Viagem Dobrada na Coreia do Norte: Uma Aventura Insana pela Air Koryo e Trem Soviético

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Seja nesse vagão enferrujado que já tem 30 anos ou nesse IL62 soviético com 46 anos de uso. Como é que você quer começar a sua viagem inesquecível pra Coreia do Norte? Hoje eu vou te contar quais são as formas de chegar nesse país que vive tão isolado do resto do mundo. Galera, eu tô indo pra Coreia do Norte pela segunda vez só nesse mês. É, não tem outro canal. Só esse aqui. A Coreia do Norte é um país misterioso há décadas. Ninguém de fora sabe de verdade como as pessoas vivem lá, nem quais são seus costumes ou tradições. Nem diplomatas, funcionários de empresas estrangeiras têm acesso livre. Na verdade, até pouco tempo atrás, tudo que a gente sabia vinha da própria propaganda norte-coreana. Só víamos o que eles queriam mostrar. Nós amamos e morremos pela nossa Coreia. [Música] Fortes invictos para Corélia. Uma imagem limpa. [Música] Também existem materiais do mesmo nível, mas com o discurso oposto. Aqueles que mostram como os dissidentes são jogados direto no inferno. [Música] Quando o Kim John Wull mandou matar o próprio tio, ele reuniu toda a sua liderança, colocou o homem no meio de um campo de tiro, pegou uma metralhadora e o executou bem ali. Se preparem agora e informem todas as tropas imediatamente. Não podemos perder a nossa força. E depois jogou o corpo para os cachorros. Para entrar no país, você tem que arrancar o rótulo das bebidas. Refrigerante não pode, jeans também não pode. Cigarro americano tá proibido e até cachorro quente é proibido. Caso se divorci, mandam para um campo de trabalho. As prateleiras das lojas estão vazias. Falta até o básico. Nem carro na rua tem. E para piorar, o governo constrói cidades falsas, cidades inteiras, sem nenhum morador. Para alguns, a Coreia do Norte é um paraíso comunista. Para outros, é tipo viverem num lugar de ameaças constantes. Mas hoje a gente vai tentar entender como é que esse país realmente funciona. Olha só, aqui é a Rússia. Aquelas montanhas lá no fundo são a China. E essas colunas aqui já são a Coreia do Norte. [Aplausos] [Música] Minha viagem começa de ônibus, saindo de Vlad Vostoque, rumo à fronteira. No caminho, mando minha última mensagem pra família e fecho tudo, todos os aplicativos, porque os guardas podem simplesmente tomar o meu celular. Quando chego na estação da fronteira, as placas já estão em coreano. Desliguem o celular. Ali tá o nosso trem pra Coreia do Norte. Já estamos no vagão. Esse trem é bem pequeno. Ele só faz o trajeto até cruzar a fronteira de Cassã, na Rússia até o lado norte coreano. Eles me deram uma cabine dessas, mas nem precisava. Mesmo assim, o vagão parece bem preparado para uma viagem longa. Por ser um trajeto curto, o vagão está muito bem preparado. Colocaram almofadas, cobertores, colchões e olha só, são bonitos. Eu adorei. É, são bem bonitos. O maquinista tem um pote de quinche, arroz cozido, muita água e até cultiva cebola aqui dentro. Em vez de guardanapo, ele usa papel higiênico. Acabamos de sair da Rússia, pessoal. Aquelas montanhas lá na frente é a China. E é aqui que começa a Coreia do Norte. Ali dá para ver o que sobrou de uma ponte que nunca ficou pronta. Ela ia ligar a Rússia com a Coreia do Norte. Prometem terminar essa ponte faz muitos anos, mas por enquanto não dá para atravessar de carro. E assim cruzamos acerca de arame farpado e entramos em outro mundo. Logo de cara, uma coisa chama atenção. A quantidade enorme de soldados andando pelos campos. normal numa fronteira, mas nenhum deles está armado. Aquele ali tá carregando uma maca, outro tá com uma p no lugar de fuzil. Mais um segura uma sacola. Esses soldados não estão aqui para lutar, estão aqui para trabalhar na roça. A Coreia do Norte tem o maior exército proporcional do mundo, 1 milhão de soldados para 26 milhões de habitantes. Isso significa que 4% da população está nas Forças Armadas. E o serviço militar aqui dura 10 anos. Mas nem sempre é serviço de combate. Muitos vão pra universidade e isso também conta como serviço. Durante minha viagem, vi soldados em tudo quant lugar, mas a maioria trabalhando em obras públicas ou ajudando nos campos. [Música] Por fim, o trem chega. Durante a viagem, recebemos uns cartões de imigração. Precisa preencher tudinho, detalhe por detalhe, com tudo que tá trazendo. Anotei tudo. Celular, microfone, baterias, até open drive. [Aplausos] O