UMA VIAGEM INCRÍVEL PELA VIA LÁCTEA | DOCUMENTARIO 2025
0[Música] essa é a Via Láctea nossa casa uma galáxia de formato espiral em que o nosso sistema solar está localizado a Via Láctea é composta por cerca de 400 bilhões de estrelas que se encontram separadas entre si por trilhões de quilômetros se observarmos o céu em uma área com pouca luz nuvens e poluição é possível visualizar uma faixa esbranquiçada composta por milhões de estrelas essa faixa de estrelas é a parte visível da Via Láctea graças ao seu aspecto esbranquiçado ela foi batizada como estrada de leite ou Via Láctea pelos gregos antigos nossa galáxia possui um diâmetro de 100.000 1 anos luz e é composta por braços constituídos por bilhões de estrelas jovens gás e poeira que por estarem em rotação dão esse formato espiral à Via Láctea além do disco a estrutura da galáxia é composta pelo bojo e o Halo o bôdio é uma área de formato circular que se encontra no centro da galáxia e é formado principalmente por estrelas mais velhas e que possuem coloração avermelhada já o Heilo estrutura circular que envolve toda a galáxia é formado por estrelas dispersas e aglomerados estelares bem antigos e é justamente aqui na Via Láctea que conseguimos observar alguns dos fenômenos cósmicos mais incríveis do universo e no vídeo de hoje vamos viajar até alguns desses lugares para nos ambientarmos conheceremos o mapa mais fiel e completo da Via Láctea produzido pela incrível missão Gaia uma sonda que além de mapear a posição e o movimento das estrelas próximas também detectou alguns exoplanetas e buracos negros estelares algo incrível até mesmo pra tecnologia atual seguindo nossa viagem visitaremos as estrelas mais próximas do Sol como próxima Centauri GJ699 e o sistema múltiplo do castor essas estrelas nos mostram que não é preciso ir muito longe para encontrar objetos incríveis após isso visitaremos dois exoplanetas promissores na nossa galáxia Toy 733B e K21B dois mundos incríveis que possivelmente são cobertos por oceanos globais e com um deles possuindo uma molécula em sua atmosfera que pode mudar tudo o que sabemos sobre exoplanetas e sinais de bioassinaturas e para finalizar nossa jornada conheceremos um dos objetos mais extremos do universo as estrelas de nêutrons em especial J0952 um astro fascinante que está bem próximo de um colapso o que causará uma explosão extremamente energética e o surgimento de um buraco negro se isso acontecer em breve essa será a primeira vez que veremos a formação de um buraco negro em tempo real meu nome é Pedro se prepare para embarcar comigo nessa viagem incrível pela Via Láctea [Música] tirar uma foto da Via Láctea inteira pode até parecer uma ideia simples mas não é o problema é que estamos dentro da galáxia presos em um dos seus braços espirais sem nenhuma forma de dar um passo para trás e ver o quadro completo e como você deve imaginar enviar uma nave equipada com uma câmera até a borda da galáxia hoje é impossível a distância é simplesmente absurda nossa galáxia tem mais de 100.000 anos luz de diâmetro levaria bilhões de anos para chegar num ponto onde pudéssemos enfim tirar uma foto da Via Láctea inteira como capturar a Via Láctea numa única imagem hoje é impossível os astrônomos usam outra estratégia mapeiam ela pedaço por pedaço usando telescópios poderosos eles observam milhões de estrelas e objetos celestes e depois montam o retrato mais preciso da nossa galáxia e é exatamente isso que você tá vendo agora este é o mapa mais preciso da Via Láctea já feito ele foi construído a partir de impressionantes três trilhões de observações coletadas de 2 bilhões de objetos celestes ao longo de 11 anos essa é a obra prima da missão Gaia da Agência Espacial Europeia nos últimos 10 anos Gaia vem escaneando o céu incansavelmente e o resultado é simplesmente de tirar o fôlego oferecendo uma visão tanto frontal quanto lateral da nossa galáxia em detalhes absurdos mas o telescópio fez muito mais do que apenas mapear estrelas ele revelou segredos da Via Láctea que nem sequer imaginávamos gaia talvez não seja tão famoso quanto o Hubble ou o telescópio espacial James Web mas no mundo da astrofísica ele causou um verdadeiro rebuliço na nossa compreensão da galáxia suas descobertas estão remodelando tudo o que sabemos sobre a estrutura composição e evolução da Via Láctea o telescópio espacial Gaia foi construído com base na missão e parcos que foi pioneira na astrometria espacial o Iparcos mapeou cerca de 120.000 estrelas algo monumental na época só que o Gaia levou tudo a um nível completamente diferente com o objetivo de catalogar quase 1 bilhão de estrelas algo em torno de 0,5% da população estelar da galáxia [Aplausos] lançado em dezembro de 2013 e custando cerca de 1 bilhão de dólares o Gaia seguiu viagem até o ponto de Lagrange L2 a cerca de 1,5 milhão de km da Terra assim como o telescópio James Web mas o que realmente diferencia o Gaia é a precisão absurda de suas medições ele consegue determinar a posição de uma estrela com uma precisão tão extrema que é como medir a largura de um fio de cabelo a 1000 km de distância o Gaia é mais do que um telescópio espacial é uma verdadeira obra prima da engenharia feita para mapear a Via Láctea com uma precisão sem precedentes mas como é que ele consegue essa façanha bom no coração do Gaia estão dois telescópios idênticos separados por um ângulo de 106,5º esse design único permite que cada estrela seja observada duas vezes enquanto a nave gira lentamente capturando a luz de diferentes objetos um sistema sofisticado de espelhos direciona essa luz para a câmera do Gaia a mais poderosa já lançada ao espaço equipada com 106 CCDs e quase 1 bilhão de pixels ccd nada mais é que o dispositivo de carga acoplada um circuito integrado sensível à luz que captura imagens convertendo fótons em elétrons eles estão presentes em diversos equipamentos desde celulares e câmeras digitais até o telescópio espacial James Web [Música] à medida que as estrelas entram no campo de visão do Gaia elas passam primeiro pelos CCDs astrométricos que medem suas posições exatas e acompanham até os menores movimentos ao longo do tempo observando uma estrela várias vezes o Gaia detecta sua paralaxe aquele pequeno deslocamento na posição causado pelo movimento da Terra e assim calcula sua distância com uma precisão impressionante depois as estrelas passam pelos CCDs fotométricos que usam prismas para dividir sua luz em diferentes comprimentos de onda analisando isso o Gaia determina o brilho a temperatura o tamanho e até a composição química de cada estrela e por fim algumas estrelas chegam ao espectrômetro de velocidade radial que separa sua luz em um espectro revelando se elas estão se aproximando ou se afastando de nós graças ao efeito Doppler ao contrário dos telescópios tradicionais que observam um alvo de cada vez o Gaia gira continuamente varrendo seus instrumentos pelo céu isso garante que cada estrela seja observada várias vezes de ângulos diferentes criando um mapa 3D incrivelmente detalhado da nossa galáxia e os números são simplesmente insanos o Gaia escaneia mais de 2 milhões de estrelas por hora gerando mais de 50 GB de dados isso todos os dias a coisa mais incrível sobre o Gaia é que suas observações repetidas não são apenas fotos estáticas da Via Láctea elas revelam seu movimento em detalhes impressionantes cada estrela possui sua própria trajetória no céu que é conhecido como movimento próprio acompanhando esses movimentos podemos voltar no tempo ou até avançar assistindo a galáxia inteira ganhar vida enquanto estrelas se deslocam giram e evoluem até as constelações que parecem fixas no céu se deformam lentamente ao longo de milhares de anos mas o movimento das estrelas não se resume à suas próprias rotas ele também reflete a jornada do nosso Sol pela Via Láctea [Aplausos] quando os cientistas analisam a média dos movimentos das estrelas que estão dentro de 1000 parseques do Sol o Gaia revela a grande órbita do nosso