Trump começa a enviar tropas para a América Latina – Como o Brasil fica no meio disso tudo?

0
Share
Copy the link

Caros amigos, bem-vindos a mais um episódio de hoje no Mundo Militar. Neste vídeo, falaremos sobre o início do destacamento de forças militares americanas em direção ao Caribe e à América Latina, como parte de uma missão mais ampla da administração Trump para destruir os cartéis que atuam na região e de como o Brasil está inserido nesse contexto. Você sabia que a inteligência geopolítico nas Américas ganhou um novo capítulo com o governo dos Estados Unidos decidindo mover peças importantes no tabuleiro militar, deslocando forças navais e aéreas para o sul do mar do Caribe, com o objetivo de enfrentar diretamente organizações criminosas latino-americanas, que recentemente foram classificadas como ameaças à segurança nacional norte-americana. Essa movimentação não é fruto do acaso, com fontes próximas ao Pentágono, revelando que o presidente Donald Trump vinha há meses pressionando para que os militares tivessem um papel mais ativo na luta contra cartéis de drogas considerados organizações terroristas globais. Entre eles estão o Cartel de Sinaloa, no México, os grupos venezuelanos Tremerágua e Cartel de Losoles, comandado pelo ditador venezuelano Nicolás Maduro e a temida gangue MS13, formada nos anos 80 em Los Angeles por imigrantes salvadorenhos. Segundo autoridades norte-americanas, nessa primeira etapa, a operação contará com um conjunto variado de meios militares, com destaque para navios de guerra. Um submarino de ataque e aeronaves de reconhecimento e patrulha marítima P8 Posidon. O P8 da Boing tem uma autonomia impressionante, capaz de permanecer por longas horas sobre uma mesma área do oceano, patrulhando e observando tudo em um raio de milhares de quilômetros. Graças à suas câmeras e sensores, nada passa despercebido mesmo durante a noite, sendo por isso visto como essencial para a missão de patrulhar as rotas marítimas usadas pelos cartéis para o tráfico marítimo de drogas. O principal foco desses meios é a patrulha das águas dos narcoestados que atuam em conjunto com esses cartéis, com destaque para a Venezuela do ditador Nicolás Maduro e do seu cartel de Losoles, vista como a principal organização narcoterrorista dedicada ao tráfico de cocaína para América Latina e Estados Unidos. Como a ditadura de Maduro controla os portos e os mecanismos de fiscalização, centenas de toneladas dessa substância saem do território venezuelano todos os anos, inundando mercados da América Latina e do Caribe e alimentando a procura nas cidades dos Estados Unidos, contribuindo para a terrível crise social das drogas. Mas todos esses meios destacados pelos Estados Unidos na região não terão apenas a capacidade de realizar operações de vigilância e coleta de inteligência, mas também poderão servir como plataformas de lançamento para ataques cirúrgicos, caso a Casa Branca autorize. Aliás, o P8 Posidon vem muito bem equipado com sistemas ofensivos, como torpedos, mísseis antinavio e até mesmo minas. Mas, provavelmente essas ações ofensivas, se forem autorizadas, serão realizadas por helicópteros embarcados nas embarcações que estão atuando na operação. E apesar da maior parte das ações ocorrer em águas e céus internacionais, a possibilidade de operações mais diretas, inclusive no território de alguns países, não foi descartada, com fontes citadas pelo The New York Times, indicando que os alvos principais estão no México e, acima de tudo, na Venezuela, que poderia até mesmo ser atingida por ataques contra alvos em terra, como depósitos ou laboratórios de drogas. É importante lembrar que, ao menos nessa etapa inicial, o Brasil não está incluído no plano de ação dos Estados Unidos. O presidente Trump tentou que o Brasil classificasse o PCC e o CV como organizações terroristas, mas o governo Lula se recusou. No entanto, isso não impede de, no futuro, de forma unilateral, Washington avançar com essa designação para esses grupos, o que, pelo menos em teoria permitiria ataques de precisão contra indivíduos, instalações ou rotas de contrabando desse grupo. É importante frisar que os Estados Unidos não estão atuando dessa forma para melhorar a segurança dos países onde esses grupos atuam, mas sim para impedir o tráfico de drogas para os Estados Unidos. E como o PCC e o CV não atuam diretamente no mercado americano, a possibilidade de ações dos Estados Unidos contra esses grupos brasileiros permanece reduzida. Toda essa estratégia para América Latina é parte de um pacote mais amplo anunciado por Trump desde o seu retorno à presidência em janeiro desse ano. Logo nos primeiros meses, a sua administração passou a pressionar governos da região para que classificassem os cartéis como grupos terroristas, algo que até agora nem todos fizeram. Em fevereiro, o Washington oficializou essa designação para oito organizações, incluindo o Trem da Arágua e o MS13. Mas apesar da mobilização militar, existem obstáculos importantes, já que pela legislação norte-americana, o uso de forças armadas em ações ofensivas no exterior, especialmente em solo estrangeiro, geralmente precisa de aprovação do Congresso. Além disso, especialistas alertam para os riscos de baixas civis e até mesmo de militares americanos em combate direto contra os cartéis. No entanto, como esses grupos são vistos agora por Washington como organizações terroristas, Trump pode alegar ação emergencial, tal como fez em outras ocasiões, como quando ordenou o ataque que eliminou Cim Soleimani, na época chefe da força cud iraniana. O México, um dos alvos centrais da operação, reagiu com cautela com a presidente Cláudia Shainbound, reconhecendo que foi informada sobre os planos, mas afirmou que não permitirá operações militares dos Estados Unidos dentro do território mexicano, criando um profundo impasse. Como os Estados Unidos enfrentarão os cartéis mais poderosos sem o apoio ou pelo menos a permissão dos governos locais. No pano de fundo dessa movimentação, há também o reforço das ações de inteligência. O Pentágono já vinha aumentando o uso de aeronaves de vigilância para mapear rotas de tráfico e operações logísticas dos cartéis numa tentativa de montar um quadro mais detalhado de como, onde e quando agir. Seja como for, a decisão de enviar forças militares ao Caribe e ao entorno da América Latina marca uma escalada na política de segurança de Donald Trump, um movimento que combina pressão diplomática, presença militar ostensiva e a clara mensagem de que Washington agirá unilateralmente caso considere necessário. E se a história nos ensina algo, é que esse tipo de operação raramente fica restrito aos planos iniciais. E dependendo da resposta dos cartéis e da postura dos governos da região, essa mobilização pode se transformar numa campanha prolongada, com impactos diretos, não apenas para o combate ao tráfico, mas para o equilíbrio político e militar em todo o continente. [Música]

Comments

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *