Russos rompem linhas ucranianas em Donetsk – “Eu tenho as cartas!” Putin
0Caros amigos, bem-vindos a mais um episódio de hoje no mundo militar. Neste vídeo falaremos sobre a quebra das linhas defensivas ucranianas no setor de Donetsk e de como isso coloca Putin em grande vantagem para o encontro que terá com Trump no Alaska. A sua empresa pode desgastantes entre os dias 10 e 11 de agosto, as forças russas romperam trechos das defesas ucranianas em Donetsk, avançando pelo menos 10 km em território até então controlado por Kiev. Esse movimento que aconteceu nas regiões de Dopropilia e Pokrovski não é apenas militar, é também político. Pois com o encontro marcado entre Putin e o presidente Donald Trump, o Kremlin está determinado a chegar à mesa de negociações com mais cartas na mão. Um termo que Trump gosta muito de usar quando critica o esforço defensivo ucraniano. Segundo analistas que estão acompanhando o conflito, a ofensiva russa ocorreu após semanas de ataques de sondagem para identificar pontos fracos e quando encontraram uma brecha, os russos concentraram tropas e romperam a primeira linha de defesa, evitando parte das fortificações erguidas pela Ucrânia em outros setores à volta. Em Pokrovsky, cidade que representa um importante centro logístico para as forças ucranianas no leste, a situação é crítica. com as tropas de Kiev, dependendo agora de um estreito corredor de 16 km para chegar à cidade, vulnerável a ataques de drones e artilharia. O risco é de que os russos fechem o cerco, obrigando a uma retirada forçada, tática já usada com sucesso por Moscou em outras localidades como Bmut em 2023. No caso de Dobropilha, relatos indicam que pequenos grupos de infantaria russa avançaram sem blindados ou apoio pesado, usando apenas armamento pessoal, com vídeos e análises de fontes de inteligência indicando que a Rússia, após identificar aquele setor específico como mais enfraquecido, concentrou milhares de soldados em uma frente com menos de 15 km de extensão, dividindo esse gigantesco contingente em apenas de pequenos grupos de infantaria. Segundo as análises, esse assalto russo não foi apoiado por blindados e nem sequer houve um reforço significativo no fogo de cobertura de artilharia, com os soldados russos simplesmente avançando a pé em bugs ou em motos, ultrapação das defesas ucranianas que, como referi, estavam especialmente dispersas e enfraquecidas naquela zona. Segundo essas fontes, em 24 horas, algumas unidades russas já eram vistas a 10 km do ponto de partida. Mas por que a Rússia optou por um assalto de infantaria sem apoio pesado de blindados ou de artilharia, expondo essas tropas a contra-ataques ucranianos? Isso nos leva ao objetivo principal de Putin com essa ofensiva, o ganho político. Para o Kremlin, muito mais do que ganhos territoriais imediatos, o avanço serve como uma mensagem que será apresentada a Trump na próxima sexta, dia 15 de agosto, no Alaska. Fontes militares ucrainianas acreditam que a intenção russa é transmitir a imagem para Trump de que Moscou avança, enquanto que recua. Um quadro que poderia favorecer Putin nas conversas com Trump. Como muitos aqui se recordam, quando Zelensk se encontrou com Trump na Casa Branca, uma reunião desastrosa para o lado ucraniano, o presidente americano repetiu por quatro vezes que Zelensk não tinha cartas. Putin obviamente viu e reviu aquele encontro centenas de vezes, anotando cada detalhe para usar a seu favor no encontro do dia 15 de agosto no Alaska. E um desses pontos é justamente as tais cartas que Trump tanto repetiu com essa quebra das linhas defensivas em Donetsky, representando justamente o trunfo que Putin quer apresentar. Do ponto de vista estratégico, a quebra das linhas ucranianas tem o potencial de ser autenticamente catastrófico para a defesa daquele setor, colocando em risco imediato não apenas Pokrovski, mas também Kramatorsk, mais ao norte, o coração de todo Donetsky em mãos ucranianas. Tanto Moscou quanto Kiev já usaram no passado a tática de intensificar as ações militares às vésperas e rodadas diplomáticas. Em 2015, por exemplo, ainda na primeira fase da guerra separatista financiada por Putin no Dombas, a Rússia aumentou os combates em torno de Debtsev para obter vantagem política nas negociações. Mais recentemente, em junho de 2025, a Ucrânia atacou com drones bases aéreas russas destruindo bombardeiros estratégicos um dia antes de um encontro em Istambul. Agora a situação se repete, mas a vantagem desta vez está claramente ao lado de Moscou, com Kiev, tentando a sua própria forma de pressão, ampliando ataques contra refinarias russas, mirando a principal fonte de receita que financia a guerra de Putin. Já Moscou, além do avanço terrestre, reduziu drasticamente o número de ataques com drones contra cidades ucranianas desde o início deste mês de agosto. gesto interpretado como uma tentativa de conquistar a simpatia de Trump em antecipação para o encontro no Alaska. O presidente americano já declarou considerar a guerra um enorme desperdício de vidas e recursos e tem falado abertamente sobre a possibilidade de troca de territórios ucranianos como parte de um acordo, asendo o alerta em Kiev e nas capitais europeias que temem que Putin consiga convencer Trump a aceitar a sessão de grandes áreas ainda sob controle ucraniano. Zelensk insiste que qualquer negociação real só pode começar após um cessar fogo e que a linha de frente atual deve servir como ponto de partida. Porém, com os ganhos russos dos últimos dias, até mesmo essa linha pode mudar antes de sexta-feira, quando o encontro em Anchorage, no Alaska, está programado. Enquanto enfrenta forte pressão externa, a Ucrânia também lida com críticas internas, com soldados e ativistas reclamando que decisões do Alto Comando estão resultando em perdas desnecessárias, com unidades sendo mantidas em posições indefensáveis e pedidos de retirada. sendo negados. Além disso, Kievia ainda luta contra a escassez crescente de infantaria, algo que a Rússia tem explorado com seu maior contingente humano. Se Putin conseguir transformar esses avanços militares em ganhos diplomáticos, poderá reforçar o seu controle sobre regiões que o Kremelin já considera parte da Rússia. E para Zelensk, evitar esse cenário significa não apenas segurar militarmente a linha de frente, mas também manter o apoio político de Washington. uma perspectiva cada vez mais desafiante, tendo em vista a forma cada vez mais elogiosa que Trump se refere a Rússia de Putin. E se ainda não está inscrito no canal, inscreva-se já e acione o sino das notificações para não perder nenhuma novidade.