SER HUMANO FADADO AO FRACASSO! Com MAURO BETING
0Ele jogando. Eu escordei de todos os meus comentários. Reclama do Provol Soccer, reclama do futebol, reclama da meu comentário, reclama da narração e faz velho. Até porque vivemos dias de muita impaciência, muita intolerância. Não quero dizer aqui no caso específico ignorância, porque o ignorante aqui no P no no no no Prevolution Soccer, no no no EFall, sou eu, porque é aquela coisa, quem sabe faz, quem não sabe como eu falo. Então assim, pô, como é que é você jogando? Não é inacreditável. Consigo jogar pior o videogame do que eu jogo na realidade o futebol. Eu sou um cara, um craque um bagre ambicoto. Eu chuto mal com as duas. Por isso que eu sou goleiro. Até não sou mau goleiro, mas hoje eu seria um goleiro muito pior, porque teria que trabalhar com os pés e os meus pés absolutamente não trabalham. Se de fato trabalho muita coisa, os pés não trabalham. Mas assim, eh, a gente tá acostumado e e não quero falar por mim, Mauro, e nem paraos meus colegas. Odeio o corporativismo, mas a gente vive dias de muita intolerância. as redes antisociais tem muitas coisas boas e tem e aqui a gente tá num ambiente para isso. É um ambiente que talvez a gente não pudesse alguns anos poder conversar, trocar uma ideia. Agora a gente tem vários e que é legal que você pega o seu tablet, pega o seu celular, smartphone, você pode acessar uma Globo, pode acessar um canal do YouTube, pode acessar o nosso papo, você pode ter conteúdos os mais legais, os mais variados, os mais nichados e você pode fazer falar e fazer tudo quanta coisa e no que é mais importante hoje, que é debater. Eventualmente combate, eventualmente embate, mas parece que é só porradaria. Então aquela coisa, pô, você quer o chocolate? Hum, quero preto ou branco chocolate? Não, prefiro branco, seu vendido. Porque não, o chocolate só pode ser preto. Não pode se gostar. E eu gosto de chocolate preto, mas eu pessoalmente até prefiro branco. Não, você não pode. Isso é Nutella contra gigantesca bobagem. Você tem que ser raiz, cara. Pode ser o que quiser. Se quiser gostar Beatles, que eu prefiro o Rolling Stones. Sim, mas inclusive eu amo os dois. Amo stones, amo os Beatles. Gosto de pizza mozarela, gosto de calabresa, odeio portuguesa, cara. Coentro, eu não consigo comer porque tem uma reação alérgica. Gente, terrenite, velho. São situações, circunstâncias da vida. Algumas a gente controla, algumas são de gosto, outras a gente não tem o que fazer. Daí a você achar que outro é vendido, que é venal, e que não presta, que não teve cultura, não teve acesso à educação, é uma outra gigantesca discussão e a gente consegue descortar de tudo. Eu, por exemplo, sei lá, essa água de coco, que é que eu normalmente tomo, que nota você daria para ela? Eu daria, sei lá, 8,5, pá, porque não der, eu quero dar 8,5. E se eu quiser dar dois, tá valendo. É questão de gosto, é questão química. E hoje a gente não consegue dialogar. Ou quando dialoga sai a porrada sempre. Ou ainda em nome em nome dos algoritmos e dos algarismos, você fala: “Não, vamos paraa porrada, vamos levantar a mesa, quebrar o estúdio, vai dar uma repercussão”. Não, cara, é a ditadura da contundência, do barulho, do capslock. Vamos tentar conversar. Às vezes pode não ser nada muito legal, muito atra atraente, atrativo, mas às vezes eu converso de um nível um pouco mais elevado. Ou no caso é uma conversa. E olha que eu falo para caramba, mas assim, vamos trocar ideia, vamos falar. E se a pessoa reclama ainda da da água de coco que você gostou, ele não gosta ainda, OK? Às vezes a pessoa se indign. Agora no Pro Evolution Soccer, por exemplo, às vezes o cara deu um chute, passou perto da trve, né? Aí você fala assim lá, é você comentá passou longe, mas a culpa não é sua, a culpa é do programador. Por exemplo, eu nunca vou esquecer as primeiras gravações com o Silvio Luiz em 2010 pro PES 200. Silvio Luiz incomodava muito com isso, né? Muito. Mas é assim, eu entendo que a questão que acontece, eu lembro direitinho que o nosso diretor, que era um cara genial, todos