VISITAMOS A NECROPÓLE: UMA CIDADE DOS M0RTOS EM SÃO PAULO – com O Que Te Assombra
0Olá, trevosos e trevosas, seres das trevas. Continuando a nossa série de visitar cemitérios à noite. Dessa vez vai ser aqui, ó, na Necrópole São Paulo, um dos cemitérios gigantescos aqui da cidade de São Paulo, da capital. E eu vou entrar à noite depois das 18, né? Porque é o clima, é o jeito, pra gente ouvir histórias sobrenaturais de sepulturas e de crimes que aconteceram aqui na cidade. Eu venho sozinho. Não é o cara que abre as portas do cemitério. Ó lá, ó. Vem, vem cá, ó. Ó o porteiro, ó. Thiago do Kit Assombra. E aí, Thaago? Thaago de Souza. Bem-vindas e bem-vindos a Necrópole, São Paulo. A minha casa. Eu gosto muito daqui. Tá enterrado onde? Aqui eu sempre pergunto isso. Logo na entrada. Logo na entrada tomar um cafezinho. Bora então pra gente entrar. Cafezinho. Aliás, é engraçado porque eu gosto de dizer que a o cemitério mais paulistano da cidade de São Paulo. Ele tem um detalhe aqui muito característico disso, porque essa é uma decoração feita com ramos de café. Então a gente entra na Necrópole São Paulo, que é fundada em 1926, já com essa referência de super paulistanidade, né? Ó, só a gente falando de cafezinho. Eu falei de cafezinho brincando, não tava na pauta, mas só o Thiago mesmo para explicar pra gente essas curiosidades. Bora entrar aqui no cemitério à noite. [Música] Aproveito para dizer, Dani, que a gente tá, tô tô brincando de tá abrindo, eu não tenho essa autoridade toda. Nossa atividade hoje é autorizada pela administradora, pela Cortel. E eu só tô fazendo isso simbolicamente, porque o pessoal da Cortel tá ali acompanhando a gente tudo. E é legal dizer que a gente escolhe esse horário, né? A gente não tá aqui de madrugada, tá noite, mas a gente entrou no cemitério quando ele fechou pras suas atividades regulares, porque a gente não quer atrapalhar nenhuma família, a gente não quer atrapalhar os sepultadores e os trabalhadores aqui do cemitério que passam o dia inteiro fazendo alguma coisa ligada a isso. Isso. Então a ideia também, claro, né, eu sempre falo, a ideia é vir à noite, porque tem esse clima, né, no cemitério à noite, mas também pra gente não atrapalhar as pessoas que vem visitar sepulturas, os profissionais do cemitério, né, importante, professar sua fé, né, quem tem a relação com isso, quem trabalha com isso aqui dentro, enfim. Exatamente. A CT até parou ali, ó. Ele deve tá perguntando quem que tá gravando ali, ó. Vamos lá. Vamos lá. E já tem história aqui, Thago, nesse primeiro aqui. Já tem história, tá? Esse cemitério aqui, ele é muito conectado com a história de São Paulo. Essa é uma estrutura, um mausolel em homenagem ao general Marconte Salgado, que virou general pós-me. Ele teve uma promoção pós morte. Ele era coronel da força pública do estado de São Paulo. E o que aconteceu durante a revolução de 32? Ele tava fazendo um teste de uma bombarda que era um tipo de morteiro. Sabe aqueles que aparecem joga a bomba e ela é. E o que aconteceu? Agora que soltaram a bomba no teste, a bomba explodiu quando saiu, matou ele e o José Marcelino, o Major José Marcelado. E é muito interessante ali em cima, porque ali tem uma simbologia totalmente conectada a uma guerra, a uma revolução. Tem a Mariene carregando a bandeira de São Paulo. Ali atrás a gente vê vários símbolos, ícones da cidade de São Paulo. Então o Martinelli tá aqui do lado. O prédio Martinelli tá ali. O prédio Martinelli tá ali em cima. também é um prédio assombrado, considerado história assombrada aqui de São Paulo. Assombrado. O cavalo com a patinha levantada, que significa que é um cavalo que está em combate, ele direcionando os soldados, enfim, toda essa simbologia ligada à revolução constitucionalista de 32. Logo na tradeoléu. Esse é o mausoléu. Dá para dizer que é o mausoléu. É porque tá ali, ó, a comissão pró mausoléu. Então essa estrutura é um mausoléu, né? É a comissão próusoléu. Na verdade é do mausoléuel do Ibirapuera. Aham. Para quem não sabe, o obelisco de Birapuera é um mausoléu. Tem mais de 700 pessoas sepultadas ali. A gente passou lá hoje. É, tem um mausoléu e é a comissão do mausoléu é de lá. Mas isso aqui é o mausoléu. Essa é uma estrutura que tem a mesma configuração de mausoléu. Júlio Marconte Salgado. [Música] Ô Dani, aqui tem uma porta muito legal de bronze. Tem uma caveirona ali, ó. Que isso? É uma capela. É uma capela franciscana. Olha que linda. Não lembra um pouquinho um pouquinho a basílica de São Francisco. Lembra lá na Itália, né? Dá para ir. Pode ir aqui. Será? Pode, pode ir. A porta de pô. Olha que linda. É uma capela franciscana. Isso. E aqui o que que é interessante mostrar? Tem vários símbolos franciscanos, né? Irmão Sol, irmã Lua. Aqui a que eu mais acho interessante toda essa dinâmica que é um crânio que diferente do que a gente vive no terror, ela tem um significado completamente diferente pros franciscanos, porque a caveira, o crânio é o indicativo de que esse irmão franciscano se encontrou com o divino. Então ele está num momento sublime, então ele tá feliz onde quer que ele esteja, ele está muito mais feliz, até porque a vida de um franciscano é de penitência pura, né? É muito inteira. É, e claro também tem uma ideia de um conceito de igualdade, né? Porque quando a gente morre todo mundo vai se transformar nisso aqui, né? Numa caveirinha. E bonita essa porta, né? Será irmão de bronze? Tinha música do São Francisco que era doce é sentir. Você é muito mais religioso que eu em meu coração que ele fala do irmão sol, irmão Li. Bonitinha a capela, né? Todo tijolinho, né? [Música] General presidente. Presidente. Essa é a escultura mais icônica do cemitério. Ah, já vi um bumbum ali. São Paulo da Metrópol São Paulo. Essa é aquela que é do que simula uma relação. Último o último adeus. Não. O que acontece aqui? Antônio Cantarela faleceu, ele era mais velho do que a dona Maria Cantarela e ela encomenda do Alfredo Oliani uma peça que traduzisse a sensação dela, a sensação de que ela que verdadeiramente é morrido. Então ele faz essa escultura em bronze super realista com ele vivo, nu, viril, bonito, beijando ela completamente morta. Lembrando novamente quem tinha morrido verdadeiramente foi ele. Ela encomenda essa peça. Se a gente der a volta dá para ver melhor o rosto dela e dele. Então, pera aí. Quem morre, quem morre é o Antônio. É o cara que tá beijando. Ela encomenda a peça do Alfredo Oliani pedindo a tradução do seu sentimento, do sentimento dela, da Maria, que era de uma pessoa completamente morta, a partir da morte do marido. Então ele está vivo no coração dela, beijando ela morta pela partida dele. Gente, que que diferente. E vocês imaginam, foi nos anos 40, um escândalo você levar o nuculino para um cemitério. É por isso que eu