Wano e sua ligação com a história e mitologia japonesa
0O ano é o arco de One Piece que tem a maior conexão com a cultura japonesa. O arco todo é simplesmente lotado de referência a cultura, história e mitologia de lá. Mas como tudo isso tá extremamente distante do nosso contexto, é bem fácil da gente acabar perdendo esses detalhes. Então, por isso mesmo que hoje a gente vai dar uma olhada em três pontos que provavelmente passou batido para você no arco de Wano. E eu acho que não tem ponto melhor pra gente começar do que com o próprio nome Wanokuni. A gente vai entender isso como simplesmente país de Wano e não tem nada de errado com isso. Só que esse nome carrega uma referência a um tipo de nome ancestral do Japão. Porque se a gente entendesse no não como parte do nome, mas sim a partícula no do japonês, então a gente entenderia o Anokun como país de Uá. E wa é o nome para esse território que hoje em dia a gente chama de Japão mais antigo que se tem registro. Esse nome não era usado pelos próprios japoneses, mas sim pelos chineses. E até carregaria um certo sentimento de desden, já que esse deograma de ele possuiria um significado de anão. Mas apesar de ter surgido dessa forma, os japoneses significaram esse nome trocando pelo cand de harmonia. E até hoje mesmo Japão em japonês sendo niron ou nipon, a gente ainda vou a com sentido de Japão em diversas palavras, como por exemplo o afu que são as roupas tradicionais japonesas, ou o que é culinária japonesa. E antes da gente ir pro próximo ponto, acho que vale a pena deixar claro da onde que veio esse nome Japão, né? Já que eu comentei que por lá é Nongipon e isso é um pouco diferente de Japão, mas a origem é a mesma. Mas a questão é que ela não é baseada na pronúncia japonesa desses dois deogramas. Os portugueses que foram os responsáveis pela disseminação desse nome teriam conhecido o Japão pelos nomes de Jipan, Jipim ou jipum. Isso enquanto estavam viajando pela Malásia. E essas palavras eram baseadas na forma que se pronunciavam esses dois ideogramas em algum dialeto do chinês antigo. Ou seja, o nome Japão, ele é resultado de uma brincadeira de telefone sem fio partindo da pronúncia de algum dialeto do chinês pros ideogramas que se escreve Non. Outro ponto legal da gente observar é que o país de Wano ele é inspirado especificamente no Japão da era Edo, que foi o período que o clã samurai Tokuga ocupou o posto de Shogun e governou o país. E muito além da existência desse mesmo sistema político, as semelhanças que a gente consegue ver entre o Japão dessa época e o país deano são inúmeras, como todo o estilo das roupas da cidade e até da forma de falar dos personagens. E olhando um pouquinho mais de perto a forma de falar de alguns desses personagens, a gente vai ter os samurais que utilizam algumas expressões como sea, que é uma forma de dizer eu, e termina as frases com dezaru. E esse é basicamente o estereótipo de como um samurai da era falava. Então, quase todos os samurais vão falar assim: “Uma das poucas exceções é o Ashura Dod, que fala utilizando a palavra o Dom para dizer eu.” E apesar dessa palavra também ser parte de uma certa linguagem de samurai, ela era usada exclusivamente no feudo de Satsuma. E se você comparar o mapa do Japão com o mapa de Wano, até que faz sentido ele falar assim, porque é dito que esse personagem ele é da região de Kuri, que é a região mais oeste do país de Wano, enquanto Satsuma ficava em Kyu, que é a ilha mais oeste do Japão. E outros personagens que tos de fala que remetem a gente à era são o Oden, a Rior e a Uti. Odeio no geral fala de uma forma até que bem parecida com os outros samurais, com a diferença que ele diz eu usando a palavra o ao invés de sexa, mas especificamente quando ele vai fazer aquele trocadilho que ele repete algumas vezes, niambono soro, que a gente poderia traduzir como é justamente quando fervido que od tem valor, brincando com o fato que ele tem o mesmo nome do prato de comida od mas o ponto é que essa fala tá em um estilo chamado sorobum, que nairaedo era usado principalmente em documentos oficiais ou cartas. Só que apesar de esse não ser o caso do uso do Oden, a fala misturada com esses movimentos mais exagerados que ele faz remetem ao Kabuki, que era um tipo de teatro bem popular na época. Já a Ryori, quando ela tá disfarçada como a Oiranasak e a Uti, falam em um estilo chamado Oiran Kotobá, que era um estilo de linguagem usado pelas oirãs, que eram as prostitutas de mais alta classe no Japão feudal. Eu já abordei esse tipo de linguagem, um vídeo no passado que eu comentava a forma que a rolo de Spice Wolf fala. Então eu vou deixar ele aí no card caso vocês queiram assistir. Mas com certeza a inspiração da era Edo que foi mais importante pra narrativa de ano foi a política de Sakoku. Em One Piece, ela