Um Brasil que desmorona: desabamentos de pontes atrasam o país

0
Share
Copy the link

através das redes sociais, dos noticiários tem mostrado bastante que a ponte já não está mais forçando o grande fluxo de veículos pesados que passa por aqui. Bastaram apenas alguns segundos para que parte da ponte Jine Cubicheque, na divisa do Tocantins com Maranhão, viesse ao chão. Foi em dezembro do ano passado. E eu gostaria de chamar a atenção das autoridades competentes para que viesse e tomasse uma providência. Mas naquela ocasião em que o concreto e o cimento desabaram, eu quero até mostrar para vocês. Chega aqui mais por aqui, ó. É, olha só, algumas rachaduras. Olha só essas rachaduras aqui, ó. Oi, oi, oi, oi, oi. Sonhos e futuros também se desintegraram sem possibilidade de serem reerguidos. No lugar da ponte, que unia dois pontos de uma mesma estrada, também existem dois mundos que não vão se unir nunca mais. Sai de perto, doido. Meu Deus do céu. Meu Deus do céu. A dona de casa, Cassiane Rodrigues, de 47 anos, moradora de Alianópolis, no Tocantins, voltava para casa quando percebeu um sem número de chamadas perdidas da própria mãe. Ela não sabia, mas sua filha não havia chegado à casa dos avós. Lorena, de apenas 25 anos, foi uma das 14 vítimas que morreram na queda da ponte Jina Kubcheque. Outras três nunca foram encontradas. Não é fácil perder a mãe da idade que ele estava, né? Um tem nove, o outro tem oito. O outro tem oito. Pequenos são pequenos. Família era muito junta. Como é que era? Aqui tudo era junto. Vem dizer saía daqui, né? Moro aqui perto, toda coisa era avó, era mãe, né? E para mim tá sendo muito difícil quando eu saio aqui na porta que eu não vejo a moto, que sempre a moto dela ficava aqui na porta. Ela aí tava de moto, ela tava de moto do dia. Ela tinha no moto que ela fazia esses trajetos todo. Peguei o telefone e atendi minha mãe, cadê você? Cadê você? Eu digo: “Mãe, tô em casa”. Ah, minha filha, a ponte caiu. Cadê a Lorena? Eu falei assim: “Mãe, eu não sei.” Minha mãe disse assim: “Não, minha filha, a Lorena caiu. A Lorena tá morta aqui na praia”. Eu digo: “Tá não, mãe”. A mãe disse assim: “Tá, minha filha, vem para cá”. Cheguei lá e vi minha filha morta, mas ela ainda caiu viva, né? Eh, o moço do barco acolheu ela, né? Botou dentro do barco, mas ela não sobreviveu, né? A queda da ponte. E eu passei junto com minha filha naquele dia. O Metrópoles percorreu mais de 9000 km para investigar o estado das pontes brasileiras. Estivemos em três locais. Além da divisa de Maranhão e Tocantins, fomos também de uma ponta a outra no Brasil, no Amazonas e no Rio Grande do Sul, para contar as histórias desses brasileiros que perderam seus familiares devido a anos de negligência e descaso na manutenção dessas estruturas. Um problema que traz ainda outras consequências, como atrasos logísticos, dificuldade de locomoção entre municípios e grandes transtornos aos moradores de áreas isoladas. De acordo com a Lei de Aesso à informação em levantamento obtido pelo Metrópolis, o Brasil possui pouco mais de 5.000 pontes em rodovias federais. 775 delas estão avaliadas em situação ruim ou crítica. O que significa que em extensão mais de 40 km dessas estradas que conectam um ponto do mapa a outro estão comprometidas. Altura do qum 23 da BR319. Foi em setembro de 2022 que a ponte sobre o rio Curuçá, no Amazonas, perto da capital Manaus, colapsou. Tudo estava parado na estrada, justamente por conta de um protesto que reivindicava uma melhor estrutura para aquele determinado trecho. Preso no engarrafamento, João Nascimento Fernandes saiu do veículo que dirigia para saber o que estava acontecendo. Ele pediu que a esposa o esperasse. João nunca mais voltou. A família Nascimento agora não tem um pai. Essa tragédia foi uma tragédia anunciada. Foi uma tragédia que poderia sim ter sido evitada, né? Ou meu pai não era para ter morrido. Meu pai era um cara saudável, um homem que tinha eh eh saúde, não tinha nenhum problema de saúde nem nada, tava eh eh bem, tava feliz, trabalhava, um homem que 100% saudava. Então, simplesmente por negligência de pessoas que deveriam fazer o seu trabalho, não fizeram, por denite que não fiscalizou, Polícia Federal que não tava ali orientando para dizer não pode passar o caminhão, o caminão que em cima da ponte, tem que sair, não pode passar caminhão. Não tinha ninguém fazendo o seu trabalho. Se tivessem feito o seu trabalho, não tinha morrido. Meu pai não tinha morrido, ele estaria aqui. Então, o meu pai não morreu, ele foi arrancado da gente. Eu tenho certeza. Se ele pudesse ver o nosso sofrimento que a gente passou, ele estaria aqui dando e eh fazendo o impossível, como ele sempre fez, para tirar a gente dessa dor, para salvar a gente. O corpo de João Nascimento Fernandes só foi encontrado após 5 meses de buscas nos estroços do desabamento. [Aplausos] [Música] Testemunhamos as intempéries causadas pela queda das pontes, dentre elas as dificuldades em acessos e em locais que já eram de difícil chegada, tarefas como a de transporte de alunos às redes de ensino locais. o simples ato de ir a uma agência bancária em um município vizinho e ainda o comércio entre as localidades ficaram prejudicados. Aconteceu agora uma das maiores enchentes aqui da nossa da nossa região, né, o estado do Rio Grande do Sul, mas aqui a região nossa foi uma das mais