Visitamos ÁREAS SECRETAS de ITAIPU! #Boravê

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[Aplausos] Hoje eu tô de volta ao Zina Hidrelétrica de Taipu. Da última vez que eu tive aqui em 2017, o vídeo foi um sucesso. Já tem mais de 11 milhões de visualizações. Agora a gente voltou aqui paraa Foz do Iguaçu, no Paraná, para visitar dois lugares que mant essa usina segura e funcionando e que pouquíssimas pessoas têm acesso. E dessa vez com uma autorização especial, uma coisa que na época era bem mais difícil, imagens de drone. Bora ver [Música] [Aplausos] essa aqui é simplesmente a maior usina da América e a terceira maior do mundo. Esse muro gigante de concreto que você tá vendo atrás de mim é a barragem, uma estrutura feita para conter ou para controlar a água de um rio. Aqui em Itaipu, eles usam a força da água do rio Paraná para gerar eletricidade e fornecer energia para milhões de casas no Brasil e no Paraguai. Vale lembrar que essa é uma usina binacional que fica na fronteira entre os dois países. A estrutura que a gente vai visitar hoje é o vertedoro, que é esse tobogã gigante. É aqui que são feitas aquelas imagens clássicas de taipu, que a gente vê água jorrando para caramba. Isso acontece quando eles liberam o excesso de água do reservatório e é por ali que eu vou descer. Mas antes de chegar lá, a gente vai ver onde a estrutura da usina foi planejada e o que garante que ela se mantenha em pé. Para isso, a gente vai até a cota 20, lá na fundação da barragem, embaixo do rio Paraná. [Música] Como a gente vai descer nas profundezas da barragem, é legal explicar para vocês como é que eles calculam os andares aqui. Tudo é medido em cotas, que é a altura em relação ao nível do mar. Lá em cima, por exemplo, no topo da barragem, a cota 225, 225 m acima do nível do mar. A gente tá aqui na entrada da barragem, na cota 144. O leito do rio Paraná, o fundo original do rio, tá mais ou menos na cota 40. Então, se a cota 20 tá a 20 m acima do nível do mar, significa que ela tá 20 m abaixo do leito do rio. E é para lá que a gente vai. Ah, o acesso a cota 20 é muito restrito. Poucos técnicos de Taipu podem entrar aqui e quem acessa esse espaço são profissionais que fazem o monitoramento da área. Por questão de segurança, eles sempre trabalham, pelo menos em dupla. Mas a gente conseguiu uma autorização especial para mostrar para vocês. Esse lugar surgiu quando fizeram os poços e túneis para investigar a fundação da usina. Fundação é a própria rocha basáltica que sustenta toda a estrutura no fundo do fundo do rio. Essa investigação foi feita para saber se a Rocha tinha capacidade de aguentar todo o peso da estrutura. Inclusive, na época da construção, eles precisaram aplicar concreto em alguns pontos para reforçar essa base. E depois da usina pronta, eles continuaram a usar os túneis que viraram essas galerias, onde os engenheiros e técnicos estudam a rocha e monitoram a estrutura. Isso porque a barragem é como se fosse um organismo vivo que precisa de monitoramento constante. É que nem a gente, dependendo da idade, da temperatura, você quer ficar encolhidinho no canto com frio ou se esticar no calor. Só que aqui isso acontece com blocos de toneladas de concreto que ainda por cima estão sempre em contato com a água. Esse comportamento é levado em conta desde o projeto da obra. Os engenheiros não pensam só em quanta energia vai ser gerada. Eles também calculam como a estrutura física vai se comportar, porque ela foi planejada para resistir à infiltração de água cheias, falta de chuva, falha na turbina e até tremores de terra. E por isso ela tem mais de 5.000 drenos que escoam a água infiltrada e mais de 3.000 instrumentos para ver se a construção tá evoluindo conforme o planejado. Esse aqui, por exemplo, é um medidor triortogonal. Ele consegue ver se as rochas estão se movimentando nas três direções. Para simplificar, são três tipos de instrumentos. Aqueles que medem se a água tá infiltrando e quanto ela infiltra, os que indicam a força que a estrutura recebe e os instrumentos que observam se a estrutura tá se deslocando ou se deformando. Aqui na cota 20 a gente tem o medidor de vazão que mede quanta água tá atravessando a estrutura. Pode parecer estranho que vaze água, mas isso é normal. Não existe estrutura que consiga parar a água sem deixar vazar pelo menos um pouquinho. O importante é saber quanto. Subindo mais um pouco, a gente chega na cota 40, no fundo original do rio Paraná. Se eu fosse um peixe nos anos 1970, antes da construção da usina, eu estaria nadando por aqui. Nessa altura a gente vai conseguir ver os pesômetros, que são exemplo dos sensores de força. Eles monitoram as áreas da fundação desde a cota 8 lá embaixo depois da cota 20. De um jeito bem simples, é como se eles fossem balanças que medem quanta pressão a estrutura tá sentindo. E quem tá fazendo essa pressão é a água que empurra a barragem. Esses instrumentos fazem parte do monitoramento constante da barragem. É um monitoramento pontual, mas também existem medições globais que são feitas de tempos em tempos. É o caso da campanha geodésica que acontece lá fora. Então, bora subir aqui. Eles medem a movimentação da barragem por fora. E sim, é normal que a barragem se movimente. Dependendo da época do ano, ela pode ir um pouco mais para um lado, pro outro, pra frente ou para trás. E para esse trabalho, eles usam um equipamento que parece uma mistura de câmera com binóculo. São as estações totais e os níveis que medem ângulos e distâncias com precisão de décimos