problema é que o papel não foi feito para quem viaja com tanto equipamento assim. Não tem espaço para escrever tudo que eu trouxe. E para ser bem sincero, eu tô tenso. Tô levando muita câmera e eu não faço a menor ideia de como os guardas vão reagir. Nós chegamos, né? Eu acho que não. Ah, eu achei que já dava para descer. Ainda não. Foi aí que eu percebi uma coisa estranha. Um dos caras do nosso grupo tava usando um broche do Partido Comunista da Coreia do Noartito. Ele entrou com a gente lá em Vlad Vostok, mas ficou o caminho inteiro escondendo o broche debaixo do casaco. Agora eu tô tentando lembrar se eu falei besteira no caminho. Aquele ali é o camarada aqui. É o camarada aqui. Chamamos de camarada. E daí minha ficha caiu com esse monte de câmera. Vai ser bem difícil me deixarem entrar na Coreia do Norte. Agora sim a gente desce. Agora. Legal. Obrigado. A rada tá terminando de preencher. Ainda falta umas coisinhas aqui e eu já tô me preparando para quem sabe voltar para casa. Olha ali que tem alguns rostos conhecidos. Mas olha, querido. Sim, sim. É um privilégio estar aqui. Com certeza. Esse país é maravilhoso. As paisagens são ótimas. Assina por aqui, por favor. Claro, tem uma caneta aí. Por que você tá gravando? Por quê? Ah, desculpa. Você tem uma caneta para me emprestar? Eu tenho que assinar tudo isso aqui. Tudo bem. Opa. Não, não, não precisa. Obrigado. Pode deixar que eu pego. Obrigado. Por aqui um agente da alpândega ajuda a colocar as malas numa máquina gigante de desinfecção. Parece moderna, mas em vez daquelas bandejas de plástico, é tudo caixa de papelão. E claro, nada cabe direito, mas o guarda consegue dar um jeito. Ah, já tá indo, já tá indo. Fica tranquila. Agora é minha vez de colocar as coisas na caixa vermelha. Já pode, galera. Eu tô com o meu coração disparado. Será que vão me deixar entrar? Será que não? Tem chance de não rolar? Mas se você não gosta de viajar de trem, também dá para ir de avião pra Coreia do Norte. Esse aqui é o Iliosin IL62 da Aircorio, a única companhia aérea autorizada a voar para a Coreia do Norte. Esse avião foi fabricado em 1979. O modelo parou de ser fabricado há mais de 30 anos. Então ele tá quase novo. Depois de analisarem o avião por um bom tempo, decidiram que ele tava novo demais pra gente poder voar nele. Por isso, mandaram esse outro aqui, um tupo leve tu 154 soviético, 3 anos mais velho. Se você for de avião para lá, se prepara, porque não deixam gravar nada, nem mesmo o processo de chequein. Olha só quanta coisa diferente. tudo que o pessoal leva para lá. Com certeza vão vender isso tudo lá dentro. E talvez você nem imagine, mas o comércio privado tá crescendo dentro da Coreia do Norte. Isso mesmo, comércio privado. Hoje em cada cidade tem mercados onde eles vendem todas essas TVs, fogões, roupas, sapatos. Eu só gravei o que o pessoal tá levando. É por diversão. Apaga logo. Não, eu não vou apagar. Apaga. Por não pode filmar. Depois disso, proibiram qualquer gravação até na hora de embarcar. Beleza, pessoal, nós vamos subir. [Música] Parar de gravar, por gentileza. Eu eu não posso gravar. Apaga. Ah, desculpa. A mulher fica olhando até eu apagar o vídeo. [Música] Prontinho, apaguei. Obrigada. Por segurança dos passageiros e da tripulação, é proibido fumar e usar qualquer tipo de dispositivo eletrônico, incluindo câmeras e celulares durante todo o voo. Por favor, mantenha os aparelhos desligados e guardados durante todo o trajeto. Eles estão falando que não pode usar a câmera para garantir a segurança do por favor os aparelhos desligados e guardados durante causar uma baita turbulência, né? É complicado. Pode dar problema. E cada vez que me pegavam gravando. Por favor, senhor, não use a câmera. As comissárias pediam para eu apagar o vídeo. Parece que nesse avião eles não sabem que existe como recuperar arquivo apagado. Mas como é um avião velho, nem existia isso. Aqui nem tem bagageira em cima, só para teleiras. Ai, tem banheiro, viu, pessoal? Mas eu prefiro nem falar muito dele. O cheiro é uma mistura de querosene com aquele cheiro clássico de banheiro. Galera, tá dentro desse avião. É como tá dentro de um museu. Olha só essas mesas das primeiras fileiras. São de madeira. São bonitas, né? Mesmo assim tem telões enormes passando vídeos de propaganda sobre a Coreia do Norte. Claro, tudo com aquela musiquinha de fundo, bem típica. Esse avião é mais que especial. Eu acho que é o avião mais velho em que eu já viajei em toda a