vi, eu falei no começo que eu vi um bumbum ali. Então ele tá nu mesmo. Ele tá nu. Ele tá nu, viril, bonito, forte e ela falecida, morta. Uma mulher morta, sendo beijada pelo seu pelo seu amor. E ó os detalhes da imagem. Ó o pé. Olha o pé o detalhe do dos pés. A sola do pé dele é impressionante. A gente vai por aqui, as costas, ele parece um cara mesmo, ó. É. Então aqui na sombra, tudo doro, a espinha, né? Aqui o pé dele. Olha aqui. Aqui que loucura isso. Em bronze, cara. Você imagina, gente. Olha os detalhes. É último aus. Tamanho de pé. Ó as costas. Ó lá, ó. Tamanho de pé. Terrível. Ai ai. E aqui desse lado a gente consegue ver o beijo, né? O encontro. Olha a mão. As costelas, a mão dele segurando, segurando com uma força porque ela tá morta, né? Ela tá desfalecida, não? É assim, e esse ar, né, você essa imagem tá aqui desde os anos 40, essa escultura e aí você olha ali, né, o tempo, né, o tempo ele ele não corrói, mas ele deixa a marca dele, o que torna tudo mais muito mais de uma de uma espécie sombria. Olha o a ação do tempo caindo sobre. Sabe o que que eu acho muito legal disso que você tá falando? A ideia da imortalidade do amor. Pode passar 400 anos, eles vão estar igual. Uma das beleza. Se você tentar lavar isso, se você tentar limpar isso, você acaba com o zinabre. É o zinabre que é o charme das peças de de bronze. Ó, isso aqui para mim é é o último adeus. É o forte, né? Último adeus. Incrível. Incredible. E eles estão aqui embaixo, né? Agora sim. a Maria e o Antônio. O apelido dele era Nino. Mas o fato de você contar que é ele que falece primeiro e ver ele beijando ela me dá um negócio assim, porque é o a inversão do que aconteceu, né? A inversão da morte. Não sei se dá para ver, mas ali dá para ver que ele tá de olho aberto, né? Tá completamente. Ele ele a expressão dele é de não é só dele vivo, é ele vivo, viril, forte como nunca, beijando uma mulher completamente morta, desfalecida. Então, mas na história real, ele que tá morto. Ele que tá morto. Exatamente. Exatamente. Demais. É, ele que tá morto. A encomenda dela foi essa. Ó o pé daqui, ó. Ó, ó, ó. Uma canela ali, o veio da da batata da perna. E aí, esse epitafe aqui, meu, que que tá escrito? meu esposo, meu guia, o motivo eterno de minha saudade, de meu pranto, tributo, de sua amada esposa, Maria Cantarela, que tá ali no, já tá sem o sem essa parte do Nasceu em 1/11 de 1877, provavelmente. Ó, você vê que não tem mais ali, né? Ó, tão antigo. Ele faleceu nos anos 40, acho que foi 44 e ele era mais velho que ela, né? Vamos pro próximo. Bora lá subir pro Abuanra. Dani, hum, se esse nosso homenageado tivesse aqui agora, então saísse daqui agora, ele perguntaria para você: “O que é a vida? O que é a vida?” Tony Abujanra, grande dramaturgo, um mestre dos palcos, foi apresentador também, um apresentador icônico, né? Do programa Provocações e agora virou provoca com o TAS e ele descansa aqui com sua família. Eu tenho uma memória afetiva muito aguda com esse cara pelo Ravengar, que foi talvez um dos personagens mais assustadores da história das novelas da Sete naquela novela icônica também chamada Que Rei Sou eu. Não sei se vai lembrar do Ravengar. Você é jovem, não lembra do Ravengar? Não, não lembro. As pessoas com certeza da minha geração irão lembrar agora do Ravengar, que era o mago do reino. Ele tinha um cabelo assim, enfim, eu tô ficando parecido com ele se eu tirar o bonco. Eu lembro o Ravengar. Enfim, uma figura muito bacana que a gente faz questão de visitar pela sua história, pela sua biografia, pela importância dele na nossa cultura em geral, né, para muito além dos palcos e da história dramaturgica do Brasil, né? E uma sepultura da famíreta famíleta, sepultura da família dele, né? A placa dele tá ali, é o João. Aqui é essa aqui, não. Aqui, ó. Antônio Abujan. Ah, é o Antônio, né? Isso. Antônio Abujan. Ah, essa daqui, né? Isso. Antônio Abujan tem essa folhinha 15 com essa folhinha em cima. dos maiores gênios da nossa arte. Lembro do programa dele. Ótimo programa, né? Provocações. Ótimo. Ótimo. E gente, e essa parte tá iluminadona, né? Passida. É aquele contraste que eu adoro, que é a cidade dos vivos e cidade dos mortos. É cidade dos vivos para lá, cidade dos mortos. E aqui nada acontece. Passou ambulância, passa polícia, passa tudo ali fora. Aqui parado. Pelo menos a gente imagina que não esteja acontecendo muita coisa agora aqui. É só nós. É, eu acho que não. Bonita essa sepultura aqui, né? Bonita. Família Calux. Ó a imagem de São Pedro, ó, com a chave dos céus. Bonita. Ah, já vi daqui e as unhas já estão crescendo. A praga do dia. Você, você, José Mogica Marinhos, nosso professor, nosso mestre. O Mjica tinha que dar um susto, né, galera? O Mjica tinha que dar um susto. Amigo, mas já tô acostumado. Esse é um lugar de reverência, na verdade, né? Um altar da memória do José Mujica Marines. Muito legal falar isso. Uhum. Porque um monte de gente vem aqui, eu vim aqui e ficava falando que, ah, estou indo no túmulo do Zé do Caixão. Uhum. Claro, esses são fãs que não sabem a história, não sabem que ele foi filho, pai, avô, um grande cineasta que transcende apenas sua atuação no horror. Aliás, os primeiros filmes dele não foram no terror. Ele teve o primeiro filme dele foi Religioso, chama Sentença Divina. E o segundo, Assina do Aventureiro, que era um filme de aventura, mas o primeiro filme nunca foi pro ar, esse filme religioso. E o nosso querido Mujic, ele com 3 anos a família dele muda pros fundos de um cinema e ele começa a assistir filmes compulsivamente. Aos 12 anos ganha a primeira câmera, aos 18 monta sua companhia cinematográfica, começa a formar atores e atrizes. E aí eu sei que tem uma história sua sobre o seu pesadelo em cemitérios. Qual é? Então, é engraçado porque eu trabalho com sobrenatural, né, com terror. E tem um lugar que eu tenho medo, que eu tenho pesadelos, que eu tô correndo entre os túmulos grandes, que é cemitério. Eu tenho medo de cemitério à noite. Por isso que quando eu eu não entraria num cemitério à noite. Eu gosto muito do sobrenatural, mas o lugar que me dá medo é o cemitério. Porque os mortos, ó, você para para pensar, a gente tá aqui, ó, eles estão aqui, ó, os cadáveres, né? Os corpos eles estão deitadinhos aqui. Então a gente tá no meio de uma cidade de mortos, eles estão todos aqui. Então eu tenho medo do cemitério. Nos meus pesadelos mais tenebrosos, eu tô correndo e batendo em túmulos enormes. Eu não consigo sair daqui, entendeu? O tempo espaço separou a gente. Eles viveram em outro tempo, espaço só por isso que a gente não está junto, né? E daqui a pouco outras pessoas vão nos lugares que a gente pedar nesses lugares aqui. Óbvio que eu sabia dessa história sua. Você tinha me falado, mas a concepção do personagem Zé do Caixão é muito parecida. Uhum. O