atingidas, né? Então nós estamos nessa penúria, nessa dificuldade desde aquele tempo. Eh, desde aquele tempo. A gente está falando hoje em junho de 2025. Tem um ano e dois meses, mais ou menos. É isso. Dois meses, dois meses. Várias pontes caídas, vários trechos e asfaltos levados, várias dificuldades que as pessoas têm para fazer para se locomover de uma cidade a outra, para fazer a logística de saúde, a logística de de saúde e também a logística de estudantes, né, que a gente tem muitas faculdades aqui e nada acontecendo. Então, é isso, essa é a pergunta que a gente tá se fazendo e estamos cobrando e diariamente das autoridades que são competentes para fazer isso e não acontece. Difícil para todo mundo, para quem trabalha, por exemplo, que tem que se locomover de manhã e tem que voltar à tarde, é sempre fazendo desvios para tudo quanto é lado. Isso que hoje é um dia de sol, mas imagina os dias de de chuva como que são. Então, ficamos assim indignados, né? uma situação dramática pra nossa região e o crescimento da região vai cada vez indo para mais para baixo, né? Não não tem mais desenvolvimento porque não tem logística, né, para que isso aconteça, né? O desabamento de pontes também pode ter graves consequências econômicas. Isso tem impactado direto sua loja que fica na BR? Ah, com certeza, né? Não só eu aqui, mas também muitas outros comércios da região, pessoal que que depende, né, dessa dessa economia do fluxo de veículos é totalmente impactado por por essa esse transtorno que tá aí há tanto tempo já, né? A outra ponte que caiu em 2010 foi uma ponte muito maior e foi construída bem maior também e não demorou tanto tempo, né? Em meses a ponte estava concluída e aqui já fazem mais de ano e ainda não a gente não tem nem não sabe nem o que que vão fazer, como que vão fazer. Então cada vez que para para fazer manutenção nessa fonte provisória, eh é um transtorno que para toda a rodovia, então a gente fica impactado também e são funcionários que a gente tem, né? E também reflete toda a cadeia produtiva, todo eh o cenário de empregos também, todo mundo fica afertado. Quanto que diminuiu? Não preciso falar valor, mas assim, em quanto diminuiu a sua venda? O senhor vendia três, quatro peças por mês? 50%. 50% é 50%. [Música] [Música] A gente vai pegar o tax hoje. A compra no mercado tá quase pela metade do que era antes. Que que o senhor leva hoje? Hoje a gente leve mais o básico, o arroz, é o feijão, o leite das crianças. das peas. Mais importante é massa das peças. Além dos transtornos, o rombo na renda de famílias, cidades, estados, perdas humanas e os traumas subsequentes delas que afetam parentes, amigos e comunidades inteiras. Há ainda o fator ambiental. [Música] Então aqui eu falei, né, ali com a queda da ponte a gente não poôde mais embarcar e nem desembarcar. Então, hoje aqui está sendo utilizado o porto de embarque e desembarque para os nossos pescadores que chega aqui tem que pegar um carro de mão desse, colocar sua caixa de isopor e passar no meio desse tanto de carro, é, para chegar até ali aonde um transporte pega aqui, né? E hoje nós estamos aqui nessas condição, né? Sem o apoio municipal, estadual, federal, nós não estamos tendo esses apoio, por isso que tá nessas condições e acabou. Para nós não tem surubinho, não tem mais o branquinho, nós não temos mais a pau manteiga aqui, nós não temos a pia, nós não temos o o filhote que é pouco que tudo pegava aqui no rio, entendeu? E o peixe que nó pega peixe outro que é o Jaú, os outros é tudo acabado. E senor acha que tem relação com a queda da ponte também? Tem. E depois que a ponte caiu o peixinho que a gente pega para vender, não vende mais, porque ninguém quer mais comprar com medo. Porque disse que tem uns tanque aí dentro que era para ter tirado. Nunca tiraram. Tem dois, né, Carlos? Dois tanques. Dois tanques. Um de lavoura e outro de É, tá aí dentro no fundo do rio, 50 m de profundidade. Eles nunca conseguiram tirar. tirar o que não quiser ainda. Quando foi inaugurada em 1960, mesmo ano da inauguração de Brasília, a ponte JLE Cubcheque, que homenagiava o então presidente, criador da capital do país, era um exemplo de engenharia. Hoje, infelizmente, para muitas famílias, como a da dona Maria Selma, ela é sinônimo de tristeza. Então, eu sei que não é indização que vai eh tirar a dor, o sentimento que nós temos, né? Mas sim, vai melhorar e vai também ter aquele aviso para outras vezes não deixar acontecer a eterna lembrança de algo que já não está mais lá, um sonho de futuro que simplesmente se desfaccelou através das redes sociais noticiários. tem mostrado bastante que a fonte já não está mais forçando o grande fluxo de veículos pesados que passa por aqui. E eu gostaria de chamar a atenção das autoridades competentes para que viesse e tomasse uma providência, né? Eu quero até mostrar para vocês. Chega aqui mais um pouco aqui, ó. Eh, olha só, algumas rachaduras. Olha só essas rachaduras aqui, ó. Oi, oi, oi, oi, ol, sai, sai daí. Sai perto, doido. Meu Deus do céu. Meu Deus do céu. [Música] Tem bastante. Se o meu amor não voltar, quem é que vai chorar? Quem vai comigo? Quem é que vai dizer também que tem o amor dividido? Quem é que vai chorar? Quem vai beber comigo? Quem é que vai dizer também que tem o amor? perdido. Obrigada,

Comments

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *