Waack: Calor da crise política aumenta e não tem bombeiro | WW

Nesse momento, o conjunto de pressões que molda a grande crise brasileira tá aumentando e não diminuindo. O governo americano mantém na data de 6 de agosto para início do tarifaço para obter não só concessões no comércio, mas também resultados políticos. No comércio já funcionou, mas no lado político não. No lado político, o objetivo americano é livrar Bolsonaro do processo pelo STF. A oposição aqui dentro também aumentou a pressão, obstruindo trabalhos no Congresso e propondo um pacote de paz, que na prática é uma declaração de guerra ao Supremo. Anistia a todos os perseguidos e impeachment do juiz Alexandre de Moraes. A obstrução atrapalha bastante o governo que tem pautas importantes penduradas no Congresso, mas até aqui, lá no Congresso não se conseguiu reunir forças suficientes para conseguir anistia e impeachment do ministro do Supremo. Morais, pelo lado dele, arrastou consigo o Supremo na decisão de impor prisão domiciliar a Bolsonaro e acabou ficando no centro de críticas, que vem também de setores distantes do bolsonarismo e se espalham pelos bastidores do Supremo, onde cresce a preocupação com perda de legitimidade e com decisões por parte de Morais que são vistas como erro político. A crise doméstica brasileira é também uma crise internacional, pois um grupo político interno foi buscar numa potência estrangeira ajuda concreta para seus objetivos, os do grupo e os da potência de fora. Não há, por enquanto, lideranças políticas em parte alguma em condições, estejam essas lideranças interessadas ou não, o que inclui o governo brasileiro, em achar uma saída dessa crise. Sim.