sistema solar ao redor da galáxia e melhora ainda mais ao combinar as medições precisas de distâncias e velocidades radiais feitas pelo Gaia com os dados de movimento próprio é possível criar visualizações 3D incríveis de como as estrelas realmente se movem pelo espaço dá uma olhada por exemplo para essas 74.000 estrelas próximas dentro de uma área de 100 parseques do Sol algumas se deslocam para o centro outras são lançadas em direção às bordas da galáxia a maioria segue órbitas circulares estáveis no plano galáctico aparecendo em roxo mas há algumas que se desviam indo acima e abaixo do disco brilhando em amarelo e vermelho dessa forma o Gaia nos proporcionou a visão mais clara e espetacular da nossa galáxia transformando completamente o que achávamos que sabíamos sobre ela [Música] nos últimos 10 anos suas descobertas provaram que a Via Láctea é muito mais complexa do que imaginávamos por muito tempo os astrônomos acreditaram que nossa galáxia tinha apenas dois braços espirais principais e alguns menores mas os dados do Gaia contam uma outra história mostrando que há mais de dois braços embora sejam mais tênuis e intrincados do que os modelos antigos previam a visão de cima da Via Láctea oferece um espetáculo hipnotizante um núcleo dourado brilhante no centro como um farol cósmico com seus elegantes braços espirais se estendendo formando um redemoinho quase perfeito já a visão de perfil da galáxia é simplesmente marcante contra um fundo preto absoluto vemos um disco fino e marrom escuro se estendendo pela imagem se curvando levemente ao longo do comprimento isso mesmo graças ao Gaia agora sabemos que esse disco não é perfeitamente plano ele é deformado e mais essa deformação não é fixa ela se move com o tempo como um peão que balança enquanto gira e aqui vem o verdadeiro mistério essa oscilação está acontecendo mais rápido do que o esperado sugerindo que há forças ocultas moldando nossa galáxia de maneiras que ainda não compreendemos completamente uma das descobertas mais curiosas feitas pela missão Gaia é a onda Headcliff uma gigantesca estrutura ondulada de gás que se estende por impressionantes 9000 anos luz pela nossa galáxia essa enorme onda compõe cerca de 40% do braço de Orion o mesmo braço espiral onde está localizado o nosso sistema solar e fica entre 400 e 5000 anos luz de distância da gente antes do mapeamento 3D detalhado feito pela Gaia essa estrutura era praticamente invisível aparecendo apenas como regiões isoladas de formação de estrelas agora sabemos que a onda Redcliff é a maior estrutura gasosa contínua da Via Láctea contendo cerca de 3 milhões de vezes a massa do Sol em gás e mais ela tem um papel fundamental na formação de estrelas na nossa vizinhança galáctica o mais incrível é que o nosso Sol está apenas 500 anos luz de distância no ponto mais próximo como se estivesse literalmente surfando nessa onda na verdade modelos indicam que o sol cruzou essa estrutura h cerca de 13 milhões de anos e continuará atravessando-a no futuro mas afinal o que causou essa ondulação gigantesca na galáxia [Aplausos] a verdade é que os cientistas ainda não sabem ao certo uma das hipóteses é que uma colisão com algum objeto massivo como uma galáxia anã tenha perturbado o gás formando esse padrão ondulado mas claro mais dados da Gaia serão necessários para desvendar esse mistério cósmico aliás a Gaia também revelou pistas de que uma colisão galática pode ter sido justamente o gatilho para a formação do nosso sistema solar e não para por aí a missão também ajudou a entender melhor o impacto da galáxia Anand de Sagitário uma pequena galáxia que vem orbitando e colidindo com a Via Láctea há bilhões de anos [Música] descoberta na década de 90 a galáxia Nã de Sagitário é minúscula se comparada à Via Láctea contendo apenas algumas dezenas de milhões de estrelas enquanto a nossa galáxia tem centenas de bilhões medida que a poderosa gravidade da Via Láctea foi puxando o Sagitário para mais perto essa galáxia Anã começou a atravessar o disco da nossa galáxia e isso já aconteceu pelo menos três vezes há cerca de 6 2 e 1 bilhão de anos a cada colisão a Via Láctea arrancou mais estrelas de Sagitário a deixando cada vez menor e eventualmente Sagitário será completamente absorvida pela nossa galáxia só que mesmo sendo pequena a galáxia Anã teve um impacto gigantesco na Via Láctea um estudo de 2020 revelou que cada colisão gerou ondas de formação estelar como quando você joga uma pedra na água e vê as ondulações se espalhando essas ondas comprimiam o gás e a poeira criando as condições perfeitas para o nascimento de estrelas a parte mais incrível uma dessas colisões aconteceu há cerca de 4,7 bilhões de anos exatamente na época em que o Sol e o sistema solar começaram a se formar e um estudo de 2019 mostrou que antes dessas colisões a formação de estrelas na Via Láctea estava desacelerando até que há cerca de 5 bilhões de anos tudo mudou a formação de estrelas disparou de repente na verdade quase metade de todas as estrelas que existem hoje no disco fino da Via Láctea onde está a maior parte das estrelas nasceram nessa época isso sugere que sem as colisões com Sagitário nossa galáxia seria muito mais apagada e com bem menos estrelas graças aos dados precisos da Gaia hoje temos um histórico detalhado de como nossa galáxia evoluiu revelando que até pequenos encontros cósmicos podem moldar estruturas gigantescas no universo e a influência da Gaia na astronomia vai muito além de mapear a Via Láctea seus dados levaram a descobertas revolucionárias em praticamente todas as áreas desde o rastreamento de asteroides no nosso sistema solar até a localização de buracos negros ocultos e até a detecção de exoplanetas em sistemas estelares distantes a missão já mapeou as órbitas de mais de 150.000 asteroides nos dando uma visão super clara da dinâmica do nosso próprio sistema e essa imagem vibrante mostra exatamente os caminhos desses asteroides desde as regiões internas até os distantes asteroides troianos que orbitam perto de Júpiter as cores na imagem representam diferentes regiões do nosso sistema solar o círculo amarelo representa o Sol o azul indica o sistema solar interno o verde marca o cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter e o vermelho destaca os asteroides troianos de Júpiter uma das descobertas mais fascinantes da missão Gaia foi a identificação de possíveis luas em cerca de 350 asteroides os classificando como asteroides binários esses pares foram observados realizando um movimento de bamboleio nas suas trajetórias pelo céu normalmente um asteroide solitário segue em linha reta mas quando o Gaia notou os desvios isso revelou a presença de um satélite companheira orbitando o asteroide principal as medições extremamente precisas do mapeador de céu do Gaia também levaram à descoberta de buracos negros adormecidos chamados de buracos negros dormentes que praticamente não emitem radiação diferente dos buracos negros ativos que puxam matéria e brilham com radiação de alta energia esses permanecem invisíveis aos métodos tradicionais porque não estão consumindo matéria ao redor o Gaia identificou esses buracos negros escondidos ao perceber movimentos anômalos na trajetória de estrelas próximas a esses monstros gravitacionais um sinal claro de que um objeto massivo e invisível está puxando essas estrelas até agora três desses buracos negros foram confirmados: Gaia BH1 BH2 e BH3 dentre eles Gaia BH3 se destaca ele tem a órbita mais ampla e é o maior buraco negro de origem estelar já encontrado na nossa galáxia com uma massa equivalente a 33 vezes a do Sol ele está localizado na constelação da águia há apenas 2000 anos luz da Terra recentemente o Gaia também revelou dois objetos celestes fascinantes gaia 4B um exoplaneta do tipo Super Júpiter localizado a 244 anos luz e Gaia 5B uma anã marrom situada a 134 anos luz da Terra essa descoberta é especialmente empolgante pois é a primeira vez que um planeta foi descoberto