TÓRIO: A Aposta Nuclear da China que Pode Mudar o Mundo!
0Como a China venceu a corrida pela energia nuclear de Tório? Fim de mês, você abre a conta de luz, faz aquela cara de de novo não, e promete desligar o ar condicionado mais cedo. Só um spoiler, você não vai. Agora imagina se existisse um combustível que é tão comum quanto areia, não vira bomba, reaproveita lixo nuclear e ainda derruba o preço do kilow. Ele tem nome, Tório, e já foi o queidinho da pesquisa nuclear nos anos 60. Mas vieram bombas, desastres nucleares, o controle cada vez maior do petróleo sobre a economia e o Tório foi parar num arquivo emboeirado. Quase todo mundo deixou para lá, menos a China. Enquanto o Ocidente investia em gás e vento, Pequim ressuscitou antigos estudos, contratou centenas de engenheiros e instalou no deserto um reator de sal fundo, alimentado por Tório. Ele já está ligado em fase de testes e o plano é colocar versões flutuantes no mar do sul da China antes da próxima década. Se funcionar, não muda só a sua conta de luz, muda a disputa por matériasp, muda a conversa sobre CO2, muda quem dita o preço da energia no mundo. Então fica a pergunta: por todo mundo largou o tório? O que a China descobriu que os outros ignoraram? E onde isso deixa a gente ainda pagando caro pela eletricidade gerada à base de carvão e gás? [Música] A energia perfeita que o mundo esqueceu. No auge da Guerra Fria, o mundo estava dividido entre medo e poder, mas não era o tipo de poder que acende casa ou move indústria, era o poder de destruir. Foi nesse cenário que os Estados Unidos fizeram uma escolha que hoje parece difícil de entender. Eles tinham nas mãos uma tecnologia nuclear mais segura, mais simples e com potencial para gerar eletricidade limpa por muito tempo. Mas como ela não servia para produzir armas, foi deixada de lado. A história começa no Laboratório Nacional de Oak Reich, no Tennessee. Ali, nos anos 60, engenheiros testaram um tipo diferente de reator, em vez de urânio sólido, ele usava tóreo dissolvido em sal líquido. Era uma abordagem incomum dois pontos centrais. funcionava em baixa pressão, o que reduzia o risco de explosão. E se houvesse superaquecimento, o próprio sistema desligava sozinho, sem a necessidade de intervenção. Ou seja, era viável, controlável e produzia energia. Funcionou, mas não atendia ao interesse militar da época. O Tório não gerava o material necessário para fazer bombas. Já o urânio. Sim. Por isso, os reatores movidos a urânio viraram os queridinhos dos governos. Serviam tanto para gerar eletricidade quanto para fabricar armas. O Tório, nesse jogo, não tinha utilidade militar e acabou deixado de lado. Ao longo dos anos, o mundo continuou apostando nos reatores tradicionais. Apesar de mais caros, mais complicados e mais arriscados, serviam aos interesses da época. Enquanto isso, o Tório virou rodapé de relatório. Os testes foram engavetados, os estudos esquecidos. Até que décadas depois outro país decidiu tirar a poeira desses relatórios. A China não foi por nostalgia científica, foi por necessidade. Com uma população enorme, cidades crescendo sem parar e uma demanda de energia que não para de subir, o país precisava de uma nova solução, algo que não dependesse de importações, poluísse menos e pudesse ser escalado rápido. Foi aí que os cientistas chineses voltaram aos projetos de Hak Reeds. Estudaram os dados, analisaram os cálculos, fizeram novos testes e ergueram no deserto de Gansul o primeiro reator de sal fundido com Tório em mais de 50 anos. Agora a pergunta é: o que a China quer com isso? Por que investir tanto numa tecnologia que o resto do mundo descartou? E será que essa aposta muda só a forma como a gente gera energia ou muda também quem manda na energia daqui pra frente? É isso que a gente vai ver agora. O plano da China com o Tório não é só energia. Enquanto boa parte do mundo ainda discute se vale a pena investir em energia nuclear, a China já está anos à frente. Em 2021, o país colocou em operação no meio do deserto de Gansu o primeiro reator experimental de sal fundido com Tório em mais de meio século. Pequeno, sim, mas real, funcional e parte de um projeto bem maior. Essa iniciativa não saiu do nada. Desde 2011, o governo chinês financia um programa nacional focado exclusivamente nesse tipo de tecnologia. São mais de 400 cientistas trabalhando em tempo integral para tornar o Tório viável, não só como alternativa, mas como uma nova base energética para o país. E por que tanto interesse num