Tarifaço atinge diretamente produtores de médio e pequeno porte

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E os pequenos, os médios produtores, teriam também aí entram também, né, nessa cadeia aí? Talvez eles exportem menos, mas eles acabam fornecendo para grandes exportadores, né? Sim, sim. Eh, lembra que mesmo os grandes eles compram tanto de pequenos, médios e grandes produtores, mas toda a cadeia ela é unida, né, Joy? Então, se você tira as exportações, ela vai afetar os pequenos também. E aí o problema é maior no pequeno por uma questão orçamentária, né? Então, se você pega um pecuarista maior, ele tem mais orçamento para aguentar uma crise, ele tem crédito, ele tem condições de buscar outras opções e não afeta o orçamento familiar dele, né? Ele é ele é grande. No pequeno, no médio, a conta aperta no orçamento familiar. Então a crise chega muito mais rápido nos pequenos, mesmo que ele não esteja relacionado a um frigorífico suportador diretamente. Ele vende bezerro para quem vai vender para aquele ou ele vende para outros frigoríficos. Porque a hora que a conta aperta, Joy eh os preços de todos vão descer, não é só do que exporta. Então eu tô vendo muito pecuarista reclamando. Até frigorífico que não exporta, tá baixando preço, não exporta para Estados Unidos, nem exporta para ninguém, tá baixando o preço aproveitando o momento do mercado. É claro, se o mercado começa a se comportar de uma forma pressionar os preços, todo o mercado vai despencar, não só daquele que exporta, né? Então essa é uma reação natural do mercado, né? Agora, Maurício, a cadeia produtiva brasileira, ela está preparada para lidar com essa instabilidade? A gente vive um cenário incerto, um cenário instável? Ó, a se a gente pensar, Joyce, na parte de carne, de venda de carne, eh, o problema é maior no curto prazo. O o setor tá preparado para atender mercados, mas essa instabilidade toda, ela não envolve só as vendas de carne. Inclusive, eh, um dos do dos consensos, né, do perto de consenso entre os especialistas que estudam o mercado internacional, é que o pior cenário pro Brasil é uma retalhação aos norte-americanos, porque aí a gente teria um aumento dos nossos custos de produção, provavelmente a gente perderia a competitividade. Então, para eh direcionar a carne, eu acredito que a gente esteja assim preparado, embora a gente vá colher um resultado pior e um problema de curto prazo. Pra gente manter a nossa competitividade, eu acho que o Brasil não está preparado. Inclusive, nós estamos tendo um conflito com uma economia 14 vezes maior que a brasileira. E aí a gente vê pessoal eh comparando, não precisamos dos Estados Unidos, tem a China, tem não, a gente precisa de todo mundo. A gente a gente é um país com uma estrutura de exportação que a gente precisa negociar com todos. Então é essa questão da gente ter que escolher entre um e outro é péssimo pro Brasil. E a gente tem que pensar também no fluxo do que vem de lá pra gente manter a nossa competitividade. Então, nesse ponto, eu acho que nós não estamos preparados. E um e um problema desse com os Estados Unidos é péssimo pro Brasil. A gente só vai perder e a gente só vai se isolar. Então, a a gente como setor, eh, eu acho que essa opinião é bem corrente. A gente deseja que isso seja eh apaziguado, que a gente não fique nesse embate que estamos vivendo. E o agrobrasileiro, ele já vem sofrendo punições, ele sofre retaliações, ele é mal visto justamente por causa dessa competitividade, né? Porque os outros países têm os seus interesses aqui no que o Brasil produz, na capacidade que o Brasil tem para ampliar ainda a produção, tanto de lavoura quanto de de pecuária. E quando a gente fala em preço, né, foi um trabalho tão árduo para chegar aqui e perder, não dá, né? E não só Estados Unidos, Europa também a gente enfrenta restrições. Eh, e quando os preços se estabilizam, geralmente é nos patamares mais altos, né? Exatamente, né? Então, a gente tem aí uma condição que vem trazendo a gente para um para um para um sucesso crescente. E e ó, Joy, se a a a condição do Brasil na pecuária, ela na carne bovina, ela é assustadora, ela ela apavora o mundo todo. Então, olha, a gente exportou em 2024 32% do que nós produzimos aqui, então é pouco perto do que a gente produz. E mesmo assim nós exportamos o dobro do que o segundo do mercado. E a hora que você vê a capacidade de resposta, né, quem pode responder nos próximos anos, o Brasil tá numa dianteira assim e fantástica. Então é evidente que isso assusta. Aí nós vamos ver todo tipo de pressão, inclusive algumas fomentadas por brasileiros e responsáveis que não conseguem nem avaliar qual é a dinâmica de desmatamento, por exemplo, que é um assunto muito eh eh aderente à pecuária, né? Eh, então nós não estamos fazendo isso em cima de área desmatada, nós estamos aumentando a produtividade e isso assusta todo mundo. Então, toda vez que o Brasil der um motivo para levar a pressão, nós vamos levar pressão. E aí, claro, dependendo do tamanho dessa pressão, a gente põe tudo isso a perder. Seria péssimo, porque a reconstrução é sempre mais cara do que a destruição. Então, a hora que a gente perde, o tempo que nós vamos levar para voltar é muito maior do que o que a gente levou para perder. Então, a gente tem que ficar sempre muito atento a a esses conflitos que a gente se coloca eh de forma gratuita, né?

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