntamente de passos em volta da barraca. Meu pai pegou a lanterna e saiu para fora da barraca. E minha mãe ficou repetindo diversas vezes: “Amor, não vai, pelo amor de Deus, você tá doido”. E repetindo coisas do gênero, né, pro meu pai não ir. Só que o meu pai saiu da barraca clareando o acampamento, vendos, né, se tinha algum animal próximo ou algo do tipo. E com isso, o meu avô sai da barraca dele também. E aí depois o meu tio também saiu da outra barraca. E os mesmos eh também relataram que estavam ouvindo o mesmo som. Os três cavaleiros do apocalipse olharam em volta e não tinha nem marca de passos nas folhas que estavam no chão e nem vestígios de que algo passou por ali recentemente. Na manhã seguinte, a caminhonete não estava pegando para irem buscar cerveja na cidade. E aí meu tio, painho e o meu avô, eh, não, perdão, a caminhonete não estava pegando, eh, não estava pegando, né, para irem buscar cerveja na cidade. E no caso era meu tio, é, painho e o meu avô, que foram, que estavam querendo ir, né? E aí, depois de diversas e diversas tentativas, finalmente ela funcionou. E aí, no meio do caminho tinha uma árvore enorme, recém-caída, impedindo a passagem. Detalhe, na noite passada não teve ventos fortes e nem chuva, nem nada para causar aquilo. Então, adivinha quem apareceu? Exatamente. O senhorzinho Leandra, eu juro, ele surgiu do nada, sabe? E então ele se ofereceu para buscar a motosserra na casa dele e aí obviamente eles aceitaram. Um curto período depois ele voltou com a motosserra e eles conseguiram cortar ali a árvore para abrir a passagem. Então eles foram até a cidade e depois retornaram com a cerveja. Logo depois apareceu por lá um amigo do meu pai com a família e eles foram para passar a tarde lá e dormir também. E bom, quando foi escurecendo, eles resolveram pescar de barco. Então foram esse amigo do meu pai, painho, mainha e o meu tio. Quando estava mais ou menos numa certa parte ali do rio, como era já, né, de noite, eles estavam usando lanternas. Até que em um dado momento, quando clarearam em volta do barco, eles viram o famoso jacaré e estava passando bem debaixo do barco. Leandra, ele era enorme, dava quase o tamanho do barco, ou até maior se bobear. Tinha cerca de e olha que o barco tinha cerca ali de uns 5 m. Depois do ocorrido, eles já quiseram voltar, né, pro acampamento e nem quiseram pescar mais. Após o jantar, esse amigo do meu pai começou a ficar inquieto e quis ir embora paraa casa dele naquele mesmo momento. E isso já era tipo assim, umas 10 da noite. Então, pai e mainha foram levar ele com a família de volta pra cidade. Os planos eram de ficarmos cerca de uma semana lá. Só que com todos esses ocorridos, eles decidiram que no dia seguinte já íamos embora. Quando amanheceu, já estávamos arrumando as coisas para poder partir, né, de volta para casa. E aí depois de tudo arrumado, ficou só o barco, né, para subir e engatar na caminhonete. Só que por alguma força qualquer, o barco não subia de jeito nenhum. Foram horas e horas de tentativas falhas até que a corda arrebentou. E para variar, o senhorzinho brotou do nada com magicamente uma corda. Que coincidência, né? parado mesmo local de sempre, sem descer da bicicleta. Em seguida, ele entregou a corda ali para painho, que amarrou no barco, conseguindo assim subir o barco no morro, engatado na caminhonete. Partimos de volta pra cidade e paramos novamente na chácara para poder deixar a chave da porteira. Chegando lá, o quintal estava todo sujo, o pasto seco e a pob da vaquinha estava magra, sabe? bem magra, sendo que só tinha se passado cinco dias. Quando descemos da caminhonete para entregar, para entregar, né, a chave para o senhorzinho, veio ao nosso encontro um rapaz. Meu pai então perguntou sobre o senhorzinho, que era o caseiro, o qual, né, havia nos atendido anteriormente. Então, o rapaz disse que não tinha nenhum senhor e que o caseiro era ele. Todo mundo ficou sem entender nada. E meu pai ainda disse sobre a esposa do senhorzinho e tudo mais, mas o rapaz só negava, sorrindo, meio que sem graça, sabe? E dizendo que não morava ninguém além dele ali