Taiwan se prepara para o inevitável – “A China atacará e estaremos prontos para enfrentá-la!”

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Caros amigos, bem-vindos a mais um episódio de hoje no mundo militar. Neste vídeo, falaremos sobre um amplo exercício civil e militar que decorreu em Taiwan para testar a prontidão das forças para aquilo que consideram como inevitável ataque chinês. A sua empresa militar que se realiza a décadas em Taiwan, mas que neste ano alcançou uma escala sem precedentes. Iniciado no dia 9 de julho e estendendo-se por 10 dias, foi o mais longo já realizado. Um exercício que não foi apenas um show de força militar, mas uma simulação integrada de defesa total da ilha. com o propósito de testar a prontidão civil e militar para repelir uma invasão chinesa, focando também em cenários de zona cinzenta, táticas híbridas que a China usa para pressionar sem declarar guerra aberta, como incursões de navios da guarda costeira e milícias marítimas. O exercício começou com contramedidas a ações chinesas no estreito de Taiwan, simulando bloqueios navais e infiltrações, e ao longo dos dias evoluíram para treinamentos de fogo real, envolvendo cerca de 22.000 reservistas, a maior mobilização dos últimos 40 anos e integrando exercícios civis para preparar a população para uma guerra de atrito prolongada. Nesse cenário, sirenes euaavam pelas ruas de Taipei e mensagens anunciando ataques de drones e mísseis eram emitidas sem aviso prévio, com cidades inteiras se paralisando em simulações de ataques, com cidadãos procurando refúgio em estações de metrô e garagens contra ataques aéreos e com tropas fortemente armadas usando parques urbanos para rearmar helicópteros de ataque e o metrô para transportar armas de de um ponto a outro ou como trincheiras subterrâneas para manobras táticas. Segundo os especialistas que acompanharam o exercício, o realismo foi inigualável, com todos elogiando a disciplina tanto dos militares como dos civis, destacando inovações como o combate contra a guerra eletrônica e até mesmo trocas rápidas de comando, prevendo situações em que membros importantes do Estado Maior são eliminados em ataques chineses de precisão. Também foram treinadas novas regras de engajamento em cenários de invasão e de combate em zonas urbanas. Os meios envolvidos foram vastos e incluíram mísseis Feng de 300 km de alcance, capazes de atingir a província chinesa de Fujian. Meios navais com medidas a bloqueios, como torpedos e mísseis antinavio, e terrestres com treinamentos em guerra urbana, e o preparo da população para enfrentar a fase mais crítica, que corresponde às primeiras 72 horas de uma invasão estrangeira, quando o pânico e o caos se apoderam da população civil. Não houve participação direta dos Estados Unidos, o que gerou críticas, mas o foco foi mesmo na autossuficiência taiwanesa, pois eles sabem que mesmo contando com o apoio dos Estados Unidos, eles estarão totalmente sozinhos nos primeiros momentos do ataque. No final, o exercício decorreu sem incidentes graves, reforçando a mensagem de que Taiwan está pronta para transformar a sua ilha em uma fortaleza inexpugnável. Mas por que as autoridades taiwanesas acreditam que um ataque chinês é mesmo inevitável? Não se trata de paranoia. Com essa percepção sendo baseada em evidências muito concretas. Nos últimos anos, a China intensificou drasticamente os seus exercícios militares ao redor de Taiwan, com incursões aéreas diárias, patrulhas navais agressivas e táticas de zona cinzenta que incluem desinformação, cyberataques e coersão econômica. Além disso, como venho referindo já há vários anos aqui no canal, Peekim acumula forças anfíbias, navios de assalto e drones em uma escala gigantesca e que só pode ser justificada pela sua intenção séria e real de invadir e anexar Taiwan à força através de grandes operações anfíbias e aéreas. Oficiais taiwanes como o presidente La Xingit enfatizam que a preparação é a única opção, dado que a China vê Taiwan como parte inalienável e usa exercícios para normalizar a ameaça, com os analistas concordando que sem uma dissuasão forte, um ataque surpresa chinês, talvez disfarçado de exercício militar, pode ser iminente, especialmente com a retórica agressiva de Xinping sobre aquilo que chama de reunificação de Taiwan. Diante dessa ameaça de um adversário tão poderoso, como Taiwan está se preparando especificamente para ataques aéreos e navais, a estratégia é assimétrica, priorizando a negação de acesso com mísseis antinavio e antiaéreos, visando saturar as forças chinesas na fase de aproximação pelo estreito. Drones marítimos inspirados em sucessos ucranianos estão em desenvolvimento para contra-atacar frotas anfíbias sem confrontos diretos. E para ameaças aéreas, os exercícios incluem simulações de hiides com sirenes e paralizações urbanas, treinando civis a se abrigarem enquanto forças usam infraestruturas como metrô para manobras subterrâneas. A ênfase está em descentralizar comandos, combater a desinformação e preparar para guerras sem comunicações, pois esses sistemas serão os primeiros alvos. Taiwan também está focando nas poucas praias, vistas como viáveis para desembarques anfíbios, minando-as e treinando as defesas costeiras com os líderes militares e políticos da ilha, sabendo que a única chance de sucesso que terão é se conseguirem impedir os chineses de colocarem os pés na ilha. Outro aspecto importante que foi possível observar nesses exercícios é sobre como Taiwan está atenta ao que aconteceu e continua acontecendo na Ucrânia. Desde a invasão russa em fevereiro de 2022, Taiwan estuda aquele conflito quase como o roteiro daquilo que a China fará quando invadir. Exatamente como a Rússia fez, tudo começará com uma chuva de mísseis balísticos e de cruzeiro, visando centros de comando e de comunicação. Acompanhado por milhares de drones de longo alcance para tentar localizar e destruir lançadores de mísseis e baterias antiaéreas. espalhadas pela ilha. Após esse ataque inicial, que poderá se prolongar por três ou quatro dias, a ilha de Taiwan, devastada e atordoada, se transformará em alvo para assaltos navais e aerotransportados chineses, que tentarão estabelecer uma cabeça de praia e um corredor aéreo e naval para a chegada de reforços. Se os chineses conseguirem isso, Taiwan sabe que as chances de vitória cairão dramaticamente. Por isso, assim como Kev usou drones para neutralizar a superioridade numérica, Taiwan está se preparando para fazer o mesmo, tanto no ar como no mar, contra navios chineses. Segundo os analistas, Taiwan está ativamente aprendendo com a Ucrânia, não apenas em termos de quais armas usar, mas também em como a determinação e a vontade de lutar e se defender contra um agressor muito mais forte pode ser vital para a vitória final. Esse exercício que decorreu, único na história da ilha em termos de alcance e dimensão, mostra que Taiwan está se preparando para um ataque. Resta saber se isso será o suficiente para fazer frente ao que encaram como inevitável e terrível ataque chinês. [Música]

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