Terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas! O que aconteceu na Rússia? – Entenda o caso
0No dia 30 de julho de 2025, o mundo acordou em alerta. Terremotos, tsunamis e até mesmo erupções vulcânicas deixaram várias pessoas ao redor do mundo se perguntando o que estaria acontecendo. Tudo iniciou no mesmo lugar, no extremo leste da Rússia, mais especificamente na região da Península de Cantiática, e acabou se estendendo até as regiões dos Estados Unidos e Japão. No vídeo de hoje, você vai entender o que realmente aconteceu e como um terremoto originário de uma região inabitada na Rússia poôde percorrer tanto ao redor do mundo. Com a magnitude de 8,8 pontos, esse terremoto já entrou logo como sexto mais forte desde que começamos a realizar as medições. Muitas pessoas chegaram até mesmo a compará-lo ao terremoto de 2011 no Japão. Contudo, naquela ocasião, o terremoto foi ainda mais forte, atingindo a magnitude de 9,1. Entretanto, essa magnitude de 8,8 pode vir a aumentar ainda mais, pois conforme explica a professora de geofísica, Lorengler, não ficaria surpresa se nas próximas semanas ele acabasse tornando um pouco maior. Isso se deve ao simples fato de que grandes terremotos são muito mais difíceis de determinar do que os menores, porque produzem muita energia. Será que ele conseguirá ultrapassar os 9,1 do terremoto do Japão? Vale lembrar que em 2011 o terremoto do Japão trouxe consequências desastrosas ao país, colapsando a usina nuclear de Fukushima e ocasionando a morte de mais de 18.000 pessoas. Até o momento, nenhuma vítima do terremoto foi registrada. No entanto, é necessário que algo seja explicado desde o princípio. Apesar do susto do terremoto ter disparado alerta de tsunamis em outros cinco países e até mesmo dele ter causado a erupção de um vulcão, trata-se de um evento comum, principalmente para a região. A península de Kanxática está localizada no que chamamos de círculo de fogo do Pacífico, sendo este justamente o local do planeta em que há mais atividades sísmicas e vulcânicas. Isto faz desta região o local mais provável para se iniciar terremotos e erupções vulcânicas. Nos anos 50, exatamente neste mesmo local, já havia sido registrado um terremoto com nove de magnitude, ou seja, a sexta e a quinta posição dos maiores terremotos já registrados no mundo. Todos são na península de Cancháica. Mas o que pode causar um terremoto tão potente assim? Para entendermos a origem dos terremotos, primeiro precisamos ter em mente que a crosta terrestre é composta por grandes blocos, os quais nós chamamos de placas tectônicas. Essas placas se movimentam constantemente, flutuando sobre o manto terrestre. Quando elas se aproximam, podem convergir ou divergir. Quando essas placas convergem, ou seja, quando uma placa afunda sob a outra, nós chamamos esse movimento de subducção. No caso do terremoto de Cancháka, nós tivemos a convergência de duas grandes placas tectônicas. Ao longo do tempo, essas placas acabam se pressionando e acumulando energia. E quando essa energia acumulada ultrapassa o ponto de resistência das rochas, é quando temos um rompimento. Ou seja, quando isso ocorre, toda essa energia acumulada é liberada em forma de um terremoto. O terremoto de hoje rompeu uma falha com centenas de quilômetros de extensão. E quanto maior for essa área rompida, mais energia é liberada. E quanto aos tsunamis gerados, o terremoto aconteceu a uma profundidade de 19,3 km. E quando o movimento das placas desloca o fundo do oceano verticalmente, isso acaba por empurrar uma grande massa de água para cima. Com isso, várias ondas são geradas a uma grande velocidade pelo oceano, ganhando altura ao se aproximar das costas. Japão, Estados Unidos e Havaí foram alguns dos vários países que geraram alertas de tsunami. No Havaí foram registradas ondas de até 1,7 m de altura. Mas apesar de um alerta para tsunami ter sido feito, na mesma noite ele foi rebaixado para um nível