unicamente usando a capacidade do Gaia de detectar a interação gravitacional entre planetas e estrelas ambos os objetos são extremos gaia 4B tem quase 12 vezes a massa de Júpiter o tornando um dos maiores planetas já encontrados orbitando uma estrela de baixa massa enquanto isso Gaia 5B uma anarrom bem grande também orbita uma estrela de baixa massa uma combinação que os cientistas consideram extremamente rara essas descobertas demonstram como o Gaia está se tornando cada vez mais poderoso na busca e no estudo de exoplanetas e de objetos estranhos no cosmos e mesmo com tudo o que o telescópio já revelou grande parte da nossa galáxia ainda permanece um mistério embora Gaia já tenha concluído suas observações a jornada de descobertas está longe de acabar mas duas grandes liberações de dados estão a caminho uma em 2026 e outra em 2030 essas futuras atualizações vão aprimorar ainda mais o mapa já impressionante feito pelo Gaia oferecendo detalhes mais precisos sobre a estrutura os movimentos e a evolução da Via Láctea a medida que os cientistas continuam a explorar esse verdadeiro tesouro de dados nossa visão da galáxia ficará cada vez mais nítida rica e completa nos aproximando mais do que nunca de realmente entender esse imenso bolo estelar que chamamos de lar mas infelizmente após mais de 10 anos revelando os mistérios da Via Láctea a missão Gaia foi desativada recentemente em 27 de março de 2025 nessa data a Agência Espacial Europeia enviou à sonda o último sinal ordenando que desativasse seus sistemas de comunicação mas de qualquer forma seu trabalho foi feito graças a esse incrível telescópio temos o mapa mais bem detalhado da Via Láctea e além disso ainda temos dois lançamentos de dados futuros que podem trazer ainda mais descobertas inimagináveis um final digno para um dos telescópios mais importantes da história [Música] já estamos acostumados a ouvir falar das distâncias absurdas do universo temos como um exemplo simples o sistema Alfa Centauri lar da estrela mais próxima do Sol há 4,2 anos luz de distância isso significa que se por um milagre algum dia a humanidade encontrar uma maneira de viajar à velocidade da luz demoraria 4 anos para chegar até próxima Centauri uma estrela anã vermelha e a mais próxima do sistema Alfa Centauri para ter uma noção dessa distância a sonda da NASA Solar Parker é o objeto mais rápido criado pelo homem viajando a 635.000 km/h enquanto orbita o Sol mesmo nessa velocidade absurda a sonda demoraria mais de 7000 anos para chegar no sistema Alfa Centuric lembrando que essa é a estrela mais próxima de nós fora o Sol é claro mas apesar de ser números impressionantes não é absolutamente nada comparado à vastidão do cosmos essa é apenas a nossa vizinhança galáctica e aqui é o lar de algumas estrelas incríveis como a Anã Vermelha GJ699 a extremamente brilhante Sirius e o curioso sistema do castor com suas seis estrelas em um raio de 50 anos luz ao redor do nosso sistema planetário temos apenas um pequeno vislumbre da imensidão do universo mas eu garanto nossa vizinhança cósmica pode te surpreender [Música] após uma árdu chegaremos à nossa primeira parada uma pequena anã vermelha chamada GJ699 também conhecida como estrela de Barnard além de estar extremamente próxima ela também é notável por sua incrível velocidade de deslocamento pelo céu isso se deve não apenas à sua proximidade com a gente mas também ao seu grande movimento próprio se movendo a incríveis 10,3 segundos de arco por ano a estrela de Barnard está se aproximando do sistema solar a uma velocidade um pouco acima de 100 km/sund e podendo se tornar a estrela mais próxima do Sol em cerca de 10.000 anos quando isso ocorrer a distância entre Barnard e nosso Sol será de apenas 3,8 anos luz mas a anã vermelha é tão fraca que não será visível mesmo a essa pequena distância sendo possível observá-la apenas através de telescópios a massa da estrela é apenas 17% a do Sol e seu raio é seis vezes menor que o da nossa estrela assim como todas as anãs vermelhas a estrela de Barnard é bastante fria com uma temperatura superficial de entre aspas apenas 2900ºC com essas características em mente não é surpreendente que a luminosidade do objeto seja 2300 vezes menor que a da nossa estrela em 2018 os resultados de uma observação que durou 20 anos do movimento próprio da estrela foram publicados o que pode fornecer evidências da presença de um exoplaneta nas proximidades os cálculos mostram ser uma superterra fria com uma massa de pelo menos 3,2 vezes a da Terra o planeta chamado GJ699B está localizado a cerca de 0,4 unidades astronômicas do centro do sistema e leva 233 dias para realizar uma órbita completa ao redor de sua estrela mãe infelizmente o exoplaneta segue uma órbita que não fica entre a Terra e sua estrela então é impossível realizar análises de trânsito e espectrais do objeto no entanto a modelagem matemática pode nos fornecer algumas informações sobre como esse mundo é como a estrela de Bernard é muito fraca o planeta recebe 50 vezes menos energia do que a Terra recebe do Sol por isso a temperatura na superfície do corpo celeste é extremamente baixa cerca de 168ºC negativos no entanto não se pode descartar que efeitos de maré ou decaimento radioativo possam ter liberado energia suficiente no interior do planeta para formar um oceano subterrâneo se for o caso nas profundezas desse oceano uma potencial forma de vida teria tido tempo suficiente para se desenvolver gradualmente já que entre as estrelas conhecidas a estrela de Barnard parece ser uma das mais antigas segundo estimativas sua idade é superior a 10 bilhões de anos o que é apenas uma fração da expectativa de vida de uma anã vermelha como está localizada bem perto e está se movendo em uma direção favorável a estrela de Barnard é um dos objetos de maior prioridade para um voo interestelar potencial estando apenas mais longe que as três estrelas do sistema Alfa Centauri o tempo dirá se as espaçonaves lançadas da Terra algum dia a alcançarão enquanto isso do outro lado do sol se opondo à posição da Anã Vermelha se encontra a estrela mais brilhante do céu noturno Siírius que está a 8,6 anos luz do nosso planeta da Terra a estrela parece ser uma única fonte de luz mas uma observação mais detalhada revela que não é um único objeto mas uma estrela binária os dois componentes do sistema estão atualmente em sua distância máxima um do outro cerca de 30 unidades astronômicas a estrela principal também chamada de Sirius A é uma estrela brancoazulada brilhante com duas vezes a massa e com um diâmetro 70% maior que o do Sol além de atingir uma temperatura incrível de quase 10.000ºC devido a isso Siírius A emite 25 vezes mais energia que nosso Sol o segundo objeto conhecido como Sirius B mal é visível em comparação com seu companheiro brilhante essa é uma anã branca com um raio de cerca de 6.000 km e uma massa muito próxima do sol como todas as estrelas desse tipo sua temperatura superficial é extremamente alta alcançando 25.000ºC no entanto devido ao seu tamanho pequeno esta anã branca é cerca de 10.000 vezes menos brilhante do que seu companheiro estelar após vários anos de estudo não foram encontrados sinais de planetas na proximidade de sírios a razão para isso pode estar na idade do sistema estelar que é extremamente jovem ou na posição do plano orbital das estrelas devido a isso um possível exoplaneta não passaria entre as estrelas e a Terra e portanto não pode ser detectado pelo método de trânsito outra hipótese afirma que Sirius B esgotou seu suprimento de combustível estelar cerca de 120 milhões de anos atrás e se transformou em uma gigante vermelha pouco depois após perder suas camadas externas se tornou uma anã branca compacta e muito quente como resultado o disco de gás e poeira protoplanetária envolvendo o jovem sistema estelar na época foi destruído por essa explosão com seus remanescentes se espalhando no espaço ao redor tirando dos planetas em formação qualquer chance de