naquele local. Meu pai continuou a questionar, dizendo que o senhorzinho se apresentou como o pai do amigo dele e o rapaz continuou negando. Bom, saímos de eh saímos de lá sem entender nada e chegando em casa, meu pai, desacreditado do acontecido, foi procurar no Facebook ali do amigo fotos da família. para ver a aparência do pai dele. E não, não era o senhorzinho do acampamento. Bom, nunca mais ficamos sabendo de nada sobre ele. E aí, deixa eu só ver um negócio aqui. [Música] Ela eh ela botou tipo um outro mini relato bônus, mas aí não tem nada a ver com eh a coletânia, então tipo, eu não vou ler e eu uso ele em uma outra coletânia que vai ter mais e a ver, sabe, o relato com a coletânia. E aí o relato sobre o acampamento acaba por aqui. E gente, que loucura. Então, quem que era o senhor? É, e engraçado que esse aqui é parecido com aquele outro, tipo, ele também eh não chegava onde aonde o pessoal tava acampado, né? Não descia. Será que pode ser o mesmo motivo pelo qual o outro, a outra criatura também não descia, não ia até onde o pessoal tava acampado? Será que ali se tratava de uma outra de propriedade, né, de uma outra pessoa? Porque gente, nidamente era um espírito, né? Só que eu acho tão bizarro, tipo igual aqui, que não tem outra assim, eh, outra outra alternativa, né? Era um espírito. E é engraçado que como que ele conseguia, tipo, manusear coisas, sabe? Tipo corda, a questão do da serra elétrica. E aí também teve a questão que quando eles chegaram lá na fazenda pela primeira vez, né, para pegar a chave, tava tudo muito bem cuidado, muito bonito. Ai gente, que loucura. Mas não é normal, né? Não é incomum esse tipo de relato, porque já teve outros relatos aqui até da pessoa ir na fazenda, não sei se vocês vão se lembrar, eu acho que era uma fazenda, uma cháara. E aí chegava lá o lugar, tipo, a pessoa viu pela primeira vez, estava tudo muito lindo, muito bonito. E aí depois a pessoa foi de novo e tava tudo acabado e não tinha como pelo tempo, né, ter se acabado de forma rápida, né? Então isso de mudar, eu acho que o visual do lugar eu acho que é mais comum do que a gente pensa, né? Mas é estranho. Mas de qualquer forma, muito obrigada e se tiver mais relatos, pode mandar pra gente aqui, tá? E bom, o próximo se chama o acampamento com entidades. Vamos lá. Hum, deixa eu só ver aqui. Oi, Lili. Meu nome é Suzi. É, o nome está trocado e pode dizer os nomes tranquilamente, pois estão todos trocados. Espero que goste. Em algum momento entre 2022 e 2023, eu juro que eu não consigo lembrar exatamente o ano. Mas eu fui para um acampamento com duas amigas muito próximas, a Lavinha e a Manu. A Manu era da Umbanda, algo que a gente sempre soube a respeito, mas nunca tinha presenciado nada diretamente ligado à religião. Eu cresci no catolicismo e sempre fui aberta a outras crenças, mas até então a Umbanda era algo que eu só via de longe, com curiosidade e respeito. Aquele acampamento foi a primeira vez em que tudo mudou. O evento reunia jovens de várias cidades e bairros do Rio de Janeiro e aconteceu numa reserva natural cercada de mato, silêncio e uma cachoeira linda. Era uma edição especial só com participantes do Rio de Janeiro. Então, mesmo com toda aquela natureza em volta, o ambiente pulsava a juventude, sabe? gente animada, músicas, eh, e amizades sendo, eh, sendo feitas ali no café da manhã, nas piscinas ou então nas trilhas, e também nas resenhas à noite, que intercalavam entreg, pagode e funk. Na ida dentro do ônibus, eu já me senti estranha. Estava ficando com um cara antes da viagem, o Rodrigo. Não tínhamos nada sério, mas ele me deixava nervosa. E acontece que ele já tinha namorado com a Manu. E apesar dela já dizer que foi algo E apesar dela dizer que foi algo rápido e intenso, eu senti ciúmes. Mas enfim, a Manu sempre foi magnética. tem uma presença forte, linda e cativa as pessoas com facilidade. E quando ela sentou do lado dele no ônibus, eu travei. Eu não sabia se ela sabia dos meus sentimentos por ele, mas eu também não queria fazer drama. Afinal, eles eram ex-namorados e automaticamente eu me sentia uma intrusa, né? Mas