menor. Ainda assim, o administrador da Agência de Gestão de Emergências do Havaí, James Barros, se pronunciou à população local dizendo que fiquem atentos às enchentes, façam avaliação e verifiquem suas estruturas e casas. Todos os voos na região foram cancelados. No Japão foram registradas ondas de até 1,3 m de altura e cerca de 1,9 milhão de pessoas foram evacuadas. Havia também uma preocupação com a usina nuclear de Fukushima, um receio de que o mesmo acidente do passado voltasse a ocorrer. Até o momento, nenhum problema na região da usina foi identificado. Mesmo que mais recentemente o tamanho das ondas tenha diminuído para menos do que 1 m, ainda assim as autoridades preferem manter a cautela. Em comunicado, as autoridades japonesas disseram: “Com base em observações de tsunamis e terremotos de magnitude semelhante, esperamos que as condições de tsunami continuem por pelo menos mais um dia. Se o tsunami coincidir com a maré alta, o nível da maré pode subir ainda mais do que agora. Por isso, pedimos que continuem a ter cautela. Na região da Califórnia, apesar do susto inicial, não há relatos de danos significativos. A maior onda registrada foi de 1,1 m de altura, sendo que ondas menores foram avistadas em outras regiões pelos Estados Unidos. Além de tremores e dos tsunamis, nós também tivemos o registro de erupções vulcânicas na região. E sim, elas também já eram esperadas. Com seus quase 5.000 m de altura, o vulcão Clio Chevsy entrou em erupção pouco depois dos tremores. Em nota, o serviço geofísico da Rússia disse: “O Cleo Chevskoy está em erupção neste momento.” Observa-se lava incandescente descendo pela encosta oeste, um potente brilho acima do vulcão e explosões. A erupção dele não foi uma surpresa para os especialistas, justamente pelo fato de que ele faz parte dos vulcões ativos na península de Canxática, além, é claro, da região em que o vulcão se encontrar ser desabitada. No momento, a maior preocupação das autoridades está relacionadas à nuvem de cinzas que o vulcão espeliu, pois ainda não está claro se elas irão representar algum risco para as comunidades vizinhas. Tremores, tsunamis e erupções vulcânicas. Por mais que pareçam o fim do mundo, na verdade trata-se de ocorrências normais para esta região tão estável do planeta Terra, justamente devido ao fato de já sabermos o quão estável é essa região e termos nos preparado antes. Pelo menos até o momento, nenhuma morte foi registrada em decorrência desse terremoto, mesmo que ele esteja entre os mais fortes já registrados. Aliás, para quem estivesse perguntando, o terremoto mais forte já registrado aconteceu em 1960 no Chile, com uma magnitude de 9,5 pontos. O tsunami gerado por ele fez mais de 16 vítimas, mas mesmo tendo sido mais forte, não foi o mais letal. O terremoto mais letal que nós temos registro aconteceu em 2004 na Indonésia, com uma magnitude de 9,1 e mais de 280.000 mortes. Ah, e vale lembrar que esses dados são relativos apenas ao período no qual nós começamos a registrar os terremotos. Um tremor que tem ocorrido há 1000 anos, por exemplo, nós não temos como saber e quantificar a sua magnitude nessa tabela. Normalmente o esperado é que enfrentemos uma média de um terremoto de magnitude acima de 8 por ano, sendo que um com força maior do que 8,6 é esperado uma vez por década. Por nunca se limitar a uma única região e quase sempre ocasionar em desastres e mortes, há uma grande preocupação em entendermos e anteciparmos esses eventos. Quando indagada se há algo que podemos fazer para prevenir um grande terremoto e tsunami, a geóloga de Nines respondeu dizendo que essa é provavelmente uma das principais questões que todos na geociência estão tentando descobrir. A ciência ainda não consegue prever o próximo grande terremoto, mas uma coisa é certa, ele virá. A pergunta então passa a ser: estaremos preparados? Não deixe de comentar sua opinião sobre esse evento que vem acontecendo ao redor do mundo.