sobrevivência atualmente ambos os componentes do sistema estão se movendo ao redor de um centro de massa comum em uma órbita ligeiramente alongada que se completa relativamente rápido a cada 50 anos nos próximos 60.000 anos Siírius gradualmente se aproximará Terra se tornando ainda mais brilhante e visível no céu noturno a distância mínima entre nós será de cerca de 7,5 anos luz após isso o sistema começará a se afastar lentamente de nós as coisas vão continuar assim por mais cerca de 660 milhões de anos após isso Cirusá enfrentará o mesmo destino que seu companheiro por um breve momento a expansão violenta das camadas externas aumentará sua luminosidade em milhares de vezes mas dentro de alguns meses a estrela desaparecerá completamente sumindo para sempre do céu noturno deixando os arredores do sistema permeados por radiação ultravioleta letal e ventos estelares partindo a 14 anos luz da Terra existe uma estrela que é designada de forma diferente em diferentes catálogos sendo um de seus nomes Wolf 1061 a estrela é uma anã vermelha com um raio cerca de 30% o do sol sua massa é cerca de quatro vezes menor que a da nossa estrela e sua temperatura superficial é de 3.000ºC como todos os objetos de sua classe Wolf 1061 é extremamente fraca sua luminosidade é 14 vezes menor que a do Sol então a estrela não é visível ao olho nu da Terra no entanto essa anã vermelha possui um dos ambientes planetários mais abundantes e diversos da nossa vizinhança galáctica isso se deve aos três exoplanetas descobertos em suas proximidades todos eles rochosos e similares em composição com a Terra mas ainda assim as condições em cada um dos três corpos celestes diferem consideravelmente [Música] o primeiro e mais próximo da estrela é o exoplaneta Wolf 1061B ele está localizado a 0,03 unidades astronômicas do centro do sistema e completa uma órbita ao redor da estrela em incríveis 5 dias o objeto tem uma massa na faixa de 1,5 a 2 terras e um raio 20% maior que o do nosso planeta é provável que o corpo celeste bloqueado gravitacionalmente pela força de maré e sempre encare estrela com a mesma face por esse motivo a temperatura no lado de urno do planeta é extremamente alta e as explosões e ventos estelares vindos da anã vermelha descartam qualquer chance de haver uma atmosfera todos esses fatores tornam o exoplaneta completamente inadequado para a vida o segundo objeto no sistema Wolf 1061C está localizado a 0,08 unidades astronômicas de sua estrela e completa uma órbita ao redor do astro aproximadamente a cada 18 dias essa distância coloca o planeta dentro da zona habitável do sistema e pode ser considerado um corpo celeste potencialmente habitável of 1061C é cerca de três a quatro vezes mais massivo que nosso planeta e pertence à classe das superterras observações mostram que seu raio é cerca de 1,6 vezes o da Terra enquanto a gravidade em sua superfície é calculada em 60% maior do que a que estamos acostumados o exoplaneta recebe menos energia de sua estrela do que a Terra do Sol então sua temperatura de equilíbrio é muito mais baixa cerca de 50º abaixo de zero o que é ligeiramente maior do que em Marte no entanto dadas as variações de temperatura durante o dia água líquida pode muito bem existir na superfície do corpo celeste se possuir uma atmosfera densa então essa probabilidade é ainda maior e as condições no planeta podem se aproximar das favoráveis pra vida de todos os exoplanetas potencialmente habitáveis conhecidos até o momento Wolf 1061C está entre os mais promissores o terceiro objeto no sistema é chamado de Wolf 1061D ele segue uma órbita claramente alongada com o afélio atingindo 7,3 unidades astronômicas enquanto o periélio fica muito mais próximo do centro do sistema há apenas 2,1 unidades astronômicas de distância o objeto celestial leva cerca de 217 dias terrestres para completar sua viagem ao redor da estrela a massa de Wolf 1061D é calculada em aproximadamente 7,7 vezes a da Terra se este corpo celeste se revelar um objeto rochoso seu raio deverá ser cerca de 1,7 vezes o da Terra se por outro lado este planeta estiver na categoria dos exonetunos com uma espessa atmosfera de múltiplas camadas seu diâmetro deverá ser de pelo menos 2,2 vezes o do nosso planeta apesar de sua órbita excêntrica Wolf 1061D nunca entra na zona habitável de sua estrela o corpo celeste provavelmente é completamente inadequado para sustentar a vida mas pode representar uma excelente oportunidade no estudo da evolução planetária este sistema é um dos destinos de alta prioridade para futuras explorações e é altamente provável que haja novas descobertas a serem feitas aqui em breve além de tudo isso a estrela Wolf 1061 também é notável por sua posição localizada na borda da chamada nuvem interestelar local essa é uma área no espaço preenchida com hidrogênio quente mas extremamente raro efeito sua temperatura média é de cerca de 6700º e nosso sistema solar tem se movido através dessa nuvem nos últimos 10.000 anos com certeza você deve estar se perguntando se estamos viajando dentro dessa nuvem quente porque não sentimos esse calor aqui na Terra bom isso acontece porque essa é uma região do espaço que possui uma densidade extremamente baixa mesmo que a temperatura seja alta em termos astronômicos a quantidade de matéria por unidade de volume é tão pequena que não é possível transferir calor significativo para os objetos em seu interior incluindo nosso sistema seu diâmetro médio é de cerca de 30 anos luz mas nosso sistema está quase em sua borda isso fica evidente quando observamos Alfa Centauri que mesmo sendo o sistema estelar mais próximo de nós já está na nuvem vizinha chamada nuvem G nós por outro lado passaremos mais ou menos 2000 anos dentro dessa nuvem após isso entraremos em uma região ainda mais rarefeita e quente a Nvem Interestelar local foi formada pela colisão de duas bolhas gigantes de gás cósmico quente ela tem um momento próprio que é perpendicular à direção do movimento dos sistemas estelares e também possui campo magnético e radiação felizmente apesar da alta energia das partículas de gás interestelar que compõem a nuvem não há ameaça pra gente o vento solar é uma proteção confiável contra essas partículas cósmicas e a densa atmosfera terrestre aniquila as poucas partículas que conseguem atravessar a héliosfera ainda assim traços do isótopo ION 60 foram encontrados no gelo da Antártica acredita-se que tenha chegado à Terra a partir da nuvem interestelar local continuando nossa jornada pelo espaço chegaremos a uma estrela bastante incomum chamada AP Columbai localizada a 27,4 anos luz da Terra em primeiro lugar ela chama a nossa atenção porque nasceu há apenas 40 milhões de anos nessa época os dinossauros já tinham desaparecido do nosso planeta há muito tempo o que é ainda mais impressionante é que seu nascimento ocorreu em uma região completamente diferente da galáxia há 450 anos luz da posição atual do objeto estrelas jovens geralmente permanecem próximas ao seu bersário estelar por um longo período de tempo mas se analisarmos o movimento de AP Columbai no entanto veremos que ela provavelmente pertencia anteriormente ao aglomerado aberto IC2391 o aglomerado tem cerca de 30 estrelas unidas gravitacionalmente mas há alguns milhões de anos uma delas explodiu quebrando um delicado equilíbrio esta catástrofe deu ao jovem astro um impulso adicional que o expulsou rapidamente do seu local de nascimento essa pequena anã vermelha com uma massa de apenas 0,25 vezes a do sol emite quatro vezes mais energia do que qualquer outro corpo celeste conhecido com os mesmos parâmetros além disso seu raio é duas vezes maior do que o calculado com base na teoria moderna da estrutura estelar curiosamente outra característica incomum da estrela ajudou a fornecer respostas a esses enigmas segundo a análise espectral de sua radiação a matéria estelar de AP Columbai contém uma quantidade estranhamente alta de lítio normalmente este elemento é encontrado em