enfim, acabou que meu brilho por ele apagou ali mesmo naquele ônibus, porque o Rodrigo dava em cima da da Manu na cara mais lavada do mundo. Eles eram dois, eles eram dois foguentos e eu sabia que eles uma hora ou outra iriam ter alguma coisa de novo. E sinceramente eu resolvi ignorar. Ele nem era alguém que assim valesse a pena brigar com uma amiga, sabe? Enfim, chegamos lá de noite e conhecemos três pessoas logo de cara, porque eles nos ajudaram a montar a barraca no escuro. Essas três pessoas eram Maria, Diego e João. Diego chamou muita atenção minha e da Manu. Ele era exatamente o nosso tipo, bonito, tranquilo e com aquele ar de mistério. Mas estava ficando com a Maria. Então, mais uma vez eu me afastei, tentei focar. Ah, pera aí. Ela fica com todo mundo? Como assim? É, pelo jeito é isso. Os homens são todos dela, da Manu. Eu, hein. Mas enfim. Então, mais uma vez eu me afastei. Tentei focar na energia do lugar, em fazer novas amizades e em viver um momento. Mesmo assim, eu me sentia meio deslocada. Eu sempre fui mais quieta, observadora e me sentia insegura por traumas antigos, sabe? bullying, rejeição. Então assim, era muito difícil me soltar com tanta gente nova. Me apeguei ao meu grupo, eu, Manu, Lavinia e alguns colegas do nosso bairro e nossos novos amigos, o Diego, a Maria e o João. Em uma tarde depois da piscina, eu me sentei numa espreguiçadeira e conheci um cara diferente. Ele disse que era psicólogo ou psiquiatra, eu não lembro ao certo. E começamos a conversar sobre o acampamento. Até que do nada ele me olhou e perguntou: “Você tem uma gatinha branca, né?” Meu coração disparou. Eu nunca falei da minha gata para ele, mas sim, eu tinha uma gata chamada Morgana, branquinha, olhos azuis, uma fofa. A outra menina da história se chamava Morgana também. Eu, hein? Ai, gente, não existe tantas Morganas assim, não. Que que coincidência. Tá bom, vamos voltando aqui. Ele respondeu com a maior naturalidade do mundo: “Você tem uma luz branca, uma aura branca”. E aquilo ficou na minha cabeça por dias. Nunca entendi o que significava e nunca ninguém tinha falado nada parecido. E ele nem era alguém com quem eu tinha intimidade. Foi tão específico que me deixou em choque. E até hoje penso nisso. Será que ele viu algo em mim que nem eu mesmo sabia? Bom, se souberem o significado disso, me digam, por favor. Ou será que ele só usou, sei lá, alguma coisa esquisita, tipo algumas droguinhas? Porque a cara ele tinha, viu? Mas então, por isso eu não levei tão a sério assim. Mas então aconteceu o que mais me marcou. Em uma das noites de resenha, eu, Manu e Lavinia resolvemos curtir juntas, mas logo no começo a Manu disse que não estava se sentindo bem. Fomos com ela até um canto mais afastado, atrás da cozinha do salão, aonde a festa rolava. E esse ambiente era aberto, com mesas de plástico e espalhadas. E essa cozinha formava um tipo de corredorzinho ali nos fundos, perto do mato. E ali, num silêncio que constr eh contrastava com a música alta ao longe, a Manu começou a tremer e foi do nada. E aí do nada ela também disse, ela queria descer. E a gente ficou confusa. Quem quer descer, Manu? E aí ela tremia até que deu uma gargalhada alta, seca e arrepiante. A expressão no rosto dela mudou completamente. Ela cobriu um dos olhos com a mão, mudou o jeito de se mover e de falar. Não era mais ela ali, era outra presença, uma voz. Ela estava incorporando e era a pomba gira dela, era padilha. Ela, ou melhor, a Padilha, né, nos explicou como deveríamos nos comportar com respeito, com calma e mesmo com medo. Foi isso que a gente fez. Não era brincadeira. A energia era real e pesada e ao mesmo tempo muito presente, muito forte. A entidade queria falar com a Lavinha. Disse que o namorado dela era perigoso, que ele poderia até matar. e que se ela não terminasse, um dos dois morreria. Foi direto, foi sério e não teve rodeio. E eu, por mais que estivesse com medo, fiquei impressionada, sabe? Pela força, pela clareza e pela energia. Ali eu entendi o quanto as entidades são reais. Não tinha nada de encenação. Era algo além do que os meus olhos conseguiam entender, mas