minha vida. Será que isso sobe? [Música] Atualmente a Aircorio só voa pra Rússia e pra China e provavelmente a companhia com maior frota de aviões soviéticos ainda em operação no mundo. Eles têm o IL18, o TU134 e o TU154. Foi em um desses que a gente voou até Pinon. O avião presidencial, aquele que transporta a família do líder supremo, sempre foi o IL62, um modelo que começou a ser fabricado nos anos 1960 e parou faz 30 anos. Por isso, nas viagens mais importantes, o Quin simplesmente aluga o avião dos camaradas. Em 2009, aircoli também comprou um TU204 russo. Em 2013, um AN148 ucraniano. E olha aí o K1 no comando. A apresentadora até comenta como se estivesse no voo rezando sem parar. Esse é o nosso líder. que ele possa ter muito discernimento, condução. Desde o início do voo até o fim do passeio na Coreia do Norte, você não pode citar uma frase usando somente o primeiro nome do líder do país. Pra gente já entrar no clima do país, eles distribuem uma revista e em cada página só tem foto de uma única pessoa, o respeitado camarada mareal King John 1. É assim que você tem que chamar ele lá na Coreia do Norte. Galera, para ser sincero, dá até medo de rasgar uma página. Dizem que a imagem do líder não pode ser dobrada, nem amassada e nem rasgada. Já pensou você rasgar isso sem querer? Eu não sei nem se é permitido virar as páginas e colocar uma sobre a outra. Vai que eu saio preso daqui por causa disso. Enquanto eu foliava a revista e mergulhava no mundo norte-coreano, trouxeram o almoço, o que, para ser honesto, parecia até uma sabotagem política, porque era um hambúrguer. Vamos ver o que tem aqui dentro. Olha, parece bom, hein? Carne, queijo, tomate. É claro que é um fast food. [Música] Hum. É um hambúrguer comum igual o nosso. [Música] Não tá ruim. Vou comer a salsicha. Hum. É uma salsicha bem gordinha. Mas abrir a salsicha norte-coreana não foi fácil. Já descobriu como abre? Eu acho que tem um corte aqui em cima. Qual opção você escolhe? [Música] Não, não tem corte nenhum. Hum. Agora. Bom, tem outra aqui. Deixa eu ver. Ah, nessa fizeram o corte. Nessa abriu, galera. Vamos provar. Olha só essa salsicha. Ela é feita de coisas com que se faz uma salsicha. É igual a nossa salsicha normal, mais gordinha. Sinceramente, eu nem sei que gosto tem. É, acho que acho que eles usam, sei lá, sobras de decomposição, de fusão nuclear. Deve ser resíduo dos testes atômicos. Na real, eu acho melhor nem comer essa salsicha, porque vai saber a procedência da matériapra que fizeram essa salsicha. Então não [Música] curtiu o hambúrguer muito. É, é um hambúrger normal, né? Bom, aliás, pessoal, as comissárias são bem bonitas. Parece até que eles levam a sério esse negócio de seleção, igual antigamente, quando só contratavam aeromoças bonitas. O voo na Air Corio até que foi bem confortável. Nunca vi uma equipe trabalhar tão rápido, distribuindo comida, recolhendo as caixinhas, pegando os copos, ajudando os passageiros. No geral, eles até conseguem deixar o ambiente agradável dentro do possível. Claro, trabalharam bem. Ali já dá pra gente ver o famoso hotel Rio Guinom, aquele que nunca ficou pronto. Ou seja, já estamos chegando na capital Pinon. Pousamos. A gente não pode descer. Desculpa, senhor. Os passageiros lá do fundo precisam sair primeiro porque os motores do TU154 ficam na parte de trás. Então, pro avião não tombar, eles desembarcam antes. Olha lá uns pilotos marchando perto do terminal. Perfeito, galera. Chegamos em Pinho em Angro. Agora começam quase duas semanas de aventuras malucas no país mais fechado do mundo, onde tudo, absolutamente tudo, você só faz escoltado. Mas mesmo assim a gente vai tentar escapar deles para dar uma espiada em como as pessoas realmente vivem aqui. Olha ali, tem roupa secando. Estão vendo? Aqui fica o estoque de carvão. E o que é isso? Bora, galera, vamos pro quinto andar do hotel Yangaku, o mesmo andar onde dizem que um Oto Warm Beer roubou uma placa em 2016. Por isso ele acabou preso numa cadeia norte-coreana, entrou em coma e depois faleceu. Tudo foi muito estranho. [Música] Prontinho, galera. Chegamos no quinto andar. Foi bem aqui. [Aplausos] Olá. Eu vou mostrar para vocês como é a vida no país mais fechado do mundo por dentro. Se inscreva no canal e compartilha esse vídeo com seus amigos, porque vocês verão a Coreia do Norte de um jeito que nunca viram na vida. E aí vocês se arriscam? Vamos. [Música] [Música]

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