abundância em aglomerados protoestelares mas se esgota completamente após o início da reação termonuclear isso significa que a estrela é muito jovem e está no início de sua formação não chegando ainda na fase de sequência principal como consequência a P Columbai é instável e explosiva sendo propensa a erupções violentas e ejeções de matéria estelar durante as quais sua luminosidade pode aumentar até 10 vezes por um curto período esses eventos normalmente ameaçariam exoplanetas próximos removendo suas atmosferas e esterilizando suas superfícies com radiação ultravioleta como observações mostram não há grandes objetos espaciais dentro de 4,5 unidades astronômicas desta estrela provavelmente também é muito jovem para a formação de planetas completamente formados no entanto é um corpo cósmico único e muito importante para entender os estágios evolutivos iniciais das estrelas como vimos nem todas as estrelas têm um sistema planetário diferente da nossa próxima parada a An laranja HD85512 a 37 anos luz da Terra em 2011 um único exoplaneta foi descoberto perto dela designado 85512B o objeto foi descoberto com o uso do método de velocidade radial e tem uma massa de três a quatro terras de acordo com o entendimento atual da formação de corpos celestes o mundo descoberto é provavelmente um planeta rochoso com um raio 1,7 vezes o do nosso planeta com essas condições a gravidade em sua superfície pode ser pelo menos 40% maior do que a que sentimos por aqui esse exoplaneta está localizado a uma distância de 0,26 unidades astronômicas de sua estrela mãe e completa sua órbita em 54,4 dias terrestres assim o exoplaneta está na zona habitável de sua estrela se o valor do Albedo de sua superfície for próximo ao da Terra então a temperatura média do corpo celeste deve ser de cerca de 25ºC o que é alguns graus mais alto em comparação com a nossa Terra a distância do planeta em relação à sua estrela sugere que ele não está travado pela força de maré isso contribui para uma distribuição uniforme de calor sobre a superfície do corpo celeste o que como consequência pode criar um clima mais ameno uma gravidade moderadamente alta deve suavizar o terreno do planeta o que combinado com uma abundância de água líquida pode fazer com que vastos mares se formem no momento de sua descoberta HD85512B foi considerado um dos exoplanetas mais favoráveis para a vida biológica potencial no entanto pesquisas mais recentes sugeriram que as condições em sua superfície são um pouco menos atraentes do que se pensava anteriormente em particular a atmosfera do corpo celeste pode ser muito densa causando um super efeito estufa ainda assim mesmo de acordo com as previsões mais pessimistas a temperatura média na superfície do objeto não passaria dos 78ºC se levarmos em consideração que o clima do nosso planeta era mais ou menos esse durante o período arqueano HD85512B continua sendo um exoplaneta muito promissor para a busca de vida extraterrestre o que significa que o estudo desse mundo provavelmente deve continuar se traçarmos um círculo de 50 anos luz ao redor do sistema solar encontraremos mais de 1000 estrelas a maioria delas estrelas solitárias outras são binárias já algumas fazem parte de grupos de estrelas um dos exemplos mais impressionantes é Alfa Geminorum conhecida como Castor um sistema complexo e surpreendente de até seis componentes este sistema estelar está localizado a 50 anos luz da Terra e é visível a olho nu como uma única fonte de luz o que faz dele o segundo objeto mais brilhante na constelação de Gêmeos e o 23º mais brilhante no céu noturno em geral como o sistema possui até seis componentes tem uma estrutura bastante complexa as duas mais brilhantes castor A e B são estrelas branco-azuladas semelhantes a sírios cada uma com uma companheira anã vermelha próxima a distância entre os centros de massa dessas estrelas binárias é de cerca de 110 astronômicas e elas levam 445 anos para completar uma órbita completa entre si h cerca de 600 unidades astronômicas de Castorá e B há outro sistema binário compacto composto por um par de anãs vermelhas quase idênticas conhecido como Castor C cada uma tem uma massa cerca de seis vezes menor que a do Sol e uma temperatura superficial de cerca de 3600ºC as duas estrelas estão tão próximas uma da outra que levam menos de 20 horas para completar uma rotação elas se movem ao redor do centro de massa do sistema seguindo uma órbita elíptica muito alongada com um período orbital de cerca de 14.000 anos até agora nenhum exoplaneta foi encontrado no sistema Castor mas se eles existirem é mais provável que estejam aqui perto do componente mais amigável do sistema em 2018 por exemplo astrônomos detectaram variações no período orbital de Castor C o que sugere que pode haver uma anã marrom nas proximidades aproximadamente 49 vezes mais massiva que Júpiter de acordo com cálculos ela está localizada a 14 unidades astronômicas da estrela principal e completa uma órbita a cada 54 anos é possível que como muitas anãs vermelhas Castor C tenha exoplanetas rochosos nas proximidades neste caso o horizonte de um possível planeta deve apresentar um espetáculo verdadeiramente incrível de um lado uma parte considerável do horizonte é ocupada por duas estrelas vermelhas que circulam o céu sem parar enquanto do outro lado o crepúsculo é difundido pela luz de um par de estrelas cada uma delas centenas de vezes mais brilhante do que a lua da Terra se isso realmente acontecer o céu de um mundo assim seria um espetáculo inimaginável [Música] e assim nossa jornada pelas estrelas nos proporcionou vislumbres fascinantes e revelações surpreendentes sobre nosso vasto universo desde a proximidade da estrela de Barnard com seu intrigante exoplaneta até a instabilidade explosiva de AP Columbai cada parada nos leva a mundos únicos e mistérios intrigantes enquanto contemplamos as possibilidades de vida em Wolf 1061C e HD 85512B também nos maravilhamos com a complexidade do sistema estelar Castor com seus múltiplos componentes orbitando em harmonia e assim mesmo dentro de nossa modesta vizinhança cósmica somos lembrados da vastidão e diversidade do universo um lembrete humilde de quão pequenos somos em sua imensidão que cada estrela cada exoplaneta nos inspire a continuar explorando a continuar buscando respostas para os mistérios que ainda estão além do nosso alcance talvez a verdadeira beleza do cosmos esteja em sua infinita variedade e em nossa eterna curiosidade para compreendê-la [Música] na vastão do universo nossa busca por vida em exoplanetas é uma jornada repleta de desafios e descobertas inimagináveis [Música] cada mundo descoberto representa uma oportunidade única de desvendar os mistérios da existência além das fronteiras da Terra cada avanço tecnológico cada telescópio aprimorado representa um passo em direção à descoberta de mundos distantes repletos de possibilidades e potenciais além de nossa imaginação graças às inovações tecnológicas implantadas nos telescópios de última geração encontramos alguns planetas raros com potencial de suportar a vida um desses mundos é Toy 733B um exoplaneta que orbita uma estrela ligeiramente menor que o Sol em um período surpreendentemente curto de apenas 4,9 dias com o dobro do tamanho da Terra esse planeta pode ser inteiramente coberto por um oceano isso significa que algo fascinante está acontecendo nesse lugar outro potencial mundo oceânico além de TO3B é K218B um exoplaneta distante que possivelmente além de possuir um vasto oceano em sua superfície também possui uma molécula surpreendente em sua atmosfera que pode mudar tudo o que sabemos sobre exoplanetas e sinais de bioassinaturas em suas atmosferas mas como será que os astrônomos descobriram esses planetas distantes que pistas indicam a possibilidade de um oceano em suas superfícies e por fim por que a descoberta destes exoplanetas é tão crucial para astronomia desde a primeira detecção de um exoplaneta na década de 90 a exploração do cosmos