o meu corpo sentia. Depois de eh depois disso, outras entidades vieram ali ao longo dos dias. Eu conheci um Exu, conheci uma e tive conversas lindas com essas presenças mesmo fora do terreiro. Eu sabia que isso era arriscado, mas a energia nunca me pareceu ruim. Muito pelo contrário, uma dessas entidades me deu até uma pulseirinha e disse que estaria sempre comigo. Eu guardei com carinho e até hoje ela tá comigo. É como se fosse um talismã. Mas ao mesmo tempo em que tudo isso acontecia, outras coisas me machucavam. O Rodrigo, com quem eu fiquei me trocou pela Manu e depois trocou a Manu por uma outra, como se fosse nada. O João, com quem tive uma conexão, acabou ficando com a Lavinha. E em poucos dias minhas duas amigas estavam com os dois caras que eu mais gostei e eu fiquei sozinha. Me senti invisível, meio de lado. E a energia boa do começo foi ficando pesada. Eu saía da cachoeira antes de todo mundo, me afastava, não por orgulho, mas porque algo dentro de mim estava estranho. Era um cansaço que não era só físico, era um vazio que é difícil de explicar. Mas aí um dia antes da volta, Diego me chamou para conversar e ele perguntou porque eu estava sozinha. E aí eu respondi com um sorriso meio que sem graça, né? Ah, é uma longa história, melhor deixar para lá. Bom, ele riu, sentou ali do meu lado e começou a desabafar também. Disse que tinha brigado com a Maria e que ela não queria nada sério e que ele estava se sentindo largado. Foi a primeira conversa sincera que tivemos, só nós dois. Naquele momento eu não pensei em romance, nem senti vontade de me jogar em cima dele. Era como se aquilo nem fosse sobre isso. Era sobre finalmente ser vista e ser ouvida e por alguém que até então parecia distante. Conversamos assim por horas sobre tudo, às vezes sobre nada. E por mais que a gente só fosse se envolver muito tempo depois, ali nasceu uma conexão real. Mas o que mais me marcou veio logo depois. Naquela madrugada caiu uma tempestade absurda, um temporal daqueles que parece arrancar árvores, sabe? Eram relâmpagos, trovões e um barulho de chuva engolindo tudo. Na manhã seguinte, avisaram que por conta do tempo a gente iria embora mais cedo do acampamento, mas mesmo assim o clima tava bom. Quando desmontamos as barracas, tomamos banho de chuva, rimos, dançamos, foi assim uma festa na chuva. Só que ao mesmo tempo que dava aquele sentimento de eh só que a assim, ao mesmo tempo que dava aquele sentimento de despedida, ao mesmo tempo era uma sensação de que aquilo foi especial, sabe? Um daqueles momentos que a gente sabe que vai que vai guardar para sempre. Eu e as meninas estávamos de bem ali de novo, mais unidas, mais conectadas. principalmente depois das entidades. E foi como se tudo aquilo tivesse nos levado a criar um elo espiritual. Mas antes da partida, a Padilha desceu novamente na na Manu e veio com um aviso: “Um dos ônibus vai quebrar por causa da chuva. Avisem os responsáveis. Um grupo vai ficar preso por um tempo.” E aí a Lavinha correu para avisar a coordenação, mas ninguém deu ouvidos. disseram que estava tudo sob controle, que era só a superstição. Então, a gente ficou quieta. Sabíamos que não dava para forçar ninguém a acreditar, mas era como ver um acidente prestes a acontecer e ninguém frear. E aí, na estrada aconteceu o o ônibus em que Diego, eh, João e Maria estavam, quebrou e por conta da chuva, eh, e quebrou por conta da chuva de um problema mecânico. E eles tiveram que vir para o nosso ônibus. A viagem atrasou, a galera ficou irritada, mas no fundo a gente só se olhou e riu, não por deboche, mas porque a gente sabia, né? Pois a entidade avisou e ninguém acreditou. E aí eu lembro que a Lavinha disse bem feito e enquanto ria baixinho. Padilha avisa: “Quem não escuta paga”. A volta foi longa, cansativa, mas estranhamente leve. Dormi no colo da Manu, no banco apertado, abraçada ali a minha mochila e com a pulseirinha no pulso, sentindo que de alguma forma tudo aquilo, até a parte dolorida, tinha me transformado. E foi ali, no fim de tudo, que eu entendi. Nem toda dor é castigo e nem toda e nem toda presença é visível. E quando