Mujica teve um pesadelo e na ocasião desse pesadelo um covero com aquela indumentária que ele usou depois. Cartola sobretudo, cara de ruim, cara de mal. arrastava ele por um cemitério e tentava mostrar para ele a data da morte dele. Dele, né? E ele acorda completamente transtornado, nervosíssimo. A família chama Pai de Santo, exorcista, acho que ele foi incorporado. E o que ele faz com sua genialidade? coloca esse encosto, esse alterego maldito dele para trabalhar para ele. Ele tinha filmado um tipo de expressão de um Exu, de um pai de santo dias antes. Então, no no set dele de filmagem tinha capa, cartola, ele pega aquilo e se veste e acaba imageticamente se adequando. Ele cria o arquétipo do que ele viu, dando vida ao seu principal personagem. E nos filmes dele, naquela primeira, na trilogia do Zé do Caixão, porque muita gente não sabe também que o Zé do Caixão tem um CPF, é o Josefé Anatas, ele tem RG, CPF, José, José Fé Anatas chama o Zé do C. Zé do Cachão é um apelido até pro personagem. O José Zanatas no primeiro filme ele é de uma família de funerários e ele vai lutar a Segunda Guerra contra o nazismo. E quando ele volta, a namorada dele, noiva dele está casada com o filho do prefeito. Então ele se revolta. Então, o Zé do Caixão, ele se transforma no que ele se transforma por conta de amor. E a razão dele est aqui é muito interessante, porque a família tem um jazigo num outro lugar, mas a dona Carmen, a mãe dele, foi sepultada aqui em 95. que ele passava por uma dificuldade econômica, aceitou a oferta de alguns amigos, né, da família DAD, que ofereceu esse espaço. Ele aceitou, ela foi sepultada aqui. E quando ele já tava doentinho e aqui o José Mujica detesta a expressão morte, pode ver que no epitác dele transcendência física. Ele detestava a ideia da morte. Não se fala morte. a transcendência física dele no dia 19 de fevereiro de 2020. Ele pede, ele opta por ser sepultado aqui com a sua mãe e não no jaigo da família. Então ele vem aqui para fazer companhia. Quer dizer, era um cara extremamente sensível, além de tudo, muito parecido com o seu próprio personagem. Com o Zé do Caixão vira aquela figura tenebrosa, maldosa, endiabrada, tudo aquela figura por causa de uma desilusão amorosa. Muito louco, né? E a fotinha dele tá tão bonita ali novo, né? Na foto lá. Foto essa foto é muito interessante por outro dia eu vi um cara que é especialista no Zé do Caixão e falam que muitas imagens do seu tranca-rua das Almas é inspirada no Zé do Caixão jovem. E se você vê lá em Campinas tem, eu te mando a foto para colocar pra galera aqui, é realmente parecido. Então o seu tranca rua das almas imageticamente parece muito o nosso grande mestre, professor José Mugiam Marins, mais jovem. Incrível. Sempre falo, nosso pai, né? nosso pai, eu falo nosso pai, não o personagem mesmo, mas o próprio diretor, né? Porque é muito do que eu faço é o que ele fazia. Claro, né? Minha grande inspiração trabalhar com terror, trabalhar com a fé. Tem uma entrevista que ele dá no Roda Viva que ele fala: “Não sei por que vocês falam que meus filmes são isso e aquilo. O Brasil é muito místico, o Brasil é muito espiritualizado. Então, e é o que eu vejo muito no meu trabalho. E a gente dá muito menos valor do que a cena do terror no mundo, né? Coffin Joe é uma das figuras mais conhecidas no mundo, né? Esse personagem do Mujica. Enfim, eu toda vez que venho lá Necrópole São Paulo, eu venho aqui pedir bênção para ele. É bênção. Também peço porque é incrível. Foi, um, eu conheci ele pessoalmente. Essa parece um portal de ninfas que tá se abrindo e essa madona, essa mulher tá trazendo o renascimento a partir da criança. Vem daquele portal e traz uma criança para cá. Criança. Muito bonito. Bonito, né? Mas essa é a explicação ou é a sua interpretação? Não, não, para mim é essa é a explicação, porque aqui também tem uns tem umas frases em latim que a gente falou que era disso, que era do do fim, do começo, do recomeço, são ninfas, né, fazendo esse portal. E é um portal que a gente cinematograficamente pode lembrar naquele filme Advogado Diabo, que no escritório do cara faz umas mudanças. Então essa é uma referência, eu imagino, de um paraíso meio ligado assim à estética do inferno de Dante, ponto de vista imagético. Almas, né? Almas, essas são puras, claro, não são do inferno, mas almas que almas que circulam e essa mulher sai, essa madrona sai e entrega o renascimento, entrega o renascer. Uma criança. Bonito aquilo ali, né? O quê? Isso aqui, ó. Que que é isso aqui? A capela. Capela de velório. Isso. É capela do velório. E gente, que lindo esse caminho aqui, né Thiago? À noite, olha. E o legal é que a gente pode se acostumar com a escuridão. É, mas falando escuridão, eu tô achando, a gente fez um outro vídeo na consolação e eu tô achando aqui um pouco mais escuro, assim, o olho vai se acostumando tudo. Vamos apagar a luz para ver como é que tá. Ó, dá para ver algo? Nada. É assim que só dá para ver a luzinha do microfone, né? Dá ver. É. É, bora, bora. Imagina, imagina andar assim no cemitério. Ô, eu tô acostumadíssimo a andar assim, mas sozinho não. Olha essa escultura que linda, mano. É demais, Stephanie, cara dela. Essa é a mãe que já morreu, está do outro lado que do do mundo dos mortos. tá no mundo dos mortos e ali do lado a filha querendo atravessar, querendo ouvi-la, querendo acessá-la. Quer dizer, é uma mãe feliz de saber que ainda é amada, que ainda é lembrada. Essa escultura tem uma coisa interessante também no epáfio, é que eu tô sem óculos, eu não consigo ler, mas é Mariana Parelo, Delicatoori. É um acróstico, é um é um poema em italiano, em acróstico. Então tá o nome dela aqui, né? Quem fez foi Rosário Bernaldo e é um poema que as iniciais de cada frase se inicia com a as ina escrito Maria na londa dele. Mas a eu sei que essa escultura é uma homenagem da filha que quer atravessar ou quer ter contato com a mãe que já atravessou o portal dos mortos. Então, a mãe tá ali dando uma risadinha, ela já morreu, ela morreu e a filha que tá aqui quer ouvir a mãe do outro lado. Tem uma coisa que incrível, né? Incrível, né? E é engraçado de cemitério que a gente tá vendo as culturas, mas olha aquela ali, ó. Olha de costa ali, ó. Olha isso, gente. É incrível. Tá ajoelhada. Isso é maravilhoso. Eu vou ter uma dessa no meu quintal. Senhor, meu marido trabalha em cemitério. Que que é aqui? Vai, vai dar mais Joaquim Gil. Gente do céu, como é o nome disso? Esse é esse é um túmulojacente. Ah, gente, vem ver isso aqui. Vai pelo lado ali, Dani. Porque aqui a gente não confia muito nesse piso, embora seja um lugar que muita gente perto. Eu vou perto dele. Olha, impressionante, né? Impressionante. Tá aqui Joaquim Gil Pinheiro, o nome dele era um português que acabou se tornando um benemérito