de milímetros. Cada ponto é registrado e comparado com os dados anteriores, criando um histórico. E assim dá para identificar pequenos movimentos antes que ele se torne um problema. Isso aqui no vertedoro, por exemplo, é um prisma. É um dos pontos de referência que eles vão mirar, sei lá, 1 km de distância, mais ou menos. Uma outra coisa que eles ficam de olho é na quantidade de água que chega até a usina, porque no fim das contas é isso que faz tudo funcionar. E quem cuida dessa parte é a hidrologia. Eles têm uma previsão do volume de água que deve chegar aqui nos próximos dias. E essa previsão é bem certeira, porque Itaipu forma um Y com duas usinas que ficam rio acima. Tem a Porto Primavera no rio Paraná e a usina de Rosana no rio Paranapanema. Então, a água que vai chegar até aqui é a soma do que passou por essas duas usinas e a chuva que aconteceu entre a junção dos dois rios e Itaipu. São 41 estações que medem as chuvas de toda a região e sabendo quanto de água vai chegar, eles entendem quanta energia vão gerar. Quanto mais água, mais energia. Mas se tiver água demais, mais do que a usina consegue usar, que que acontece? Para isso existe o vertedor. Ele é o principal dispositivo de segurança da barragem. É como se fosse o ladrão da caixa d’água, aquele cano que não deixa que a água transborde. É uma estrutura muito importante e é por isso que ela é acompanhada sempre de perto por aquele pessoal da engenharia civil. A usina de taip funciona a fio d’água. Isso quer dizer que não existe muita variação do volume de água represado. A água que chega, ela já precisa seguir o curso do rio. E aí ela pode ir embora de dois jeitos. E o mais comum e o que mais interessa para Itaipu é passando pelas turbinas e gerando energia, como a gente viu no vídeo passado. E o outro jeito que a água pode ir embora é sendo escoada por aqui, pelo vertedouro. Nesse caso, ela não gera energia, mas essa liberação é necessária porque impede que a água passe por cima da barragem. É uma forma de controlar o fluxo e deixar a água seguir o seu caminho natural. O vertedoro tem uma capacidade máxima de 62.000 1000 m cic de água por segundo, o que dá mais ou menos 40 vezes as cataratas do Iguaçu que estão aqui do lado. Para isso, ele tem três calhas, essas divisões que parecem escorregadores com 14 comportas no total. Essa porta atrás de mim tem 20 m de comprimento por 21 de altura. E lá atrás tá cheio d’água, quase até o topo. Olhando assim, a gente se sente bem seguro, porque praticamente não vaza a água. E ela funciona de um jeito em que a própria água força o fechamento da comporta. Nessa calha, a água desce por 430 m. Então aqui no final existe uma rampa, uma espécie de uma concha, que é para frear a inércia da água. Imagina a velocidade que ela chega aqui. Então, se não existisse isso, ela arrebentaria todo o leito do rio Paraná lá embaixo. Eles acabaram de me contar que aqui no final a água pode alcançar 144 km/h. Isso aqui dava um tobogã muito legal, hein? Fica a dica para uma nova atração turística em Foz do Iguaçu. Imagina, você desce de boa ainda sai voando no rio Paraná aqui. [Música] Normalmente esse lugar que eu tô ficaria cheio d’água mesmo quando o vertedouro tá parado. Forma uma espécie de um lago aqui, mas ele foi esgotado para que pudesse ser dada a manutenção. Você consegue ver a diferença de onde existiria água por essa faixa branca aqui no concreto. O monitoramento da calha é feito a cada 6 meses e nessas inspeções eles verificam se aparecem rachaduras ou se tem algum desgaste no vertedouro que precisa ser arrumado. E você já percebeu que Taipu é um lugar de extremos. Também existe um laboratório que faz uma análise microscópica da saúde do concreto. Eles tiram a amostra como se fosse uma biópsia e estudam em um microscópio eletrônico de varredura que é super potente. Você consegue ver até a estrutura do cristal do concreto. Acho que deu para entender que o vertedouro não é só o cartão postal de taip com aquelas imagens impressionantes de água jorrando. Ele é uma das estruturas mais importantes para manter a segurança dessa barragem enorme e regular o fluxo da água, porque no fim das contas controlar a água é controlar a geração de energia. Em 2017, da última vez que a gente veio aqui, Itaipu praticamente carregava a produção de energia do Brasil nas costas. Hoje ela continua tão importante quanto antes, mas de um jeito diferente. Ela é responsável por garantir a estabilidade do sistema elétrico brasileiro. A gente tem outras fontes de energia no sistema, tem solar, eólica, mas a produção delas varia durante o dia. Então, quando não tem vento ou o sol se põe, quem garante o fornecimento de energia pro país são hidrelétricas, como Itaipu. Com toda a flexibilidade que a fonte hidrelétrica entrega, Itaipu tá preparada para fornecer energia quando as outras fontes não conseguem abastecer a demanda da conta do recado. Hoje a gente conheceu lugares inacessíveis para turistas, mas vale lembrar que Taipu tem um circuito de visitação aberto ao público. Você pode conhecer a história da usina, ver o trabalho de preservação ambiental, visitar mirantes, dar uma espiadinha na sala de controle e até chegar no eixo das turbinas. Talvez você tenha assistido esse vídeo inteiro e se perguntado: “Mas poxa, o Iberê não explicou como é que funciona a usina de taipol?” Sim, eu já expliquei isso 8 anos atrás num vídeo muito legal. Se você não viu ainda, vale a pena dar uma clicadinha aqui na indicação.

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