tem sido incansável encontramos uma variedade impressionante de exoplanetas que vão desde mundos rochosos semelhantes à Terra em tamanho até gigantes gasosos massivos maiores que Júpiter no entanto há uma lacuna perceptível entre essas categorias exoplanetas com raios entre 1,5 e vezes o da Terra são surpreendentemente escassos segundo o que sabemos sobre o surgimento da vida seriam justamente esses os planetas ideais para o estabelecimento de seres vivos mas por que será que poucos mundos com essas características foram descobertos os cientistas têm apresentado várias teorias para explicar essa escassez uma possibilidade sugere que muitos Netunos exoplanetas que são maiores do que as chamadas superterras mas menores que os gigantes gasosos estranhamente encolhem gradualmente ao longo do tempo tornando-se planetas terrestres semelhantes em tamanho à Terra no entanto o processo pelo qual esse encolhimento ocorre continua sendo um quebra-cabeça sem solução que é aqui que a descoberta de TO33B se torna excepcionalmente valiosa pois oferece uma oportunidade para desvendar este mistério toy 733B é um exoplaneta que está a cerca de 245 anos luz da Terra localizado no nosso hemisfério celestial sul ele orbita Toy 733 uma estrela amarela do tipo G que contém quase 96% da massa solar o planeta foi localizado inicialmente nos dados coletados pelo TES o satélite de pesquisa de exoplanetas em trânsito como o nome sugere o telescópio usa o famoso método de trânsito para procurar e detectar exoplanetas quando um planeta passa na frente de sua estrela hospedeira causa uma pequena queda no brilho ao analisar essas flutuações na luz estelar é possível detectar a presença de um planeta a maioria dos exoplanetas encontrados até hoje foram confirmados com o método de trânsito esse método também pode revelar alguns dos parâmetros físicos cruciais do planeta por exemplo ao observar o período em que ocorre a queda na luz estelar pode-se calcular o período orbital do planeta e consequentemente a distância de sua estrela toy 733B tem um período orbital de 4,9 dias o que significa que ele orbita sua estrela bem de perto nessa proximidade os fótons de alta energia da estrela podem ionizar a atmosfera planetária e eventualmente dispersá-la esse fenômeno é conhecido como fotoevaporação e é uma das possíveis explicações de porque muitos exoplanetas do tamanho de Netuno podem encolher o raio de Toy 733B foi determinado pela quantidade de luz estelar bloqueada pelo exoplaneta em trânsito medindo cerca de 1,99 vezes o raio da Terra o que o coloca na categoria dos exoplanetas raros o próximo passo foi calcular a massa do planeta para isso os astrônomos usaram o espectrógrafo Harps o Harps é um espectrógrafo de alta precisão instalado no telescópio ESO que fica no Chile ele mede a velocidade radial da estrela para caçar exoplanetas a análise espectral revela a força da interação gravitacional entre os dois corpos celestes e também indiretamente a massa do planeta a massa planetária de Toy 733B foi fixada em 5,72 massas terrestres esses dados nos permitem calcular a densidade do planeta que fica em 3,98 gm³ ligeiramente superior à de Marte e inferior à da Terra a descoberta preparou o terreno para algumas possibilidades fascinantes sobre a composição do planeta com base principalmente em sua densidade segundo as observações uma hipótese sugere que o exoplaneta poderia ter no passado uma atmosfera de hidrogênio e hélio semelhante a de Netuno mas ao longo do tempo a fotoevaporação pode tê-la removido no entanto o detalhe mais interessante é a possibilidade de uma atmosfera remanescente formada por vapor d’água que seria muito mais resistente à evaporação o que significaria que o planeta manteve uma quantidade significativa de sua massa atmosférica resultando em um mundo oceânico determinar se Toy 733B possui uma atmosfera secundária ou se é um planeta oceânico ainda é um desafio significativo uma análise detalhada da atmosfera do planeta é necessária para uma resposta definitiva atualmente o método mais confiável para tal análise envolve a comparação da luz estelar que passou pela atmosfera e com base na espectrografia determinar com mais assertividade os elementos presentes na atmosfera do planeta mas Toy 733B não está na lista dos próximos planetas a serem analisados pelo James Web isso porque existem alguns mundos mais promissores na frente então teremos que esperar pela próxima geração de telescópios para descobrir os segredos atmosféricos desse mundo incrível exoplanetas que possuem raio e massa semelhantes ao TO33B poderiam ter as chaves para decifrar os mistérios de por alguns exoplanetas parecem estar diminuindo de tamanho este exoplaneta em particular é uma excelente oportunidade para tais estudos representando uma pequena mas potencialmente vital peça do quebra-cabeça da ciência planetária outra peça importante desse quebra-cabeça pode ser K218B esse sim recentemente foi estudado pelo telescópio espacial James Web e assim como Toy 733B também pode nos trazer respostas importantes sobre a dinâmica dos exoplanetas [Música] esse é K218B um exoplaneta distante e um achado na pesquisa astrobiológica isso porque o James Web descobriu algo incomum em sua atmosfera algo que pode potencialmente sinalizar a existência de vida vapor d’água metano e até o raro de metil sulfeto essas não são apenas moléculas aleatórias e podem ser os bioindicadores que procuramos pistas de que a vida pelo menos microbiana existe além da Terra uma das características mais inovadoras do James Web é seu escudo de calor mas esse não é um guarda-sol comum é uma genialidade da engenharia do tamanho de uma quadra de tênis que bloqueia o calor do Sol da Terra e da Lua por que isso é importante porque permite que o telescópio esfrie a temperaturas incrivelmente baixas aumentando sua sensibilidade aos fracos sinais infravermelhos emitidos por corpos celestes distantes as observações infravermelhas são cruciais para estudar exoplanetas como K2 e 18B ao contrário da luz visível que pode ser absorvida ou dispersada pela poeira espacial as ondas infravermelhas podem atravessar esses obstáculos nos proporcionando imagens mais claras e detalhadas e foi graças a essas ferramentas do James Web que se tornou possível o estudo mais aprofundado de K218B outro promissor exoplaneta localizado na zona habitável de sua estrela mas o que será que diferencia esse planeta de outros com órbitas semelhantes k218b não é apenas mais um planeta rochoso é o que os cientistas chamam de haan esses são mundos oceânicos caracterizados por uma atmosfera rica em hidrogênio e como o nome sugere uma superfície coberta por um oceano de água esses planetas representam uma nova fronteira em nossa busca por vida extraterrestre eles oferecem condições que podem ser semelhantes às encontradas em torno de fontes hidrotermais na Terra conhecidas por suportar ecossistemas diversos observações recentes feitas pelo James Web revelaram detalhes intrigantes sobre a atmosfera de K218B desde vapor d’água até metano e até possíveis vestígios de dimetil sulfeto a atmosfera deste mundo distante é um coquetel de elementos e compostos que poderiam sustentar a vida ou pelo menos a vida em uma forma que ainda não conhecemos será que este mundo aquático com sua composição atmosférica única poderia ser a chave para desvendar os mistérios da vida extraterrestre e o que suas condições singulares podem significar para o futuro da astrobiologia quando nos aventuramos no campo da exploração de exoplanetas um dos aspectos mais importantes e desafiadores é o estudo de atmosferas alienígenas k218b com sua excelente localização na zona habitável e composição atmosférica intrigante oferece uma boa oportunidade de pesquisa enquanto a atmosfera da Terra é uma mistura de nitrogênio oxigênio e impurezas gasosas K218B tem uma composição bem diferente nesse planeta a atmosfera é dominada por hidrogênio com vestígios de vapor d’água metano e talvez até