da cidade de São Paulo. Esse é um tipo de estrutura, né, de de conjunto escutórico que a gente não vê muito no Brasil mesmo. Em São Paulo, que eu me lembre, a gente tem um no Mausoléo, soldado constitucionalista, mas não é em tamanho real. Essa é uma reprodução fiel dele. Ele era pequenininho, né? Não era tão alto, era português. Mas gente, é perfeito. Tem. E tem é ele aqui, é o busto dele em cima. Dele. Ele era muito, como é que eu posso dizer, de forma simpática. Ele gostava muito de si mesmo. Ele tinha uma autoestima muito, muito grande. E o que é interessante dele, ele ele falou que deixaria toda a sua fortuna. Ele era muito rico, não deixou herdeiros imediatos. No final a herança dele foi para Portugal com o sobrinho de sei lá qual grau lá. Mas ele falou que deixaria para São Paulo a sua fortuna caso a cidade acolhesse três feriados. O da chegada dele no Brasil, o do o do nascimento, da chegada dele no Brasil e o da morte. Ele é bem leonino, né? Ele é bem que e aí o pessoal não aceitou. Eu acho maior sacanagem. Acho que devia ter cidade devia ter pego o dinheiro dele e criado esses três. Juro, me dá um arrepio olhar assim, ó. É perfeito. Ver muito bem feito, né? E tem duas imagens sem cabeça ali, ó. É, é, essa é aquela história, né? O pessoal dispensa eh imagem de s de no cemitério e não precisa, né? Eh, não é uma necessidade porque E aqui onde a gente tá é um mausoléu. É uma capela mausoléu. É um mausoléu. Ele tá onde? Será? Ele tá aqui, provavelmente a minha, eu eu acredito que ele esteja aqui onde a gente tá, aqui aqui no chão, aqui embaixo. É, aqui me parece um cenotáfio. Ele não existe caixão aqui. Pelo menos eu imagino que então ele não estaria aqui, mas ele estaria lá. Eu acredito que ele estaria aqui embaixo, gente. E olha esse e essa é uma representação real dele aqui. Isso é o puro cenário, né? trevoso, creepy, que a gente tá dentro de uma sepultura mesmo. Mas isso aqui é incrível. Nunca tinha visto per de perto. Nunca. É, no Brasil não tem muito. Uma meu, o meu túmulo vai ser assim. E aqui uma vai ser um vai ser um túmulo jácente, uma capelinha, capela que as pessoas vem até hoje. Aqui existia um responsável que ninguém sabe até hoje se era alguém próximo dele que vinha cuidar fazer a manutenção. Lembrando que a manutenção desse lugar é de responsabilidade da família. Da família, né? Então não tem muito o que fazer. Só uma levantada dele aqui. Calma, ele puxa. Pera aí, não vai embora não. Pera aí. Pera aí que aqui, Dani, tem um Qcode para quem quiser saber mais a história do Joaquim Gil. Esse é um Qcode que a própria Cortel fornece para em alguns túmulos históricos eles colocam esse QR code pro pessoal que vem visitar para saber a história, né? É, tem a biografia, tem uma pequena biografia ali. Quem que é, o que que é a Cortel? uma concessionária daqui que citério. Isso, exatamente. Interessantíssimo isso. Aqui é o quê? São Francisco. Aqui é São Francisco. E aqui tem alguns nomes de poemas de autoria dele, porque tudo dele aqui. É, eu gostei da ideia. Meu turma, ele é dele, né? Ó, e aqui a gente, ó, aqui tem os poemas dele ali em cima. Ali em cima também tem aqui já, os meus meus ossos. Claro, foi ele que foi ele que foi autor disso, nesse campo de igualdade. Pois que esperam pelos vossos quando Deus tiver vontade. Ó, é um poeminha, tá vendo? Chico Xavier. Joaquim, eu sei que Chico Xavier falava no sabadão sertanejo. Chic. E aqui, pessoal, tem uma história muito triste para mim, a mais tenebrosa, uma das mais horrorosas que eu já vi das histórias de todas as histórias dos cemitérios. E eu imagino que, gente, isso é uma sepultura. Não, esse aqui é o ossário. Nossa, mas deslocado, né? É um super ossário aqui. É ossái ário. Nossa, mas diferente. Parece que ele tá fora do cemitério. Parece que ele tá numa área. Isso é um ossário. É um ossário. Aí no final fizeram um jardim em cima. Hoje ele não é usado mais porque não tem mais quadra geral aqui. O cemitério que tem quadra geral em São Paulo. Tem alguns que ainda tem. Formosa, tem Perus, tem vários outros tem. Mas esse é um dos ossários daqui. E aqui provavelmente está sepultada dona Jacinta Maria de Santana. Aquela história que aquela história que você contou do corpo da faculdade. Exatamente. Exatamente. A dona Jacinta era uma mulher negra. A gente não sabe se ela era uma ex-es escravizada. Ela teve um mal súbito em 1900, na região da luz. Não deu tempo de chegar no hospital. Ela morreu e ninguém reclamou o corpo dela por alguns dias. E aí um professor chamado Amâncio da Faculdade de Direito, que era professor de medicina legal, reclama o corpo dela que ele fazia embalsamamento de corpos. E aí ele pede o corpo dela, fala que vai levar pra faculdade de direito depois do corpo embalsamado para utilizar nas aulas com seus alunos. Só que logo depois que ele faz o embalsamamento dela, ela é vista exposta numa loja de charutos no centro da cidade e isso causa uma revolta muito grande. No final, ele leva pra faculdade. E o que acontece? Entre 19, 1929, ela acaba sendo exposta a situações ultrajantes. Então ela é, o embalsamamento não foi bem-sucedido, então ela causava repulsa porque ela perdeu a sua forma humana, acabou ficando muito deformada. exalava um cheiro que misturava decomposição com um produto químico. Ninguém queria ficar perto, nem os alunos utilizarem, nem os funcionários. E aí o que que começou a acontecer? Os veteranos da Faculdade de Direito nessa época começaram a utilizar ela para trote escolar. Meu Deus! Então os caras chegavam, os alunos novos chegavam, eles faziam eles se relacionar com ela, dar beijo, abraçar, ficar em posição vechatória por muito tempo. Gente que que ela perdeu o nome dela, ela deixou de ser Jacinta e virou a múmia Raimunda. E aí em 1929 quando ele morre, a esposa dele reclama a propriedade dela e fala: “Eu quero que ela seja sepultada”. É, chega, né? Chega. E aí eles sepultam aqui, não aqui onde a gente tá, provavelmente na quadra geral. Eu tô falando provavelmente na quadra geral porque a gente não encontrou um livro, a gente não encontrou a sepultura dela. Então a gente acredita que ela está no sário hoje daqui. E o que que aconteceu depois que essa história foi revelada pela professora Susane Jardim? Existiu uma homenagem na faculdade a esse professor que foi revogada, que foi interrompida, interrompida por a pedido dos alunos. Ele ainda tem uma rua que tem o nome dele. Enfim, mas porque o cara foi ele que falou: “Ah, esse corpo, vou reclamar esse corpo”. pegou o corpo e deu início a toda essa situação, né, e deixou as coisas acontecerem, na verdade, né? Talvez essa seja a maior crítica, além, claro, de se apropriar de um corpo e permitir que ele fosse tão desumanizado. Meu Deus. E os ossos estão aqui hoje, isso é certeza. Os ossos estão