é a política de o ano manter suas fronteiras fechadas para se proteger de um grande poder, provavelmente o governo mundial. Já na vida real, ela também foi uma política de isolamento que começou no final da era das grandes navegações. Na época, Portugal tinha estabelecido um laço comercial com o Japão, só que não era apenas produtos que estavam sendo levados para lá. A cultura e a fé cristã também estavam sendo exportadas nesse processo e de começo o governo japonês, principalmente na figura de Odaoponaga, tava sendo bem tolerante com isso, mas não demorou muito para isso mudar porque o cristianismo foi se espalhando em um ritmo extremamente rápido e pouco menos de meio século do primeiro contato entre portugueses e japoneses já haviam daimios dordes feudais japoneses que haviam aderido à fé cristã e com issos choguns posteriores passaram a ver o cristianismo como uma ameaça ao sistema japonês e até uma etapa inicial de um processo de colonização e disso vieram diversas políticas de perseguição contra os cristãos, no final culminando na política de Sakoku, que fechava completamente o país para todos os países fora China, que não tinha nenhum interesse em cristianizar o Japão e a Holanda, que tinha prometido deixar a fé de fora dos negócios. E essa política durou mais de 200 anos e só foi acabar quando os Estados Unidos enviaram vários navios de guerra e obrigaram o Japão a abrir os portos. E por último, a gente também tem diversas referências à mitologia e o folclore japonês, começando com o próprio nome da ilha que o Kaidou fica, onigashima, que é o mesmo nome de uma ilha fictícia que aparece na fábula do Momotar, que como vocês devem ter reparado, o nome é quase igual do Momonosque. Bom, essa fábula fala de um menino nascido de um pêssego que viaja para essa ilha de Onigashimá para eliminar os onis que viviam lá. Onis, no caso, são monstros semelhantes a ogros, com chifres e usando uma clava. Ou seja, a aparência deles não é muito diferente da aparência do Kaidô. E no caminho dessa viagem, esse menino, ele recruta um cachorro, um macaco e um faisizão, dando um kibidango para cada um deles em troca do apoio. E essa é a mesma comida que a Kumanomida Tamá produz, que permite ela domesticar os animais e os usuários de smilees. E outra lenda da mitologia japonesa que é bastante referenciada nesse arco é a lenda do Yamato Noroti. Esta uma das lendas mais antigas da mitologia japonesa, aparecendo pela primeira vez no Codique, que é o livro mais antigo que se tem em japonês. Essa linda fala de uma serpente gigante de oito cabeças, oito rabos, olhos vermelhos, um corpo colossal que se sente por oito vales e oito encostas e uma barriga sempre inflamada em sangue. Na lenda, essa criatura encontra seu fim quando de Susano, com a ajuda de um casal de idosos que estava presto a ter a sua última filha devorada pelo monstro, prepara uma armadilha fazendo oito barris de saquê, um para cada cabeça do monstro, que depois de se embebedar acaba caindo no sono e é finalizado por um golpe de espada do Susanô. Em um ampício, o monstro espira tanto o nome do Orma dele, como a espada que o Susan usa para finalizar a criatura. Aoakiri tem o mesmo nome de uma das espadas do Oden, no caso que fica pro Momonosque. Enquanto a outra íma a que ficou para Rior e posteriormente pro Zoro, carrega o nome do rei do inferno budista, responsável por julgar o pecado dos mortos. E a gente ainda tem mais um personagem da mitologia japonesa referenciado nesse arco, no caso emano, esse deus dá nome à cidade, onde ficam aquelas pessoas que não conseguem parar de rir por conta do efeito da smile. Já na mitologia japonesa, ele era inicialmente um deus que abençoava a atividade da pesca. E também existe uma crença que os animais que ficassem encalhados na praia, principalmente as baleias que costumavam salvar muitas pessoas de morrer de fome, fossem uma espécie de encarnação desse deus que, de certa forma, estaria entregando a sua carne para alimentar a população. Posteriormente ele passou a ser visto como um dos sete deuses da fortuna. Como esse Deus quase sempre representado de uma forma bem sorridente, a expressão ebissuga, que significa literalmente rosto de ebisso, passou a ser usada para descrever alguém que tá com um sorriso enorme, igual o que os habitantes daquela cidade sempre ficavam e igual ao que eu vou ficar, caso você deixe o like, a inscrição no canal e hype esse vídeo. E também não esquece de deixar comentado o que vocês acharam, principalmente nesse vídeo, porque ainda tem alguns pontos de o ano que eu não comentei, tipo a inspiração real que tem por detrás daquele grupo ninja. Então, se esse vídeo for bem, eu devo fazer uma parte dois. Mas de qualquer forma, muito obrigado a todos, em especial aos membros do canal e até mais. [Música]