dimetil sulfeto e esse último é um dos aspectos mais interessantes no estudo da atmosfera desse mundo incrível dimetil sul feto ou DMS um composto que na Terra é frequentemente produzido por fitoplânctons marinhos e serve como uma potencial biocinatura é um composto que quando oxidado na atmosfera pode levar à formação de nuvens sua presença na atmosfera de exoplanetas como K218B pode ser um ponto de virada na busca por vida extraterrestre a detecção potencial de DMS por lá ainda está sendo testada o espectrógrafo de infravermelho médio do James Web é capaz de detectar essas moléculas complexas mas a confirmação de sua presença requer uma análise cuidadosa [Música] como você deve imaginar estudar a atmosfera de um exoplaneta a mais de 100 anos luz de distância não é uma tarefa fácil como já vimos envolve uma técnica chamada espectroscopia que analisa a luz de uma estrela à medida que ela passa pela atmosfera do planeta diferentes moléculas absorvem luz de comprimentos de onda específicos criando uma impressão digital única que pode ser decifrada para determinar a composição química da atmosfera as capacidades infravermelhas do James Web desempenharam um papel importante nessas descobertas o espectrógrafo de infravermelho médio proporciona uma área estendida de comprimentos de onda o que permite detectar uma variedade de moléculas que anteriormente eram elusivas e poderiam até passar despercebidas a presença de metano e a ausência de amônia na atmosfera de K218B levaram pesquisadores a especular sobre os tipos de vida que podem existir lá na Terra o metano é frequentemente produzido por processos biológicos e sua presença no exoplaneta abre a possibilidade para formas de vida que prosperem um ambiente rico em hidrogênio além disso a composição da atmosfera de K218B sugere a presença de um oceano superficial o que abre questões sobre as interações entre atmosfera e oceano e como essas dinâmicas podem afetar a habitabilidade geral do planeta então poderia sua atmosfera ser a chave para uma nova compreensão da habitabilidade e da vida além da Terra quando pensamos em vida muitas vezes imaginamos ambientes semelhantes à Terra mas na verdade até mesmo aqui na Terra a vida existe em ambientes inesperados observar organismos que prosperam em ambientes extremos abre novas possibilidades para o estudo da vida além da Terra profundamente nos nossos oceanos as fontes hidrotermais espelem água rica em minerais criando um ambiente desprovido de luz solar mas repleto de vida extremófilos que são organismos capazes de viver em ambientes extremos prosperam lá desafiando nossa compreensão tradicional do que a vida precisa para se estabelecer a atmosfera rica em hidrogênio de K218B oferece condições únicas para possíveis formas de vida existem alguns microrganismos aqui na Terra chamados de metanogênicos que são capazes de produzir metano em um ambiente livre de oxigênio se o metano na atmosfera de K218B é produzido biologicamente podemos estar diante de um mundo onde extremófilos prosperem o estudo desses seres vivos amplia as condições em que a vida pode existir a diversidade da vida aqui na Terra nos obriga a reconsiderar os limites ecológicos de uma possível forma de vida extraterrestre a potencial existência de um oceano subterrâneo e uma atmosfera rica em hidrogênio torna K218B um alvo atraente para o estudo de extremófilos no ambiente de alguns exoplanetas [Aplausos] talvez este mundo distante tenha sua própria versão de vida extrema completamente adaptada a tais condições a busca por vida extraterrestre não depende de uma única molécula ou observação os cientistas procuram uma combinação de bioassinaturas para criar evidências convincentes da existência de vida poderia o deetil sulfeto ser parte de um quebra-cabeça maior envolvendo outras bioassinaturas como metano e vapor d’água o debate provavelmente continuará até que dados adicionais sejam coletados a medida que a tecnologia avança futuras missões com instrumentos ainda mais sensíveis podem fornecer a confirmação necessária para classificar o DMS como uma verdadeira bioassinatura [Música] os telescópios TES James Web revolucionaram nossa compreensão de exoplanetas com K218B e TOI 733B mas esse é apenas um passo em uma longa jornada de exploração espacial o que será que está além desta missão monumental e como as futuras tecnologias continuarão a expandir nosso horizonte cósmico o que será que a próxima década revelará em nossa busca para entender o cosmos confirmaremos a existência de vida extraterrestre ou descobriremos novas questões ainda mais complexas que desafiam nossa compreensão do universo só o tempo dirá [Música] recentemente astrônomos fizeram uma descoberta impressionante que pode mudar para sempre nossa compreensão sobre a evolução estelar psr J09520607 a estrela de nêutrons mais pesada já registrada na nossa galáxia está mostrando sinais claros de que está à beira de um colapso catastrófico com impressionantes 2,35 vezes a massa do nosso Sol esse colosso cósmico está perigosamente perto de seu ponto de ruptura a descoberta abalou a comunidade científica quando os pesquisadores confirmaram que essa estrela de nêutrons está se aproximando rapidamente do chamado limite to esse é o limite teórico que uma estrela de nêutrons pode atingir de massa antes que a gravidade supere a pressão de degenerescência dos nêutrons que basicamente é o que impede que esses objetos absurdamente densos entrem em colapso quando esse limite é ultrapassado nada universo conhecido pode impedir a transformação da estrela em um buraco negro j0952 é simplesmente fascinante além de possuir uma massa absurda ele também tem uma rotação extremamente rápida girando 707 vezes por segundo isso mesmo por segundo o que faz dele o segundo pulsar mais rápido já descoberto são mais de 61 milhões de voltas por dia uma dança cósmica em um ritmo alucinante essa rotação gera forças centrífugas imensas que provavelmente ajudaram a estrela de nêutrons a resistir ao colapso até agora mas segundo as observações recentes essa resistência está chegando ao fim especialmente porque a estrela continua ganhando mais massa a evidência do estado crítico de J0952 veio de múltiplas técnicas de observação astrônomos que monitoram suas emissões de rádio detectaram mudanças sutis nos pulsos indicando um aumento do estresse gravitacional em sua estrutura já as observações em raios X revelaram uma intensificação da atividade de acreção à medida que a estrela absorve material de sua companheira mas o sinal mais revelador veio dos detectores de ondas gravitacionais que captaram sinais fracos mas consistentes com as previsões teóricas para uma estrela de nêutrons próxima de um colapso mas como os astrônomos descobriram essa verdadeira bomba relógio cósmica a virada aconteceu quando equipes utilizando dois telescópios em locais diferentes uniram forças para medir com precisão a massa da estrela ao analisar a dinâmica orbital do sistema binário com uma precisão inédita eles descobriram que J0952 está a apenas 0,05 a 0,1 massas solares de atingir o limite crítico e o mais alarmante eles observaram uma aceleração no ritmo de transferência de massa da estrela companheira indicando que o colapso pode acontecer muito antes do que se pensava se compararmos com outras estrelas de nêutrons massivas a nossa estrela de nêutrons J0952 está em uma categoria própria enquanto essas outras estrelas permanecem relativamente estáveis essa reúne os piores fatores possíveis: massa extrema acreção contínua e mudanças estruturais visíveis tudo isso aponta para um colapso iminente as implicações desse achado vão muito além de um único objeto estelar como a estrela de nêutrons mais pesada confirmada J0952 se torna um laboratório natural para testar os limites da física nuclear sob condições extremas ao monitorar seu comportamento os cientistas esperam responder perguntas antigas sobre a equação de estado da matéria ultra densa e o valor exato do