aqui. Os ossos estão aqui. No ossário, não tenho dúvida. Ele não, a gente não tem historicamente nenhum dado de que o corpo dela foi retirado aqui do do cemitério da Necrópole São Paulo, mas em contrapartida a gente sabe que não existe mais a quadra geral. Então, provavelmente ela tá aqui. E tem epitaf dela? Não, não tem. Não tem o nome dela. Não tem. Essa era uma, eu também acho. Essa é uma, ó, tem outros nomes ali, mas o dela não tem. Isso. São outros nomes. Não tem. Eu também acho. Acho que aqui era, caberia muito bem uma homenagem a ela, ao estabelecimento da presença dela aqui. E aí, ali, ali atrás do lado, ó, tem uma uma imagem. Mas ali não é túmulo não, né? Não, não, não. Aquela é uma imagem, provavelmente é uma imagem ou de um túmulo desmobilizado ou alguém algum dia, porque todos os cemitérios passaram por um período terrível durante a pandemia, que as pessoas não de roubo. Então esse pode ter sido uma peça que tenha sido alguém tentou furtar e aí não tinha onde colocar, ela virou uma peça de ornamentação aqui. É aquilo que o minha avó falava, a vergonha é roubar e não conseguir carregar. É, é aqui cabe muito bem isso. Em cemitério sempre tem isso. [Música] Essa chama ausência, gente. Olha, essa escultura é do Galileu emend, super escultor também. E aqui chama a ausência também. Era conhecido como túmulo do pão, porque tinha um pão aqui e existia uma banqueta vazia. Ausência da mãe. A mãe morreu. Ai gente, que triste. O menininho triste chorando, o pai em desolação. E o pão era muito importante para compreender esse conjunto escutórico, porque o pão tava sem ter ninguém para cortar. A mãe normalmente alimentava a família, então o pão ficava ali em cima. Esse é mais um caso de furto na época da pandemia. Roubaram o pão. Roubaram o pão e roubaram a banqueta. Dá para ver onde a banqueta tava. Ah, dá para ver aqui, ó. Dá. E não adianta. E assim, a gente quando a gente fala de patrimônio funerário cultural, que é uma briga nossa, minha, da Viviane, do pessoal da BEC, né, da Associação Brasileira de Estudos Cemitiais, é muito para isso. Aqui no cemitério, no na Necrópole São Paulo, tem dois seguranças rondando a noite inteira, porque se não tiver segurança, o maluco entra aqui para roubar. Precisa ter segurança mesmo, câmera, segurança. Gente, que triste. Nossa, como as imagens são, né? Como falar nada são, né? Não, incrível. Uma uma mesa é é maravilhoso. E você vê que não cabe em outro lugar, né? Ela se completa aqui no cemitério. Só faz sentido. Aqui é aqui. Esse é o maestro Agostinho Cantano é um professor importante de música aqui em São Paulo. [Música] Ser bravo nas aulas, né? [Música] é um dos super escultor, ele é íital brasileiro, mas modernista super importante. Ele é o escultor daquele monumento das bandeiras. Ele é escultor de várias peças icônicas no cemitério da Consolação em outros cemitérios. E ali a gente tem Ave Maria em latim. Ave Maria, [Música] gra plena dominos. [Música] Você canta sem ler e perdendo um talento também na música. És beneditos frutos fent trist e cantava na igreja. Santa Maria santa. Não vai terminar. Maria ora pron nobis nobes pecatóribus [Música] mortes no e mortes no [Música] amém Bom, explicar essa. O que tem o brexerre é interessante por ele ser um modernista, você pode ver a diferença dos anjos. Ele é um anjo tropicalizado. É um anjo que parece muito mais agente, cabelo crespo, o nariz um pouco mais largo, ombro largo. Ele é muito mais agente, ele é muito mais brasileiro do que os anjos europeus. Você vê que é de um escultor mesmo, né? Porque você vê a estrutura, ela conversa uma com a outra. A asa, pá, a asa mais dura, a asa que parece que sustenta o anjo e que tá junto com ele. Olha, eu crítico de arte. Não, isso aí e a cruz no meio e os dois iguaizinhos, né? Perfeito. Perfeito. Você vê que é de um escutor mesmo. Escutorzaço. Víor Bcherre. Se ele conseguir ver, ele estaria muito feliz com essa sepultura. Mas ele tá, ele tá sepultado aqui, não, né? Não, não, não. Ele tá sepultado aqui no cemitério. Essa é da família Escurque ali. Então tem uma escultura que é dele. Não, se você pra outra família. Isso. Se você olhar a escultura dele ver em contraste a essa, você vai ficar decepcionado porque é super simples. Mas na verdade também tem uma mensagem bonita a escultura dele. Eu vou mostrar para vocês agora. Eu falei pr [ __ ] vou ter que mostrar que é no caminho aqui. Mas ele tá lá com a Jurandi, que é sua esposa, só um túmulo muito mais simples e tem a cabeça dos dois. É aquela história do, como é que é? É casa de espeto de pau, porque a sepultura dele é simples. Pensei que era dele aqui. Eu falei: “Nossa, o cara que maravilhoso, mano”. Artista, um artista enterrado dentro da sua própria obra. E não sabe aquela, você é jornalista, sabe aquela máxima de que o jornalista não é notícia? É. É o escultor não é a escultura. Ele não é ele não é a escultura. É uma vela ali, gente. É uma vela ali do do nada. Tinha visto também não. Essa vela não. Caramba, não tinha visto, gente. Ele tá fechado aqui. Meu Deus, eu ten um Jesus ali. Tá fechado, gente. Essa vela tava acesa. Eu não sei. Esse aqui então é o túmulo do Vittor Brecherrê, né? Exatamente. Esse é o tú. Aquela é a obra dele e essa é a sepultura dele com a esposa. Ex. com a esposa Jurandi, o quadro deles ali. Mas também assim tem algo, né? Você vê que é um um super É, mas tem algo assim, é só duas cabeças e diz muita coisa, diz tudo. Você vi que o cara ele sabe, ó, é só isso. Papá, exatamente. Diz tudo. Tá todo mundo que precisa tá aqui. Isso. Isso em gelo. Duas cabeças. Exatamente. Ele não precisa de nenhum ornamento maior para isso. [Música] E aqui, tia. Ah, já vi ali também. Vi de longe. Já viu? Quer contar você? Eu não sei a história. Você não sabe a história? Zildinha. Zildinha de Castro. Ó a foto dela lá, ó. Dá para ver ali, ó. Olha ali uma foto ali embaixo também, tá vendo? Nossa, que foto parece uma foto 3×4, mas às vezes não é um santinho. É. E tem o Qcode também. E tem o Qcode. A Isildinha é uma história das que eu mais gosto, milagreira de cemitério. Ela nasceu em Póva de Lanhoso em Portugal e sempre foi uma menina super católica, super caridosa, querida, boazinha. Ela tinha uma vida virtuosa, apesar de curta, porque ela morreu com 13 anos. Ela foi enterrada em Guimarães. Imagina-se que ela tenha tido uma leucemia. morreu muito rápido e também demonstrou um comportamento virtuoso, muito próprio de santo, de milagreiro, né? Um Carlos Acuts que eu sei que você é apaixonado pela história. Apaixonado. Ele também, ele ele ele ficando resignado quando percebe que vai morrer, né? se aproxima muito de Cristo. Ela foi parecida, mas o grande fator que deflagrou a devoção a ela foi que ela foi sepultada em Guimarães e passado mais de 39 anos dela sepultada, ela