os nossos diretores que trabalharam nos estúdios de gravação do PS, foram caras brilhantes, viraram até amigos. Ele tinha lá um um roteiro, porque só para tentar explicar, é um roteiro feito em Tóquio, em japonês. Aí ele vai para Dublin, onde ele é traduzido do japonês para o inglês. E aí depois do de Dublin na Irlanda, ele vai para sete ou oito países que fazem a localização, ou seja, faz em italiano, em alemão, espanhol, enfim, e português do Brasil. Também faz português e Portugal. E aí se aí vindo de Dublin pro Rio de Janeiro para São Paulo, ele é traduzido para o português do Brasil e por um cara inclusive Bárbaro Michel que trabalha com a gente há alguns anos. Então pensa, começa em japonês, vai pro inglês e do inglês vai pro português e aí vai pra mão agora do Milton Leite e pra minha mão e a gente sai gravando. Vamos gravar agora em outubro. Eh, então são, você pode ter o Lost in translation, você pode perder alguma coisa da tradução e do espírito até, digamos, dos dois do do legislador, do criador do game. E fora isso tem essa chance de dar uma bugada e acontecia mais e cada vez acontece menos no nosso game e também num concorrente de que pode acontecer uma situação inusitada, como aqui o perguntei pro nosso diretor lá em 2010, vem cá, aqui a a cena tá dizendo que é um jogador que não é grande coisa, não é um craque, não é um gênio. Para falar a verdade, pelo que tá escrito aqui, é um jogador limitado, perde um gol feito, perde um gol na cara do gol. Então eu posso dar zoada nele? Falei: “Pode, eu posso falar que é questão de DNA?” Falei: “Pode.” É o que acontecia, se acontecer com o Messi, com o Cristiano Ronaldo, aí não dá, né? E acontecia. Mauro Sua anta, você fala que o Messi perde ação de DNA. A culpa foi sua, minha, né? O Messi que é o Pelé desse planeta, porque Pelé de outro universo. Falei, é, aconteceu, aconteceu um, dois ou três anos ou três edições do P, depois foi consertado, não deu mais. Então assim, até nos últimos anos, até por experiência milhagem e rodagem, o que que eu tento fazer? Eh, falar, ó, eh, eu vou evitar algumas, digamos, deixar a coisa mais pormenorizada, porque pode dar essa bugada. Pode ser num lance que não é um um perna de pau, um bag um bagrecéfalo como eu, pode ser um craque, um gênio que perde um gol. Então, vamos tentar dar segurada, mas eventualmente acontece, né? Mas é muito divertido, velho, porque uma vez eu tava já há algum tempo, meus filhos jogando com amigos, né, o pés e aí eu resolvi ouvir os meus comentários. jogando. Eu escordei de todos os meus comentários. Se eu tivesse comentando ao vivo o jogo, como a gente vai fez vários eventos com a Konami pro PES agora pro e futebol, eu não faria aquele comentário. Se eu faria comentário completamente diferente, eu não falaria nada, né? Então assim, se a gente discorda da gente mesmo, OK. Aliás, algo que eu faço também rádio, TV, jornal, internet e tal, eh, ultimamente, que é o seguinte, eh, ultimamente não, desde os meus 35 anos como jornalista esportivo, eu concordo com os 80% do que eu falo ou do que eu escrevo. Os outros 20 não. E eu tô falando do que eu falo do que escrevo, porque do que eu penso, eu discordo mais ou menos de metade do que eu penso. E entendo que eh antes de a gente falar, a gente precisa dar uma pensadinha. Quem fala o que pensa, não pensa no que fala. E depois tem que pedir desculpas, depois tem que ah é um ataque de sincerídio. É sinceridade nem sempre é uma virtude. Tem momentos até uma questão de empatia, de respeito à outra pessoa, ao momento que nem você acabou de mostrar que você é um cara empata e respeitoso em relação à situação do meu pai que tinha morrido, tal, podia, pô, a gente pode falar, trocar uma ideia, mas isso é empatia, isso é humanidade, né? E muitas das coisas que eu falo, por exemplo, sobre humanidade, eh, que o pessoal fala: “É só política, não é política, economia, o que seja, tal, sociedade, cultura, educação, esporte, música, tal, cinema. Eu gosto de falar mais de humanidade do que sobretudo de política. Se você for ver todas as minhas