Rússia ameaça Trump: “Se enviar armas, seremos obrigados a destruir Kyiv e Lviv com armas nucleares”
0Caros amigos, bem-vindos a mais um episódio de Hoje no Mundo Militar. Neste vídeo, falaremos sobre mais uma grave ameaça russa após uma nova medida anunciada por Trump, com o potencial de afetar profundamente a invasão russa da Ucrânia. Com a guerra na Ucrânia a pleno vapor, Trump inverteu a sua postura inicial de hesitação e anunciou um plano inovador que promete transformar os Estados Unidos no arsenal da Ucrânia. Mas isso veio com um preço, uma forte escalada retórica do Kremelin, incluindo uma ameaça explícita de um propagandista russo de transformar cidades ucranianas em ruínas nucleares. Vamos começar pelo cerne da questão, a nova medida de Trump. Após assumir o cargo em janeiro de 2025, Trump inicialmente pausou alguns envios de armas à Ucrânia, citando preocupações com corrupção e o desejo de negociar um acordo rápido com a Rússia, interrompendo e retomando o envio de ajuda militar para a Ucrânia em pelo menos outras duas ocasiões, ao longo dos seus seis primeiros meses no cargo. Em 14 de julho de 2025, durante uma conferência de imprensa conjunta com o secretário geral da OTAN, Mark Hoods, Trump anunciou uma reviravolta. Em vez de envios diretos dos Estados Unidos para Kiev, como ocorria na era Biden, com pacotes de ajuda bilionários financiados pelo contribuinte americano, o novo esquema envolve os Estados Unidos fabricando e vendendo armas de alta tecnologia para aliados europeus da OTAN, com esses aliados, por sua vez, doando ou transferindo essas armas para a Ucrânia. Estamos falando de sistemas como mísseis Patriot, mísseis de longo alcance Atacams e mísseis e bombas para o F16. Um plano classificado por Trump como uma vitória para a América, com estimativas de lucro de até 10 bilhões de dólares apenas em 2025. Enquanto a Europa assume o ônus logístico e político de entregar as armas, com isso aliviando a pressão sobre o orçamento americano, atendendo as demandas dos aliados europeus que clamam por mais apoio à Ucrânia e permitindo que Trump mantenha uma distância negociável com Putin, limitando-se apenas a vender armas e não a fornecê-las como doação. Em essência, é uma terceirização estratégica. Os Estados Unidos produzem, vendem e faturam, mas não enviam diretamente, evitando acusações russas de envolvimento direto, com diversas fontes indicando que países como Alemanha, Reino Unido e Polônia já estão na fila para comprar esses sistemas, com entregas aceleradas para reforçar as defesas contra o aumento da frequência e intensidade dos ataques russos contra cidades ucranianas. Mas há um ultimato embutido nisso, com Trump dando à Rússia 50 dias para negociar a paz, ameaçando sanções devastadoras e ainda mais armas, se Moscou não ceder. Uma atitude que difere radicalmente da era Biden, onde os envios eram diretos e condicionados a restrições de uso, como proibições de ataques em território russo profundo. Mas agora, com Trump, há indícios de que Kiev poderá usar essas armas para atingir até mesmo Moscou, algo impensável na era Biden. Trata-se de uma escalada calculada, projetada para trazer Putin a força para a mesa de negociações, ao mesmo tempo em que fortalece a Ucrânia sem comprometer diretamente tropas americanas. Mas o que significa para os Estados Unidos se converterem no arsenal da Ucrânia? Historicamente, os Estados Unidos já foram o arsenal da democracia durante a Segunda Guerra Mundial, fornecendo armas em massa via Landle para aliados como Reino Unido e União Soviética. com Trump querendo justamente reviver esse modelo. Com fábricas americanas produzindo em escala, os Estados Unidos não só impulsionam a sua indústria de defesa, criando empregos em estados chave como Texas e a Califórnia, mas também garantem que a Ucrânia tenha um fluxo contínuo de suprimentos, com analistas estimando que isso poderá gerar bilhões em vendas anuais para os Estados Unidos. No entanto, há desafios com a Ucrânia, ainda dependendo de treinamento e manutenção, e com aliados europeus precisando coordenar as entregas. Mas para Kiev, isso é essencial para sua sobrevivência na guerra, com a produção ucraniana de armas em ascensão e com esse influxo americano, preenchendo lacunas críticas como mísseis de longo alcance para defesas aéreas e com Trump prometendo também armas ofensivas de ponta que, nas suas palavras permitirão a Ucrânia levar a guerra para dentro da Rússia. Como podem bem imaginar, isso irrita profundamente o Kremel, como evidenciado pela reação imediata de Moscou, que vê isso como uma provocação direta. E falando em irritação, é em 16 de julho o propagandista Alexander Sladkov, um correspondente de guerra e figura proeminente na TV estatal russa, declarou que se Trump prosseguir com o fornecimento de armas, a Rússia será obrigada a transformar Kiev e Liviv em Hiroshima e Nagasak, uma referência explícita a ataques nucleares contra cidades ucranianas. Sladkov, conhecido pelas suas declarações inflamadas e alinhadas com a linha do Kremlin, fez isso em um programa de TV, eando o que muitos encaram como o pensamento não oficial de Vladimir Putin. Ele argumentou que o plano de Trump empurra a Rússia para a guerra nuclear, ameaçando não só a Ucrânia, mas insinuando uma escalada global. Isso se insere em um padrão com figuras públicas russas como Sladikov, Medvedev e Soloviov, servindo como ventrílocos do regime, testando reações ocidentais sem comprometer líderes oficiais. Soloviov, por exemplo, sugeriu uma escalada nuclear em resposta aos Patriots, incluindo detonar bombas no mar para gerar tsunamis contra os Estados Unidos. Mas por que esse reforço na retórica russa justamente agora? O motivo para isso é simples de entender, pois o plano de Trump representa uma humilhação para Putin que contava com uma postura mais amigável do presidente americano. Em vez disso, o ultimato de 50 dias e as vendas de armas sinalizam que os Estados Unidos não vão recuar, forçando Moscou a intensificar a sua retórica para dissuadir mais apoio à Ucrânia. Apesar das ameaças nucleares russas serem frequentes, com Putin e outras figuras russas as usando desde 2022 para intimidar o Ocidente, o mundo não pode encará-las de ânimo leve, principalmente pelo fato da doutrina nuclear russa ter mudado muito recentemente, permitindo agora o uso de armas táticas se o regime de Putin perceber uma ameaça existencial, como perda territorial ou ataques profundos. E de fato, exercícios recentes com armas nucleares estáticas, como aqueles de maio de 2024, mostram que Moscou está praticando esses cenários. Em outras palavras, hoje é muito mais fácil para Rússia lançar um ataque nuclear do que era em 2022. Analistas alertam que mesmo se Putin estiver blefando, a constante repetição de ameaças nucleares acaba desgastando o chamado tabu nuclear, tornando o uso de armas nucleares, principalmente as táticas de menor poder de destruição, um cenário bem mais plausível e até mesmo expectável. Como alguns analistas costumam repetir, ameaças nucleares perdem poder se não cumpridas, mas o risco zero não existe. E se Putin concluir que diante do aumento da ajuda americana à Ucrânia já não tem mais nada a perder, o uso de armas nucleares pode deixar de ser uma mera ameaça e se tornar realidade. [Música]