perdeu um outro irmão chamado José. E a família enterrou José no outro lugar e nesse período eles decidiram transladar o corpo do José pro jaigo da família Póva de Lanhoso. Uhum. E um irmão dela que morava aqui, tava muito rico, chamado Altino, ficou bravo. Falou: “Pô, por que vocês não tiveram o mesmo comportamento com a minha irmã?” Então faz o seguinte, esuma a Esildinha e manda pro Brasil. Eu quero ela aqui comigo. Ele comprou esse jazigo pra Esildinha e ela veio para cá. E ela veio. Não, mas não é que ela veio para cá. Quando eles resumaram lá em Guimarães, ela estava com o corpo incorrupto, mas não era só o corpo, vestido perfeito, as flores, depois de quase 40 anos sepultado. A galera imediatamente falou: “É uma santa, é uma santa, é uma santa, é uma santa, é uma santa. Não quiseram mandar para cá. O o Altino não abriu mão, trouxe ela para cá e sepultou ela aqui. Ela ficou de 1950 a 1958 aqui, quando ele muda para Monte Alto e leva o corpo dela, mas deixa aqui uma relíquia, parecido com o Antoninho da Rocha Marmo. E o que que tem aqui? A relíquia dela. E ainda há pessoas da família dela aqui. Mas aqui ficou aqui ficou uma relíquia dela também. Por qu o que de relíquia você sabe? Não vou falar porque eu não tenho essa certeza. O fato é que a relíquia ficou aqui, o processo devocional continuou aqui e em Monte Alto. E pra gente ter ideia do tamanho da devoção da Esildinha de Castro, Ziziposse chama Mariainha por causa da Esildinha. Ritali era devota da Esildinha. Então assim, nesse período, quem nasceu em 1958, talvez um pouquinho antes ou mesmo um pouco depois, vai encontrar na família muito provavelmente, principalmente famílias mais espiritualizadas, devotos e devotas desde iludinha de casa. E hoje ela não tá aqui, né? Hoje ela não tá aqui. Hoje ela tá lá em Monte Alto, o Mausolé. É um lugar super interessante. Eu fui e é interessante, sobretudo porque o caixão dela tá ali exposto. Ela fá ver o caixão, o caixãozinho dela tá ali no cantinho. E quando ela chegou em Monte Alto, foi uma loucura, gente para todo lado. É, é uma divindade na verdade, né? Eu gosto de tratar os milagreiros de cemitério muito como eram tratados mártires cristãos no cristianismo primitivo. Porque e as pessoas vêm para cá para fazer pedido, será? Vem, né? Não, aqui hoje a hora que eu cheguei tinha um cara ali, tem uma guia ali, então começa a dialogar também com outras matrizes religiosas. Tem aquilo ali é uma guia, tá vendo lá na foto dela? Tem uma guia de oxalá. Aqui tem um monte de vela. Esvoto não precisa ser necessariamente a plaquinha. Esvoto é qualquer expressão de gratidão ao santo ou ao milagreiro, né? Eu tô falando aqui, a gente tá falando de milagreiro de cemitério, mas se for para parecida e for no na sala de milagres, a Santa Nossa Senhora Aparecida, você vai ver também as motos lá. [Música] Bom, e aqui é aqui é um uma vítima de um capítulo triste da nossa história criminal, né? O Marcos Matsunaga, assassinado pela Elise Matsunaga, num dos crimes icônicos, né? Triste, lógico, icônico da cidade de São Paulo e do Brasil, né? É que é essa última placa aqui, né? Que tá no Tsunaga em 2012, né? Nossa, já faz tudo isso de tempo, né? Que coisa, né? 22, 10 anos, 23, 24, 5, 13 anos. Exatamente. 13 anos. Família quitando. É, é, esse é um dos crimes mais assim que teve grande repercussão, um dos crimes mais brutais, né? A gente pode falar assim, né, Thaago? De São Paulo, brutal. que chocou muita gente, tem várias nuances ali, né? Uma história, são várias questões nessa história, mas ele porque ele foi esquartejado, né? Então, não, e é um crime que ainda é estudado, né, pelas circunstâncias, quer dizer, até como você falou, tem muitas nuances, mas é um crime desses midiáticos, né? E o cemitério, ele tem a vocação de contar isso também, né? a gente viu arte, a gente falou de devoção, quer dizer, mexe bastante com espiritualidade, com sobrenatural nesse lugar, né, da crença, da fé, mas ele também conta histórias terríveis, né? Afinal de contas, aqui estão também os resultados de assassinatos, de que também servem pra gente estudar, pra gente entender nossa sociedade, né? O interessante é que no túmulo dele, que é um túmulo também discreto, né? Tem imagens do de outras pessoas que estão sepultadas da família, mas dele não tem, né? Tem outra pessoa ali que também tá sem imagem. Mas eu acho que a outra pessoa aqui, ó, a imagem me parece que foi retirada ou sei lá, porque tem a marca, mas eu acho que a dele nem chegou a ter. Não tem marca, né? Não parece mesmo. Mas é uma sepultura singela. É, é um jazigo de uma família, né? que sofreu muito. Eu, uma das primeiras lições que eu aprendi quando comecei a estudar cemitério, eu respeito a dor das mães, sim, de todo mundo, né? Que aqui já não cabe mais nenhum julgamento. Quer dizer, ele foi vítima, não tenho dúvida disso. Mas toda vez que a gente vai em algum lugar e visita pessoas que foram assassinadas ou às vezes criminosos, a gente tem que ter em mente que essa pessoa não tem mais chance. Tô falando principalmente dos criminosos, não é o caso dele, mas dos criminosos e de que não cabe mais julgamento. Aquela pessoa não tem mais chance de mudar, de mudar o que ela fez. Acabou. Não somos mais nós que julgamos. E eu sei que a internet é uma é um palco, parece que de purificação dos nossos pecados, né? Então, quando a gente senta ali na frente do celular, na frente do computador, você zera tudo e vira o suprassumo da moral. E aí a gente gosta muito de julgar. Quem mexe com o cemitério entende, a gente, eu sempre falo, eu sempre aconselho isso, entenda e respeite as dores das mães. As mães sofrem e o sofrimento iguala a gente, zera tudo. Claro que historicamente a gente pode debater, pode conversar, pode aprender com erros, tá tudo certo, mas julgamento não cabe nesse lugar aqui. Essa construção é diferente, né? Evidentemente uma construção japonês. E o nome do túmulo japonês é Raka. Raka. Raka. R K A. Raka. Hum. Agora não sei. Eu sei que é Raka. Sei que Ra. Tu me escreve. Tu me escreve. Eu não tenho certeza. Eu fui esse ano no cemitério japonês de Álvares Machado, que é o único cemitério japonês no Brasil e pertinho de Presidente Prudente. Muito bonito. Tem um festival que chama Shonai, que é convite às almas. Raca bonito. Aqui tem uma foto pósmem. Jura? Ela tá morta. Tá. É uma foto pós morte, hein. Família Catalela Petreles. É a única que a gente conhece aqui do da necrópole. Tem uma outra pósmem no cemitério da Lapa e tem uma outra pósmem no Araçá. Eu sei. Porque todas as fotos são tiradas com as pessoas vivas, né? Igual do Brexerrei ali. Tá viva a esposa dele. E aqui essa moça, quem que é? Maria Rosa, eu acredito que seja pela data ali, eu acredito que seja ela, até porque ainda pegou um resquício dessa prática que