limite TOV que separa estrelas de nêutrons de buracos negros o que torna tudo ainda mais dramático é o mecanismo por trás desse possível colapso j0952 faz parte de uma classe rara e fascinante de sistemas binários conhecido como viúva negra claro o nome é inspirado nas aranhas que devoram seus parceiros nesses sistemas uma estrela de nêutrons densa vai literalmente despedaçando e consumindo sua estrela companheira com o passar do tempo ficando mais pesada a cada ano a companheira da nossa estrela de neutrons é uma vítima trágica desse processo com apenas 0,02 massas solares restantes cerca de 20 vezes a massa de Júpiter ela já perdeu mais de 95% de sua massa original para a estrela predadora presa em uma órbita de apenas 6,42 horas ela está condenada a um espiral de destruição sem chance de escapar estando tão próxima ela sofre forças de maré tão intensas que está sendo despedaçada átomo por átomo [Música] esse processo de transferência de matéria é violento e eficiente o hidrogênio e o hélio arrancados da companheira não caem diretamente sobre a estrela de nêutrons mas formam um disco de acreção um turbilhão de plasma super aquecido que gira em espiral até finalmente colidir com a superfície da estrela aumentando sua massa e acelerando sua rotação e agora vem a parte mais interessante observações recentes detectaram uma aceleração assustadora nesse processo de alimentação enquanto modelos anteriores estimavam que a companheira poderia durar mais 20 ou 30 milhões de anos novos dados indicam que a taxa de transferência de massa praticamente dobrou na última década isso significa que J0952 pode atingir a massa crítica em apenas alguns séculos um piscar de olhos na escala do universo a medida que J0952 acumula massa os nêutrons em seu núcleo são comprimidos ainda mais aumentando a pressão interna a pressão de degenerescência dos nêutrons uma força quântica que impede essas partículas de ocuparem o mesmo espaço só consegue suportar certa quantidade de compressão gravitacional antes de ceder de forma catastrófica o que torna esse sistema viúva negra particularmente único é a massa já extrema de J0952 isso porque a maioria das estrelas de nêutrons em sistemas binários semelhantes pesa entre 1,4 e 1,8 massas solares o que lhes dá uma boa margem antes de atingir o limite teórico de colapso mas com 2,35 massas solares J0952 já está no limite e cada fração de massa que ela arranca de sua companheira a empurra perigosamente mais perto da ruptura final cientistas calcularam que se a atual aceleração na transferência de massa continuar nossa estrela de nêutrons ultrapassará o limite TOOV entre 200 e 500 anos quando isso acontecer a pressão de degenerescência dos nêutrons falhará de forma instantânea e toda a estrela colapsará para um ponto singular em menos de 1 milisegundo a rotação ultra rápida que hoje ajuda a manter a estrela estável se tornará irrelevante diante da força esmagadora da gravidade quando o limite for ultrapassado [Música] o destino trágico da estrela companheira portanto está diretamente ligado ao futuro de J0952 a cada rotação do pulsar mais material é arrancado a cada órbita mais massa é transferida para a estrela de nêutrons e a cada ano que passa nos aproximamos mais da possibilidade de testemunhar algo jamais observado diretamente na história da astronomia humana o nascimento de um buraco negro a partir do colapso de uma estrela de nêutrons quando a estrela de nêutrons finalmente cruzar o limite T o colapso será um dos eventos mais energéticos de todo o universo observável diferente das supernovas que se desenrolam ao longo de segundos ou colapso de uma estrela de nêutrons acontece quase instantaneamente em uma fração de milissegundo toda a sua estrutura com mais de duas vezes a massa do sol comprimida em uma esfera de apenas 20 km será esmagada até se tornar uma singularidade menor que a largura de um próton esse colapso representa uma das transições mais extremas da física o ponto em que as forças quânticas finalmente se rendem à gravidade no núcleo de J0952 os nêutrons já estão comprimidos ao limite permitido pelas leis da física quando a massa crítica for ultrapassada a pressão de degenerescência que os mantém afastados falhará de forma súbita a gravidade se tornará imparável esmagando a estrela inteira em um buraco negro com um horizonte de eventos de aproximadamente 14 km de diâmetro o momento do colapso gerará uma explosão extraordinária de ondas gravitacionais uma verdadeira ondulação no tecido do espaço-tempo que se propagará à velocidade da luz os detectores avançados como Ligo Virgo e o futuro telescópio Einstein estão sendo calibrados especificamente para captar esse tipo único de sinal gravitacional além das ondas gravitacionais o colapso produzirá uma breve mais intensa rajada de neutrinos e radiação de alta energia à medida que a matéria cruza o recém formado horizonte de eventos em seu último suspiro será gerada uma curta explosão de raios gama com duração entre 0,1 e 2 segundos essa explosão seria detectável em grande parte do universo observável fornecendo uma confirmação perceptível do evento [Música] como vimos o que tornaria essa observação verdadeiramente histórica é o fato de que nunca testemunhamos diretamente o nascimento de um buraco negro embora saibamos que eles existem aos montes no universo normalmente os descobrimos muito tempo após sua formação a chance de acompanhar uma estrela de nêutrons conhecida se transformando em um buraco negro em tempo real traria uma avalanche de informações inéditas sobre os mecanismos da gravidade extrema o colapso de J0952 também poderá encerrar um dos debates mais acalorados da física teórica seria possível que formas exóticas de matéria de quarks estabilizassem estrelas de nêutrons acima do limite TOOV alguns teóricos sugerem que sob pressões extremas os nêutrons poderiam se decompor em seus quarques constituintes formando um estado hipotético chamado matéria estranha capaz de suportar massas superiores a 2,5 massas solares cj0952 colapsar com sua massa atual isso praticamente descartaria muitas dessas teorias exóticas mas se ela continuar ganhando massa além dos limites previstos antes de colapsar será necessário rever profundamente os fundamentos da física nuclear em ambientes extremos além dos aspectos fundamentais da física o colapso também teria implicações importantes para nossa compreensão da evolução cósmica isso porque o buraco negro recém formado acabaria consumindo o restante da estrela companheira possivelmente formando um disco de acreção que o tornaria visível como uma potente fonte de raios X esse sistema então se juntaria à população de buracos negros de massa estelar que desempenham papéis cruciais na evolução das galáxias para astrônomos e físicos PSR J09520607 representa uma chance única em toda uma civilização de testemunhar uma das transformações mais extremas da natureza monitorando continuamente esse sistema com nossos instrumentos mais avançados poderemos ser os primeiros humanos da história a observar em tempo real o exato momento em que uma estrela de nêutrons deixa de existir e dá lugar a uma singularidade gravitacional pura onde a matéria como conhecemos simplesmente desaparece contemplar a Via Láctea à noite é testemunhar uma parte pequena mas incrível do universo nesse espiral a cada segundo ocorrem dinâmicas e acontecimentos incríveis colisões entre estrelas buracos negros engolindo quantidades absurdas de matéria ao seu redor nebulosas dando origem a novas estrelas anãs brancas se fundindo tudo isso acontecendo nessa extensa faixa branca enquanto nos maravilhamos com a beleza desta galáxia espiral é bom lembrar que ela é apenas uma entre bilhões de outras galáxias que pontilham o vasto e misterioso cosmos a nossa Via Láctea é mais do que uma paisagem noturna é o palco onde o Teatro do universo se desenrola um espetáculo de magnitude cósmica que nos conecta ao vasto e quase infinito universo obrigado [Música]