Rússia e Bielorrússia realizarão exercício nuclear – Armas nucleares russas a 500 km de Berlim

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Caros amigos, bem-vindos a mais um episódio de hoje no mundo militar. Neste vídeo falaremos sobre um exercício nuclear que será realizado entre a Rússia e a Belorússia e do por esses dois regimes estão cada vez mais próximos em termos nucleares. últimos dias, o cenário militar na Europa Oriental ganhou novos contornos com o ministro da defesa da Belo Rússia, Víctor Krenim. anunciando que em breve serão realizados exercícios militares de grande porte na região de Borizov, no centro do país. Mas o detalhe que chamou a atenção é que essas manobras incluirão simulações de uso e implantação de armamento nuclear russo. Justamente no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se preparam para o encontro histórico no Alaska. Toda essa movimentação ocorre em um contexto muito sensível após Moscou realizar uma revisão completa da sua doutrina nuclear no final de 2024, reduzindo drasticamente o nível de exigência para um possível emprego dessas armas. Ou seja, agora é muito mais simples e muito menos burocrático para Rússia usar armas nucleares em um conflito, mesmo contra nações que não possuam armamento nuclear nos seus arsenais, como é o caso da Ucrânia. Analistas no Ocidente interpretaram essa mudança como um recado direto, uma tentativa de dissuadir países e blocos de ampliar o apoio militar à Ucrânia. A Bielorrússia, vale lembrar, é um dos aliados mais leais de Moscou desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. E de fato, é importante sempre lembrar que o ditador Alexander Lukachenko é cobeligerante naquela guerra ao ter cedido bases e infraestruturas militares para que Putin pudesse atacar o norte da Ucrânia com cerca de 50.000 soldados que entre fevereiro e março de 2022 tentaram sem sucesso conquistar a capital Kiev. Aliás, a relação entre a Rússia de Putin e a Belorrússia de Lukashenko é hoje uma das mais estreitas no cenário internacional, com Vladimir Putin e Alexander Lukachenenko, mantendo um alinhamento quase absoluto em política externa, defesa e segurança, algo que se intensificou desde as sanções ocidentais impostas a Minsk após a fraudulenta eleição presidencial de 2020. Desde então, Lukashenko tem contado com o apoio político, econômico e até militar de Moscou para manter o seu regime no poder. Essa dependência transformou a Belorrússia em muito mais do que um aliado. Para muitos analistas, o país funciona como uma extensão natural da estratégia russa. Com fronteiras diretas com Polônia, Lituânia e Letônia, todos membros da OTAN, Minsk oferece a Moscou uma plataforma avançada para projetar força no coração da aliança, além de servir como corredor logístico para operações militares contra a Ucrânia, como ficou bem evidente nos primeiros movimentos da invasão russa em 2022. Por isso, não são poucos os que classificam a Belorrússia como um autêntico estado fantoche russo, onde a soberania existe apenas no papel, mas onde as decisões estratégicas são, na prática coordenadas ou até mesmo ditadas diretamente por Moscou. É importante recordar que esse recém- anunciado exercício militar e nuclear ocorrerá quase em simultâneo com o encontro entre Trump e Putin marcado para esta sexta-feira na base aérea de Elmendorf Richardson no Alaska, a maior instalação militar naquele estado. Mas apesar do tom cordial entre ambos os líderes nos bastidores, a atenção. Em julho, Trump e Dimitri Medvedev, ex-presidente e atual aliado próximo de Putin, trocaram farpas públicas sobre um possível acordo de paz e sobre provocações nucleares com Trump dizendo que Medvedev deveria medir as palavras e que estava entrando em território perigoso. e com o presidente americano enviando em seguida para áreas próximas da costa russa dois submarinos nucleares armados com centenas de ogivas. Voltando às manobras militares, Krenin revelou que o exercício conjunto Belorússia-Rssia, batizado de Zapad 2025, terá como destaque o uso do sistema Oreschnik, um armamento de alcance intermediário que pode ser armado com ogivas nucleares e que já foi inclusive muito empregado pela Rússia em ataques contra a Ucrânia. A parte principal do treinamento acontecerá entre os dias 12 e 16 de setembro nos campos próximos a Borisov. Segundo o ministro, quatro das cinco áreas fortificadas criadas por ordem presidencial já estão totalmente operacionais, servindo para treinamentos de combate realista, inclusive com simulações de defesa contra ataques aéreos, combate a sabotadores e preparação para o uso de armamento nuclear. Todas as Forças Armadas Belorrussas estarão envolvidas com foco especial nas unidades dos comandos ocidental e noroeste, além das forças de operações especiais. Desde 2023, Putin está enviando armas nucleares para Belorrússia em um movimento justificado por ele como uma estratégia de defesa avançada. Ou seja, Putin encara a Belorrússia como uma extensão natural da Rússia e como uma zona buffer para amortecer eventuais ataques do Ocidente, encarando aquele território também como uma plataforma de agressão contra os seus inimigos, como fez contra a Ucrânia em fevereiro de 2022. Além disso, ao destacar armas nucleares naquele país, Putin reforça sua intenção de proteger o regime ditatorial e fantoche de Lukachenenko, custe o que custar. Com relação às negociações que decorrerão no Alaska entre Putin e Trump, as opiniões na administração americana não são unânimes, com o secretário do tesouro americano, Scott Bessent, afirmando que há frustração com a postura de Putin, que ainda não teria se mostrado plenamente disposto a negociar. O secretário ressaltou que Washington já aplicou tarifas secundárias contra a Índia por comprar petróleo russo e que novas medidas econômicas estão sobre a mesa, dependendo do rumo das conversas entre Trump e Putin. O presidente ucraniano Vladimir Zelenski, por sua vez, acredita que Putin está blefando, acusando Moscou de intensificar ataques em toda a Frente de Batalha, apenas para passar a imagem de que teria a capacidade de ocupar toda a Ucrânia, algo que, segundo ele, é apenas parte de um jogo de pressão antes do encontro no Alaska, ou usando uma expressão que Trump gosta muito de usar para mostrar que tem as cartas. O que fica claro é que enquanto diplomatas e presidentes se reúnem para tentar buscar uma saída política, o campo militar e nuclear segue muito ativo e tenso, e qualquer movimento errado pode mudar drasticamente o rumo desse conflito que já marcou uma geração inteira. [Música]

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