é da era vitoriana, né, que pega, pega o começo ali, a primeira metade do século XIX, vai até o início, finalzinho, início do século XX. era vitoriana, o reinado da da rainha Vitória. Esse aqui aqui é o mausoléu da Associação dos Veteranos, né, de São Paulo, né? Então tem várias modalidades representadas, mas um cara muito importante pro esporte nacional, tá sepultado aqui o primeiro rei do futebol, Arthur Fredenhe. Ele tem mais gol que o Pelé. Claro que o futebol era amador, mas era o que tinha pra época. E o apelido dele era eu tigre. E ele ganhou esse título de rei do futebol. Foi o primeiro rei do futebol quando paulistano, que era um time, é um clube hoje em São Paulo, mas era um um time importante de futebol, fez uma excursão para pra França e o Paulistano destroçou os outros times, foi campeão desse quadrangular, desse torneio e o grande destaque foi o Artur Fredenhe Rich, que é essa essa escultura? Não, essa é uma escultura que representa o atleta. Ah, entendi. Representa os atletas. Não é dele, né? dele. Ele tá aqui e ele foi combatente na revolução de 32. Engraçado a gente imaginar que um atleta, imagina o Neymar, ele vai para uma guerra. Uhum. Tipo um atleta indo para uma guerra, né? E liderando um pelotão de atletas. Ô louco. Incrível. [Música] Bom, eu acho que essa é uma das sepulturas, pelo menos para mim, ícone aqui no na necrópole de São Paulo, que é da Heleninha, né? É um tesouro, na verdade. Ela é tudo isso e mais um pouco, porque essa escultura dele ali, bom, primeira história dela é uma história triste, né, de uma criança que morreu e popularmente dizem que ela caiu de um balanço e quebrou a base do crânio, caiu para trás. É uma tristeza. E aí a família encomenda uma escultura de um gênio da escultura, um gênio italiano da escultura, que é o escultor do papa. Ele atendeu dois papas. Ele é o escultor do Vaticano, chama Antônio Bert. O pessoal às vezes confunde, vem aqui e vê quem projetou o Jazigo e o tá ali como Gildo Zampou, mas ali do lado tem a assinatura do Antônio Bert. Eu até hoje não encontrei outra escultura do Antônio Bertem nenhum cemitério que eu fui. Então muito provavelmente talvez essa seja uma peça realmente única. E ela é impressionante porque ele é um grande retratista. Ele é um ele é um escutor que expõe no Museu do Vaticano, por exemplo. É esse o nível do cara que a gente tá falando. Uhum. E é impressionante, claro, a gente tá mais escuro, a gente não consegue ver tudo, mas os detalhes do vestido, o olho dela fica verde a depender do ângulo que o sol bate, o olho dela fica verde. E ele é um dos maiores restratistas do mundo, né, da época dele. É impressionante, ó. E olhando daqui de frente, tem e de noite ela tem outra, ela tem outra atmosfera. Ela é engraçado, eu nunca tinha reparado muito nela de noite. Olha que incrível. E os detalhes do vestido, quantos anos ela tinha? 10, né? Ela tinha 10. É a Beatriz Helena Prado. Tinha feito 10 anos de Moura Andrade. Exatamente. Muito bonita. A assinatura do Antônio Bert tá aqui do lado. Eu deitei aqui para encontrar. Tá aqui do ladinho. Para quem quiser saber ali do lado, dá dá pr ver. Tá vendo? Do lado do pé embaixo tem ali embaixo nessa margem, né? Nessa moldurinha nesse que a gente chama de queijo no carnaval. Isso que é onde as pessoas ficam em pé nos carros, no queijo ali. Assinatura do Antônio Bert. Eu falei da confusão porque muita gente acha que o escutor foi, tem uma outra etiqueta aqui que é quem projetou no granito essa peça, né, que tá ali, mas não foi ele quem. Essa peça é uma peça do escultor do Vaticano. [Música] Estamos chegando ao fim do nosso passeio, gente. Olha essa essa escultura. Que coisa incrível. do Bussa. Um super escultor também. O rosto é, ele tem essa técnica de fazer uma sobreposição do velo, mas sem perder o rosto, sem perder a forma do rosto. Impressionante, né? Em bronze. Meu Deus. Coisa incrível, né? E lindíssima. E esse é o mausoléu da família Escarpa, né? Do Chiquinho Escarpa. Conhecido, super conhecido. Escarpé. O Chiquinho Escarpa fez uma uma ação uma vez que ele enterrou o bu o carro dele, né? Mas não foi aqui não. Não foi aqui. Mas brincando. Foi no quintal dele. Foi no quintal dele. É. Era alguma coisa ligada à doação de órgão. É alguma coisa assim que ele fez. Aqui é a assinatura do Bussa aqui, né? É, é buaca. E é impressionante o sombreamento. A galera tira muito foto. O rosto, o que me impressiona mais são os olhos, que aqui dá pra gente ver. Dá para ver os olhos, a boca, lábio super bem torneado, né? Como é que o cara faz isso, né? Porque talvez seja com molde, né? Eu também tô falando, talvez ele crie o molde, mas mesmo assim, quer dizer, como é que você reproduz isso? E aqui do lado, já que a gente tá no fim ou caminhando para o fim, a gente tem outra obra icônica, aquele mesmo escultor, gente, que a gente viu no começo do último adeus do Alfredoliane. E essa é uma peça que cabe muita interpretação. Ela chama triste despedida. E a minha interpretação qual é? Essa é uma irmã mais nova. Você vê por ela tá coberta, ela tem trança, ela tá bem infantilizada, o vestido dela vai até o tornozelo e ela tenta encontrar a mão do irmão que tá morto. Essa é a minha interpretação, tá? A gente não sabe nada dessa peça, nem quem estuda essa peça. Professora Viviane, como Nali, por exemplo, ela também não sabe. E por que que eu acho que são irmãos? Os cabelos são muito parecidos, os caras são muito são muito parecidos fisicamente. Fisicamente, rosto, né? Então, parece que são os irmãos carregando o irmão morto e a irmã em desolação tentando tocar a mão dele. Não, pode ser o pai, talvez. Pode ser também. Pode ser os irmãos carregando o pai. E os filhos, né? Eles são muito parecidos, né? O cabelo é muito parecido. Giovan Meu, Dianini. É Dianini, a família de Dianini. Dianine Meu, Maria Clara. É, essa é uma escultura muito muito muito bonita também. Uma das esculturas icônicas. Vocês viram que o cemitério Necrópole São Paulo é um cemitério de arte, é um museu a seu aberto. É mesmo. Essa é, eu acho que não tem uma outra, não tem outro cemitério, não tem outra necrópole que ofereça tanto esse contraste e principalmente porque a gente tem os clássicos rivalizando com os modernistas. A gente viu o brexerrê que é completamente diferente e eles eram mesmo, eles eram antagonistas, antagonistas na estética, né? E mais uma vez o Nu, o masculino. Olha, o Nu masculino, é. É outro tabuaço, né? A gente quer ver o anjo do Quer ver o anjo? Vamos lá ver o anjo agora. Vamos ver o anjo aqui, ó. Dan. Sim. Lindo. Chama como? Angel Cry. Ah, Angel Cry é o nome dela. Angel Cry é o nome do disco. Acabou. Mas é a inspiração é daqui? Não, a essa é essa escultura. Eles estavam eles explicam eles explicam. Na verdade, eu não lembro quem agora. Eu sou super do