manifestações em redes sociais mais políticas, quase todas elas, sob a minha ótica, sobre o meu viés, eu falo muito mais de humanidade do que política. Por quê? Porque eu entendo, primeiro não tentando de política, tenho a pretensão de ter uma entender um pouco mais humanidade, de subir em cima do muro para ver os vários lados da questão. E porque tem horas que a gente pode falar, tem horas que a gente pode discutir. Meu filho chegava com um desenho lá com quatro c anos. Pai, olha que legal esse carro. Eu falei: “Filho, ainda bem que você falou que isso é um carro que isso aqui parece um parece, sei lá, que é um tijolo e e moleque, você nunca vai ser o Van Gog, tá? Tenta estudar porque você não vai saber desenhar”. Cara, estou sendo sincero, estou estou falando a minha verdade, que também é discutível, cada um tem a sua. OK, mas é é legal isso? Acho que não. Ah, não, mas se coloca o pé no chão, mostra, dá a real. De repente a min é real, sim, né? Até o exemplo do Vanangog, que era um cara que não era assim, digamos, tão respeitado, tão admirado como ele deveria ser em vida, né? E depois virou o gênio que, para dizer a verdade, ele já era sempre. Então, assim, eh, por que que eu vou impor a minha verdade sobre alguém? O que que você entre aspas ou sem aspas sincero, né? Então de novo, um um momento de timing de saber a hora de falar e de repente é o time, eu sei, outra pessoa não sabe, até porque eu não sei plenamente se outra pessoa tá pronta, apta a ouvir e é pretensão minha, eu sei falar não, eu sei o tempo devido tem gente que prefere que seja na lata, na cara, na hora. OK. Eu, e aí eu eu tento pensar nesse conceito da empatia, eu tento me colocar do outro lado, até como jornalista, não só como cidadão, não só como pessoa. O jornalismo é a busca da melhor versão possível dos fatos. E é você a tentar buscar a melhor versão possível dos fatos. Por isso que eu falo, eu tento subir em cima do muro. Meus lados costumam ser muito claros. Quem me conhece mais ou menos sabe para quem que eu torço, quem que eu voto, quem que eu não voto, o que que eu gosto, que que eu não gosto. Mas eu tento subir em cima do muro para ver vários lados da questão, para poder tentar entender o outro lado, tentar enxergar o outro lado, apesar da minha miopia, eh, do meu astigmatismo ou da minha presbiopia agora, do meu glaucoma, eu tento enxergar, vou enxergar sempre, não. Vou ter que usar outros sensos para ter essa exercibilidade, sim. Para mim parece que essa questão da empatia é algo que devia ter e que, lamentavelmente, a gente não tem mais. E a geração que mais fala de empatia e a que menos aplica. Eu tenho, eu tenho a impressão. Olha, velho, eu vou dizer uma coisa, a gente fala muito sobre empatia, tá? Ponto. Eh, mas é verdade. A gente, mas não quero dizer só geração, aliás, outra coisa que eu não sei, geração Y, alfa, G, geração ovo frito, eu não tenho ideia, eu não sei. Outra das minhas burrices em culturas, né? Não sei, mas eu também não gosto de ter conflitos geracionais, até porque a gente faz parte dessa geração ou pior ou mais responsável ou irresponsável de nossa parte, a gente criou essa geração, né? Tô com 58 para 59 agora em setembro. Tenho filhos intiados, cinco. Eh, os meus intiados eu peguei dos 9 aos 13, né? Os três maravilhosos que eu considero como filhos. Com todo respeito, claro, ao pai dele, só os meus filhos que tá 24, outro 26 para 27. assim, eh, eu sou responsável por eles também, pela educação, pela cultura, pelo acesso a a isso, tal, a formação, mas cada um, claro, tem livre abito para fazer o que quer. E eu sempre deixo muito claro que eles podem fazer o que quiserem desde que palmeirenses. E graças a Deus a parte de palmeirenses, sim. A outra, acho que talvez eu tenha extrapolado, eu tinha sido mais avô do que pai, deixei, liberei dinheiro demais, mas mesmo assim, eh, de novo, a gente mais de novo, acaba sendo substantivo realmente abstrato essa questão da empatia, não precisamos ser empatas, tá? Que que você faz por isso? Faz nada, vai se [ __ ] Se vira. É assim, a gente fala e não faz.