SUPERMAN É UM DEUS? | SIMBOLISMO SIMBÓLICO #02
0[Música] [Música] Gostaria de dar as boas-vindas a todos vocês nesse novo quadro da linhagem TV. Simbolismo simbólico. É um quadro muito especial para mim, onde vou poder contribuir com meu intelecto inalcançável e minha safciência inabalável. Todos os quadros serão gravados aqui na minha casa, porque a minha casa é um signo aberto, porque a casa também é um refúgio, uma espécie de abrigo. Esse movimento de abrir e fechar de uma casa sístole de ástole, expansão e retração que tornam um lugar tão especial. Por isso vou fazer as minhas gravações todas aqui. Em cada vídeo vocês serão apresentados a um novo cômodo. Hoje estamos aqui na minha sala maravilhosa que eu decorei. Vamos falar de hoje no simbolismo simbólico, conversar, filosofar e mergulhar no tema em que Superman nunca foi um deus. Isso não é uma objeção, nem uma refutação. Eu apenas trabalho com certezas, OK? Eu sempre estou certo. Por isso que eu gosto do Pedro Certezas também é um ótimo rapaz. Superman pode ser compreendido não como um arquétipo do tipo messiânico, mas como um operador simbólico da normatividade disciplinar e um vetor privilegiado da biopolítica moderna. Longe de ser um mero instrumento de salvação, ele encarna o corpo idealizado que reitera as estratégias de controle, vigilância e regulação das redes sociais. Vigilância e regulação da vida que Michel Foucault diagnostica em suas análises sobre o poder. Muitos falam da visão de Isaac Sneider sobre essa visão divinal do Superman, mas a minha análise não é sobre o filme, sim aqueles que o consideram a divindade, comparando com Cristo e outras divindades. Se bem que naquela cena em que Henrique aparece sem camisa, insinuante, protetor, sarado, definido, se ele aparecesse aqui agora daquele jeito, eu poderia acreditar facilmente que ele seria uma divindade. Amiga, sua louca. Mas não é sobre isso. Superman não exerce o poder de forma soberana, mas sim difusa, capilar. E disso eu entendo bastante. Segundo a lógica da micropenalidade disciplinar, ele não governa pela imposição, mas pela visibilidade constante. Sua presença aérea onisciente no plano material atua como uma tecnologia do olhar, reminiscência do panoptismo, que induz condutas, regula os afetos e modela subjetividades. A sua função social é menos a de intervir do que a de tornar-se referência internalizada do comportamento esperado. Em última instância, ele atua como um instrumento de produção de subjetividade normativa. Posso afirmar que eu adoraria utilizar o instrumento do Superman. Fica a dica, Carlão. Tá claro que quente, como sua persona civil, figura como a interface entre o excesso e a contenção. Trata-se de um dispositivo de autogestão do poder, uma tecnologia em si, em que o sujeito se torna cúmplice da norma que o constitui ao ocultar suas potências extraordinárias sob a máscara da mediocridade social. Kent reencarna o processo pelo qual o indivíduo moderno se constitui como sujeito ético sob a égede da normalização. É aquele ditado: “Pode vir quente que eu estou fervendo”. Um gracejo leve, eu sei, mas como vocês gostam, claro que é um homem comum que não simula ingenuitate, mas sim reprodução do ideal, da docibilidade e integrabilidade. E por mim, clark, você pode vir e reproduzir o quanto você quiser. Pode usar capa e uso a espata. No plano sistêmico, Superman é também um agente de produção de regimes de vertate. Em Foucault, a verdade não é um reflexo do real, mas um efeito de práticas discursivas legitimadas por sistemas de poder saber. Superman corporifica esse regime, suas decisões, mesmo quando extralegais são tomadas como verdades absolutas e éticas políticas. ontológicas e até mesmo odontológicas. Afinal, Superman tem um belo sorriso. Ele não representa apenas a lei, mas aquilo que define o campo do legítimo, do justo, do moralmente aceitável. Sua figura sanciona o que deve viver e o que deve morrer. Live anden led, em inscrita consonância com a racionalidade biopolítica moderna. Assim, ao invés de um símbolo metafísico do bem, Superman deve ser interpretado com uma engrenagem sofisticada no maquinário do poder disciplinar e biopolítico. Tá completamente perdido, né? Falta ler um pouco. Eu sei disso. Ele vigia, normaliza, modula, regula. é menos um sujeito do mito do que um efeito histórico de um discurso que naturaliza a exceção como norma. E nesse sentido, sua figura não emancipa, ela captura. Eu adoraria ser capturado pelo Super ou até mesmo pelo Marco Antônio, que também é um Superman que a gente merece. Eu discordo dele, mas gosto. Muita inteligência, né, Durma? Eu sou muito inteligente. Eu acho que foi até um erro essa contratação da Linhagem TV, porque eu sei que vocês não vão me acompanhar. Eu duvido muito que vocês conseguiram acompanhar até aqui, mas esse é o quadro simbolismo simbólico, onde eu fico muito feliz de estar aqui filosofando, divagando com vocês, até porque o meu filme favorito é Dr. Vago, então acho que vocês vão gostar bastante. Se não gostarem é porque não entenderam. Então, procurem estudar, exercitar o cognitivo e assistir aqui o simbolismo simbólico para entender 100% do que estou falando. Muito obrigado pela audiência. Voltamos em breve. [Música] [Música]