rock, do rock. Mas eu já ouvi a história de que um deles passava por aqui e achava essa peça super bonita quando ia pra escola e sugeriu e deu uma briga, na verdade, no grupo por conta da escolha da capa. Chama Angel Cry, o disco. E essa é a peça que tá lá até hoje, que é a capa do disco. Que é a capa do disco do álbum, né? Do álbum. Ali em cima tem um catavento no outro sepulturo. Ali, ó. Aqui tem um catavento bonito. Muito bonito. Bom, como sempre um ótimo passeio com ele. Thaago, obrigado, viu? Foi ótimo. Amei. Agora na necrópole de São Paulo, um passeio noturno. Levamos um susto. [ __ ] o Thaago, ele tem. Nãoa, não me recuperei porque faz pouco tempo, faz uns 15, 20 minutos, mas foi um mega susto porque todo mundo viu, foi o maior que eu já levei na vida no cemitério, mas de longe assim, foi muito esquisito, completamente desnecessário. E foi que a gente, a gente não tava gravando porque a gente estava andando, indo para outro túmulo para gravar e a gente viu no meio ali como se fosse uma árvore, parecia uma pessoa, a gente jogou luz, não vimos a árvore, desaparecia, apagava e tava lá de novo. Então a gente estava vendo um fantasma real na nossa frente, mas era uma árvore, não? O mais louco que foi todo mundo com a mesma sensação, porque foi aquela prova contra prova, porque às vezes você vê uma coisinha, ninguém viu, beleza, mas todo mundo viu, apagou, ninguém mais viu, acendeu, todo mundo viu, apagou, a gente fez isso umas três vezes parecia que ele curta a live. O Thiago ainda falou: “Boa noite”, boa noite falar, né, cara? A melhor chance nossa é tentar ser gentil nesse momento. Então pode seguir o Thiago nas redes. É o kit assombra, né? Kit @it assombra. Tem passeio sempre. Thaago. O trabalho do Thiago, muito do trabalho dele é esse, vir com grupos no cemitérios. Não, à noite. Mas alguns você faz à noite também. Alguns é que a gente falou no começo, não é uma obsessão com a noite. Eu gosto de vir quando o cemitério está fechado. Às vezes não dá, a gente faz de dia, mas eu gosto. Então não é uma obsessão que eu tenho com a noite. A gente faz sexta-feira na consolação, por exemplo. E a gente faz sexta-feira às 19 horas da pessoal sair do trabalho e chegar. Mas de final de semana aqui na necrópole a gente faz às 18 horas, que é o horário que ele fecha. Boa, que a gente não quer atrapalhar ninguém na frequência comum daqui, na rotina do cemitério. Isso citério que tem uma rotina. E também queria agradecer a administração aqui do cemitério da Necrópole de São Paulo, a Cortel, né, Thago, que permitiu que a gente entrasse aqui no que a gente gravasse aqui nesse horário. É sempre muito importante falar que o cemitério guarda as melhores histórias, guarda e histórias de pessoas muito importantes pra cidade. O cemitério não é um lugar assustador, mas enquanto dá um susto, às vezes dá algumas coisas, porque histórias, acho que é isso, né? Tem história de crime, de amor, histórias felizes, histórias tristes, mas que também se encontram com as histórias sombrias, né? O que eu acho legal é que todas nos pertencem. Então, visitar essas histórias nos faz a gente se reconectar com o que pertence a todo mundo. Claro que o as aflições, as tristezas, as saudades estão muito mais próximas das famílias, de quem fica e a gente tem que respeitar isso para caramba. Mas tudo que acontece aqui, em alguma medida, também pertence à gente, pertence à nossa sociedade. Por isso que a gente vem aqui e gosta de lembrar que quando a gente cria essa ponte afetiva, a gente tá criando uma ponte que faz com que a gente se encontre um sentido de pertencimento muitas vezes esquecido no nosso dia a dia. Muito que bem. Então você também vai ver cortes desse episódio longo aqui no cemitério nas minhas redes @dampirlenda e também nas redes do Thiago Kit Assombra. Se alguém quiser fazer o passeio, encontra os detalhes nas suas redes. As a agendinha do mês a gente sempre coloca lá no nosso Instagram, mas eu tô colocando também no YouTube e nas nossas redes. E nas nossas redes. Vamos subir. Vamos embora. Tchau. Canta para subir. Nossa, escutei coisa agora aqui. Tchau, gente. Tchau. Vamos subir. Pode apagar a luz aqui. Grava, grava. Step, pelo amor de Deus. Tem alguém ali. Pelo amor de Deus cara. Gente, hoje eu tô, eu também tô. Não tô viajando também. Tá todo mundo vendo, cara. Você tá, você conseguiu pegar? Apaga, apaga, apaga, apaga. Ah, é uma árvore. Vai tomar no que, velho. Mano, desliga, desliga a luz. Você viu? Eu tô rezando aqui para ter certeza, gente. Que que o cara tirou da marquesa de Santos? Não é possível que fosse. É uma árvore. E gay, olha, dá pr ver. Você tá maluco. Apaga a luz. Tá maluco, cara. Olha, parece uma pessoa. Tá maluco. O Thigo falou oi. Ele falou: “Tchau, Falei”. Oi. Tá todo mundo se recuperando do susto ainda, né? Não foi que a gente tá aqui, ó. Gente, sabe o que que foi? Foi bom porque teve uma, eu tô lembrando de você, você falou oi aí teve uma hora que você falou: “Não, vamos embora. Vamos embora”. Hoje a gente tá colocando a prova várias convicções aqui, porque, pô, tem que explicar. Vai, vamos mostrar pra galera. A gente vai ter que mostrar por que que aconteceu a hora que tava passando aqui pelo corredor? Nós vimos uma sombra, todo mundo viu. Nós quatro vios. Nós quatro vimos uma sombra. E aí eu achei, era tão nítida a sombra que eu cumprimentei, achei que fosse segurança. Só que aí ficou meio estático, não falou, não veio nada. E aí com o passar do tempo, eu achei melhor a gente empreender fuga mesmo, sair correndo literalmente. Agora então agora eu já vejo, ó. É ali. Agora eu já vejo uma uma um galho. Não sei se dá para ver na luz. Galé ali, aí vocês apagam e vejam. Tem uma coisa plantada aqui. A gente passou, os quatro viram parecia uma pessoa. Ó, ó. É onde? Eu vou ficar do lado onde o Thiago tá lá, ó. Apaga a luz. Consegue? Não dá para ver, né? Aqui, ó. Parece a gente viu desse jeito e aí a gente jogava luz e não via uma árvore. Ali tem uma só via essa sombra. É, mas é muito de olho que já tá no escuro. É de ver. A luz não vai pegar não. Mas assim, mas tudo bem, a gente não vai quer, não vai conseguir reproduzir porque foi um terror coletivo. Foi um terror coletivo. A gente tava passando, aí a gente viu aquela árvore que tava do lado do Thiago. Eu vi primeiro, falei: “É uma pessoa”. Aí o Thiago olhou e falou: “É”. Aí o Thiago cumprimentou. Lógico. Eu achei que era segurança. Falou: “Oi, tudo bem?” Opa, boa noite. Aí, aí, aí a gente acendeu a luz e apagou. A gente não viu nada. E acendeu de novo. E tinha de novo. E tinha de novo. Aí foi, foi. Aí nós quatro começamos. Pelo amor de Deus. Viera uma árvore que tá ali, [ __ ] Graças a Deus, cara. Tá, gente, né? É que eu falo, esses momentos colocam o nosso ceticismo a prova, né? É. เฮ [Música]