a energia fala, a gente escuta, mesmo que o mundo todo ache que é só coincidência. Hoje eu ainda sonho em eh em entrar num terreiro de umbanda e seguir a religião com paz e harmonia. Mas eu não posso porque os meus pais são muito intolerantes e aí eu tenho medo da reação deles e é por isso que temos uma relação conturbada. Mas eu sei que quando eu conseguir me libertar, vou viver meu sonho. Enquanto isso, eu rezo em casa e tento fazer o básico. Tento mostrar para as entidades que eu quero fazer parte, mesmo com o medo de invocar ali algo errado. Bom, se você ou algum seguidor puder me dar dicas de como cultuar com responsabilidade e segurança mesmo dentro de casa, eu ficaria muito grata. Obrigada por ouvir meu relato. Sei que ele não é assustador e tem muito drama, mas eu sou dramática mesmo. Um beijo para você, que você seja muito feliz e que Deus abençoe e ilumine os seus caminhos e muito sucesso pro seu canal maravilhoso. Um beijo, ó. Um beijo, tá? Muito obrigada por compartilhar o seu relato. E gente, que doideira, né? Eh, até pouco tempo atrás eu achava que era muito incomum a entidade descer assim fora do terreiro, mas eu acho assim, eu acho que não é tão incomum assim, mas é perigoso, né? Não é não é o aconselhável, né? Mas é porque ela queria conversar, queria dar uma dar conselhos, né? E a sua amiga separou do menino, né? Acredito que sim, né? Ela não botou, mas eu fiquei curiosa em relação a isso. Tipo, o rapaz lá, né, que poderia, né, acabar com a vida dela. Se você se sentir confortável e pôr nos comentários, o meu lado fofoqueira agradece, porque eu fiquei curiosa, será que ela terminou? Será que ela ainda tá com ele? Mas enfim, né? Espero que tenha terminado. E sobre essa dúvida assim, olha, eh, eu não vou falar nada sobre cultuar em casa, porque eu sou a pessoa mais medrosa do mundo que eu conheço em relação a isso. Gente, nem vela eu acendo, eh, a não ser vela aromática, né? Mas nem vela para anjo da guarda. Eu tenho coragem de acender porque eu tenho muito medo realmente, porque se a gente começa a tentar cultuar sem ter um fundamento, é a assim, é 100% de certeza que você vai atrair alguma coisa ruim. Eh, não que seja proibido cultuar dentro de casa, tá gente? Não é isso que eu tô querendo dizer, não é proibido, mas o certo é você ter um fundamento antes de cultuar, né? antes de você fazer alguma coisa, porque pode atrair alguma coisa ruim, sabe? Por exemplo, você nunca foi nenhum terreiro, é, você não sabe quais entidades você carrega ali para trabalhar, né? Então você vai acender, por exemplo, vela para quem? Tipo isso, sabe? Porque da mesma forma, gente, que tem pessoas que t entidades, tem pessoas que não, assim, não sei se é assim que fala, mas nem todo mundo incorpora, sabe? vamos dizer assim, nem todo mundo. Então você também não sabe ainda assim quais entidades vão trabalhar com você. Então você não sabe para quem você tá acendendo a vela, sabe? Você não sabe para quem você vai estar entregando uma oferenda. Então isso é muito muito perigoso. Então assim, o correto é primeiro você ter um fundamento para depois você começar a desenvolver em casa e sozinha assim, entendeu? Mas eh por enquanto assim, cuidado, tá? Cuidado porque é muito perigoso, porque eu já ouvi umas histórias bem cabulosas assim da pessoa tá ali botando oferenda e não era Exu que tava se alimentando, era outra coisa. E é assim, gente, é muito pesado, então tem que ter muito cuidado, tá? Mas de qualquer forma, muito obrigada por ter enviado o relato e eu também quero agradecer a todos que enviaram os relatos dessa coletânia. Eh, foram todos relatos muito bem escritos. Eu gostei muito. Eu só realmente fiquei bem chateada por conta do relato da trilha, porque eu tenho certeza que era uma história boa, porque do meio pro final eu vi a emoção da escrita, entendeu? Tipo, as coisas que estavam acontecendo. Então eu fiquei um pouco chateada que eu queria saber o início da história. Mas de qualquer forma, muito obrigada e eu também quero agradecer a todos vocês que ficaram até o final do relato. E é isso, gente, ó. Um grande beijo. Tchau tchau.