combustível que o resto do mundo praticamente ignorou? Porque pra China isso não é só uma questão de energia, é uma questão de estratégia. O país sabe que não pode continuar dependendo do carvão para alimentar suas cidades, nem de gás e petróleo importados para manter a indústria funcionando. Também investe pesado em energia solar e eólica. Mas essas fontes têm um problema. Elas não são constantes. Se não tem sol ou vento, não tem geração. O tório entra aí como uma peça que pode fechar esse quebra-cabeça. Ele oferece uma fonte de energia que não depende do clima, não precisa ser importada e pode funcionar de forma estável dia e noite. Isso por si só resolveria uma boa parte da equação energética chinesa, mas o plano vai além. O governo também deixou claro que estuda formas de levar essa tecnologia pro espaço. Em documentos oficiais, a China mencionou o uso de reatores de tório em bases lunares e sondas espaciais. A lógica é simples. É um combustível leve, durável e mais seguro para missões de longa duração. O tipo de solução que encaixa com os planos ambiciosos do país para explorar o espaço nas próximas décadas. E se der certo aqui na Terra, a China ainda pode transformar essa tecnologia num produto de exportação. Em vez de depender da tecnologia dos outros, ela passa a vender reatores, sistemas e conhecimento para outros países. Em vez de consumidora, vira fornecedora. E os outros, onde estão os Estados Unidos, a França, o Japão, estão para trás. Até hoje, nenhum outro país levou adiante um projeto de reator de tório com sal fundido como a China. Os poucos testes que existiram fora de lá ficaram no papel, esbarraram em cortes de verba ou simplesmente nunca passaram da fase de laboratório. É como se o mundo tivesse deixado essa porta aberta por décadas e agora a China resolveu atravessar sozinha. E se essa travessia funcionar, o jogo muda. Porque não é só sobre eletricidade mais barata ou mais limpa. É sobre influência. Quem comanda a próxima geração de energia pode também ditar as próximas regras do mundo. E a China já entendeu isso. O que está em jogo e por isso não é só sobre energia? Quando a China investe bilhões em uma tecnologia que o resto do mundo deixou para trás, não é só uma aposta técnica, é uma jogada de longo prazo. Quem dominar o próximo grande salto energético vai ganhar muito mais do que luz barata, vai ganhar influência internacional, acordos comerciais, acesso a matériaspras estratégicas e principalmente autonomia. E esse é o verdadeiro centro da questão. Hoje quase todo o país depende de alguém para manter a sua energia funcionando. O Brasil importa gás da Bolívia. A Europa ainda compra petróleo do Oriente Médio. E a China, mesmo sendo a segunda maior economia do mundo, ainda precisa importar carvão, gás e petróleo para suprir suas necessidades. Isso é caro, instável e, em muitos casos, perigoso. Por isso, desenvolver uma nova base energética limpa, estável e que pode ser feita com um combustível local é mais do que desejável, é urgente. E o Tório, que ficou décadas esquecido, começa a aparecer cada vez mais uma dessas cartas escondidas que podem virar o jogo. Agora pensa comigo, e o Brasil? Nosso país tem uma das maiores reservas conhecidas de Tório do planeta. Ele está aqui no solo, principalmente em estados como Bahia e Minas Gerais. Mas por enquanto não fazemos quase nada com isso. Seguimos com a velha matriz, hidrelétricas, termelétricas e carvão e gás e uma participação ainda tímida de energia solar e eólica. A discussão sobre o Tório nem começou por aqui. Não temos programa de pesquisa sério nessa área, nem plano de médio prazo. Enquanto isso, a China testa, constrói e lidera. Se essa tecnologia se provar viável nos próximos anos, e tudo indica que isso está bem perto de acontecer, a disputa não vai ser só por conhecimento, vai ser por quem fornece, quem regula, quem vende e quem compra. E a pergunta que fica é: vamos ser parte ativa desse novo cenário energético ou só mais um comprador na fila? Talvez a resposta esteja nos próximos anos, mas a corrida já começou e, por enquanto, só um país está correndo de verdade. Você já tinha ouvido falar do Tório? Acha que o Brasil devia entrar no jogo? Comenta aqui embaixo. Agora, se você gosta de assuntos que o mundo insiste em ignorar, tem outro lugar mais profundo ainda que esconde segredos pouco explorados, literalmente profundo. Clica aqui para ver o vídeo. A fossa das Marianas esconde algo que pode mudar o mundo. Te espero lá nas profundezas.